Fighting Demons escrita por Ju Benning


Capítulo 7
They can't see me here.


Notas iniciais do capítulo

Hey Hunters! Primeiro, mais uma vez obrigada pelos comentários, favoritações e tudo mais!
Agora, mais um capítulo que chega cheio de coisinhas novas pra vocês. Espero que gostem desse também como gostaram dos outros!
Boa leitura, queridos! Bjs

P.S.: esse cap é continuação direta da última cena do anterior!



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–- Vai Metatron, solta a pirralha! – Dean hesitou em atacar, olhando fixamente para a faca que pressionava o pescoço da menina. E por mais demoníaco que fosse, não podia negar que ela era parecida com sua mãe e consigo mesmo. Tinham os mesmos olhos, porém os dela ainda eram inocentes e choravam naquela ocasião, ela olhava fixamente pra Nina, que era segurada por Sam e tentava acalmar a menina falando com ela.

–- Não estou com vontade de fazer isso agora, Dean. – Metatron o olhava com a mesma expressão sínica de sempre – E então, o que o novo Caim vai fazer? Se você me atacar eu vou matar a menina – Ele pressionou o pescoço de Mary, o que fez Nina precisar ser contida com toda a força de Sam tinha.

Aquela menina era o reflexo da vida humana perfeita que ele podia ter tido, afinal, ele tinha uma filha com a única mulher que ele amou incondicionalmente na vida e que do jeito torto dela, correspondia. O mísero resto de humanidade que restava nele se aguçou na presença da menina, principalmente quando ela tirou os olhos da mãe e olhou dentro dos dele, cheios de medo, inocência, apreensão. Cheios da humanidade que um dia os olhos de Dean transmitiram. Naquele momento Mary ganhou a batalha contra o demônio e ganhou poucos segundos de seu pai de verdade.

Dean tinha que ser rápido e preciso para acerta a lâmina no lugar certo, mas isso não foi um problema.

Nina sentiu o ar sair de seus pulmões bruscamente quando Dean atacou Metatron, foi tudo muito rápido, ela só viu o sangue. Foram os piores segundo da sua vida até perceber o que realmente havia acontecido.

–- Mamãe! – A menina falou aos pratos, suja de sangue, quando correu livre até ela.

O sangue era de Metatron, Sam percebeu, seu irmão ao invés ataca-lo diretamente, acertou seu braço e a Lâmina fez seu trabalho. Parte do membro de jazia caído no chão, a mão ainda se movia um pouco devido aos espasmos, mas aquela faca que segurava não faria mais mal a ninguém.

Nina ajoelhou no chão pra ficar a altura da menina e a abraçou mais apertado do que nunca.

–- Tá tudo bem agora, meu amor. Você vai pra casa. – Ela falava beijando a filha no rosto, que não parava de chorar – Shh, loirinha, passou tá bom? Não chora. –

Poison se aproximou de Sam e de maneira engraçada se enfiou embaixo da mão dele e não parou de mexer a cabeça até que Sam o acariciasse. O homem agradou o Black Shuck, mas não tirou os olhos de Metatron e honestamente estava adorando ouvi-lo gritar pela dor de ter o braço decepado. Seu irmão ainda estava de pé, o maxilar trincado, a marca ainda brilhava e ele se divertia com o sofrimento do outro, exatamente como Sam.

–- Dean. – O caçula chamou.

–- O que é? –

–- Obrigada. – Sam se resumiu a dizer.

Dean não respondeu nada e se virou pra Nina.

–- De nada, Irina. – Ele se dirigiu a ruiva.

A mulher ergueu os olhos pra ele e respirou fundo.

–- Obrigada por ter salvado a nossa filha, Dean. – Ela falou ficando de pé e tirando a menina do chão consigo. A garota prendeu as pernas na cintura dela e deitou a cabeça no ombro – Acho que percebeu que ela tem seus olhos. –

–- Meus olhos e todo o resto, não é a toa que é uma menina linda. – Ele falou em tom seco, mas sem ironia.

–- Obrigada. Eu sei. – Mary respondeu com voz de choro e sem levantar a cabeça, mas foi o suficiente pra fazer Dean prender um sorriso.

Sam deixou os três a sós e montava guarda pra Metatron junto com Poison, que, aparentemente, agora era seu amigo.

