You and I escrita por Allie Próvier


Capítulo 8
8. Tudo que não faz sentido sobre mim, faz sentido quando eu estou com você


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, meninas :3
Prometi lá no grupo que postaria dois hoje mesmo, haha. Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/507510/chapter/8

No capítulo anterior...

"Emmett puxou Bella de lá, enquanto Laurent junto com os outros policias entraram no quarto. Emmett empurrou Bella para mim, e ela se agarrou ao meu peito, nervosa. Eu a abracei, enquanto tentava ver o que acontecia dentro do quarto.

Vi apenas um par de pernas brancas se arrastando para o outro lado do quarto, para onde eu não tinha visão, e três policias imobilizando Jacob, que vestia apenas uma calça jeans. Ele parecia embriagado, e gritava xingamentos para a tataravó de Laurent. Emmett logo tratou de dar uma joelhada forte no estômago dele, e Jacob calou a boca.

Vi Emmett indo até o outro lado do quarto, e o grito feminino pôde ser ouvido novamente.

Nessie. Era Nessie."

– - -

Bella tentou me empurrar, e eu tentei prendê-la em meus braços, mas ela se desvencilhou e entrou no quarto, correndo até onde Emmett estava. Eu fui atrás dela.

Emmett havia largado a arma ao seu lado, e estava ajoelhado aos pés de um colchão, enquanto Bella se agachava sobre Nessie. Eu me aproximei, tentando ver melhor. Nessie encondia o rosto contra um travesseiro velho, seu corpo trêmulo e vestido apenas com um vestido branco e manchado de sangue.

Fechei os olhos, sentindo uma ânsia de vômito insuportável. Tentei desviar o olhar, mas a preocupação era maior. Pude ouvir o choro de Nessie, e logo ela se agarrava desesperadamente em Bella, que a abraçou.
– Está tudo bem, está tudo bem. - Bella sussurrava, acariciando a cabeça de Nessie. - Você vai ficar bem, Nessie. Eu estou aqui, está tudo bem.

Os policiais arrastaram Jacob para fora do quarto, e Laurent veio até nós. Olhei ao redor, e o quarto não tinha praticamente nada. Apenas o colchão velho no canto onde Nessie estava, uma cadeira no outro lado do quarto e, jogado no chão, um chicote e uma faca. Engoli em seco, tentando espantar as imagens nojentas da minha mente.

Nessie ainda se agarrava à Bella, mas parecia mais calma. Ela abriu os olhos e os passou pelo rosto de cada um de nós, parando em mim.
– Ed... - ela murmurou, com os olhos voltando a encherem-se de lágrimas.
Eu me aproximei e dei um beijo em sua testa.
– Está tudo bem agora, garota. - falei para ela. - Esse aqui é o Emmett, o meu irmão. - eu disse, apontando para Emmett ao meu lado, e ele sorriu acolhedoramente para ela. - E aquele ali é o Laurent, que nos ajudou a encontrá-la.

Nessie apenas os olhou e assentiu fracamente. Disfarçadamente eu procurei por marcas em seu rosto e colo, e tudo o que encontrei foi um arranhão em sua bochecha e uma marca vermelha em seu pescoço.

Controlei a vontade de acabar com Jacob. Bella tentou colocar Nessie de pé, mas ela não tinha forças. Parecia mais magra. Emmett se ofereceu para levá-la no colo e Nessie aceitou. Só então, quando ele a levantou em seus braços, eu pude ver que as manchas de sangue vinham de suas pernas e braços, onde havia alguns cortes pequenos.

Bella viu o mesmo que eu e fechou as mãos em punhos. Eu me coloquei ao lado dela enquanto saíamos do quarto.
– Vai ficar tudo bem. - eu sussurrei para ela.
– Eu vou matá-lo. - ela sussurrou de volta.
– Eu te ajudaria, mas Nessie precisa de nós agora.

Bella engoliu em seco, segurando as lágrimas, e assentiu.

Saímos da casa e Jacob e seus seguranças já estavam dentro das viaturas, algemados. Nessie acabou dormindo no colo de Emmett. Rapidamente entramos no carro e fomos para o hospital.
(...)

Eu estiquei os braços, sentindo todo o meu corpo reclamar de dor. Gemi e abri os olhos lentamente. Tudo o que eu via era branco.

