Lover Eternal - por Demetri Volturi escrita por Bia Kishi


Capítulo 16
Capítulo 16 - Promessas Silenciosas


Notas iniciais do capítulo

          Satine sorriu.
—         O que quer saber?
—         Você! Quero saber como é possível, quero dizer, você está mesmo viva! Eu ouço seu coração! Isso é tão... Tão fascinante!
          Kate não me perguntou nada, então eu deixei que Satine contasse o que quisesse.
—         Demetri me resgatou na floresta, na península de Olympic. Papa recebeu uma carta, dizendo que deveria ir até lá, no começo pensaram ser uma emboscada - ela olhou em meus olhos e sorriu docemente - então Demetri me encontrou e cuidou de mim. 
—         E por "Papa" eu devo pensar naquele demônio?
          Satine estreitou os olhos.
—         De qual demônio estamos falando? Do que cuidou de alguém que nem sabia quem era? Ou do demônio que abandonou a própria filha recém-nascida para morrer na floresta?



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-         Não baby. Você sempre será, e eu sempre a protegerei e cuidarei de você como se fosse minha princesa.

          Satine soltou um sorriso triste.

-         Estou com medo.

          Eu a abracei e segurei seu corpo junto ao meu.

-         É por isso que eu estou aqui. Eu vou te proteger.

          Peguei um carro alugado - já que a vampira estava com o meu porsche - e abri a porta para Satine. Dentro do Lexus, depois de começarmos a rodar pelas ruas da capital, Satine perguntou:

-         Porque estamos no Alaska? Pensei que eu fosse americana.

-         Vamos encontrar uma amiga do seu pai.

          Ela fechou a cara.

-         Não quero conhecer amigos do meu pai! Eu nem quero conhecer o meu pai!

          Encostei o lexus fora da pista e segurei suas mãos.

-         Baby, você não pode julgar alguém que nem conhece.

-      Posso sim, eu sou uma Volturi! Além disso - ela deixou o rosto cair - ele me abandonou.

-      Amor, você nem sabe o que aconteceu. Além disso, não sabemos nada sobre a sua mãe. Temos que começar de onde podemos.

          Ela suspirou.

-         Dê uma chance a ele. Você nem o conhece.

          Ela não respondeu. Tudo que se tratava do pai biológico a deixava triste e magoada.

          Como se precisasse mudar de assunto, ela sorriu.

-         Desde quando você conhece esta "amiga" do meu pai?

          Eu sorri.

-         Não seja boba!

-         Demetri Volturi, se você me trouxe da Itália até aqui para flertar com alguém do passado - ela fez uma pausa - eu não respondo por mim!

          Segurei seu rosto entre minhas mãos.

-         Eu te amo - eu sussurrei.

-         Não me venha com galanteios!

-         Eu te quero - eu sussurrei puxando seu corpo mais perto do meu.

-         E não me desconcentre!

          Eu beijei seu pescoço, passando a língua em sua pele, enquanto minhas mãos puxavam sua cintura para mim. Quando senti que sua respiração estava acelerada, eu a soltei e liguei o carro.

-         Não se preocupe, Kate me odeia.

-         Posso imaginar porque! - ela provocou.

-         Não, não é por isso. Kate me odeia por causa dos Volturi - eu olhei para ela - é possível que te odeie também, minha esperança é que ela se lembre do seu pai quando olhar para você.

-         Eu não me pareço com ele!

          Eu ri mais alto.

-         Você nem o conhece!

-         Mas eu já sei!

-         Okay baby, não vou discutir com você.

          O resto do caminho para a casa das Denali deu-se no silêncio. Ela estava nervosa novamente e eu não sabia o que dizer para acalmá-la. Quando paramos na frente da casa, Eu desci e sinalizei para que ela permanecesse dentro - eu não queria aquela vampira tagarela enchendo a cabeça da garota com bobagens.

          Eu não precisei bater. Kate, assim como todas as outras sentiriam o cheiro de Satine, e o meu, é claro.

-         A baixinha dos cabelos escuros saiu primeiro.

-         Eu devo mesmo ter sido uma garota muito má, em outra encarnação! - ela praguejou - porque duas visitas em menos de um mês é demais!

-         É um prazer vê-la também Katrina - eu provoquei.

          Ela caminhou até mim, jogando o cabelo para trás.

-         É kate, eu já disse! E porque está aqui novamente?

-         Quero que conheça alguém.

          Eu sinalizei para que Satine saísse do carro. Kate estava praguejando algo como "ninguém que ande com você me interessa", quando Satine desceu. A vampira levou a mão à boca e ficou mais branca que o de costume.

-         Minha Mãe do Céu! - ela soltou com os olhos arregalados.

-         Eu disse!

          Satine caminhou desconfiada, desviando os olhos da vampira e parou ao meu lado, procurando minha mão.

-         Ela... Ela...

-         Eu disse, Kate! Disse a você que ela se parecia com ele.