Mas algo maior do que Metatron caído no chão, chamou a atenção dele e do cão. Pela porta estraçalhada Sam viu uma caminhonete hi-tech tamanho jumbo, com um brasão parecido com o de Vila Celeste. O negócio começou a fazer um barulho bem esquisito assim que parou perto dali.

Nina se alarmou no momento que ouviu o barulho.

–- Aah não! – Ela falou indo até a janela – Sam, sai daí, sai da vista deles. Agora. – Ela falou colocando Mary no chão.

–- Que merda é essa? – Dean se aproximou da mesma janela, ficando bem perto de Nina.

–- Longa história. – Ela falou rispidamente – Mas você precisa sumir daqui antes que ele vejam. – Ela falou pegando ele pelo braço com força.

–- Nina, eles desceram. – Sam falou espiando pelo canto – E estão armando alguma coisa no chão... você sabe o que é? –

–- É o imã. –Ela respondeu ainda segurando Dean pelo braço – Qual a parte do “some daqui” que você não entendeu.

–- Eu entendi tudo, só não vou fazer o que você quer. – Ele respondeu se soltando dela – Pelo menos até você falar do que se trata. – Ele começou a andar pelo lugar, mas evitando a vista dos intrusos do lado de fora.

Irina revirou os olhos com raiva.

–- É a Velha Guarda de Vila Celeste. – Mary começou a falar, apanhou seus óculos do chão e logo que encontrou Lessie correu até ela e a libertou – Eles são os mais experientes e os mais velhos e os mais chatos também. Eles são mais violentos e tem uns brinquedinhos bem legais pra pegar os monstros. – Ela terminou de explicar quando já estava aos pés de Dean e com a cabeça levantada olhava diretamente para ele – A mamãe quer que você vá embora porque não sabe pra quem eles programaram o imã. Se for você, ele vai te arrastar daqui de dentro que nem um pedaço inútil de metal e não acho que vai ser agradável depois que te pegarem... – Ela deu um empurrãozinho no joelho de Dean, que a olhava de um jeito engraçado, de cenho franzido.

Dean se abaixou até ficar bem perto dela.

–- Você sabe que eu não sou humano? – Ele usou um tom ameaçador.

–- Cristo. – Ela disse em latim e deu uma gargalhada ao ver Dean se retrair -- Demônio. – Mary ainda ria bastante – E deve um especial, esse desenho vermelho que brilha não deve ser só legal, aposto que tem alguma coisa aí.

Dean, que havia se irritado, deixou os olhos pretos pra assustar a menina, que revirou os seus.

–- Mike Wazowski é mais assustador que você. – Mary falou cruzando os braços e espremendo os olhinhos para o pai.

Nina e Sam riram da situação.

Mas antes que ele pudesse reagir a alguma coisa, um som estridente tomou conta do ambiente e Metatron, junto com seu braço arrancado, foram puxados como um velho garfo colocado contra um imã poderoso.

–- Sorte a sua que foi ele. – A menina riu.

–- Silêncio. – Nina reclamou – Puta merda, Sam, a moto. Kyle não pode saber que eu estou aqui! -- Ela falou congelando – Ele não pode me ver aqui, não pode. – Nenhum dos outros três nunca a haviam visto daquele jeito.

–- Alguma coisa errada com esse tal de Kyle? – Sam Perguntou.

–- Não, ele não é mau. – Nina explicou – Foi meu orientador quando estava em treinamento e até ele passar pra Velha Guarda e sair da Vila. Só não pode saber que eu estou aqui. De jeito nenhum. – Ela foi incisiva na última parte.

Todos se concentraram em ouvir as pessoas do lado de fora.

–- Kyle, tem certeza que essa porcaria que a gente veio buscar é um anjo? – Perguntou um coroa baixinho e magro para o outro mais alto, bastante grisalho e de barba fechada.

–- Claro que sim, Ingrid entrou em contato imediatamente depois da fuga desse bastardo da prisão. Porque? – Respondeu Kyle revelando sua voz grave.

–- Esse lugar está impregnado de cheiro de demônio. E não é qualquer coisa não, alto escalão. – O senhor magricelo agitava o nariz de maneira engraçada.