Sentei e vi Bella acordada ao lado do leito de Nessie, que ainda dormia. Levantei e fui até ela.
– Bom dia. - murmurei.
– Bom dia. - ela murmurou de volta.

Olhei bem na cara dela, e percebi que ela não havia pregado os olhos. Suspirei.
– Já tomou café? - perguntei.

Bella apenas negou com a cabeça.
– Vem comigo, então. Você tem que comer algo, Bella.

la me olhou e assentiu fracamente, ficando de pé. Saímos do quarto e fomos até o refeitório do hospital. Compramos pão de queijo e café. Comemos em silêncio.
– Você já dormia quando o médico veio avisar sobre o resultado dos exames. - ela disse, depois de alguns minutos.
– Por que não me acordou?
– Você estava cansado. - ela disse, respirando fundo em seguida. - Não há sinal de abuso. Mas ele... Ele bateu nela. Há algumas marcas de chicotadas nas costas e pernas dela, e alguns cortes.
– Ele a torturou. - falei, mexendo vagarosamente em meu café com uma colher.
– Sim. Por sorte, chegamos a tempo. Ele ia machucá-la ainda mais.

Assenti, engolindo em seco.
– Ela irá receber alta quando? - perguntei.
– Hoje. O médico vai dar mais uma olhada nela nessa manhã e logo poderemos ir para casa. Laurent ligou e disse que provavelmente os pais de Jacob tentarão livrá-lo dessa, mas não vai adiantar. Ele vai passar um bom tempo atrás das grades. - Bella disse. - Se quiser, pode ir. Descanse. Eu te ligo quando estivermos em casa.
– Não, tudo bem, eu posso ficar com vocês.
– Er... A sua mãe ligou para saber da situação e disse que seu pai também descobriu sobre ela estar te ajudando com o emprego.

Merda. Mil vezes merda. Passei as mãos no rosto.
– Vá para casa, Edward. Quando estivemos saindo daqui eu te ligo. - ela falou.
– Você promete?

Bella sorriu fracamente para mim.
– Prometo.

Assenti e me despedi dela. Peguei um táxi na frente do hospital minutos depois e me preparei para ouvir bastante.
(...)
– Você me surpreende cada vez mais, Edward. - Carlisle disse, esfregando o queixo lentamente. - Aliás, vocês dois. Já que você, Esme, anda ajudando Edward a continuar sendo um nada na vida.
– Eu vou me ajeitar, pai. - eu falei, cansado daquele discurso. - A minha mãe só...
– Edward, cale-se. - Carlisle me interrompeu. - O que foi que você me disse dias atrás? Que iria arrumar um emprego, certo? E aí, eu descubro que você viru modelo de novo. E na nossa agência.
– Carlisle, eu tinha que ajudar o nosso filho. - Esme se manifestou.
– Mais do que já ajudamos? Dando dinheiro todo mês, gastando uma fortuna com a faculdade, arcando com os custos do apartamento... E sem ver nenhum retorno positivo. E a faculdade, Edward? Eu liguei para o diretor, e sabe o que ele me disse? Que já faz duas semanas que você não aparece.

Engoli em seco, desviando o olhar do dele.
– Quanto a isso... - falei. - Eu estou pensando em parar e...
– Parar a faculdade?
– ... Sim.

Carlisle gargalhou. Suspirei.
– Ótimo, faça isso! E aí, você fará o que? Catará lixo ou varrerá ruas? Tem que decidir também debaixo de qual ponte você vai morar, porque apartamento você não terá mais.
– Carlisle! - Esme disse, irritada. - Não pode agir assim com ele!
– E como você quer que eu aja com ele, querida? Me diga. Olhe para ele. Vinte e cinco anos, sem emprego e querendo largar a faculdade. Quer mesmo que eu continue passando a mão na cabeça desse moleque?

Bufei e Esme suspirou, colocando o rosto nas mãos. Ele estava certo. Ele sabia disso, ela sabia... E eu também.
– Edward, me ouça. - Carlisle disse, me olhando seriamente. - Você não está mais na idade de ter dúvidas. De andar por aí achando que ainda tem todo o tempo do mundo para decidir o que fazer, sabe por quê? Porque você não tem. Você tem vinte e cinco anos e várias responsabilidades. Eu não quero ir um dia vendo você com uma vida desestruturada. Entende? Não é implicância, meu filho. É preocupação. Eu quero que você cresça. - ele suspirou. - Você tem que querer crescer. Tudo o que temos ficará para você e seu irmão um dia, mas quem terá que manter tudo isso é você. Emmett está aí, com a vida ganha, com um emprego, uma casa e logo formará uma família. Enquanto você fica querendo largar a faculdade, e fazer o quê?

