Quando eu cheguei em Nova York a ultima coisa que eu ia imaginar foi achar uma revista com a foto da Estela na capa ao lado da matéria “O RETORNO DA FILHA PRODIGIA”. Mas as surpresas poderiam parar por ai, eu não teria ligado, mas o destino tem que ser filho da puta e passar a chegada dela na televisão.

Eu ainda não tinha entendido quem caralhos era o pai dela, mas tava pouco ligando pra isso. Até que me deu vontade de comprar a revista que ela estava na capa, porque convenhamos, ela estava gata naquela foto. Eu li a matéria principal que explicava que ela era filha do dono da gravadora mais popular de lá, além de ter uma banda que fazia muito sucesso, até eu conhecia a banda dele. E uma grande surpresa foi descobrir que ela também era cantora e que iria cantar com o pai dela hoje a noite. Infelizmente, o show só seria aberto para convidados, mas nada me impedia de esperar do lado de fora. Bom, foi o que eu fiz.

Mas quando ela saiu daquela limusine e me encarou, senti que ela não esperava me ver lá, mas fez “depois” com os lábios para mim, entendi o recado, esperaria pacientemente feliz para correr atrás daquele carro gigante no fim do show só por saber que ela também estaria me esperando.

Para ser sincero eu estava exausto e suado, então enquanto ela fazia o show fui até um hotel do outro lado da rua e tomei banho, coloquei as roupas que tinha comprado naquela tarde, afinal eu não tava nem um pouco afim de encarar a Estela que estava linda daquele jeito, com suas calças jeans mais caras que meu rim, com o mesmo all star de sempre e uma camiseta da Audrey vestindo a mesma roupa do dia anterior.

Então, quando estava devidamente arrumado sai do hotel, encarei o mundo com novos olhos e estava pronto para encarar tudo, menos o fato da limusine dela não estar mais lá.

Quando falei com o segurança ele disse que estava instruído a me levar até a casa deles. Fomos de moto, eu tava na garupa de um cara sem nem saber o nome dele, e se ele quisesse me matar? Enquanto íamos até minha provável morte ele disse que eles só iriam cantar 2 musicas e depois iriam embora e que foi muita idiotice da minha parte não saber disso. Concordei nesse ponto, foi muita idiotice da minha parte ir até ali, para começo de conversa. Mas não me deixei abalar, se já estava em Nova York, vou me esforçar para fazer tudo certo e levar a Estela pro Hawaii em no Maximo 1 semana.

Quando paramos em frente a uma mansão daqueles que só se vê em filme, eu agradeci ao segurança bombadão mordendo minha bochecha para não deixar escapar se ele usava anabolizantes. Achei Estela deitada no chão, provavelmente olhando as estrelas, tão lindas, mas tão poucas em número e me senti meio mal por ter usado carro tantas vezes sendo que poderia usar ônibus ou andar. Enfim, ela não me viu, entçao me aproximei cautelosamente e quando estava bem perto, dei um mortal e um selinho nela. (N/A: A cena da capa da fic que eu disse que ia aparecer u.u)

Ela sorriu. Achei que isso era um bom começo, então me deitei ao seu lado e segurei sua mão.

–Me perguntava se você iria aparecer.

–Ora, mas é claro que sim, se eu concordei com seu “depois” claro que eu viria. –

Quis dizer para Nova York.

–Mas é claro que eu não deixaria você sozinha, sendo que da ultima vez que você saiu daqui algo te fez chorar. -Comigo dizendo isso ela desatou a chorar novamente. Puta Merda. -Calma, calma, você não precisa falar se não quiser.

–Não hoje Jay, não hoje.

–O que você quer fazer?

–Apenas dormir. –ela disse entre suspiros, meio que temendo que até esse simples pedido lhe fosse negado.

–Então eu já vou, boa noite Estela.

–Você está brincando, certo?

Minha cara de confuso serviu como resposta.

–Você pode dormir aqui. –ela disse enquanto revirava os olhos, como se fosse uma coisa obvia, mas tal possibilidade não passara pela minha cabeça.

–Não, Estela...

–Se você negar eu vou com você para onde quer que você esteja indo.

Acabei cedendo, dormi num quarto ao lado do de Estela, e pela manha ela parecia bem melhor do que na noite anterior e antes que eu pudesse se quer formular um “bom dia” ela disse:

–Vou te contar minha história.