–- Continua procurando então, Albie. – Kyle se espreguiçou – Deve ter sido a coisa que arrancou o braço de Metatron, vai ser legal caça-lo também. – Ele sorriu de lado, observando o amigo mexer o nariz de um lado para o outro – Mas vamos olhar mais ao redor antes de entrar.–-

–- Esse filha da puta tá me farejando? – Dean se enfureceu, fazendo menção de sair do lugar – Eu vou arrancar o nariz e depois despedaçar o resto desse velho... – Ele resmungava, quando Irina entrou em sua frente.

–- Você só vai aparecer ali por cima do meu cadáver, entendeu bem? – Ela encostou uma arma no peito dele – Dean, eu sei que você acabou de ter alguns momentos de lucidez, então, me escuta: Você já me viu ter medo de enfrentar alguma coisa na vida? –

O Cavaleiro do Inferno a media de cima a baixo e com um tapa raivoso, jogou a arma que ela apontava pra ele do outro lado da sala e a pegou pelo braço mais uma vez.

–- Sem essas gracinhas, já disse pra você não fazer isso nunca mais, não foi? – Ele se referia a arma e não estava brincando pela expressão em seu rosto – Mas respondendo a pergunta: não. –

–- Ótimo. – Ela ignorou mais uma vez a atitude agressiva dele – Algum dia na vida eu já te subestimei como caçador? –

–- Não. – Ele disse ríspido.

–- Então me ouvi. Se eu estou pedindo, tenho razão pra isso. – Ela suspirou – Eu sei que essa trégua sua vai passar assim que você se acostumar com as semelhanças entre você e a Mary, mas enquanto não passa...faz o que eu estou pedindo e vai embora. Eu quero ajudar você a voltar a ser o meu caçador, mas assim não, porque aqueles caras lá fora não vão ouvir, eles vão matar. – Ela pegou o rosto dele entre as mãos – Acredite que se tem alguém que vai descobrir como acabar com você, é um daqueles dois... vai embora, eu só quero proteger você! – Ela o abraçou pelo pescoço.

Dean também torcia pra que o choque de conhecer Mary passasse pra ele poder voltar à toda com sua nova versão e acreditava no que Nina estava dizendo naquele momento, pois sabia muito bem quando ela estava mentindo.

Mas enquanto não passava, a abraçou de volta e afundou o rosto no pescoço dela, sentindo o cheiro que tanto adorava.

E ao fazer isso lembrou da última de suas pendências, pois se Metatron estava acabado de todo o jeito e já havia conhecido Mary, agora faltava apenas decidir sobre o destino da russa. Pra isso precisava de duas coisas: Ficar a sós com ela e de um motivo para que ela aceitasse fazer isso.

Então olhou pra a filha de esguelha, realmente precisava se acostumar com ela... e pra que melhor forma de se acostumar com alguém do que a convivência excessiva?

–- Tudo bem, eu vou. – Ele respondeu beijando Nina mais uma vez, evitar a boca dela nunca havia sido algo que ele conseguiu fazer em nenhum momento da vida e não mudaria agora – Mas a menina vai comigo. – Falou de supetão quando se afastou de Nina e pegou Mary de surpresa, jogando-a por cima do ombro. Lessie só precisou de um chute dele pra ser afastada, porém isso lhe rendeu uma bela mordida da pirralha.

–- Você criou uma canibal? – Ele recriminou olhando para Nina.

–- Não! – Mary respondeu – Tudo que eu tenho de ruim puxei a você! – Ela esperneava.

–- Dean, para a palhaçada e põe ela no chão. – Sam interferiu autoritário – Ninguém tem tempo pra isso aqui. –

–- Meu assunto é com ela. Vê se fica fora disso. – Dean retrucou de maneira bruta.

–- Eu não quero Mary pra mim e vou devolvê-la intacta, só vou indicar minhas condições pra isso... – Ele olhava o Black Shuck que ajudava Lessie e ficar de pé de novo, precisava estar preparado caso aquele mostro super desenvolvido resolvesse partir pra cima dele – Estamos precisando de um momento de casal. Só eu, você e as nossas pendências. – Ele piscou pra ela no final.

–- Eu me encontro com você a hora que quiser se por Mary no chão agora. – Ela falava entre os dentes – Mas se você não puser eu vou caçar você até o quinto dos infernos. –

–- Amor, você sabe que é melhor lutando que ameaçando... Eu levo ela e você nos encontra depois. Momento de família. – Ele sorria maligno.