Passei as mãos no rosto.
– Diga, Edward. O que você irá fazer?

Engoli em seco, balançando fracamente a cabeça.
– Eu não sei. - murmurei.

Esme me olhou em silêncio, com a expressão triste.

Que ótimo filho você é, Edward.
– Por que quer largar a faculdade? - Carlisle me perguntou.
– Eu nunca gostei tanto assim de Publicidade. - expliquei. - Eu não me vejo nisso, pai.

Ele assentiu e ficou pensativo.
– Você gosta da agência? - ele perguntou de repente.
– Sim, eu gosto. - falei. Quando eu era pequeno, sempre queria ajudar meu pai no trabalho. - Eu sempre gostei.

– Então, eu vou te fazer uma proposta. E eu juro, Edward, que se você desistir de tudo novamente, eu vou desistir de você também. E aí, vai ser você por sua própria conta. É a última vez que eu te ajudo. Entendeu?

Assenti rapidamente.

– Todos os dias você virá aqui, e eu vou te dar aulas de como administrar o nosso negócio. Quando eu morrer, você ficará no meu lugar e terá que fazer as coisas certas. Caso contrário, eu volto para puxar o seu pé à noite.
– Credo, Carlisle. - Esme disse, batendo na mesinha de centro de madeira. - Vira essa boca para lá!
– Todo mundo morre, querida. - Carlisle disse. - Todo mundo faz xixi, faz côco, aprenda a lidar com isso.

Esme revirou os olhos e ficou de pé, saindo da sala. Sorri.
– Eu aceito, pai. - falei.
– Ótimo. Porque é a última oportunidade que eu lhe dou. A agência será sua, e nós temos a carreira de muita gente nas mãos. Se estragar as coisas, estragará a vida de outras pessoas.
– Adoro essa pressão que você coloca. - falei, sorrindo irônico.
– É proposital. Assim, você pensa bem antes de fazer merda, filho. - ele sorriu do mesmo jeito que eu. - Como, por exemplo, me fazer gastar uma fortuna em faculdade pra você, para no último ano você desistir porque "não se vê nisso".

Engoli em seco. Porra, eu realmente sou um filho péssimo.

Sorri, sem graça. Carlisle riu, mas logo ficou sério novamente e suspirou.
– Falo sério, Edward. Não decepcione mais.
(...)

Dei três batidas na porta e segundos depois Bella atendeu.

Ela parecia tranquila e sorriu fracamente para mim. Entrei no apartamento, olhando ao redor.
– Cadê a cachinhos dourados? - perguntei.
– Está deitada no quarto. Estou preparando o jantar, ficará aqui conosco

Assenti e ela sorriu, indo para a cozinha. Eu a segui.
– Como foi com o seu pai? - ela perguntou, enquanto jogava alguns legumes picados na panela ao fogo.
– Foi tenso... - falei, me encostando à bancada ao seu lado e cruzando os braços. - Mas deu tudo certo, no final. Eu irei largar a faculdade e ele irá me dar "aulas" todos os dias. Vou passar a trabalhar na agência com ele, e quando ele morrer, será tudo meu.
– Você ouviu bastante, né?

Dei de ombros, assentindo. Bella riu.
– Você parece melhor. - falei olhando seu rosto levemente corado. - Mais tranquila.
– Eu estou em paz, agora. - ela disse.

Sorrimos levemente um para o outro. Senti um arrepio passar pela minha espinha e suspirei disfarçadamente, enquanto ela voltava a preparar o jantar. A olhei pelo canto dos olhos, desde a sua nuca desnuda devido ao coque até as suas pernas de fora. Engoli em seco.

Eu tenho que me controlar. Mesmo que a vontade repentina de agarrá-la seja forte.

O que está acontecendo comigo? É Isabella Swan, Edward. Olhe bem para ela, olhe para esse rosto! É o mesmo rosto daquele demônio que cuspia o café que você comprava no vaso de planta. Só não cuspia na sua cara porque você poderia meter um processo naquele rosto lindo, com aquela boca vermelha e...

