Felicity não estava tão conformada como parecia estar, ela também não acreditava realmente no que havia dito á Oliver na ilha.

Ela havia dito que ela e Oliver eram inimagináveis, ela realmente havia acreditado por alguns segundos que ele falava a verdade quando dissera que a amava.

Mas agora ali estavam os dois, precisando recomeçar do zero. Ambos estavam desempregados, mas ao menos Oliver tinha Laurel e era exatamente isso que deixava Felicity frustrada.

Agora ali estava a loira super inteligente num café a espera da única pessoas que ela realmente precisava.

Então ele entrou, calça jeans escura, camisa verde musgo e uma blusa de frio preta por cima. As mãos no bolso da calça e seus olhos a procuravam.

–Felicity. –Sentou-se em frente á ela. –Quase não temos nos visto ultimamente. –Sorriu de canto.

–Pois é, mas eu tenho uma coisa muito importante para te dizer. –Abaixou a cabeça.

–Você está me assustando falando assim.É como se você estivesse se preparando para uma despedida. –balançou a cabeça.

–Talvez eu esteja. –Cerrou os punhos.

–Do que você está falando? –Perguntou.

–barry me ligou ontem á noite, ele finalmente acordou do coma e soube dos problemas que estamos tendo por aqui e ele me chamou para... –Brincava com os dedos.

–Morar com ele? –Oliver cruzou os braços.

–Não com ele, mas na cidade dele. –Felicity finalmente o encarou.

–Você sabe que nós precisamos de você aqui. –Oliver protestou.

–Oliver eu preciso ser sincera com você e isso requer um pouco de egoísmo. –Suspirou pesadamente. –Quando nós resolvemos usar aquele plano para injetar a cura no Slade, eu sabia que iria doer em mim, mas insisti. Quando você disse aquelas palavras por alguns segundos eu acreditei em você. Quando você virou as costas eu consegui entender o peso daquelas três palavras e o quanto eu queria que elas tivessem sido ditas com sinceridade. –Suspirou. –Mas não era verdade e eu tinha que seguir em frente com o plano e eu o fiz. –Fechou os olhos. –Depois você começou a se entender com a Laurel, eu tive a certeza que nós éramos realmente inimagináveis. –Os olhos marejaram. –Eu vou embora, mas eu sei que você sabe que onde você fosse eu iria. Aqui eu estou me sentindo pequena demais, não posso continuar me destruindo dessa maneira. Tudo isso foi demais para minha cabeça e agora eu não sei de mais nada. Eu nunca havia amado até você. –As lágrimas já escorriam.

Oliver continuava em silêncio absoluto.

–Oliver diga alguma coisa estou desistindo de você. –Levantou-se brava.

–Eu... –Balançou a cabeça.

–Sinto muito não ter chegado até você. Sinto muito, muito mesmo, mas eu amo você e estou dizendo adeus. –Ajeitou os óculos e começou a andar.

–Quando você vai embora? –Segurou o braço da loira.

–Agora. –Virou-se e saiu andando.

Oliver viu a loira sair do local e só depois havia percebido o que acabara de acontecer. Ele havia a perdido para sempre.

*

Barry encarou a loira á sua frente, ele sorria, mas ela não.

–Fico feliz por estar aqui. –Abraçou-a.

–Eu também. –Disse.

–Eu não posso perder mais tempo, por isso eu tenho uma pergunta para fazer. –Barry colocou uma das mãos dentro do bolso.

–Diga. –Felicity disse sentindo um aperto no peito.

–Casa comigo? –Ajoelhou-se.

–Eu... Não sei. –Felicity estava em pânico.

–Eu sei das suas condições, sei que não me ama de verdade, mas sim á um certo arqueiro. –Segurou a mão da loira. –Mas eu posso te fazer me amar, amor pode ser construído. –Garantiu.

–Eu aceito. –Disse.

O anel foi colocado no dedo anelar da mão direita da loira.

Ela vacilou e imaginou por alguns segundos qual seria a reação de Oliver ao saber de seu casamento, mas voltou a si.

*

Três meses depois...

Felicity e Barry estavam sentados no chão, no meio da sala endereçando seus convites de casamento.

–John Diggle e família? –Barry levantou um dos envelopes. –Pode ser? –Perguntou.

–Pode sim. –Afirmou.

–Diggle, Detetive Lance, até mesmo Roy, mas eu ainda não vi você escrever o convite de Oliver Queen. –Barry crispou os lábios.

–Não vou convida-lo. –Abaixou a cabeça.

–Posso saber o motivo? –Perguntou.

–Você sabe. –Levantou-se.

–Você ainda o ama. –Passou uma mão na outra.

–Não, é claro que não. –Saiu com pressa.

*

Dias depois...

Diggle bem que estava se esforçando para conseguir segurar as pontas sem Felicity, mas Oliver não estava se esforçando para superar a partida da loira, estava distraído e nervoso demais.

–As coisas estão horríveis nessa cidade. –Entrou reclamando.

–A cidade está mais tranquilo do que nunca. –Diggle virou-se para encarar o amigo.

–Se ao menos... –Fechou os olhos.

–Oliver você poderia me dar folga nesse final de semana? –Perguntou.

–Claro. Mas posso saber o motivo? –Sentou-se.

–Tenho um casamento para ir, sou o padrinho. –Engoliu á seco.

–Onde? –Mostrou-se ainda mais curioso.

–Central City. –Abaixou a cabeça.

–Felicity e Barry? –Levantou-se.

–Sim. –Respondeu.

–Três meses e eu ainda me perguntando como eu pude ser tão cego á não perceber que ela me amava e em três meses ela já vai casar. –Cerrou os punhos.

–Ela amava você. –Diggle se irritou.

