O Ato de Cair escrita por Nessa_Cullen


Capítulo 1
O Ato de Cair.


Notas iniciais do capítulo

N/T: Oi gente! Já faz um tempo que esse extra anda pela internet e resolvi traduzir. Essa é a minha primeira tradução de todas (já que ainda estou fazendo curso de inglês :P), então por favor, peguem leve. Qualquer erro que possa ter nesta tradução é unicamente meu, já que também não tive beta. Pra facilitar também, coloquei os diálogos como estão nos livros. Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/506818/chapter/1

O Ato de Cair

“Porque não posso falar com você,” Jace disse. “Não posso falar com você, não posso estar com você, não posso nem olhar para você.” – Cidade dos Anjos Caídos.

Jace nunca vai esquecer o olhar no rosto de Clary depois que ele disse isso. Primeiro o choque, depois a dor.

Ela já a feriu antes, nunca porque ele queria, embora ele a tenha atacado em sua própria cegueira. A vez que ela o viu beijando Aline e ele disse toda coisa horrível em que ele pudesse pensar, como se meras palavras pudessem ter o poder de fazê-la desaparecer, enviá-la de volta para onde ela estava segura.

Ele sempre se importava mais sobre a segurança dela do que qualquer outra coisa. Se ele não fizesse isso, nada disso estaria acontecendo. Jace se pergunta se ela pode ver isso em seus olhos, o terror, os fragmentos de todas aquelas dúzias de sonhos em que ele a esfaqueia, a sufoca ou a afoga e olha pra suas próprias mãos depois, molhadas com o sangue dela.

Ela dá um passo para trás. Há alguma coisa em seu rosto, mas não é medo. É infinitamente pior. Ela vira, quase tropeçando em sua pressa de fugir e corre para fora do clube.

Por um momento, ele para e olha para ela. Isso é exatamente o que ele queria, uma parte de sua mente grita para ele. Afastá-la. Mantê-la segura, longe dele.

Mas o resto de sua mente está assistindo a porta bater atrás dela e vendo a ruína final de todos os seus sonhos. Forçar até esse ponto era uma coisa. Deixar ela ir para sempre era outra. Porque ele conhecia Clary, e se ela fosse agora, nunca mais ia voltar.

De algum jeito, ele está do lado de fora do clube e a chuva esta caindo como tiros. Ele vê tudo em uma simples olhada, como sempre, do jeito que ele era treinado para fazer. A van branca no meio-fio, o jeito como a rua se curva para o Greenpoint, a abertura escura de um beco atrás do bar, e Clary na esquina, prestes a atravessar a rua e sair da sua vida para sempre.

Ela puxa o seu braço quando ele o segura, mas quando ele coloca sua mão contra suas costas ela o deixa guiá-la para dentro do beco. Sua mão desliza contra as costas, indo para o braço dela enquanto ela gira para encará-lo – e ele pode ver tudo ao redor dele de novo: a parede de tijolos molhada atrás deles, as janelas gradeadas, o equipamento musical descartado imerso em poças de água de chuva.

E Clary está levantando o rosto, pequeno e pálido, seu rímel correndo em listras brilhantes sob os olhos. O cabelo dela parece escuro, colado em sua cabeça. Ela se sente tanto frágil quanto perigosa em suas mãos, um vidro explosivo.

Ela empurra o braço dela para longe do seu. “Se está planejando pedir desculpas, não se incomode. Não quero ouvir.” Ele tentou protestar, dizendo a ela que ele só queria ajudar Simon, mas ela está balançando a cabeça, suas palavras como mísseis: “E não podia me contar? Não podia me mandar uma mensagem avisando onde estava? Ah, espera. Não podia, porque ainda está com a porcaria do meu telefone. Devolva.”

