Divã - As Crônicas do Cristal Vermelho escrita por Céu Costa


Capítulo 17
R de Robin




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– Que interessante, então você pegou sua irmã e fugiu para casa de seus avós? - Dra. Diana perguntou.

– E por acaso eu tinha algum outro lugar para ir? - eu respondi, sarcástica.

– De fato, não. Mas decidiram manter em segredo a morte de seus pais? - ela perguntou outra vez.

– Não, só decidi não contar por hora. Não queria estragar as férias deles. - eu suspirei.

– Interessante. - ela pegou o gravador - Continue.

***************

Enquanto isso, em outro lugar, uma sombra se movia silenciosamente na escuridão. Metrópolis pode ser um lugar tão assustador e hostil quanto Gothan, se você souber aonde procurar a confusão.

Ele puxou a tampa de um boeiro, em um beco, e entrou. A água de esgoto molhou suas botas amarelas, mas ele não se importou. Foi treinado para isso. Ele correu pela água, olhando em seu GPS no relógio de pulso, seguindo seu caminho.

Depois de ter cruzado a Avenida do Ontem, e entrando no Beco do Suicídio, segundo seu GPS, ele chegou em uma enorme praça, com tubos, túneis e conexões e levavam para qualquer lugar da cidade. Se fosse em Gothan, ele com certeza se lembraria do esconderijo do famoso Penguim, um dos maiores inimigos de seu mentor. Mas ele não estava ali para lembrar a História do Mundo do Crime.

No túnel que leva para atrás do Ás de Paus, ele começou a ouvir vozes. E como era para isso mesmo que ele viera, entrou no túnel.

Depois de quinze minutos, ele viu dois homens, vestidos de preto, com um uniforme parecido com o da Liga dos Assassinos, passarem por ele. Ao vê-los, ele foi tomado por um ódio cego, tirou sua katana das costas, e cortou-lhes os pescoços, sem nem ao menos dar-lhes a chance de vê-lo. E o sangue manchou o esgoto.

Depois de matá-los, ele se arrependeu do que fizera, não era o que seu mentor diria para ele fazer, muito menos aplaudiria por ele ter feito. Mas ele não tinha tempo para isso.

Ele caminhou nas sombras por mais uns metros, e então, encontrou uma grade enorme, que fechava a boca do túnel. Do outro lado, o que ele viu foi de se espantar: ninjas negros por todos os lados, e lá em baixo, em uma plataforma seca, haviam enormes computados, com telas gigantescas, monitorando dezenas e dezenas de cidades. Aquilo era assustador. Por que monitorar cidades? O que estavam procurando?

De repente, a grade subiu, e ele se assustou. Vários ninjas negros pularam sobre ele, e antes mesmo que ele pudesse se defender, estava amarrado, desarmado, e sendo carregado por homens de preto, que por mais que ele se debatesse, não o soltavam.

Eles o carregaram até uma plataforma, sobre o esgoto, toda de ferro. E então, o seguraram pelos braços, deixando-o de joelhos.

– Ora, ora, ora, Damian Wayne... - uma voz que ele só ouvia nos pesadelos falou, perversa - Não esperava encontrá-lo aqui, na minha humilde casa

– Slade! - ele rosnou, entre dentes.

Uma risada cruel e debochada se fez ouvir pelo lugar, fazendo eco.

– Seu pai não te ensinou que é falta de educação chamar alguém importante pelo primeiro nome? - Slade apareceu, saindo das sombras.

Era alto, musculoso, e usava roupas negras e luvas laranja. Sua máscara era metade negra e metade tangerina, e o lado mais claro era o único que tinha uma abertura para o olho.

– E a sua nunca te ensinou que quando se morre tem que ficar morto? - ele rosnou para seu inimigo, de pé bem ali em sua frente.

– Oh sim, sobre isso, o Poço de Lázaro faz maravilhas. - Slade comentou - Mesmo eu já estando com 87% do meu corpo queimado, foi só mergulhar, que fiquei novo em folha. - Slade falou, com um toque de veneno - Poderia ter jogado Ra's Al Gul lá dentro, quem sabe ele não estaria vivo agora?

– Maldito cão dos infernos! - ele se debateu, tentando alcançá-lo.

– Shiu Shiiiiiiiu! - Slade se aproximou dele - Não fique tristinho pelo seu avô, Robin. Em breve, você se juntará a ele.

– O Batman vai acabar com você! - ele rosnou.

– Duvido muito. Ele nem sabe por que eu estou aqui! - Slade olhou para ele - E acho melhor você também não saber.

Salde estalou os dedos, e os ninjas começaram a espancar o pobre rapaz, que normalmente teria se defendido bravamente, mas naquele momento não conseguiu fazer nada.

Depois de muito apanhar, ele já nem se movia mais.

– Senhor, acho que ele morreu. - um dos ninjas disse, e todos os outros se afastaram do corpo.

– Ele não morre enquanto eu não disser que ele pode morrer. - Slade rosnou - Joguem ele numa cela, vamos ver se o Batman vem mesmo salvar ele.

Os ninjas foram pegá-lo. Mas em um.último lampejo de força, ele jogou-se da plataforma, despencando em uma queda de mais de dez metros de altura, até cair na água e ser levado pema correnteza.

– Robin caiu! Robin caiu! - os ninjas começaram a gritar.

– Vão atrás dele! Achem-no! - Slade mandou.

Um ninja pulou na água atrás do corpo, mas sem sorte, em uma queda de dez metros, caiu em uma plataforma três andares abaixo. Mas todos os outros pegaram os túneis.

***

Já em Smallville, eu estacionei o carro na frente da casa da fazenda. Já era escuro, e eu estava cansada da faculdade.

Peguei os pacotes de papel de compras, e entrei em casa.

– Dakota, cheguei! - eu gritei, trancando a porta - Comprei batata congelada, vamos ter batata frita pro jantar!

– Evelyn... - a voz de Dakota era triste e preocupada.

Eu me virei, ela estava na sala, de joelhos, do lado do sofá maior, que sempre ficou de costas para a entrada.

– Eu achei ele flutuando no rio... - ela disse denovo.

Eu me aproximei dela, e levei o maior choque da minha vida: era um garoto, da idade dela, cabelos negros, pele clara. Usava máscara negra e roupas com padrão predominante de amarelo, vermelho e preto. E em seu peito, do lado direito, o círculo com R. R de ruína. R de Robin.


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