Puta merda.

Falei que iria ver Nessie e saí da cozinha. Só então eu lembrei de Emmett. Voltei para a cozinha.
– Aliás, cadê o meu irmão? - perguntei.
– Ah, ele foi para um hotel hoje bem cedo. Eu disse que ele poderia ficar aqui, mas ele insistiu que não queria incomodar. Ele disse que viria a noite para nos ver, e que ligaria pra você.

Assenti e saí da cozinha novamente, para ir ver a cachinhos dourados. Bati na porta do quarto e ela não respondeu. Decidi entrar. Abri um pouco a porta e vi Nessie na cama, coberta com um edredom rosa cheio de margaridas estampadss, e com aqueles cachos espalhados no travesseiro. Sorri.

Encostei a porta atrás de mim e aos poucos ela foi acordando. Me aproximei da cama e me sentei ao seu lado, ao mesmo tempo que ela esfregava os olhos e me olhava.
– Você veio... - ela murmurou, sorrindo fracamente.
– Oi, garota. - sorri para ela. - Como você está?
– Um pouco melhor. - ela disse, sentando-se. - Meio dolorida por causa dos machucados, mas melhor. E você?

Eu contei para ela sobre a minha conversa com meu pai, e ela não sabia se ria da minha cara por eu ter 25 anos e ter levado um sermão daqueles, ou se me apoiava.

No fim, ela estava me perguntando como foi que a encontramos e eu resumi tudo pra ela.
– Eu tentei puxar esse assunto com a Bella, mas ela não quis falar. - Nessie murmurou.
– Ela ficou péssima. - falei. - Ela ficou muito preocupada com você. Todos nós ficamos.

Nessie sorriu fracamente.

– Me desculpe. - ela disse.
– Deixa de ser boba. Não foi sua culpa, e você está aqui agora. Isso é o que importa.

Nessie me abraçou e agradeceu.

Eu tentei perguntar sobre o que havia acontecido, e ela apenas balançou a cabeça negativamente, em silêncio. Ela não queria falar sobre aquilo, e eu iria respeitar.
– Jacob é uma página queimada na minha vida, definitivamente. - ela disse. - A partir de agora eu terei outra vida. Entende? - ela disse.
– Eu entendo. - sorri.

Dei um beijinho em sua testa e ela voltou a deitar.
– Quando o jantar ficar pronto, você me chama? - ela perguntou.
Parecia uma criancinha. Sorri.
– Chamo sim. - falei.

Saí do quarto e a deixei dormir novamente. Logo em seguida eu ouvi a campainha sendo tocada. Fui para a sala e Bella pediu para eu atender. Era Emmett.

Ele entrou com um buquê de margaridas na mão.
– Que frescura é essa aí? - perguntei, apontando para as flores.
– É para a Nessie. Como ela está?

Ihhh...
– Está melhor. Ela dormiu novamente, mas daqui a pouco acordará de novo para jantar e...
– Eu ouvi meu nome?

Olhamos para o corredor e lá estava a dita cuja, apoiada na parede e tentando colocar seus cachos no lugar.
– Não era pra você estar dormindo? - perguntei, arqueando uma sobrancelha.
– Sim, mas eu ouvi a campainha sendo tocada e logo pude escutar a voz de um príncipe. - ela disse, sorrindo toda meiga. Emmett riu. - Olá, 'irmão-policial'.

Ah, não. Isso é sério?
– Oi, Nessie. - ele disse. Nessie veio para perto. - É pra você. - ele disse, entregando-lhe as flores.
– São as minhas preferidas... - ela murmurou, olhando encantada para as flores. - Eu nunca recebi flores. Obrigada.

Emmett ficou com o rosto vermelho e Nessie ficou toda rosinha. Bella apareceu. Eu olhei para ela, horrorizado. Ela olhou para mim com a expressão risonha.
– Eu vou vomitar. - falei, voltando a olhar para Emmett e Nessie. - Nessie, volte para a cama e vai descansar.
– O jantar já está pronto. - Bella disse, me olhando com um olhar de desculpas.

Meu Deus, isso não está acontecendo.

Bella serviu o jantar e nós nos sentamos à mesa. Nessie sentou ao lado de Emmett, que sorria a todo momento para ela, e ela sorria para ele, e ele perguntava como ela estava se sentindo e ela ainda não havia largado as benditas flores.