–Ela vai se casar com o Allen! –Quase gritou.

–Você tem ideia de quantas vezes essa mulher ofereceu a vida dela á seus inimigos para estar ao seu lado? Como você pode dizer que ele não o amava? –Vociferou. –Quando você a deixou ir, a perdeu, mas ainda existe chance de recupera-la, você pode agora sair daqui e ir lá recuperar a mulher que você ama porque o Allen sabia que você poderia ir busca-la e sabia que ela viria com você por esse motivo ele foi direto e pediu-a em casamento, agora cabe a você escolher se vai ou não deixar que ela se case. –Anotou algo em um papel. –Aqui está o endereço de onde acontecerá o casamento. –Oliver pegou. –Quando deixei você e ela sozinhos na ilha, eu realmente achei que você fosse deixar seu orgulho e seu medo de lado e iria ali mesmo dizer a ela que você realmente á amava, mas você não o fez. Você a deixou ir. –Foi saindo.

–Eu não a deixei ir, Ela se foi sozinha. –Vociferou.

–Porque você não a pediu para ficar, porque eu tenho certeza que ela ficaria. –Disse.

–E se ela não me amar mais? –Abaixou a cabeça.

–O amor que ela sente por você é aquele tipo de amor que nunca morre. –Encarou-o e saiu.

Oliver deixou que algumas lágrimas escorressem.

–Você realmente a ama não é? –Laurel perguntou.

–Quanto tempo tem que você chegou? –Perguntou.

–O suficiente. –Abaixou a cabeça. –Eu vi o jeito que você a olhou mesmo sabendo que tudo aquilo era planejado. Quando eu estava em perigo havia preocupação em seus olhos, mas quando ela estava perigo vi que em seus olhos havia um misto de medo, culpa, preocupação e outra coisa que eu não pude entender naquele momento, mas agora vejo o que é. –Pausou. –Amor. –Finalizou.

Oliver passou a mão no rosto.

–Oliver o amor demora á chegar, mas quando se vai é rapidamente. –Segurou o rosto do homem. –Você a ama muito, mas só percebeu isso quando a deixou ir, mas ainda há tempo. Para o amor nunca é tarde demais. –Aconselhou.

–O que você quer que e faça? –perguntou.

–Vá a Central City e se for preciso sequestre a noiva. –Sorriu e saiu andando.

*

Felicity examinou a figura refletida no espelho.

O vestido enorme e branco, lindo para os outros, mas para ela não, para Felicity era apenas vários metros de tecido, um véu enorme e incomodo, o cabelo estava aceitável.

–Felicity, vamos. –Diggle apareceu.

–Oliver sabe? –Perguntou.

–Sabe. –Ofereceu o braço.

–Ele virá? –Perguntou novamente.

–Não sei e acho que Oliver Queen não é o melhor assunto para o momento. –Disse.

As portas se abriram, Barry ajeitou o paletó, os olhos estavam mais brilhantes que duas estrelas.

–Você realmente quer fazer isso? –Diggle perguntou.

–Claro que sim Dig. –Respondeu.

Diggle entregou a loira para o noivo, Barry beijou a testa da mulher e se ajoelharam.

–Senhoras e senhores estamos aqui reunidos para unir esse jovem casal. –O padre começou. –Vou fazer diferente dessa vez, vou perguntar algo antes da hora do sim. –Disse.

Felicity olhou para trás e não havia ninguém, na verdade havia muitas pessoas, menos ele.

–Se tem alguém nesse recinto que sabe algo que possa acabar com esse casamento fale agora ou cale-se para sempre. –Disse.

Silêncio.

–Vamos dar continuação á cerimônia. –Disse.

–Espere. –Um grito desesperado foi ouvido.

–Oliver. –A loira se levantou tentando conter o sorriso.

–Eu tenho algo que pode acabar com esse casamento. –Atravessou o corredor. –Eu amo essa mulher e não posso deixa-la se casar com um homem ao qual ela não ama. –Parou de frente á ela. –Eu amo você, de verdade. –Segurou a mão da loira.

–Eu também Oliver. –Abraçou-o. –Sinto muito Barry. –Segurou a mão de Oliver.

Barry agarrou a outra mão da loira.

–Se você for, eu não vou te querer de volta. –Avisou.

–Eu vou. –Disse.

Ambos saíram da igreja.

–Sinto muito Barry. –Caitlin disse.

–Eu também. –Arrancou a gravata e saiu.

–Sente muito? Sente nada. –Cisco apareceu ao lado da moça.

–Cale-se. –Beliscou.

Felicity subiu na garupa da moto de Oliver e ele a levou para longe dali.

Eles desceram da moto, o homem ficou de frente á ela.

–Sinto muito por ter demorado tanto á perceber o que eu sinto por você. –Acariciou o rosto da loira.

–Você é um idiota Oliver e é muito lento para algumas coisas. –Sorriu. –Amo você do jeito que você é. –Declarou-se.

Oliver puxou-a pela cintura, e beijou-a. Ele a amava e aquele era o beijo que ele mais havia esperado durante toda a sua vida, o beijo que ele só não sabia que só encontraria na sua parceira. Amor que ele não sabia onde encontraria, mas havia encontrado ali... Em sua Felicity, a sua felicidade.

–Diga alguma coisa Oliver. –Felicity mordeu o lábio inferior.

–Eu amo você Felicity, isso é o que eu tenho á dizer. –Abraçou-a. –I Love you, truly. –Beijou-a novamente.

“Falar sobre o inimaginável. Você e eu.

Quando disse que me amava, me enganou por um segundo.

Talvez tenha falado sério. O que disse.

Você foi bem convincente.”

“Nós dois fomos”

Trecho de Arrow. Dialogo entre Felicity e Oliver. 2x23