No primeiro dia de aula, eu conversava com May, minha melhor amiga na escola, ela é loira e está acima do peso mas ainda sim é linda e super auto-astral. Estamos encostadas em nossos armários e eu estou de costas para a porta, ainda não vi Scott.

– Ah meu Deus! - May diz - Alerta aluno novo gato!

– Onde?

Eu me viro e Scott entra e vem direto em minha direção, seu sorriso está radiante e eu só consigo olhar para ele.

– Bom dia - ele diz colocando a mão em minha cintura e me da um beijo rápido.

May está de boca e percebo que Scott é o ''aluno novo gato''.

– Está é May.

– Enfim uma amiga! - ele diz rindo - é um prazer conhece-la.

– O prazer é meu.

O sinal toca e vamos para nossas respectivas salas.

...

OUTONO.

Scott e eu estamos deitados no sofá de sua casa, estou com a cabeça em seu peito e ele passa o braço direito a minha volta.

Os últimos meses foram tranquilos. Nós brigamos apenas uma vez desde que estamos juntos e foi porque eu cai na escada, quer dizer , eu tinha acabado de subir quatro degraus quando uma tontura me atingiu e eu cai, eu torci o braço, e disse para Scott que tinha apenas perdido o equilíbrio, mas ai meus pais disseram para ele que foi uma tontura e ele ficou bravo, disse que eu deveria procurar um médico, porque fazia um tempo que essas tonturas vem aparecendo e ele diz que estou perdendo muito peso. Depois esquecemos e agora está tudo bem, mas eu não fui ao médico.

Estamos deitados e meu estomago começa doer, uma ânsia sobe eu passo por cima de Scott e corro para o banheiro. Scott corre atrás de mim , estou ajoelha no chão tentando segurar meu cabelo, ele vem e segura para mim.

– Você não tem que ver isso.

Ele não responde, apenas passa a mãos por minhas costas, eu levanto e vejo que também vomitei sangue. Isso é nojento. Lavo a boca na pia do banheiro, Scott está sentado na tampa do vaso sanitário.

– Você foi ao médico?

– Estou bem.

– Bem? Você torceu o pulso por causa da tontura e agora acabou de vomitar sangue, então não me diga que esta bem!

Eu olho para ele e chego perto o encarando.

– Estou bem - repito suavemente.

Ele olha em meus olhos e seu olhos verdes estão intensos e preocupados. Nós voltamos para o sofá sem dizer uma palavra.

...

Foi ontem que eu passei mal na casa de Scott. São 9 horas da manhã estou na aula do Eric, nosso professor de química , ele deve ter uns 23 anos e é super simpático. Estamos no meio da aula prática e eu estou sozinha na mesa da frente porque May faltou.

Saio de trás da minha mesa e estou indo em direção a Eric para tirar uma duvida. De repente minha visão fica fora de foco e minhas pernas bambas, tento me segura na mesa e acabo derrubando um monte de coisa, mas é tarde demais, estou desmaiando.

...

Troca de narrador.

Lucy acaba de cair no chão e Eric corre para socorre-la. Ele pega a garota nos braços e corre para fora da sala com todos os alunos correndo atrás. Eric corre, está correndo pela escola até o estacionamento em direção seu carro para levá-la a um hospital. Assim que ele passa na frente da sala de história percebe o erro que cometeu. Scott sai correndo desembestado da sala, derrubando várias coisas.

– O que aconteceu? - ele grita.

– Ela desmaiou.

Estava na frente do carro de Eric, Scott a toma nos braço e entra no banco de trás do carro, Eric pula atrás do volante e dirigi até o hospital mais próximo. Os dois chegam a porta gritando por ajuda, enquanto Scott segura a garota. Vários enfermeiros chegam com uma maca e a levam. Os dois são barrados a partir de um ponto e Scott liga para os pais de Lucy.

...

Lucy

Acordo, minha cabeça está doendo. Minha mãe e meu pai estão ao lado da cama.

– Graças a Deus! - eles dizem em coro.

Olho no relógio e são 22 horas, então me lembro do que aconteceu, a aula de química, então eu desmaiei. Um senhor entra na sala, ele deve ter uns 50 anos e é o médico.

– Sr. e Sra. Williams, Lucy, sou dr. Benner- ele nos cumprimenta - tenho notícias e acho que seja bom que vocês dois sentem - ele indica cadeiras para meus pais - nós fizemos alguns exames em Lucy, e descobrimos que ela tem leucemia - meu coração bate descontroladamente, meus pais estão pálidos - não vou mentir para vocês, a doença está bem avançada, mas ainda há uma chance, pequena, mas há - ele olha para mim e seu olhos estão tristes - sinto muito.

Dr. Benner sai da sala,minha mãe e meu pai choram, e eu estou em choque. Leucemia? Essas coisa só acontecem em filmes! Não é?!

Meus pais se aproximam de mim e me abraçam.

Nós saímos do hospital, chegamos em casa e eu subo para meu quarto. Enquanto a voz do Dr. Benner ecoa em minha cabeça dizendo ''sinto muito'', acho que vou ter que me acostumar com essas palavras daqui para frente, sinto que vou ouvi-las muitas vezes.