"-Eu sou seu pai"

– Como assim meu pai? Você é louco? -Lily começou a ficar assustada.
– Olha garota, não tenho tempo de te dar explicações. No seu aniversário de 17 anos, eu irei te buscar. Nesse dia, você deve estar sozinha, em algum local daquela maldita escola em que ninguém me veja aparatando. Você não tem escolha. Se não fizer isso matarei esses que moram nesta casa, além de seus amigos e qualquer pessoa querida para você. Não conte a ninguém. As consequências serão piores que a morte. Esteja preparada, você será meu braço direito. Eu tenho grandes planos para você. -dito isso, ele apontou a varinha para a Sra. Evans, que permanecia estática ao lado de sua filha com os olhos arregalados, e murmurou um "crúcio" - Isso é só um aviso.
Então ele aparatou, enquanto a senhora caía no chão, gritando e se contorcendo de dor. Lilian estava tão assustada que começou a chorar desesperadamente. Ela se ajoelhou ao lado de sua "mãe" e começou a gritar por seu pai. O mesmo logo desceu com Petúnia atrás. Apesar de estar traumatizada, Lily consegue pegar sua varinha, logo aparatando para o Hospital St. Mungus, onde ela sabia que a mãe poderia ser tratada. Ela voltou em casa e levou sua irmã e seu pai, porém apenas ele pôde permanecer no local. Ao voltar para casa Dumbledore espera por ela. Eles tiveram uma longa conversa, onde o grande bruxo lhe informou que ela ficaria segura em Hogwarts e sua família seria protegida por um casal de aurores mandados por ordem do Ministério. Ele também lhe contou sua verdadeira história. Desde quando uma aluna de sua escola foi morta por ter carregado a filha de Tom Riddle, até esse bebê ir parar com os Evans. Se não fosse pela bondade de Dumbledore, Lily estaria morta, nunca nem chegaria a nascer na verdade.
Naquela noite Lily não conseguiu dormir. Infelizmente, não foi por causa do Potter. Queria ela estar com pensamentos mundanos novamente enchendo sua cabeça. Sua vida tinha virado de cabeça para baixo. Ela não sabia mais o que fazer. Sua cabeça começou a doer e ela foi até a cozinha pegar um remédio. Era esquisito descer aquela escada novamente. É como se ela fosse outra pessoa , como se tudo que ela tinha vivido fosse uma mentira. Finalmente conseguindo descer ela sentou-se em um banco perto do balcão e tomou um remédio, percebendo só naquele momento que o sol ja estava lá fora. Em quanto sua cabeça parava de latejar ela não pôde deixar de esboçar um sorriso triste ao lembrar de James e todas as suas cantadas idiotas. Agora que ela teria mesmo de se afastar dele. Resolveu voltar ao seu quarto e descansar novamente. Antes de chegar a sua porta,viu Petúnia sair do dela com o rosto inchado e os olhos vermelhos. Com tantos problemas ela acabou esquecendo de sua irmã. Se sentiu pior ainda. Assim que a viu Petúnia assumiu um olhar de ódio terrível que fez Lily sentir calafrios. Ela começou a gritar:
–É sua culpa. Você fez mamãe ser mandada pro hospital. Você e esses seus amiguinho anormais. É isso que você é, uma anormal.Se você não trouxesse esse mundo de anormais para a nossa vida a mamãe ainda estaria bem. Eu odeio você. Você não é minha irmã, e nunca foi. -terminou descendo as escadas correndo.
Lily correu para seu quarto e trancou a porta, começando a chorar logo em seguida.
Sua mãe saiu do St.Mungus em uma semana. Petúnia não falava mais com ela, a não ser para lhe transferir insultos. Sua mãe ainda estava um pouco mal e assustada, e seu pai.. Bom, seu pai achou melhor que ela voltasse para Hogwarts mais cedo. No final daquele ano letivo Lily não retornou para casa, apenas no próximo natal.
Flashback off
Lily terminou o banho se sentindo um pouco melhor, mesmo que não fosse muito e foi dormir. Assim que acordou, mais cedo que as outras garotas como sempre, vestiu o uniforme, pegou suas coisas e foi para a biblioteca já que teria a manhã livre naquele dia. Andava pelos corredores tranquilamente, era um pouco raro de acontecer, mas ela sempre gostou do silêncio. Lily acordava mais cedo que todos e não tomava mais café, ia direto para biblioteca e ficava lá até a hora de ir para aula. Quando chegou ao local, entrou com a chave que ganhou da bibliotecária. A garota era a frequentadora mais assídua de lá, não porque ficava estudando o tempo todo, mas porque realmente gostava de ler, principalmente romances, era com eles que ela tentava esquecer o fato de que não poderia ter um namorado, ela se alimentava da paixão que aquelas simples palavras redigidas em folhas amareladas podia lhe passar, ela conseguia sentir cada sentimento que lhe era descrito, seu coração, por alguns momentos se esquecia do Potter. Por falar em Potter, ele foi a primeira coisa que ela viu quando foi colocar um livro na estante, no final do 3º corredor. Lá estava ele, debruçado sobre uma enorme quantidade de livros, dormindo. Ela se aproximou mais, teria de ajudá-lo, ou ele teria uma grande encrenca, e ela não queria ter que aplicar detenção para ele sozinho novamente. Da última vez em que isso aconteceu ela acabou ficando com o cabelo extremamente preto, e teve de aguentá-lo durante uma semana dizendo que ela ficava linda de todos os jeitos e que queria testar outras cores de cabelo nela. Ela não pôde deixar de reparar em como ele ficava lindo dormindo, com uma expressão tão serena e a boca entreaberta, na qual seu olhar repousou por alguns segundos. Ela sentiu um pouco de dó por ter que acordá-lo, mas era necessário.
