27 de Outubro escrita por Alessandro Campos


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, eu adoro esse filme de terror. Pra mim, ele é um clássico do gênero. Por isso, tive vontade de escrever uma fanfiction que explana um pouco sobre ele. Caso vocês gostem muito, posso pensar em fazer uma continuação, vai depender do retorno de vocês. Eu fiquei com preguiça de revisar, portanto, vocês podem encontrar um ou dois errinhos de digitação aqui e ali.

Boa leitura!



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27 de Outubro

Tudo bem, eu assumo. Essa com certeza foi a pior ideia que já tivemos na vida. Quer dizer, eu e Dean nunca deveríamos ter feito essa brincadeira idiota. Agora estou sozinho, largado no meio dessa floresta e não sei mais o que fazer. Aqui vai um conselho: nunca duvide de nenhuma lenda. Jamais. É por isso que estou aqui. Meu nome é Adam McKlein e eu tenho 22 anos. Eu deveria estar na faculdade, me preparando para a festa de dia das bruxas que teríamos no final de semana, mas tive a infeliz ideia de vir para o meio dessa floresta aqui em Maryland porque perdi uma aposta. Estou escrevendo essa carta porque não trouxe nenhum equipamento de filmagem, com exceção do meu celular, mas a bateria dele já acabou porque tentei usar o GPS pra sair do meio da mata. Eu deveria ter imaginado que isso poderia acontecer.

Vou tentar explicar de uma maneira resumida tudo o que está acontecendo comigo. Há quatro dias eu assisti ao filme “A Bruxa de Blair” com meu colega de quarto, Dean Grant, e ele teve a brilhante ideia de virmos até a mesma floresta procurar as locações do filme para fazermos algumas fotos e levarmos na festa do dia das bruxas. Eu sou cagão e não concordei com isso, porque já imaginei que o que está acontecendo, poderia de fato, acontecer. Ele propôs que jogássemos uma partida de videogame e o vencer decidiria se viríamos ou não. Ele venceu, ele quis vir. Pegamos uma barraca de acampamento e colocamos alguns suprimentos em duas mochilas. Ele trouxe uma câmera digital e eu levei apenas meu celular, pois achei que não demoraríamos mais que dois dias procurando pela floresta.

Droga! Uma coruja acabou de voar sobre a barraca e meu coração quase voou pela boca.

De qualquer forma, pegamos o meu carro e dirigimos algumas horas até aqui. Assim como no filme, pedimos algumas informações para os moradores locais e seguimos para dentro da floresta. O que aconteceu de mais curioso, foi que os moradores locais disseram que o filme não havia sido realmente gravado lá, e que a história das filmagens era real. Mais que isso, Heather, Joshua e Michael realmente existiram e serviram de inspiração para o filme. Achamos tudo muito sensacionalista e decidimos seguir adiante.

Há dois dias estávamos aqui, passeando por entre as árvores sem fazer a mínima ideia de onde estávamos indo. Afinal de contas, não havia qualquer mapa que pudesse nos indicar a localização da casa, muito menos dos supostos locais de rituais que foram filmados originalmente.

E aí o inferno começou. Na nossa primeira noite, barulhos de pessoas correndo perto de nossa barraca podiam ser ouvidos a toda hora. Eu ainda posso ouvi-los algumas vezes. Eu não tinha coragem nem para abrir os meus olhos e ver do que se tratava. Dean arriscou colocar a cabeça para o lado de fora da barraca e ver alguma coisa com o auxilio da barraca umas três vezes, mas não conseguiu ver ninguém. Ele disse que como havíamos falado com alguns morados, eles poderiam ter espalhado para o resto da cidade, o que atiçou alguns adolescentes a nos pregarem uma peça. Eu já estava tão apavorado que não queria pensar sobre isso, queria apenas dormir e esperar que o dia amanhecesse para que fôssemos embora.

Logo que amanheceu, discutimos feio porque eu estava decidido a ir embora, enquanto ele, se recusava a ir embora antes de conseguir pelo menos uma foto ou pegar quem quer que nos estava pregando peças. Contrariado, fui com ele, mas não achamos nada.

Tem alguém do lado de fora da barraca, acabei de ouvir um galho quebrar no chão. Preciso ser breve.

Na segunda noite, os passos voltaram a nos atormentar, mas dessa vez eles pareciam mais fortes e mais próximos de nós. Foi quando começamos a ouvir gritos. Gritos de horror, como se alguém estivesse sendo torturado em algum lugar perto da gente. E em seguida, o que mais me assustou: eu conseguia ouvir uma voz feminina chamar por Joshua e Michael. Também outra duas vezes masculinas, uma chamava por Joshua e Heather, e a outra, por Michael e Heather. Deduzi que o trio estava tentando se encontrar, ou que alguém estava tentando fazer parecer isso.

Dean ficou com muita raiva e saiu da barraca, gritando com as vozes, mas ele nunca era respondido. As vozes apenas continuavam a gritar os nomes, cada hora de uma direção diferente. Ele simplesmente pegou uma das lanternas e saiu correndo e gritando na direção das vozes, eu tentei impedi-lo, mas foi em vão. Ele já havia sumido na escuridão da noite. Para piorar, ele levou a câmera para tentar flagrar seja-lá-quem-fosse que estava brincando com a gente.

Desde então estou sozinho. Ou pelo menos, eu acho que sim. Espero que seja só uma brincadeira do Dean, porque eu estou REALMENTE assustado. E, caso seja, acho que nunca mais falo com ele.