Ele devolve o celular a ela, mas mal está consciente de seus movimentos. Ele quer dizer: Não, não, não, eu não poderia te contar. Eu não posso te contar. Não posso dizer que temo te ferir mesmo quando não quero. Não posso dizer que estou com medo de estar me transformando no meu pai. Sua fé em mim é a melhor coisa em minha vida e eu não posso suportar destruir isso. – Me perdoe –

O rosto dela fica branco, seu batom brilha contra sua pele dura. “Não sei nem pelo quê você acha que eu devo perdoá-lo. Por não me amar mais?”

Ela se afasta dele e tropeça, cegamente, e ele não pode se parar: ele a alcança. Ela é delicada e está tremendo em seus braços e ambos estão encharcados e ele não pode parar. A boca dela está meio aberta e ele leva seus lábios contra os dela, provando batom e gengibre doce e Clary.

Eu te amo. Ele não consegue falar, então tenta dizer a ela com a pressão de seus lábios, corpo e mãos. Eu te amo, eu te amo. Suas mãos estão ao redor da cintura dela, levantando-a, e ele tinha esquecido: ela não é frágil; ela é forte. Os dedos dela estão apertando seus ombros, sua boca feroz contra a dele, e o coração dele está batendo como se estivesse tentando sair de seu corpo enquanto ele a apoia em um alto-falante quebrado.

Pare, sua mente está dizendo. Pare, pare, pare. Ele força suas mãos para longe dela e as coloca na parede, uma em cada lado da cabeça dela. Isso só deixa seu corpo mais perto dela, e isso é um erro. Ele pode ver o bater do pulso na garganta dela, seu batom já era e ele não pode desviar o olhar da sua boca rosa, corada de beijar, enquanto ela respira: “Por que você não pode falar comigo? Por que não pode olhar para mim?”

Seu coração está martelando como se quisesse deixar seu corpo e construir morada fixa em outro lugar. “Porque eu te amo.”

É a verdade, e uma verdade inadequada para isso, mas ele sente perfurando com a força de uma mentira. O rosto dela suaviza, os olhos arregalam. As mãos dela estão contra ele, pequenas, delicadas e cuidadosas e ele se inclina para ela, respirando a sua essência sob o cheiro de água de chuva. “Eu não ligo,” ele ouve a si mesmo dizendo. “Estou cansado de tentar fingir que posso viver sem você. Não entende? Não vê que está me matando?”

Ele está se afogando, e é tarde demais. Ele a procura como um viciado atingido pela droga que jurou não tocar novamente, tendo decidido que é melhor queimar de uma vez do que viver para sempre sem isso.

E as cinzas do mundo ardem ao redor dele em cores enquanto eles vêm juntos, os corpos batendo com força contra a parede atrás deles. A água encharca o vestido dela e o torna tão liso quanto óleo de motor sobre seus dedos. Ele a pega e a puxa, desejando remodelar seus corpos com cada toque. A respiração dela está irregular em seus ouvidos, suas pálpebras semicerradas e vibrando. Ele está tocando sua pele em todo lugar em que pode: a garganta, a parte de trás de seu pescoço, suas clavículas duras sob a ponta de seus dedos, seus braços, lisos e escorregadios. As mãos dela estão nele também, não mais tímidas do que as dele, e cada toque parece queimar a chuva e o frio.

Ela segura os seus ombros enquanto se levanta e envolve as pernas em sua cintura, e ele faz um som que nem sequer sabia que podia. É tarde demais para voltar atrás agora. Suas mãos apertam involuntariamente, e ele sente o tecido da meia-calça dela rasgar sob seus dedos, e ele está tocando sua pele nua. O beijo deles tem gosto de chuva. E se ele não estava caindo antes, está caindo agora.

Ele pensa na Queda, nos anjos caindo para sempre no fogo, e Ícaro, que voou muito perto do Sol. Ele já tinha pensado na agonia da queda, no terror disso, mas nunca pensou que isso podia ser alegre. Lúcifer não queria cair, mas tampouco queria servir, e enquanto Jace puxava Clary para mais perto dele, mais perto do que ele jamais pensou que eles poderiam estar, ele se perguntou se era apenas no ato de cair, que se poderia ser verdadeiramente livre.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews são bem-vindos :D *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Ato de Cair" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.