Supremas - A Batalha Começa escrita por MoonGirl, duplicat4


Capítulo 3
Capítulo 2 — Bem no fundo do peito




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Os cabelos ruivos batiam no rosto de Megan Campbell, que desfilava — embora estivesse sozinha no corredor — enquanto andava. De repente, sentiu um pequeno tremor vindo do bolso esquerdo de sua calça comprada em uma das lojas caras que sempre comprava. Pegou o mais novo modelo de Galaxy S4 e desbloqueou, vendo a mensagem que Jennifer — uma das súditas da garota — mandara.

“Começo de ano, calouros loucos pra se enturmarem... Não acha que devemos dar uma festa totalmente incrível?

Xoxo, Jennie”

Megan simplesmente odiava quando Jennifer se chamava por aquele apelidinho ridículo. Porém, a ideia da festa fora boa. Início de período de escolar significava que teria mais gente invejando e querendo ser Megan Campbell, o que significava que estava na hora de ela dar uma festa maravilhosa em sua mansão fabulosa. Com esses pensamentos, acabou não vendo quando alguém esbarrou nela. Por sorte não caíra no chão, seria humilhante.

— Sua idio... — Quando percebeu que tratava-se de Megan, o “alguém” parou na mesma hora. — Ora, ora. A pretty sei lá o quê número um.

Megan deu uma risadinha sínica.

— Ora, ora. A mosca morta que implora por amigos. Tsc, tsc... Coisa feia. — Disse abrindo um sorriso maléfico e caminhando, deixando-a para trás.

Ela sempre dava um jeito de dar a última palavra quando se tratava de alguma discussão, porém, dessa vez não aconteceu como ela queria.

— Eu reconheço que o que fiz foi mesmo muito idiota. Mas pelo menos não manipulo as pessoas para fazerem o que eu quero, nem saio por aí dizendo que sou melhor que todos. Mesmo com todos os meus defeitos, sei que sou uma pessoa melhor que você, Megan. — Dizendo isso, Charlotte Roberts, ou melhor, a arque inimiga de Megan Campbell desde o jardim de infância, saiu andando, antes mesmo que Megan tivesse a chance de dizer alguma coisa.

Dessa vez Megan realmente fora pega. Chantagear Charlotte era um de seus passatempos preferidos, e depois do que acontecera ficara mais fácil para ela.

Charlotte entrara na casa de Megan com medo do que poderia acontecer. Eram inimigas desde que o mundo era mundo, e ir numa festa na casa dela não poderia ser algo bom. Porém, mesmo assim, deu o primeiro passo e encarou o desafio. Não falara com ninguém, afinal, quem falaria com ela? Não tinha amigos, a não ser seu hamster de estimação, mas o deixara na gaiola de seu quarto. Bryan Walker, o garoto mais cobiçado de toda a escola, aproximou-se dela com um copo de bebida na mão. Charlotte sempre o achara um cara muito bonito, mas nem em seus sonhos se imaginava com ele.

— Não quer beber? Está ótimo! Tome. — Disse lhe entregando o copo e fazendo uma cara do tipo “beba agora!”. Charlotte não queria, mas bebeu um pouco e se desequilibrou. Bryan deu um sorriso. — Viu? Eu disse que está uma delícia.

Ele deu uma risada e saiu andando. Charlotte estava com a cabeça rodando, mas algo dentro dela queria mais daquilo. Foi até a bancada e pegou um copo cheio, bebeu tudo de uma vez só, estava desesperada por mais. Foi bebendo, bebendo e bebendo sem parar. Quando viu, não conseguia mais andar sem ficar tonta. Era como se todos na festa estivessem apontando para ela e rindo. Fizeram um círculo em sua volta e começaram a tirar fotos, era o pior pesadelo da garota.

— Parem... Parem... Por favor... — Lágrimas desciam de seu rosto. — Por que as pessoas me tratam assim? Por que eu não tenho amigos? SEJAM MEUS AMIGOS — Gritou loucamente. — EU IMPLORO POR AMIGOS, SEJAM MEUS AMIGOS, SEJAM... POR FAVOR... SEJAM MEUS... — Quando foi terminar a frase, caiu no chão e desmaiou, a cabeça rodando sem parar.

Megan aproximou-se mais, vendo-a jogada no chão e com lágrimas nos olhos. Era o melhor dia de sua vida.

— Que piada! Parece que nem implorando ela consegue amigos! — Dizendo isso, caiu numa gargalhada profunda, e todos ali fizeram o mesmo.

Chegando à biblioteca, aonde ia antes de esbarrar com a mosca morta, vulgo Charlotte, Megan entrou e foi até a bancada da Sra. Thompson, bibliotecária de Bankoff School. A mulher abaixou lentamente os óculos com uma expressão de tédio e repugna.

— Pois não? — Disse irritada.

— Procuro pelo livro “O morro dos ventos uivantes”, é para um trabalho.