–- Deixa, mãe! – Mary falou entediada – Se ele quer me trocar por você, não vai me machucar mesmo, até porque eu já vi que ele não é de nada. Nem mete medo. –

–- Escuta aqui... – Dean começou a responder.

–- Escuta aqui você, papai – Ela falou de maneira engraçados – Os caras maus estão chegando... ou você me leva agora ou a gente te leva pra Vila num caixa de fósforos bem pequena. – Ela estendeu a palavra pra dar ênfase a ela.

Os degraus do lado de fora rangeram e a conversa dos dois se tornou mais audível.

–- Não vejo a hora de ir pra Vila, Albie. Dar uma olhada na Nina e na filha dela... alguma coisa me diz que aquela irresponsável está me enganando. –

–-É agora ou nunca, Nina. – Dean a olhava de maneira desafiadora.

Sam olhava de cara fechada.

–- Deixa mãe! Vai ser divertido. – Ela falava pendurada no ombro de Dean – Esse bobão não é de nada. Vai querer me devolver amanhã, prometo! – Ela gargalhava.

–- Estou começando a mudar de ideia quanto a machucar você, pirralha. – Dean falou, dando uma sacudida nela.

–- Cristo. – Ela disse mais uma vez, gargalhando mais uma vez quando ele se retraiu.

–- Mary... – Sam suspirou com vontade de rir bem lá fundo.

–- Nem em sonho, Winches... – Nina foi interrompida pelo simples fato que Dean sumiu. Com a menina.

Sam pensou que Nina fosse explodir, pelo fato do rosto dela está da mesma cor do cabelo. No entanto o barulho de mais um degrau sendo subido por Kyle e Albie a fez voltar a si, pegar Sam pela mão e arrastá-lo para os fundos.

–- Eu vou matar seu irmão. Escreva isso. – Ela falou com a voz entrecortada de raiva quando estava do lado de fora do lugar.

–- Claro que vai, Nina. Claro que sim. – Sam disfarçava a vontade de rir – Olha, tem gente na caminhonete ainda, é melhor ter cuidado. – Avisou.

–- Se prepare pra conhecer essas simpatias quando voltarmos pra Vila. – Ela suspirou quando subiu na moto e esperou por Sam e Poison, que fez outro caminho, livrando-se de um possível encontro com Velha Guarda.

Flashback on

Anos atrás.

Ajudar John Winchester na busca pelo assassino de Mary não havia agradado seu orientador em nada, havia se ausentado da Vila por um bom tempo na ocasião. E depois de Dean, sempre acabava sumindo por um tempo, e mesmo que fosse pouco, significava problemas com Kyle.

–- Irina, onde você esteve?—Kyle perguntou quando a viu passar pelo portão.

–- Pra que você pergunta se já sabe? – Ela retrucou sem muita paciência pra aquela conversa.

–-Quantas vezes eu vou pedir pra você se afastar!? – Ele foi até ela.

–- Você não vai precisar mais pedir nada, tá bem? – Nina gritou pra ele – John já morreu e agora Dean também vai estar morto em dois ou três dias. Não há mais com o que se preocupar. – Ela praticamente sussurrou a última parte.

–- O que houve com o garoto? – Kyle também diminuiu o tom.

–- Vendeu a alma pra salvar o irmão. – Ela enxugou os olhos.

–- E você foi se despedir dele... – O homem suspirou mexendo nos cabelos dela – Eu sinto muito, querida, você é uma filha pra mim, eu só queria te proteger. Não queria que o garoto morresse nem nada. –

–- Kyle, eu não vou falar com você sobre isso. Te adoro, mas você está bem "ok" porque agora eu vou ficar na Vila e você vai me vigiar o tempo todo. –

–- Não é minha culpa se você arranjou o maior problema do mundo pra você mesma. Se você não tivesse provocado, nada disso teria acontecido e você não seria... – Ele hesitou falar.

–- Amaldiçoada, Kyle. Pode falar. A M A L D I Ç O A D A. – Ela repetiu a palavra vagarosamente – Não dói. Na verdade acho nada nunca vai doer tanto quanto perder Dean. – Nina deu de ombros e continuou a fazer seu caminho.

