8 ANOS DEPOIS...

O despertador toca fazendo um barulho irritante no quarto, enquanto eu me levanto e troco de roupa calmamente até ver a televisão do meu quarto ligada.

Parece que eu dormi assistindo um programa qualquer e cai no sono, mas antes de desligar quero assistir o que está passando na mesma

“e temos Jonathan Frey do Distrito 7 da Trigésima Oitava edição disputando a coroa com Callie Cebtral do Distrito 4” Ouço a voz do lendário locutor Claudius Templesmith recordando esses jogos

Desligo a televisão, até porque eu sei que Callie desarmou Jonanthan, só que ela não sabia que ele tinha um canivete no bolso, e que ela foi derrotada pelo pequeno canivete

Minha avó, Saphire Pouply me fez assistir todas as 57 edições.

Desde o dia seguinte do dia daquela aquela reunião, ela me fez uma maquina de matar completa, o que não foi difícil fazer ela convencer os organizadores dos jogos que eu seria a próxima candidata, mesmo com 16 anos, pois conseguir decapitar 20 bonecos em 1:30 não é para qualquer garota. Obvio que todos os organizadores tiveram que me deixar entrar logo cedo.

Vocês devem estar pensando que o machado é a minha arma preferida, mas estão enganados, sempre fui melhor com espadas, mas na arena usarei machados como um tributo à Prism, já que machados era sua paixão

Desço para a cozinha, vejo que a minha mãe está fazendo café, mas não a espero, pego uma maça da fruteira, e saio da casa dela e da vila dos vitoriosos.

No meio da caminhada passo pela floresta, mas sei que não há apenas arvores ali, no meio dela se encontra a vila da condenação, uma vila onde vivem as famílias mais pobres do Distrito 1, aquelas que garimpam ouro, que seus filhos tem que ser obrigados a passar por um dia antes da colheita se lavando para aparecer apresentável para o publico da Capital se eles forem escolhidos, eles parecem ate crianças do Distrito 12, mesmo eu nunca os vendo, mas crianças que não se preocupam com Jogos Vorazes, pois sempre sabem que há jovens ricos dispostos a se oferecer por eles.

– Loirinha? Aonde vai com tanta pressa? – Viro para trás e vejo meu melhor amigo Darién

Tenho que admitir, Darién é realmente boa pinta, moreno, alto, forte,olhos verdes e uma personalidade incrível se ele não fosse meu melhor amigo eu investiria

– O que você está falando grandão? – Falo com o mesmo tom de deboche enquanto o abraço, em seguida vou com ele para a praça central.

– Então quem vai ser o meu inimigo? – Pergunto para Darien, mesmo a academia não selecionando uma menina de 18 anos, com certeza obrigarão o tributo masculino a participar

– Se eu soubesse – Ele diz, mas o pior é que eu não consigo ver suas expressões

Desde quando eu treinei, minha avó fez diferente comigo, ela me fez eu reconhecer expressões como ninguém, e convencer as pessoas como ela faz, diria que esse é o meu segundo maior talento se não contar com a minha habilidade de matar. E até eu sobreviver em uma mata fechada, o que geralmente as arenas são florestas.

– Desgraçado, porque eu não sei ler as suas emoções? – Ele apenas ri, e o que era verdade, eu me esforcei muito, mas ainda sem sucesso.

– Apenas sou especial loirinha desgraçada – Ele falava enquanto eu dava um soco no seu braço, ate eu ver minha outra melhor amiga; Blush

Você pode considerar duas coisas muito improváveis de se acontecer nas garotas do Distrito 1; ter cabelos morenos e não ter um nome relacionado a um artigo de beleza (essa regra também vale para os garotos)

Mas Blush Tinha longos cabelos loiros e olhos azuis, era um pouco mais baixa que eu e eu sempre a conheci desde que eu engatinhava.

Pelo o que eu sei, sua mãe era uma dos rebeldes do Distrito 2, contra o governo da Capital, o que era uma das poucas, pois o Distrito 2 era o mais mimado pela Capital. Mas mesmo assim ela grávida iria para o Distrito 3 se juntar aos rebeldes de lá, mas acabou errando o caminho e foi parar no Distrito 1. Minha avó nunca gostou de nomes de jóias, apenas meu avô recebeu um; Onxy, porque era a jóia preferida dela, fora ele, ela inventou nomes “decentes” para o resto a família

– Então Flah – Mesmo eu odiando esse apelido, eu não me importava que ela me chamasse assim, mas apenas ela ou Darién – Amanhã você ira para os Jogos Vorazes, certo? – Blush, dizia como se não soubesse que eu iria

– Blush, eu vou e vou massacrar todos e vou recuperar a honra da minha família – Faço uma pausa respirando fundo – E eu vou vencer – Falo com determinação, então ela me abraça chorando, Blush era muito sensível.

Disse a eles que iria para minha casa, pois a minha avó queria fazer mais um treinamento comigo, por sorte o ultimo

No caminho passo por um grupo de 5 garotas de 18 anos, elas me olham com nojo, afinal nenhuma delas irão ter chances de participarem dos Jogos Vorazes, pois a seleção é feita um mês antes da colheita, e em vez de ser uma delas, o respectivo professor delas, disse que era eu; A garota de 16 anos da família Pouply

Incrivelmente consigo entender o ódio delas

Olho para o meu relógio, 3:30 da tarde... estava atrasada para o meu ultimo treino, xingo baixinho, prevendo as ameaças da minha avó, quando chego a casa dela, ela está parada em frente a sua porta.

– Parece que mesmo em 8 anos você não aprende a sua lição... Prism teria se saído melhor – Ela falava com um tom de superioridade e nojo, enquanto passava álcool no seu chicote de espinhos. Quando vejo ela fazendo isso, minhas varias cicatrizes começam a tremer.

– Mais força – Dizia minha avó enquanto eu mirava um boneco com o meu machado, ela me deu uma chicotada, que atingiu o meu rosto, e eu caio, percebo que sai sangue – Você vai ficar aqui até ter a força que eu quero que você tenha, dentro de 2 dias, esse seu treinamento, vai ser algo serio.

– Nem parece que a colheita está chegando – Digo a minha avó

– Bom, você ira para os Jogos e ira recuperar a minha honra – Ela rebate – Bom, já chega, acho que você vai conseguir rachar a cabeça de alguns tributos na cornucópia, lembre-se de que Prism partiu a cabeça daquela garota do 5 ao meio, e você pode conseguir – Ela faz uma longa pausa – A não ser que percebam seu ponto fraco

– Eu não tenho pontos fracos – Afirmo com confiança a minha avó

– Prism também dizia isso, até perceber o dela – Porque ela fala tanto de Prism? Até eu lentamente perceber, que minha avó me ensinou a ver expressões, mas não a ver seu ponto mais fraco da mesma. Minha avó solta um riso de deboche e se despede de mim.

Meu ponto mais fraco é o afeto a Prism Pouply.