— Ah, claro. Sessão 8, prateleira 4. E não faça bagunça — Megan assentiu e estava prestes a andar até a sessão 8. — E faça silêncio!

— Sim senhora — disse revirando os olhos após virar-se.

Megan andou cautelosamente até a sessão 8, logo procurando pela prateleira 4, que achou facilmente. Ao pegar O Morro Dos Ventos Uivantes, sem querer deixou cair um outro livro que estava ao lado deste, que ao pegar percebeu ser preto e bastante empoeirado. Abriu-o, lendo o que havia escrito na primeira página.

Dizem que a realidade é apenas questão de opinião, que acredita quem quer e não acredita quem não quer. Pois eu lhes contarei uma história que, provavelmente, mudará todos os seus padrões exatos da realidade em que vivemos. Uma história que, definitivamente, você irá querer ler.

Megan olhou o livro assustada e ao mesmo tempo curiosa, e folheou-o um pouco, tentando descobrir mais sobre tanto mistério.

— Não gosta de suspense?

Ouvindo este som, Megan assustou-se e rapidamente fechou o livro, virando o olhar para a voz que falara com ela. Era um garoto que vestia uma jaqueta preta e tinha um olhar mortal, como se quisesse te matar sem nem mesmo saber seu nome.

— Prefiro drama. Não gosto de uma temática que me faça ter dor de cabeça só para saber o que vai acontecer no final. É novo aqui? — Disse observando cada mínimo detalhe nele.

— Na verdade, sim. Sou Logan Marshall. E de onde eu venho, não costumo ver garotas ruivas.

— E de onde você vem?

— Ah, você sabe. Do mundo. Não sou de me apegar à um lugar só — disse Logan, sorrindo torto.

— Bankoff Hill não é como os outros lugares, pode ter certeza. Agora, se me dá licença, tenho um livro de 400 páginas pra ler.

Dizendo isso, Megan saiu andando com um sorriso formando-se no rosto. Logan a olhou de cima a baixo enquanto ela andava para fora da biblioteca, e disse para si mesmo:

— Com certeza é ela — disse sorrindo de uma forma maligna.

[...]

Assim que o sinal do intervalo tocou, os alunos da turma de Biologia saíram às pressas para o refeitório, incluindo Megan e suas súditas, e a pequena Amy Daylight. Logo que a viu, Ethan foi em sua direção para falar com ela, porém, Megan não perdera uma oportunidade de humilhá-la novamente, derrubando sua bandeja de comida toda no chão. Todos que estavam no refeitório riram e tiraram fotos dos celulares caros.

— Ops, acho que não te vi... Devia tentar parar de ser invisível. — Disse a ruiva rindo e indo para sua mesa com as amigas seguindo-a.

Ethan andou até Amy com um olhar acolhedor, mas antes que pudesse falar com a mesma, Logan entrou em sua frente com um sorriso sarcástico.

— Cara, essa garota é mesmo do mal. Adoro isso!

— Logan, vê se não se mete em encrenca, por favor.

— Ah, qual é maninho? Estamos no colegial, o pessoal aqui só quer curtição. Por que não podemos curtir também? — Disse Logan sorrindo.

— Você sabe perfeitamente o porquê.

— Sei sim... Mas então, quem é aquela? — Disse olhando para Amy, que pegava outra bandeja e ia procurar alguma mesa para sentar, sem sucesso.

— Ninguém... — Respondeu Ethan tentando disfarçar a preocupação. — Você não vai comer?

— Não, tô sem fome. Acho que vou andar por aí. Você vem?

Ethan olhava para Amy tentando decifrá-la.

— Hã? Ah, não. Vou passar na sala pra pegar umas coisas.

— Falou, a gente se vê.

Ao dizer isso, Logan saiu andando e Ethan foi em direção à sala de Física. Ao chegar em frente à porta da sala, que estava fechada, sentiu um cheiro estranho, mas... Conhecido. Abriu-a rapidamente e o que viu, o fez arregalar os olhos o máximo que pôde.

[...]

— Logan! Logan! Logan, finalmente! — Disse Ethan ao vê-lo.

— O que foi, cara? Está suando!

— Você tem que ver uma coisa! Eles sabem!

— O que? Do que está falando?

— Vem! — Disse Ethan correndo novamente, com Logan logo atrás.

Assim que chegaram na sala, Ethan abriu a porta e Logan entrou, tento a mesma reação que há pouco Ethan tivera.

— Ele está...?

— Parece que sim. Mas quem faria uma coisa dessas?

— Eu sei quem. — Logan virou-se devagar para Ethan com um olhar fixo. Ethan rapidamente entendeu.

— É, eles realmente sabem.

Na lousa da sala, o professor de Física estava pendurado por uma faca e com todo o sangue escorrendo pela parede. A faca estava enfiada bem no fundo de seu peito, e seu corpo estava completamente paralisado, sem qualquer movimento. Sem qualquer sinal de vida.


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