PERCY

Quando chegamos a escola Annabeth cessou os gritos e saiu no mesmo instante que estacionei o automóvel . Fiquei o dia inteiro sem vê-la talvez estivesse com raiva de mim ou assustada de eu falar que ela era minha namorada. Que burro Percy! Você não deixa de ser lerdo né? Ela quer te evitar! Parabéns! Se superou dessa vez hein? Mas talvez eu a veria na cantina ou mesmo na aula de Latim. Mas estava errado.

Passei o resto do dia sem ver a loira, mas ainda me restava a esperança de vê-la no último horário que seria o de latim. Quando cheguei a sala de aula percebi que a mesa da garota estava vazia e logo desistir da minha antiga e sempre fracassada missão de tentar entender algo que o professor falava. No final da aula o Sr.Brunner me parou e fez um sinal de que eu o esperasse.

– Sr.Jackson, preciso falar com você.

Eita, o que será que aprontei dessa vez? Será que não tenho nem um momento para me torturar por fazer a loira mais linda que já vi desaparecer?

– Claro, o que o senhor quer falar comigo? - Perguntei, já sabendo que daqui a pouco provavelmente minha mãe estaria aqui na escola para saber os "problemas" que arranjei.

– Estou um pouco preocupado com Annabeth, Percy. Eu soube de tudo o que aconteceu com ela, e... também soube que você estava com ela quando tudo aconteceu. - Disse ele olhando para baixo enquanto juntava seus materiais da mesa.

–Sim eu estava. - Continuei - Mas o que o senhor quer saber exatamente?

– Me conte tudo Percy- Ele falou agora levantando a cabeça e coçando levemente sua barba. - Tudo inclusive o que você sente por ela.

Com isso eu gelei ,como ele sabia que eu sentia algo por Annabeth? Será que estava tão na cara assim?

– Eu não sei o que o senhor está falando. Annabeth é só uma amiga.

– Por favor Percy. Não tente enganar minha inteligência. Foi anos trabalhando com jovens assim como você, que me levou a esta conclusão. Inclusive sabendo que você é filho de Poseidon. - Disse ele sorrindo amigavelmente para mim. Com isso me sentei a mesa da frente e já exausto joguei minha mochila no chão da sala e me pus a contar tudo o que havia acontecido naquela noite com Annabeth.

Contei cada detalhe de tudo que aconteceu, o sangue no chão da sala, a porta do quarto dela arrombada, tudo, mas para ele parecia a coisa mais normal de tudo, pois a maior cara de espanto que ele fez foi erguer apenas uma sobrancelha, o que, me deixou mais irritado. Depois de lhe contar tudo, menos o que eu sentia por Annabeth ele finalmente me liberou.

–Antes de eu sair Sr. Brunner, por que o senhor me comparou ao meu pai?

–Percy, você se parece mais com Poseidon do que imagina. Sabe seu nome? Perseu? - Assenti. Na verdade eu sabia da onde vinha meu nome, era de um herói grego, sei lá. - Perseu era um filho de uma mortal, e do grande deus Zeus, rei do Olimpo. Se não me engano a mãe dele se chamava Danae. Isso. Mas a mais tempo o pai de Danae soube que seria morto pelo seu neto, e então proibiu a filha de qualquer ato que lhe... traria um neto. Mas Zeus queria muito a jovem mortal e conseguiu um jeito de entrar nos aposentos dela.

– Sim, eu mais ou menos conheço a história, foi ele que decapitou a cabeça da Medusa, certo? - O professor assentiu. - Mas o que isso tem haver comigo?

– Você é como Perseu, Percy, é mais forte do que pensa, e não estou falando fisicamente, é bondoso, apesar de em alguns livros dizerem que Perseu era um semideus desprezível, o que eu não acredito. O que quero dizer é que você é um herói Percy, você defende todos os ao seu redor, mais ainda os que ama, e poderia colocar sua vida em risco por eles. Seu pai sabia que um dia você ia ser um homem igual a Perseu, até melhor, e Poseidon também é assim Percy. Ele te ama, só não demonstra isso muito, deste que o conheço ele é assim. Seu pai também tem um pouco de Perseu.

Neste momento o Sr. Brunner que se encontrava em pé arrastou uma cadeira da mesa de um aluno e se sentou.

– Me diga Percy, seu pai gosta do mar não? - Assenti.- Você também é apaixonado pelo mar não é? - Assenti novamente. - Você é brincalhão e meio lerdo ás vezes. Seu pai também é, estou certo? - Assenti mais uma vez. -Você ama as pessoas intensamente assim como seu pai, e assim como Perseu. E Annabeth Percy... - Disse ele se aproximando mais de mim. - é como Andrômeda, não que ela seja um princesa em apuros, pelo contrário, ela sabe muito bem se cuidar sozinha, melhor até que qualquer um de nós, mas ela precisa de ajuda, de alguém que a entenda, não que a decepcione.

Assenti mesmo sem entender nada que o meu professor de latim falou. Mas mesmo assim fiz minha melhor cara de entendimento e saí da sala de aula pronto para ir embora mas novamente fui interrompido.

– Oi Percy !

– Olá Rachel. - Respondi sorrindo casualmente para a ruiva que se encontrava parada em minha frente. - O que aconteceu? Por acaso você viu Annabeth?

– Annabeth? Ah, não. - Fiz de tudo para esconder minha cara de desapontamento. - Eu... bem, eu soube que você não gosta muito da cidade e bem... a minha família vai fazer uma viagem nesse final de semana para Miami e eles deixaram eu levar um acompanhante e... e... eu queria saber se você poderá ir. Quer dizer, se você poder, cla-caro, quer dizer claro.

– Eu adoraria de verdade Rachel, mas...

– Mas? Nada de mas Perseu! - Como ela descobriu meu nome?– Foi um custo para eu tomar coragem e te chamar para ir conosco; se você não quiser ir fala de uma vez.

Antes que eu pudesse explicar qualquer coisa, a ruiva se virou bruscamente e enquanto se virava sua bolsa que estava lotada de papel deixou um escapar e quando fui pegar para entregar a garota percebi que o que estava naquela folha era um desenho meu.