It isn't easy escrita por Captain Alle


Capítulo 7
Bang Bang


Notas iniciais do capítulo

Olá! Bem, não tenho muito o que comentar por aqui.
A música que me inspirou foi Shot Me Down, do David Guetta. Mais pelo ritmo do que pela letra. Achei maravilhosa.

Espero que gostem do capítulo, boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/507201/chapter/7

Eu não poderia ter acordado mais bem humorada no dia seguinte. Poderia, caso Steve estivesse acordando na mesma cama que eu, mas esse passo não precisava ser dado tão rapidamente. Quando chegamos em casa na noite anterior, não nos prolongamos tanto nos beijos quanto eu gostaria, ou seria difícil se conter. Num breve surto de alegria naquela manhã, levei Steve até a calçada na frente da casa, aproveitando que a rua estava movimentada e Lauren estava por ali também.

– O que quer aqui fora? - perguntou Steve.

– Deixar certas coisas claras para o mundo. - respondi com as mãos na cintura e sobrancelha arqueada - Você lembra do que ocorreu ontem, certo?

– Claro que me lembro. - respondeu sorrindo com o canto da boca. Envolvi o pescoço dele com meus braços e ele envolveu minha cintura.

– Então, quero mostrar isso às pessoas. Meu Steve. - Eu não via problema algum em deixar aquilo bem claro - Não esqueça disso. - ele sorriu e nos beijamos ali mesmo. Era uma vaidade minha expor para todos, eu sabia, mas eu me senti muito bem assim. Uma certa loira precisava ver regras sendo estabelecidas.

Enquanto nos beijávamos, dois carros de S.H.I.E.L.D. pararam ao nosso lado, um dirigido por Clint e o outro pela Romanoff. Ambos abaixaram os vidros do carro e nos olharam surpresos.

– Ah, eu sabia que esses dois tinham alguma coisa. - disse Barton - Você nunca me enganou, Kelly.

– Não diga bobagens. Não havia nada mesmo... - respondi e sorri - Até agora.

Entrei no carro que Natasha dirigia, Steve no outro. Quando entrei ela começou a explicar o que faríamos a partir dali, na missão - trazer um cientista que poderia nos dar sérios problemas caso continuasse uma série de pesquisas as quais não eram muito claras. Após um tempo falando sobre isso, Romanoff resolveu saber sobre a cena vista na frente da casa de Steve.

– É, preciso admitir que você fez valer a sua palavra de que ele namoraria uma colega de trabalho. - ela falou.

– E falei que não seria você.- recordei vitoriosa.

– Tem razão. Não vou brigar com você por isso, só me resta dar parabéns. Vocês formam um belo casal, sou obrigada a admitir.

– Obrigada. - respondi - Eu não brigaria com você, se quisesse, estou feliz demais pra isso. - nos olhamos e sorrimos.

Foi a primeira missão em que levei minhas luvas novas. Não as utilizei muito, exceto para congelar alguns guarda-costas de tal cientista. Nunca pensei que mataria pessoas congelando-as, era bem mais prático já que o corpo não ficava no chão ocupando muito espaço, os cacos pequenos eram melhores.

Meu desempenho com o novo equipamento foi excelente, além do desempenho de todos na missão. Steve e Clint tinham ido resolver algo mais complexo, Ethan também fora com eles, finalmente estreando em campo. Eu imaginava a empolgação daquele garoto. Demoraram quase uma semana para retornar.

Meu namoro com Steve ia maravilhosamente bem, já que nossa amizade estava mais sólida que nunca, com a pequena diferença de que agora eu poderia beijá-lo sempre que tivesse vontade. Algumas semanas seguidas sempre saindo em missão nos impediram de sermos razoavelmente normais, mas encarávamos bem, já que era nosso trabalho.

As coisas se acalmaram cerca de dois meses depois, e pudemos sair como um casal comum. Eu estava afim de ir ao zoológico e depois iríamos a um restaurante. Já havíamos saído dúzias de vezes, mas nunca como um casal, então isso deixava tudo mais... Bonitinho. Eu achava aquilo divertido.

Vimos diversos animais e seguíamos conversando normalmente. Demoramos um tempo com um pequeno grupo de pessoas que estavam olhando os aracnídeos, com um rapaz que ia falando sobre cada animalzinho. Fiquei observando enquanto ele descrevia sobre a maior aranha do mundo, a Goliath Birdeater, com pernas que podem chegar a trinta centímetros, um bicho que poderia habitar os pesadelos de qualquer um.