–- Dói pra mim, Nina. – Ele retrucou – Eu praticamente te criei e agora tenho que proteger você mais do que quando você era uma menininha! Só que... você cresceu com o pior gênio da Terra e a minha missão de te manter viva pra te livrar da maldição fica cada vez mais difícil! – Ele suspirava irritado -- Eu não posso deixar você morrer, Nina! –

–- Cuidado então, Kyle, porque eu te garanto que tá bem difícil de ficar vida agora. – Ela falou amarga, sem parar de andar um minuto e quase se assustou quando Albie se aproximou dela.

–- Criança, que cheiro é esse em você? – O homem perguntou balançando o nariz de maneira engraçada.

–- Tô sem tempo pra isso agora, Albie... – Ela se esquivou dele.

–- Você estava com o garoto mais velho do John, não foi? – Ele perguntou.

–- Sim. Porque? To com o cheiro dele ainda? – Ela enxugou mais uma lágrima.

–- Não... – Ele olhava dela pra Kyle – Você está grávida, Nina. Nunca errei com esse cheiro. –

–- Isso é sério? -- Nina virou pra ele assustada e rindo nervosa.

–- Pelo menos você ficou com um pedaço dele. – O homem baixinho a abraçou apertado – Parabéns, menina. – Albie falou baixo enquanto deixava que ela chorasse com ele.

–- Ótimo. – Kyle resmungou esfregando o rosto.

–- Pelo menos agora que ela tá grávida não vai mais se matar. – O baixinho riu –Agora olha pra mim, ruivinha. – Nina obedeceu – Nós dois vamos sair pra a Velha Guarda. Você vai nos prometer que vai se cuidar, que vai sair de Campo e criar seu bebê em segurança até se livrar da coisa maldita lá. – Ele tinha um jeito de falar engraçado.

–- Pode prometer pelo menos isso? – Kyle cruzou os braços.

–- Ficar fora do campo de ação? Não caçar nunca mais? – Ela arqueou as sobrancelhas.

–- Sim. – Os dois falaram em uníssono.

Ela hesitou por algum tempo, mas a vontade ficar sozinha foi maior que o absurdo daquela promessa.

–- Tá. Ok. – Ela falou sem se dar ao trabalho de cruzar os dedos.

Flashback off

Xx

Na casa de Nina, Vivian e Bran jogavam um coisa estranha de tabuleiro e o homem a humilhava.

–- Ah, Vivian! Tá brincando? Você é melhor que isso, Loira! – Ele jogou uma das cartas no tabuleiro.

–- Desculpa, me desculpa. Eu to com a cabeça na lua, Bran. To nem prestando atenção mesmo... – Ela apertou as têmporas.

–- Na lua. Sei... – Ele começou a balançar a cabeça como se tivesse cabelos grandes pra sacudir. – Eu acho que você está hipnotizada pelos cabelos maravilhosos de Sam. –

Vivian riu.

–- Vá a merda. – Ela jogou uma almofada nele.

–- Acho que vou ter de ter uma conversinha com esses Winchesters. Eles precisam parar de seduzir as minhas irmãzinhas! – Ele falava engraçado.

–- Claro. E você vai bater nos dois com essa sua bengala mortal. – Ela zombou.

–- Não me subestime. Daria a minha vida por vocês duas sem pensar duas vezes! – Brandon falou assustadoramente sério.

–- Cala a boca. – Vivian brigou – Nenhum de nós três vai morrer. –

–- Calma... é só uma hipótese. – Ele deu de ombros pensativo – Mas, vocês cuidariam da Megan e dos gêmeos por mim, se alguma coisa acontecesse, não é? – Ele apertava os olhos.

–- Para com essa conversa. Se você não morreu no dia dos lobisomens, não morre mais. – Vivian tentou descontrair, mas estava difícil.

Acabaram ficando em silêncio até Nina e Sam entrarem pela porta.

–- Cadê a Mary? – Vivian perguntou ficando de pé.

–- Longa história. – Nina falou voando escada acima.

–- Eu odeio quando ela fala isso. – Brandon bateu no próprio rosto.

–- E pelo visto ela fala muito... – Sam comentou.

–- Cadê a Mary? – Elliot perguntou do topo da escada.

–- Nada feito. Encontramos Dean e Crowley primeiro no Rote 66 e depois Metatron apareceu com Mary e Dean a salvou, mas depois levou ela com ele. – Sam suspirou se sentando.

–- Dean levou ela. Mas... – Vivian se sentou ao lado dele.

