It isn't easy escrita por Captain Alle


Capítulo 11
Tell Me What I Want


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Bem, Skyfall continua regando minhas inspirações. Então por aqui a música continua.

Boa leitura!



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Segui pensando em mil formas de conseguir informações, enquanto chegava à sala onde estava o suspeito. Contando que eu não o torturasse, minha consciência e ficha ficariam limpas. Eu estava tão ansiosa para finalmente dar o primeiro passo na investigação que minha impressão era de que o prédio da S.H.I.E.L.D. havia aumentado seu tamanho em dez vezes. Onde estava aquela sala, afinal? Vi Ethan no corredor e ele veio ao meu encontro falar sobre o ocorrido, avisando que dentre dez ou quinze minutos o homem se recuperaria do choque. Natasha o estava vigiando.

– Eu preciso que você me tire uma dúvida. - falei a ele - Por que esse cara parou de fugir de repente? Não vejo razão para ele ter parado.

– Acredite ou não, foi por uma aranha. - olhei incrédula para ele enquanto ele prosseguia - Havia escapado uma do laboratório e estava atravessando o corredor quando ele a viu e estacionou.

– E qual a razão disso? Superproteção aos animais? - perguntei ironizando.

– Aracnofobia. - ao ouvir isso, estreitei meus olhos mirando o rosto de Ethan - O que vejo no seu rosto é uma pontada de satisfação?

– É sim... - respondi - Isso é uma informação que talvez seja de grande utilidade. - ele não desviava o olhar do meu.

– Você geralmente sorriria. - falou carinhosamente - Se bem conheço você.

– Você é adorável, Ethan. - respondi sem alterar minha expressão, mas me sentindo confortada com essa que considerei uma demonstração de carinho - Mas estou nervosa demais pra isso. Não sei se nervosa seria a palavra certa... Você me entendeu.

– Parece mais decidida que nunca. - ele estava certo. Natasha apareceu na porta, indicando que o interrogatório podia ser iniciado. Ela o mandou calar a boca e ele resmungou algo enquanto eu entrava. Meu sangue fervia enquanto corria nas veias, a voz dele só devia ser ouvida quando eu perguntasse algo. Puxei uma arma e encostei o cano na cabeça de rapaz.

– É bom você só abrir a boca quando eu perguntar algo. - falei e ele bufou como resposta - Você deve saber por que está aqui - sentei em uma cadeira do lado oposto da mesa quadrada a qual ele estava sentado. Romanoff havia prendido as mãos dele à cadeira -, caso contrário não teria fugido, não é? Vamos começar com seu nome. Diga-me.

– Daniel. - ele respondeu depois de um bom tempo calado olhando para mim.

– Certo, Daniel. - me vi naquele momento mais séria do que talvez Nick Fury conseguisse ser, o tempo na sala parecia correr rápido demais, a cada segundo eu me via mais obcecada - O que você sabe sobre o sequestro do Capitão América? - debochando de mim, ele deu um sorriso com o canto da boca, correndo os olhos pelo chão, voltando para meu rosto. Ele morreria assim que me desse todas as informações que eu precisava. Sem dúvida.

– Eu não sei nada, senhorita. - rangi meus dentes.

– Sei que você sabe, também sei que vai me contar tudo o que quero saber. - falei com toda a tranquilidade - Mudando a questão, pra quem você trabalha?

– Ora, para a S.H.I.E.L.D. - respondeu do mesmo jeito debochado, indicando o brasão no braço direito do uniforme. Aquilo estava me cansando.

– Acha que estou brincando com você? É melhor colaborar.

– Não vou colaborar com nada. - disse sério desta vez - Você está perdendo seu tempo se acha que vai conseguir algo comigo. - peguei minha arma e apontei para seu pé, olhando profundamente em seus olhos.

– Eu não perco tempo, mesmo que eu o gaste com gente como você. - olhei para seu pé, ainda na minha mira, eu estava blefando quanto ao tiro, por enquanto - Vou persuadi-lo de algum jeito.