– Que animal horrível. - disse Steve olhando a foto do bicho, até a foto daquilo era assustadora. Apertei instintivamente o braço dele e dei um pequeno passo para trás. Ele olhou sorrindo para mim - Está com medo?

– Não tenho medo. Eu só... - apertei seu braço com mais força - Vamos sair daqui? - Eu não admitia meus medos assim tão facilmente, ainda mais se tratando de um animal como uma aranha. Saímos e ele pôs o braço sobre meus ombros - Nunca vi algo tão feio, tirando os aliens que invadiram a Terra.

– Você agora pode congelá-la caso ela a incomode. - brincou e eu concordei.

Saímos do zoológico e fomos almoçar em um restaurante, eu estava faminta. Não que eu tivesse virado a pessoa mais apaixonada do mundo, ou a mais derretida, mas me vi novamente perdida admirando seus olhos. Steve era a coisa mais preciosa do mundo para mim. Depois de voltar minha atenção para meu prato e me alimentar, senti que estávamos sendo observados. O homem, que estava comendo numa mesa não muito distante da nossa, mantinha certa regularidade no tempo entre cada olhada para nós. Steve também notou que havia algo estranho ali. Quando pedimos a conta, ele parou de comer. Steve e eu nos olhamos sérios, tentando entender o que estava acontecendo, passei levemente a mão sobre a arma que estava no cós da minha calça. Do lado de fora, um outro homem passou lentamente e olhou ligeiramente para o que estava dentro do restaurante. Não era casual. Um terceiro homem estava dentro de um carro, do outro lado da rua, e parecia atento ao movimento em redor, dando sutis olhares ao - provavelmente colega - que passou na frente do local. Precisávamos sair dali.

– Estou com vontade de voltar pra casa... - falei para podermos ir - Já ficamos muito tempo aqui.

– Concordo. - nos levantamos e íamos andando normalmente até o meu carro, que estava próximo ao final da rua não tão movimentada no momento.

– O que será que querem? - perguntei quase sussurrando e pegando um pequeno espelho no bolso de trás da minha calça para poder ver se éramos seguidos.

– Não faço ideia, mas sinto que vamos descobrir logo.

Fingi arrumar o cabelo enquanto diminuía a velocidade dos passos para observá-los. O homem que comia no restaurante parou ao lado de um carro preto e se abaixou, como se fosse pegar algo, assim como o que havia passado lentamente na frente do lugar. Os dois apontaram algo para nós. Eram Glocks, iguais as minhas.

– Estão armados! - falei e nos jogamos atrás de um dos vários carros estacionados próximos à calçada. O som dos tiros acertando a lataria do veículo veio a seguir. Andamos abaixados até o meu carro e Steve pegou seu escudo, saiu atrás do homem que estava nos observando dentro de um carro, que também ia atirar em nós. Ergui-me para revidar os tiros e quase fui acertada, a bala passou e ouvi o barulho de vidro se estilhaçando atrás de mim. Ao ver que quase fui atingida, um dos homens pareceu muito irritado.

– Não podemos acertar ela, seu idiota! - exclamou - É ele! Só ele! - foi o que ouvi.

Eu não fazia ideia de porquê de eu ser poupada, mas isso não era importante no momento. Vi Steve lutando com o motorista e fui atrás dos outros. Entrei em meu carro e avancei rumo aos atiradores tentando atropelá-los, um atirou no meu vidro da frente e eu o atingi, o segundo abriu minha porta e me puxou para fora para tentar me imobilizar.

– Não posso machucar você, mas posso te segurar enquanto pegamos seu amiguinho. - disse com o braço no meu pescoço, como se fosse me asfixiar. Um impacto fortíssimo nos lançou ao chão e vi que ele havia sido atingido pelo escudo do Capitão. Levantei-me e chutei sua barriga, senti um osso se partindo com a força. Steve apareceu e o ergueu pelo colarinho da camisa.

– Quem são vocês e o que querem?! - perguntou nervoso - Diga! - o homem sorriu debochadamente e nada disse. Ele apertou algo em seu próprio cinto e o som repetido de bips foi ouvido. Parecia o som de uma bomba. Os três homens pareciam emitir esse som.

