Divã - As Crônicas do Cristal Vermelho escrita por Céu Costa


Capítulo 3
Everything starts


Notas iniciais do capítulo

Muito bem, eu vejo com minha visão de raio - x um novo capítulo chegando... Ele está bem próximo... Muito mesmo...



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Eu me deitei no divã e fechei os olhos. As imagens estavam tão frescas que eu podia senti-las, eu podia ver, ouvir, tocar, sentir, todos os meus sentidos se apuraram em uma fração de segundo.

Era a minha primeira vez na fazenda de meus avós, no Kansas. Engraçado, eu sou do Kansas desde que nasci, mas nunca estive em uma fazenda... Era um lugar calmo, mas cheio de energia. É até estranho para uma adolescente se empolgar com o fato de estar no meio do nada, em um lugar onde nenhum sinal de celular ou internet funciona, cheio de animais fedorentos e mosquitos irritantes. Mas eu estava adorando cada segundo. Meu maior sonho desde que tinha 2 anos era me especializar em medicina veterinária, e naquele verão eu havia metido na cabeça que ganharia experiência com animais de qualquer maneira.

E eu estava indo muito bem. Naquela manhã vovó me ensinara a ordenhar vacas, e depois do almoço, foi um desafio recolher ovos, mas consegui. Minha tarefa agora era alimentar os porcos. Certo, não era bem isso que eu queria quando disse que iria ganhar experiência com animais de qualquer maneira, mas, então vamos.

Calcei as luvas amarelas de borracha e bati na cerca de madeira, chamando para o jantar. Eles vieram todos contentes, chapinando e fazendo uma grande bagunça. Estavam tão animados que jogaram lama em meus cabelos e minha roupa, mas até que foi engraçado. Despejei os dois cheios e pesados baldes de lavagem e fiquei ali, olhando aqueles bichinhos rechonchudos encherem as bochechas. Impressionante como pareciam com meus priminhos quando comem bolo no aniversário de alguém. Eu sei, eu sei, é maldade, mas parecem mesmo.

Eu senti o chão tremer. As vaquinhas da fazenda corriam desesperadas, fugindo para os campos de trigo. Logo atrás, os cavalos premiados do vovô.

– E o que você fez? - ela falou, me fazendo abrir os olhos.

Eu já tinha até me esquecido que ela estava aqui.

– Bom... - eu continuei - Todo mundo sabe que é suicídio tentar para um bando de cavalos assustados, então...

Eu decidi ir na direção contrária a deles, tomando cuidado de não ficar na linha de frente de sua corrida desesperada. Dentro do estábulo, a cena era deplorável: patos empoleirados nas figas do teto, batendo nervosamente suas asas; os belos portõezinhos de madeira envernizada estavam destroçados; havia um enorme buraco no alto da parede, como se algo tivesse caído, sei lá, do céu.

Mas bem ali na minha frente, tinha uma enorme cratera. Eu cheguei mais perto. Tinha muita fumaça quente e poeira... Tanta fumaça... Estava tão quente...

– Você tá legal? - ela me perguntou, largando a prancheta.

– Não... - e comecei a tossir involuntariamente.

Minha garganta estava seca, como se eu estivesse inalando a fumaça do meteorito agora mesmo. Mas Dr. Diana me trouxe um copo de água (ou muitos) e logo eu estava me sentindo melhor.

– Evelyn, - ela falou - se não estiver se sentindo bem, pode ir para casa e terminar em uma próxima consulta...

– Não! - eu coloquei o copo vazio na mesinha de mogno - Eu comecei, eu termino!

– Bom, então, - ela apertou um botão no gravador, para que voltasse a gravar - continue, querida.

A fumaça dispersou lentamente com o soprar suave da brisa, então eu vi um leve brilho rubro. Primeiro achei que era um meteorito, de algum cometa, mas logo eu vi que não era. Era um pequeno colar, com um pingente. O cristal era cilíndrico, vermelho, mais ofuscante que o sol. Tinha um dragão prata, sem asas, enrodilhado nele. Às vezes, penso que jamais vi algo tão bonito em toda a minha vida.


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Notas finais do capítulo

Então, o príncipe matou o dragão e salvou a princesa!!! Espera, história errada...



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