Eu me sentei ao lado de Bella sentindo vontade de dar com aquele buquê na cabeça dos dois.
– Deixe-os, Edward. - Bella sussurrou para mim.
– Mas é esquisito demais, você não acha? - perguntei.
– Não. - ela disse. - São bonitinhos.

Fiz careta e ela riu.

Logo nós começamos a comer, e eu tentei me desligar daquela melosidade à minha frente. Nessie devia estar descansando e se recuperando, afinal, ela foi resgatada de um sequestro não faz nem um dia direito. Mas ao invés disso, ela e o meu irmão mais velho estão flertando na minha frente. Mas tudo bem.

TUDO BEM.
(...)
– Eu vou vomitar, é sério. - falei pela centésima vez.
– Deixa de ser chato, Edward. Que coisa. - Bella reclamou.

Eu ainda observava Nessie e Emmett, que agora estavam na varanda de Bella, sentados e conversando. Vez ou outra eu ouvia risadinhas.
Risadinhas.
– Por que tanto espanto? - Bella perguntou, bebendo um pouco de sua cerveja em seguida.

Estávamos largados no tapete da sala, cada um com uma garrafinha de cerveja na mão, enquanto na TV passava um programa qualquer. Eu já estava na segunda garrafa e Bella estava na terceira.
– Não é que eu esteja espantado, eu só estou... Chocado. - falei.
– É a mesma coisa, esperto.
– É só que... Não sei... É esquisito imaginá-los juntos.
– É esquisito imaginar você com a Alice, também. - Bella deu de ombros.
– Cruzes, não imagine isso. Aliás, eu consegui me livrar dela. - falei, sorrindo abertamente.

Bella riu.
– Duvido. Ela não parece que irá desistir de você assim, tão fácil. - Bella disse, olhando para baixo e repentinamente ela ficou esquisita. - Ela parece gostar bastante de você...
– Não gosta. É tudo orgulho. Gente como ela odeia ser rejeitada. - falei.

Bella deu de ombros e terminou de beber sua cerveja.
– E você, Bella? Não pensa em arrumar alguém? - perguntei.

Bella me olhou, com as bochechas levemente avermelhadas e os olhos meio sonolentos. Ela sorriu lentamente.

Opa. O alcool está fazendo efeito.
– Eu não sei... - ela disse baixinho, com a voz um pouco embolada. - Convenhamos, quem gostaria de mim? Chata, vivo reclamando de tudo. Quem já gostou de mim, só aguentou uma noite e nunca mais ligou. - ela deu de ombros. - Eu meio que desisti disso.

– É fácil gostar de você, Bella. - falei. - Não se menospreze assim.

Ela riu.
– Ah, Edward... Não precisa ser legal comigo. Você já foi legal até demais. Eu fui horrível para você, e ainda assim, você se demitiu por mim... - ela disse, com os olhos começando a acumular lágrimas. - Me deu todo o apoio, me ajudou, me disse tudo o que eu precisava ouvir e... E ainda assim eu sou uma... Eu sou uma vaca, idiota. Fico aqui desejando secretamente que dê tudo errado entre você e a Alice, para que talvez, quem sabe, eu tenha alguma chance. Isso é tão ridículo...
– O que? - arregalei os olhos.
– Como se eu fosse ter um chance com alguma pessoa legal um dia. - ela riu, sem humor, me ignorando. - Ninguém me suportaria. Eu vou morrer sozinha e com dez gatos para criar. Vou assistir a reality shows na TV e desejar ter uma vida legal também, mas eu sei e todo mundo sabe que jamais será assim. Eu vou continuar sozinha. Sempre foi assim.

Ela ficou olhando para o teto, com o corpo apoiado no sofá. Entre um suspiro e outro, ela tentava beber o que já não tinha na garrafa.
– Bella...
– Me desculpe. - ela disse, fechando os olhos com força e os abrindo novamente. - Me desculpe. Por tudo.
– Tudo bem. - falei.
– É sério, eu fui péssima para você, Edward.
– Está tudo bem, Bella. Passou. Você tem sido ótima agora.

Ela sorriu levemente.
– Não precisa ser gentil e mentir. - ela disse.