– Pode atirar em mim a vontade. Não tenho medo disso. - medo. A fala dele, mais precisamente esta palavra, me deu uma grande ideia, que quase me fez rir de puro sarcasmo.

– Tem razão. - recolhi minha arma e me levantei - De mim você não tem medo mesmo. - saí da sala encontrando Natasha e Ethan no corredor - Preciso que um de vocês me acompanhe.

– Aonde vamos? - perguntou a ruiva se prontificando, Ethan preferiu ficar por ali.

– Buscar a chave pra destrancar nosso pequeno baú de informações. - falei e saímos dali.

Primeiro fui ao setor de pesquisas para saber onde eu poderia encontrar o que eu estava querendo. Sei que ali no prédio seria fácil de achar, porém eu queria algo bem maior, muito maior, para a garantia da minha obtenção de respostas. Fui informada que estava havendo uma exposição na cidade. Por sorte, caso contrário eu teria que buscar na América do Sul. Dirigimo-nos até lá. Lembrei do dia em que fui ao zoológico com Steve, que acabou em uma perseguição e uma noite bem interessante. Eu esperava que ele estivesse bem, seja lá onde estivesse. Com as dúzias de pensamentos que rondavam minha mente, eu nem notava que dirigia em completo silêncio, até Natasha me tirar da minha bolha, lembrando que ela estava ali.

– Sabe que poderia mandar alguém ir buscar no seu lugar, não é? - falou olhando para a avenida a nossa frente.

– Eu agonizaria esperando, e isso é algo que eu mesma quero fazer. - respondi - Quero sentir que estou agindo.

Chegamos ao local da exposição que, felizmente, não estava tão cheio. Menos gente na exposição significava menos gente decepcionada por ter que ir embora sem ver muita coisa, ou nada. Perguntei ao segurança quem estava coordenando o local e ele me indicou sem questionar, provavelmente por ver meu distintivo e a van com alguns outros agentes. Dirigi-me a um senhor careca, que observava o público a certa distância.

– Bom dia, senhor. - ele retribuiu o cumprimento - Sinto informar que vai ter que cancelar sua exposição por hoje. Preciso da Goliath Birdeater que o senhor tem aqui.

– E se eu disse que não vai levar nada? - disse nervoso - Nem sei quem você é.

– Sou Kelly Johnson, da S.H.I.E.L.D. E não estou pedindo permissão. - enquanto conversávamos, Romanoff ia pedindo às pessoas para se retirarem, cancelando a exposição - Mas não se preocupe, hoje mesmo você terá sua aranha de volta. Amanhã você continuará a exibi-la. - deixei o homem sozinho e acompanhei os agentes levarem o animal para a van numa caixa de vidro. Aquele bicho era realmente medonho, mas naquele momento não me causava o efeito de quando o vi com Steve há algum tempo. A sensação de que aquilo ia me ajudar a conseguir informações me dava uma segurança que se sobressaía ao temor. Viúva Negra observava tudo ao meu lado. Estavam erguendo o bichinho para botarem no veículo.

– Se isso dá medo até em quem geralmente não tem medo de aranhas... - olhei para ela e esbocei um sorriso sarcástico - Imagine o que causará em um aracnofóbico.

– Não acha isso um pouco sádico? - perguntou sem esboçar uma ponta de compaixão sequer, era óbvio que ela não ligava para o medo de Daniel - Você estará mexendo com o maior medo dele.

– Eles já mexeram com o meu maior medo, Natasha. - respondi e suspirei - Estão brincando com o que eu mais temo. Não vejo razão para não usar o mesmo artifício.

– Certo. - ela disse entrando no carro - Vamos arrancar essas informações logo.

Dirigi de volta à S.H.I.E.L.D. quase ultrapassando os limites de velocidade. Enquanto íamos para a sala, eu realmente pensei que Romanoff tinha razão em seu comentário, talvez aquilo fosse cruel, mas não era pior do que o que estavam fazendo comigo. Cada um com seus medos. Ethan me perguntou, ao ver a aranha, se aquilo não era tortura, mas respondi que não era para se considerar como tal. Fisicamente ele ficaria intacto. Quanto ao psicológico... Eu esperava que não. Ele com o físico intacto, eu com minhas informações. E então ele morreria.