– Eles vão explodir? - perguntei com um leve espanto. Steve puxou meu braço para corremos, e disparamos pela rua para termos certa distância. Os sons se repetiram cada vez mais rápido até a explosão acontecer. Porém, em vez de chamas, os três se desintegraram numa luz azulada. Simplesmente desapareceram, eles e seus carros. Steve e eu nos olhamos boquiabertos. - Eles queriam... Você. - falei ainda olhando a rua sem movimento, fomos até meu carro, agora sem vidro dianteiro, para ir embora.

– Ouvi quando um deles disse que não deveriam tocar em você. Estou tentando imaginar por quê.

– Alguma ideia? - perguntei concentrada na minha direção, ele ficou pensativo. Uns minutos depois já estávamos chegando em casa.

– Aquela luz azul era parecida com... A do Tesseract. - aquilo me fez parar bruscamente no semáforo e sentir um calafrio percorrer todo o meu corpo. Me senti absurdamente insegura, como nunca havia me sentido.

– Eu sei que se parecem. Eu notei. - voltei a dirigir o carro e estacionei em casa - De qualquer jeito, não imagino quem em específico iria querer pegar você. Muita gente pode querer te derrotar, afinal, você é o Capitão América.

– Eu sei. O pior é que eles não deixaram rastro nenhum, e eram apenas empregados. - falou enquanto saíamos do carro e entrávamos em casa - Mas, Kelly, quem iria querer ou exigir que te poupassem? - ele já parecia ter uma ideia, estava apenas despertando minha imaginação.

– Não imagino quem nesse mundo faria isso.

– Tem razão. Não nesse mundo. - olhei para ele sem reagir. Eu só lembrava de uma pessoa, e, realmente, não era desse mundo.

– Pode ser qualquer um. Por qualquer razão. - raciocinei - No momento não há como saber.

– Certo. - balançou a cabeça afirmativamente - Talvez seja prudente esperar. - falou e foi para o seu quarto.

Sozinha, me lembrei de uma frase dita a mim há quase dois anos. Não uma frase, uma promessa. Também me lembrei que, apesar do tempo que passou, eu nunca duvidei do que ouvira. Suspirei. Senti medo. Medo do que poderiam querer fazer com Steve. Independentemente de qualquer lembrança, seja lá quem fosse o interessado em capturá-lo, estava claro que uma batalha se aproximava. Só restava estar pronta. E eu sempre estava.

Resolvi não pensar sobre aquilo naquela hora, aquele dia não foi programado para termos preocupações. Quando a noite chegou, e a madrugada se aproximava, tomei um banho e me aprontei para dormir. Não dormir, eu fui para o quarto de Steve. Bati na porta e a abri. Ele estava sentado na cama lendo um livro de história, coisa que ele fazia bastante para se interar de tudo o que aconteceu enquanto esteve congelado. Ele levantou os olhos do livro e sorriu ao me ver entrando.

– Atrapalho? - perguntei me sentando com as pernas cruzadas ao seu lado.

– Você nunca faz isso. - fechou o livro com o marcador de páginas dentro - Deseja alguma coisa?

– Com certeza. - o beijei - Vim vigiar você, vai que surge alguém pela janela tentando te pegar. - respondi brincando.

– Eu acho que posso lidar com isso - sorriu.

– Sei que pode. - descruzei as pernas - Mas eu acho... - puxei-o pela gola da camiseta, trazendo-o para mais perto. Dúzias de pensamentos corriam em minha mente - Que eu deveria cuidar de você. - Steve ficou sem jeito com esta insinuação, o que me fez sorrir enquanto olhava em seus olhos. Suas reações quando era provocado sempre me deixavam alucinada. Nos beijamos intensamente. Conforme nos beijávamos, íamos nos inclinando até que consegui fazê-lo ficar sobre mim. Era tudo o que eu queria.

– Esse trabalho deveria ser meu. - sorriu levemente ofegante - Eu devo cuidar de você.

– O cuidado será recíproco. - sorri de volta e voltamos a nos beijar.

Naquela noite não houve preocupação ou dispersão de pensamentos. Era apenas Steve e eu, sendo completamente um do outro. Todo o resto não parecia existir, e não precisava existir. Poderíamos nos preocupar com todo o resto depois, quando amanhecesse.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vocês continuam intimados a comentar.
Beijos, lindos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "It isn't easy" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.