–- É um truque. Ele quer a Nina. Vai usar menina pra conseguir que ela vá até ele. – Sam contou.

–- Que filho da puta. – Brandon chutou um móvel próximo, mas logo se arrependeu – Não esperava que isso fosse tão duro assim... – Ele resmungou caindo numa poltrona próxima.

–- Bran, você sabia que seu pai estava vindo pra cá com Albie e mais algumas das velharias da Guarda? – Nina descia as escadas sem a roupa de caça, parecendo normal, como s nunca tivesse saído de casa.

–- Papai? – Brandon estranhou – Ele disse que viria quando os gêmeos nascessem... nada antes. –

–- Kyle apareceu com Albie e mais gente na caminhonete e usaram o imã pra pegar Metatron, à pedido de uma tal de Ingrid... – Nina tinha uma expressão estranha.

–- Desculpa Nina, ele não me avisou de nada... mas o que importa é ele não ter te visto lá e espero que ele não esteja sabendo que Dean virou demônio, porque você sabe que ele vai por o mundo abaixo pra pegar ele. – Brandon deu de ombros.

–- Pegar e matar. – Vivan completou – Kyle Stricker nunca perdeu um caso. –

–- Ah, não vai não. Não mesmo. – Nina ria nervosa – Ele nem vai ficar sabendo... --

Xx

Havia sido cansativo passar o dia de babá. Mary era geniosa como ele e como Nina, a pior das misturas. Dean a havia levado para o Bunker, pra ter certeza de que pelo menos ela não ia fugir do lugar. Mas ela correu pelo espaço inteiro e maldita a hora que ela encontrou um mega fone, pois não importava se estava ao seu lado, ou a do outro lado do bunker, ela gritava Cristo como se fosse a coisa mais engraçada do mundo: e pra ela de fato era.

Isso sem falar em todas as armadilhas de demônio que Mary desenhou por todo o lado, transformando o lugar num campo minado.

Dean estava fervendo de ódio, mas não podia machucar aquela criaturinha irritante e pequena e indefesa e que era sua. E a pior parte é que aquela miniatura humana estava mexendo com ele mais do que pretendia.

Por sorte a noite chegou e o cansaço venceu a pequena que dormia tranquilamente na cama que Sam usava e Dean estava na sua, sem pregar os olhos, admirando o teto sem graça.

Flashback on

Poucos meses antes.

Dean estava na mesma cama, encarando o mesmo teto sem graça mas ainda era humano.

–- No que está pensando, meu amor? – Nina falou surpreendendo Dean que tinha certeza que ela estava dormindo.

–- Nada específico... só estava relaxando. – Ele respondeu mexendo nos cabelos dela, que ficava ainda mais linda quando dormia só de lingerie.

–- Gosto de ver você assim tranquilo. – Nina respondeu o beijando pelo pescoço e peito.

Dean a segurou de leve pelo queixo e a fez olhar pra ele.

–- Você faz isso comigo. – Ele sorria.

–- Só porque eu amo você. – Nina falou em seu ouvido, enquanto mexia em seus cabelos.

Flashback off

–- PAI! – O grito de Mary ao pé de sua cama o trouxe de volta a realidade num susto.

–- O que merda foi agora, pirralha? – Ele devolveu em tom exaltado, sentando num supetão.

–- Eu tive um pesadelo! – Ela respondeu cruzando os bracinhos, enquanto subia na cama junto com seu cobertor.

–- E... – Ele a encarava de jeito engraçado.

–- E eu vim dormir com você, ora. – Ela se aproximou dele.

–- Não. – Dean foi incisivo – Volte para o quarto e durma sozinha. –

–- Não. – Ela respondeu se sentando do lado dele e o abraçando – Você não pode me machucar, lembra? –

–- Eu não estou machucando você. – Dean falou desconfortável com a situação.

–- Sim, você está machucando meus sentimentos, papai! – Ela o olhou com carinha de filhote abandonado – Eu estou com medo e não posso dormir sozinha. –

Dean ficou calado e se encostou na cabeceira na cama. Mary se aconchegou, deitada com a cabeça encostada nele. Ela logo dormiu, sorrindo involuntariamente como se aquele fosse o melhor momento do universo. Dean conhecia outra pessoa assim: Nina.