Revesti a parte externa da caixa de vidro com uma fina camada de gelo para que não vissem de cara o que estava dentro. Fui até a sala onde Daniel estava para dá-lo mais uma chance de colaborar por altruísmo, afinal, sou uma boa pessoa.

– Vim te dar a oportunidade de contar o que sabe sem a necessidade de incentivo. - falei da porta.

– Veio perder seu tempo. - respondeu sem olhar para mim.

– Ok, você escolheu. - olhei para fora e chamei um agente - Afaste a mesa e a ponha num canto. - enquanto o agente atendia ao meu pedido, peguei a caixa com a aranha e botei no chão à frente da porta. Daniel me olhava intrigado, enquanto eu desparafusava um lado da caixa e tamborilava os dedos pelo topo da mesma. Saí da sala antes que a aranha saísse e fechei a porta. Fiquei observando o que acontecia por uma janelinha de vidro que havia na porta.

Pavor. Era a pura expressão do rosto de Daniel. Quando a aranha saiu da caixa, andando lentamente com suas pernas de quase trinta centímetros que provocavam um leve som oco quando tocavam o chão. Lembravam cascos de cavalo. Ouviu-se um grito de pânico vindo da nossa testemunha aracnofóbica, que tentou desesperadamente se soltar da cadeira, caiu no chão sem obter sucesso. Eu o observava sem o mínimo de sentimento transparecendo em meu rosto. Sinceramente, naquele momento eu seria capaz de achar aquilo divertido. Quando se mexe com os sentimentos mais profundos de alguém, mexendo com seu bem mais precioso, o desespero pode despertar o seu lado mais sombrio. Isso não é um motivo de orgulho, mas é algo inevitável.

Daniel conseguiu quebrar a cadeira, tamanho o seu horror. Pediu por todos os deuses de todas as crenças existentes para que eu tirasse aquele animal dali. Ele estava em cima da mesa. Chorando. Respondi que, com todo o prazer, eu o tiraria de seu martírio assim que ele resolvesse colaborar. Não sei quanto tempo durou aquele suplício, para mim pareciam alguns minutos. Para ele, com certeza, parecia a eternidade.

– Me ajude a ajudá-lo. - falei da janela - Só depende de você, meu caro.

– Por favor... - ele me olhava com o rosto vermelho das lágrimas, os gritos haviam cessado. Reprimi uma ponta de pena que ameaçava surgir em mim. Foi só eu me lembrar de Steve para qualquer compaixão para com Daniel ou qualquer outro ir embora - Eu te digo tudo o que eu sei, mas por favor... - ele ofegava e chorava olhando a aranha, apavorado - Tira esse bicho daqui...

– Certo. - um agente abriu a porta e atirou um dardo tranquilizante no animal, que estava andando rumo à mesa, colocou-o de volta na caixa de vidro e a levou para ser devolvida - Ethan, traga ele até essa outra sala. - a que ele estava ficou cheia de pêlos do bicho, que certamente provocavam uma forte irritação na pele e nos olhos. Entrei na nova sala e Daniel ainda estava visivelmente nervoso, tentando, inutilmente, voltar à pose debochada de antes.

– O que... Vou ganhar... Por ajudar nisso? - perguntou e eu ergui uma sobrancelha.

– Sua morte será rápida e indolor, além de repentina. - respondi - Isso me parece um grande prêmio para você. - ele olhou para baixo e assentiu calado. Era uma ótima recompensa, e ele sabia que não haveria como evitar isso. Eu já decidira que ele morreria - Enfim, diga logo. Onde está Steve?


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Notas finais do capítulo

Gente, se vocês não comentarem não tenho como saber o que estão achando. Preciso de um parâmetro, é importante.
Beijos, até mais!



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