          Kate parou na frente de Satine e tocou a mão em seu rosto, com a ponta dos dedos. Satine não recuou, apenas apertou mais o toque em minha mão. Kate sorriu, abrindo os braços a pegando Satine entre eles.

-         Você é mesmo filha dele! Tem que ser! Só pode! Seus olhos, seus olhos tem a mesma expressão que os dele.

          Quando Kate liberou o abraço, Satine estava totalmente cética, olhando com curiosidade para a vampira.

-         Não acredito que não está empolgada! Não acredito que não está feliz! Você só pode mesmo ser filha dele! Eu preciso saber de tudo! Entre, vamos!

    Kate virou-se para aporta, empolgada. Satine a seguiu, me puxando pela mão.

-         O general não! - Kate grunhiu - ele não é bem vindo em nossa casa!

          Eu soltei minha mão e olhei Satine nos olhos. 

-         Vai baby, encontre suas respostas.

          Ela segurou minha mão novamente.

-         Não vou a lugar algum sem Demetri. Meu pai ordenou que ele me protegesse e é o que ele fará.

          Kate voltou, descendo os degraus de dois em dois.

-         Não seja boba criança! Não vê que a única ameaça aqui é esse Volturi?

          Satine encarou Kate, os olhos brilhando mais que o de costume, enquanto seu corpo todo começava a tremer.

-         Eu sou uma Volturi e se ele não é bem vindo aqui, então eu não sou também!

          Kate suspirou fundo.

-         Okay, o general pode entrar. 

           Não que eu quisesse realmente entrar na cabana das Denali, mas ver Satine me defender daquele jeito, fez com que o passeio tivesse um sabor especial.

          Kate indicou uma poltrona de madeira e eu me sentei, enquanto ela se ajeitava com Satine no sofá.

-         Me conte, vamos! Me conte tudo!

          Satine sorriu.

-         O que quer saber?

-         Você! Quero saber como é possível, quero dizer, você está mesmo viva! Eu ouço seu coração! Isso é tão... Tão fascinante!

          Kate não me perguntou nada, então eu deixei que Satine contasse o que quisesse.

-         Demetri me resgatou na floresta, na península de Olympic. Papa recebeu uma carta, dizendo que deveria ir até lá, no começo pensaram ser uma emboscada - ela olhou em meus olhos e sorriu docemente - então Demetri me encontrou e cuidou de mim. 

-         E por "Papa" eu devo pensar naquele demônio?

          Satine estreitou os olhos.

-         De qual demônio estamos falando? Do que cuidou de alguém que nem sabia quem era? Ou do demônio que abandonou a própria filha recém-nascida para morrer na floresta?

          Eu me levantei.

-         Não me importo nem um pouco com quem você seja ou o que pense a respeito do vampiro que me concebeu. Aro é meu pai. O único que eu conheci. Os Volturi são minha família e não sei o que fizeram a você, mas sua opinião a respeito deles tampouco me importa!

          Ela saiu pela porta como um raio e eu saí em seguida. Kate tentou acompanhá-la, mas não foi possível. Satine sumiu na floresta atrás da casa.

          A vampira ficou com cara de boba, me olhando.

-         Eu disse a você que ela se parecia muito com ele.

          Ela suspirou.

-         Até no senso de justiça!

-         Sim.

-         Como aconteceu Demetri? O que você sabe?

-         Pouca coisa. Quando nós a encontramos, sabíamos que não era humana, mas não sabíamos o que era. Só descobrimos depois, quando sua sede de sangue aumentou.

-         Ela se alimenta, como... - ela não continuou a frase.

-         Nós? Quer saber se Satine se alimenta de humanos?  - eu sorri - Não. Ela não faz. Ela é como vocês, embora seu controle seja maior e ela consiga se alimentar sem matar o humano.

-         Eu preciso falar com ela. Preciso me desculpar.

-         Você consegue encontrá-la para mim, general?

-         Em qualquer lugar do mundo.

          Kate sorriu.

-         Você a ama.

          Não foi uma pergunta. Foi uma afirmação. Eu não neguei, não podia. Nem queria. Eu fingia e mentia tanto para todos que quando tinha uma pequena possibilidade de ser sincero, eu a agarrava.

          Entramos os dois na floresta enquanto eu procurava pelo rastro de Satine.

-      Desde quando a ama?

-      Desde sempre.

          A vampira sorriu.

-      Nunca pensei que veria uma cena como estas!

-      Que bom que eu te surpreendo.

-      Demetri?

          Eu me virei para ela, e Kate colocou a mão sobre a minha.

-      Eu vou ajudar.

          Eu a encarei profundamente.

-      Por Carlisle, é claro – eu respondi desviando meu olhar do dela.

          Kate sorriu novamente.

-      Também.

          Eu sorri. Esse “também” indicava que, pela primeira vez, ela estava me dando o benefício da dúvida. Vindo de uma Denali, isto era uma grande coisa.

           Indiquei o rastro de Satine para ela e voltei. Kate seguiu o rastro e eu esperei no carro. 


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