As criaturas da noite abriram espaço para a passagem de Loras-o-morto-vivo-divoso-e-recém-coroado, que seguia na presença do Panda de Três Olhos e daquela misteriosa figura - cuja ainda não revelara seu nome e, muito menos, sua face. Os enormes lobos também não privaram o trio de sua companhia, e os seguiam fielmente floresta adentro, uivando uma vez ou outra.

– Loras... ah, posso lhe chamar apenas pelo primeiro nome? - perguntou o pandinha.

– Claro que pode, não vou ficar com essas frescuras - respondeu, humilde.

– Ótimo... Bem, tenho um plano: vamos atravessar a Muralha e tocar o terror além dos limites dos reinos que são habitados exclusivamente por humanos! - revelou meigamente aquele ser fofinho.

– Como assim, hue? - o jovi virou para ele seus olhos, agora intensamente azuis, e tão claros que davam a nítida impressão de brilhar como bundas de vagalume mesmo na escuridão.

– Eu explicarei o processo no caminho... Só quero saber se concorda. Nós teremos a ajuda do nosso maior amiguinho White Walker (Caminhante Bran's Cu!) para realizar esse plano, ele é conhecido como Rei da Noite!

– Não vai dar certo, carinha... Depois de tudo, agora vou ter que confiar num White Walker? - retorquiu Loras.

– Vai sim! Nunca esqueça, meu bem, você só está aqui falando conosco por causa dele, que o salvou com sua magia!

– Não sei quando foi que esse tal Rei da Noite me salvou...

– Ele salvou sua vida, demonstre respeito pelo Lorde - interrompeu o pandinha.

– Estou morto.

– De certa forma sim, mas continua caminhando naturalmente, falando, pensando, e nem vai se decompor, porque a magia dele é outro nível.

– Hm... ok, ok, eu aceito o plano.

– Yes! - então os dois completaram esse breve acordo com um high five enquanto rumavam ao Sul.

~~ ~~ ~~

Aquele que fora ressuscitado desfrutava de uma ótima oportunidade para refletir sobre sua "nova vida".

Seus passos eram leves, quase não deixavam rastros na neve que cobria o solo da floresta, como se ele deslizasse.

Sua pele agora era de uma palidez total. Levou sua mão à própria face, e em sua testa sentiu um corte costurado - e as últimas coisas de que conseguia lembrar, o olhar irado de Renly, uma pressão sobre seu peito, e de repente seu corpo indo de encontro ao chão... mas interrompido por um maldito galho, tão pontudo como uma lança.

A "costura" deu lugar ao que antes fora um buraco que atravessava sua cabeça, e que deveria ser seu golpe final, que levaria Loras de Delicium à morte; mas o Renly mal sabia de nada, inocente! Agora o coitado nem imaginava que sua ex-"mulher" divava pelas escuridão. O anterior Cavaleiro das Flores deu um beijinho no ombro pro recalque passar longe.

Apesar de sua condição extraordinária, não sentia seu coração batendo, nem seu sangue correr em suas veias, e sabia que, assim como a brisa invernal que acariciava seus cabelos claros, seu corpo agora era frio por completo. E tais evidências trouxeram novas dúvidas.

Com tamanha frieza, será que ainda sentiria atrações sequissuais por alguém, um dia? E o pior: sua pipa ainda seria capaz de subir? A magia do Rei da Noite era tão outro-nível que faria com que ele pudesse molhar o biscoito normalmente sem congelar o companheiro?

Essas e muitas outras dúvidas respondidas essa Sexta-feira, no Globo Repórter.

Não, pera, volta aqui que a história continua!!

O morto-vivo não sabia muito bem se aquele indivíduo mascarado que seguia ao seu lado seria capaz de responder, mas de certa forma, o tal parecia mais indicado que o Panda-de-Três-Olhos ou o grupo de lobos.

– Que foi? - ele disse quando sentiu seu braço ser cutucado por Loras.

– Eu tenho uma dúvida...

– Não é o momento para revelar minha identidade - atropelou.

– Perae, cara. Quero saber se... nessa condição onde me encontro no momento... eu poderiiia... Tá ligado?

– Não. Seja mais direto, por favor.

Na verdade o Loras preferia continuar nos eufemismos, notando o olhar (triplo) curioso e inocente do pandinha sobre os dois.

– Aquilo láaa.... - então ele pôs seu indicador junto ao polegar, representando então um OCO, e introduziu o indicador da outra mão no mesmo, repetindo o movimento de entra-e-sai.

– Como assim? Não entendi! (é óbvio que ele entendeu, só queria ouvir em voz alta.)

– Droga... Ok. Quero saber se zumbis transam!

– Aaaaaaaah, sim... Claro que - e sua explicação em tom HU3 HU3 HU3 BR BR BR foi interrompida por uma inesperada onda congelante de ar, quando o Rei da Noite ergueu-se da escuridão, saudando-os.