— Você não vai sair da minha frente? —

Revirei os olhos. Ok. Definitivamente esse é o pior dia da minha vida. Clichê, não é? Mas pode ter certeza de que não estou exagerando. Vamos do começo.

Meu nome é Kagome Higurashi, tenho 16 anos e um irmãozinho pequeno chamado Souta, o mesmo que me acordou com um belo copo de água na cara. Além disso, ainda consegui sair atrasada de casa. Quando finalmente cheguei no final das escadas descobri que alguns cachorros não ficam de bom humor pela manhã. Acho que vocês devem imaginar o que aconteceu a seguir.

Finalmente, mancando e com uma pequena poça de sangue na perna (já falei que odeio cachorros?) cheguei no portão do colégio. E por que não dar de cara com alguém, não é? Não me perguntem como, diabos, isso aconteceu, porque eu realmente não sei. Simplesmente esbarrei nesse cara e quase caí. Coisa que ele ignorou completamente, pelo visto. Estou me referindo a parte “quase caí”.

— Pirralha. Você não escutou? Saia da frente. — Ai. Meu. Deus. Calma, Kagome. Respira. 1, 2, 3,...

— Pirralha? — escapou, meio baixinho. Ele arqueou as sobrancelhas e eu podia jurar que um sorriso mínimo tinha surgido.

—É. Pirralha. — fechei os punhos com força e dei a volta naquele imbecil. Se eu ainda fosse como antigamente, teria ficado ali a manhã inteira e aquele cara definitivamente não sairia por esse portão. Mas, infelizmente, não sou mais assim. E também, não quero chegar mais atrasada do que já estou.

— Idiota. — só que né. Pior dia da vida, tudo pode acontecer, 2+2 é 4, etc, etc. Ele agarrou o meu pulso.

— Como é que é? Tem certeza de que sabe com quem está falando? — rosnou baixinho. Nem sequer me virei, respondendo:

— Com um idiota. Ou você também é surdo? — então puxei meu braço e comecei a mancar para a escola.

Não deu nem pra abrir a porta e a senhora Kaede começou a gritar:

— Kagome Higurashi! Isso são horas para chegar na escola? Você não tem jeito mesmo. Meu Deus! O que é isso na sua perna? Vai já pra enfermaria! — concordei e olhei discretamente para a Sango. Ela não estava rindo como eu tinha imaginado, parecia preocupada.

Depois da enfermeira passar um troço que arde pra caramba e fazer um curativo na minha perna, o que não durou mais que 5 minutos, eu voltei pra sala. O problema começou no instante em que abri a porta.

— ... deem boas vindas ao seu novo colega. Por favor, diga seu nome — não sei se foi por eu ter parado na porta que nem uma imbecil ou coisa do gênero, mas ele olhou direto pra mim. Um sorriso surgiu no rosto daquele demônio de olhos amarelados e cabelos prateados. Por um segundo, só unzinho, eu gostaria de ter me dado uma surra por não ter olhado para o maldito uniforme.

— Inuyasha Taisho — Então eu soube. Iria ter volta.