Xx

A Velha Guarda havia chegado à Vila Celeste e enquanto todos os outros fingiam satisfação ao recebe-los, Irina andava de um lado para o outro em seu quarto. Tentado não surtar e arranjar algo suficientemente convincente pra contar a kyle.

Seu raciocínio se cortou com batidas na porta.

–- Agora não. – Ela respondeu irritada.

–- Criança? – A voz de Albie fez ela xingar mentalmente – Preciso falar com você urgentemente. Pode abrir a porta pra um velho amigo? –

Ela foi até a porta como se fosse uma sentença de morte.

–- Olá. – Falou ao sair para o corredor.

–- Não se preocupe em fingir que está bem ou feliz em me ver. Eu sei que não está, posso farejar isso. – Ele aproximou o nariz dela de brincadeira e a fez rir.

–- Albie! Não fale assim... – Nina o abraçou – O que quer de mim? –

O senhor suspirou.

–- Eu te conheço desde que tem esse tamanho. – Ele demonstrou um tamanho bem pequeno – E você achou mesmo que eu não ia farejar você no que restou do Rote 66? –

A expressão de Nina se mortificou, como não havia pensado naquilo?

–- Não se preocupe, não contei a Kyle ainda. – Ele a olhava quase com pena.

–- O que mais você farejou? – Ela perguntou engolindo em seco.

–- Um demônio. Coisa grande... chutaria cavaleiro do inferno. Acertei? – Ele a encarava com as sobrancelhas erguidas.

Irina se recostou na parede e confirmou com a cabeça.

–- Você sabe que não devia fazer esse tipo de coisa, não é? –

–- Sei. Mas me pedir pra sair de campo já é me matar... – Ela argumentou sem olhar pra ele diretamente.

Albie riu balançando a cabeça negativamente.

–- Eu tenho mais uma pergunta pra você e tem que prometer que não vai mentir. – Ele falou.

–- Prometo. – Nina respondeu de mal humor, não estava gostando do tom dele.

–- Quando e como Dean Winchester se tornou um Cavaleiro do Inferno? – Ele foi direto.

–- Desculpa, você disse o que? – Nina sentiu seu coração parar por alguns segundos.

–- Nina, eu senti o cheiro desse rapaz em você por vários anos e eu garanto que eu não me enganei. Por favor, responda a minha pergunta. – Ele foi incisivo.

–- Depende de pra que você quer saber disso... – Ela ergueu seus olhos azuis pra ele e não teve medo de parecer uma psicopata.

–- Eu vou contar ao Kyle. -- Albie falou e antes que ela pudesse interrompe-lo, continuou -- Pelo seu bem. Eu vou contar. –

–- Só se você me quiser como inimiga, Albie. – Agora ela tinha certeza que parecia o Hannibal Lecter.

–- Eu aceito essa posição desde que possa afastar o perigo da sua vida. Sei que você não liga pra a maldição que caiu sobre você, mas nós ligamos e infelizmente a nova condição de Dean é uma ameaça. –

–- Eu não sou mais criança. – Ela falou entre os dentes.

–- Nenhum de vocês nunca vai crescer pra nós. – Ele falou dando as costas e sumindo escada abaixo – Kyle vem falar com você pela manhã. – foi a última coisa que o ouviu dizer.

–- Farejador desgraçado. – Ela xingou ao se virar no corredor e foi assim que deu de cara com Castiel.

–- Não faça nada. – O anjo disse.

–- Como assim não fazer nada? – Ela prendeu os cabelos num nó – Eu vou pegar o Sam e sair daqui. –

–- Nina, seja inteligente. Não vai ajudar Dean se fugir. – Castiel a segurou pelo braço.

–- Do que está falando, anjo? – Ela olhou pra ele com mais atenção. Castiel tinha um plano.

–- Terá uma longa vantagem se souber o que eles planejam. – Castiel ficou de frente pra ela. O jeito que a luz incidia pela janela o deixava com macabro, o que piorou quando ele sorriu e sussurrou pra ela – Tenha os amigos perto e os inimigos mais perto ainda. –

Eles sorriram um pra outro.

Logo tudo estaria sobre controle e a Velha Guarda longe dali. Pelo menos era no que acreditavam...


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Notas finais do capítulo

E aí, gente? Já sabem como amo saber o que você estão pensando e o que acharam e se tiverem sugestões também! Enfim... fiquem à vontade!

bjs, até o próximo.



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