Durante o dia, eu ouvi ele chamar pelo meu nome. Tentei seguir sua voz, mas toda vez que pedia para que ele gritasse novamente, o som parecia vir da direção oposta.

Acho que estou ficando louco. Acho que ele morreu. Acho que serei o próximo.

Depois que desisti de seguir a voz de Dean, liguei meu celular e tentei usar o GPS para me guiar para fora da floresta, mas por algum motivo, o sinal via satélite não queria funcionar nem com reza brava.

28 de Outubro

Parei de escrever subitamente porque alguém me deu um soco nas costas através da tela da barraca. Não vi quem ou o que fez isso. Seja lá o que for, também apagou a fogueira e conseguiu deixar um belo hematoma perto das minhas costelas.

Só estou escrevendo isso porque tenho a esperança de que encontrem esse diário e que impeçam que outras pessoas também venham para cá, caso eu não consiga sair vivo dessa.

Merda. Tem alguém correndo aqui por perto.

29 de Outubro

Eu tenho certeza que vou morrer. Após ouvir alguém correndo perto da minha barraca, eu ouvi NITIDAMENTE a voz de Dean, perto da fogueira, dizendo que eu poderia sair e que iríamos embora. Fiquei aliviado por alguns segundos, até colocar a cabeça pra fora e ver um sorriso demoníaco sumir no meio das árvores. Eu tenho plena convicção de que vi uma mulher com olhos amarelados e pele bem pálida sumir no meio das árvores. A bruxa existe! Ou algum demônio. Ou fantasma. Ou chupa-cabras. Ou... Nossa. Não sei mais nem o que pensar. Evito sair da barraca até mesmo durante o dia. Barulhos estranhos, as pessoas gritando... Elas não param. Agora eles gritam todos ao mesmo tempo. Heather, Joshua, Michael, Dean... E todos gritam por mim. COMO ELES PODERIAM SABER MEU NOME?

30 de Outubro

Hoje está chovendo. Não tenho mais saco para escrever muito. Só queria deixar registrado que pelo menos hoje, ainda estou vivo. A bruxa existe. Eu a vi de novo. Precisei buscar água num riacho aqui perto, quando olhei para a outra margem e a mesma mulher estranha sumiu nas árvores. Ela está me cozinhando. Ela quer me deixar louco. Por que ela simplesmente não me mata? Ela não pode ser uma pessoa. Tenho certeza de que algum ritual deu errado e ela está possuída por alguma criatura maligna.

Por conta dessa chuva, não há como deixar uma fogueira acesa do lado de fora da barraca, por isso estou me sentindo menos seguro. Dean está do lado de fora da barraca de novo, me pedindo para sair. Eu não consigo parar de chorar. Estou escrevendo para tentar me distrair, mas não consigo. Dean está conversando com Joshua do lado de fora da barraca, falando sobre como eu deveria dar uma volta pela floresta e deixar de besteira. Eu estou tão assustado! Sei que quando eu sair, não vou ver nada e se vir, melhor não pensar no que poderá ser. Quero que amanheça logo, vou tentar sair daqui mais uma vez. É o que posso fazer.

31 de Outubro

NUNCA DEIXEM NINGUÉM ENTRAR NESSA FLORESTA! ELA É REAL! REAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Estou cansado. Muito cansado. Não consigo mais andar. Está anoitecendo e a chuva que havia cessado durante todo o dia, está voltando a cair. Não quero saber de mais nada. Sei que nunca vou conseguir achar o caminho de volta. Dean ainda me chama toda vez que fecho a barraca. Acho que hoje estou a fim de tomar um banho de chuva. Talvez seja realmente Dean lá fora. Vou deixar esse diário guardado aqui na mochila, pode ser que alguém encontre e que tenha juízo o suficiente para utiliza-lo como meio para impedir que as pessoas venham aqui. Duvido, é só um pedaço de papel, poderia ser facilmente forjado por qualquer um.

Dean está pedindo para que eu me apresse. Ele disse que sabe como sair daqui. Pode ser que ele tenha fugido da bruxa e esteja realmente aqui para me ajudar. Vou parar de fingir que não estou escutando. Vou parar de chorar. Dean é meu amigo. Dean está se aproximando da bar

xXx

Material retirado do diário de Adam McKlein, estudante de Ciências Biológicas na Universidade de Maryland. O diário foi encontrado numa mochila que foi deixada no capô de seu carro, estacionado numa rodovia próxima a floresta de Burkittsville. Ele e seu amigo Dean Grant, não são vistos desde o dia 25 de Outubro de 2009, há quase 5 anos atrás. Tudo o que se sabe, é que os dois realmente deixaram a universidade com o intuito de achar as reais locações do filme. As últimas pessoas que os viram, foram alguns moradores locais que disseram que eles perguntaram coisas relacionadas à lenda da bruxa. O caso continua aberto até hoje, sem qualquer explicação. Além do mistério do desaparecimento dos dois, é saber como a mochila foi deixada lá sem que houvesse nenhuma pegada ou rastro de DNA de qualquer um dos dois num raio de 20km dali.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e que eu tenha conseguido passar um pouco da agonia que o personagem principal estava sentindo. Aguardo pelos comentários e pelo retorno de vocês de uma forma geral. Obrigado por terem lido a minha fanfiction e, se quiserem, posso pensar em dar continuidade à história, basta vocês comentarem isso.

Até a próxima!



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