Balancei a cabeça.
– Deixa de ser boba, ok? Levanta daí, você precisa deitar. - falei, ficando de pé.
Bella gemeu e largou a garrafa ao seu lado. Eu peguei suas mãos e a puxei, mas ela não fez força alguma e caiu deitada no tapete, rindo. Sorri e me sentei ao seu lado. Ela tirou um pouco da franja que caía sobre os olhos e me olhou, com um sorriso lerdo.
– Você é tão bonito, sabia? - ela disse.

Ai meu Deus, o que está acontecendo?
– Você também é linda. - falei.

Ela estava bêbada, então provavelmente não lembraria de nada no dia seguinte. Sendo assim, eu podia falar o que estava engasgado... Não é?
– Sendo gentil novamente. - ela riu.
– Não estou, eu só... - sorri, sem graça. - Você é realmente linda, Bella. E não é nada daquilo que acha que é.

Ela suspirou, com um sorriso nos lábios.
– Então me prove.

Hã? Provar o que, mulher?
– Como assim?
– Prove que eu sou mesmo linda. - ela disse, se apoiando nas mãos e se sentando.

Hunter Hayes - Wanted

Ela se aproximou de mim e ficou com a rosto à centímetros do meu. Arregalei um pouco os olhos, nervoso. Ela... Eu...
– Provar como? - perguntei, quase sem voz.
– Faça comigo o que você faz com outras mulheres lindas. - ela sussurrou, desviando o olhar dos meus olhos para a minha boca.

Quase engasguei com a saliva. Como assim, senhor?

Bella ficou de pé, meio bamba, e pegou as minhas mãos. Ela me puxou desajeitadamente e eu também fiquei de pé. Antes que eu tivesse a chance de perguntar o que estava acontecendo, ela começou a me puxar para o corredor. Quando vi, ela me jogou dentro de seu quarto e fechou a porta.

Eu a olhei assustado.
– Bella, você bebeu, vai descansar. - falei.
– Você disse que eu sou linda, não é? - ela perguntou, me ignorando. - Então prove.
– Bella, não...

Antes que eu terminasse de falar, ela veio até mim e enfiou aquelas mãos quentes e macias por baixo da minha blusa. Engoli em seco, tentando ignorar as sensações. Tentei tirar suas mãos dali, mas ela já puxava a minha blusa para cima. Levantei os braços e minha blusa foi ao chão. Ela envolveu seus braços em minha cintura e olhou para cima, para o meu rosto.

O quarto estava escuro e apenas uma luz fraca da rua entrava pela janela. Como há duas noites atrás, em que dormimos juntos. Eu olhei para baixo, para o seu rosto pequeno e rosado. Ela estava bêbada, isso era óbvio, mas ela parecia ciente do que fazia. Ela me apertou em seus braços e eu senti seus seios contra o meu peito.

Senhor, dê-me força.
– Bella, não faz isso... - sussurrei.
– Você também quer. - ela disse, pegando uma das minhas mãos e colocando-a em seu rosto. - Faz o que quiser, Edward.

Engoli em seco, sentindo as coisas lá em baixo berrando por alívio. Bella colou ainda mais em mim e seus lábios vieram para o meu pescoço. Suspirei, deslizando a mão para o seu pescoço e colo. Ela gemeu e mordeu fracamente o meu pescoço.

E eu perdi o controle. Eu a empurrei contra a parede ao lado da porta, sem machucá-la, e me enfiei entre suas pernas. Bella sorriu e entrelaçou seus braços em meu pescoço. E, quando vi, eu já fazia o que queria fazer há tempos.
E puta merda, seus lábios tinham um gosto melhor do que o que eu imaginava.

Bella arranhou minhas costas e suas mãos afoitas vieram para o botão da minha calça jeans, abrindo-o. Eu arranquei sua blusa e entrelacei suas pernas em minha cintura, levando-a até a cama. Eu a deitei e fiquei por cima, olhando-a. Meu coração estava à mil. Parecia que eu iria ter a minha primeira vez.
– Isso vai mudar tudo, Bella. - falei, com a voz rouca. - Você sabe que amanhã...
– Esquece isso. - ela pediu. - Esquece tudo, ok?

Eu assenti e ela me puxou, colando os lábios nos meus e me abrigando entre suas pernas macias.

E eu esqueci de tudo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

I WANNA MAKE YOU FEEL WANTEEEEED!
Amo essa música, gente.