–Potter -ela chamou baixinho enquanto balançava ele de leve -Potter
–Hmmm. O que? -ele respondeu com a voz sonolenta
–Acorde. Vamos, você tem que sair daqui.
–AAAh não, Lily. Volta pra caaama. -ela riu baixinho, ele estava sonhando com ela.
–Acorde Potter. -mas ele só resmungava coisas sem sentido - James, acorde, por favor, Jaaaames -ela o balançou com um pouco mais de força.
–Só se você me dar um beijo -ele respondeu com a voz embargada. Ela logo tratou de dar-lhe um tava no pescoço. -AAAU. Isso doi.
–Seu aproveitador, estava acordado esse tempo todo, não é?
–Acordei quando você falou meu nome. -ele sorriu maroto, ainda passando a mão no pescoço -Fala de novo. Ele fica lindo saindo dos seus lábios.
Lily corou um pouco, mas virou a cara na hora para que ele não visse, logo o mandando ir embora, dizendo que ele não podia estar ali.
–Só se você me responder.
–Responder o que?
–Se você não me odeia por que é tão má comigo?
–Eu não sou má com você. -ele se levantou
–É sim. -ela olhou para ele, mordendo o lábio de nervoso e deixou que a cabeça pendesse para o lado enquanto pensava no que faria. -E então? Vai ficar ai só me admirando? -ela revirou os olhos
–Não estava te admirando. É melhor você ir para o salão comunal, não quero ter que dar detenção ao monitor chefe da grifinória. -ele arregalou os olhos vagamente mas logo voltou ao normal para que Lily não percebesse
–Você esqueceu, não é? -ele deu de ombros.
–Talvez. Mas, agora, me responda uma coisa. -ela olhou para ele intrigada- Por que você sempre foge das pessoas? As únicas amigas que você tem são Marlene e Dorcas e mesmo assim você não passa muito tempo com elas. Remo também é seu amigo, mas ele disse que você é muito distante. Por que não deixa as pessoas se aproximarem? É medo?
–Não James. Eu não tenho medo. Só não quero mais amigos,ok? Estou bem assim.
–Lily...
Antes que James terminasse sua frase um enorme estrondo foi ouvido de fora da biblioteca. Pela janela eles puderam ver vultos pretos se aproximarem do castelo, escutaram os gritos desesperados por todos os lados. Logo ele tratou de pegar um espelho de dentro de suas vestes. Lily o olhou indignada, "como ele poderia se preocupar com beleza em uma hora dessas?"
–Almofadinhas. Almofadinhas, responda. -ele chamava desesperado
–Estou aqui Pontas. Onde você está?
–Na biblioteca, e você?
–No dormitório, com Remus e Frank. São comensais, ainda não chegaram aqui. -logo se ouviu outro estrondo, e um grito desesperador, mas dessa vez vinha de dentro do espelho -MARLENE. -logo Sirius saiu correndo largando o espelho no chão.
–O que é isso? -perguntou Lily enquanto ele guardava o espelho novamente.
–Despois te explico. São comensais, temos que ir ajudar os outros. Eles ainda est... -novamente James foi interrompido por um barrulho estridente de vidro se quebrando, um comensal entrou pela janela da biblioteca.
Logo uma batalha entre eles começou. O seguidor de Você-Sabe-Quem era muito bom com os feitiços e estava convencido de que venceria aqueles dois adolescentes. Lily e James foram andando para trás cada vez mais até repararem que estavam encostados na parede. Tudo que aconteceu em seguida foi tão rápido que ela quase não percebeu. Ao mesmo tempo em que Lily atingia aquele comensal, que caiu batendo a cabeça tão forte no chão que ela teve certeza de que ele não acordaria logo,dois entraram juntos pela porta, um desarmou James enquanto ela desviava um feitiço que foi lançado para eles pelo outro comensal, feitiço esse que bateu na armadura de prata perto da porta e atingiu a parede acima da cabeça dela e do Potter fazendo o teto desabar sobre eles, e de relance ela o viu apertando algo na parede atrás deles, antes de ser puxada para trás. Quando viu, Lily já estava no chão, ou melhor, em cima de James, que estava caído no chão, gemendo de dor.
–Eu sempre sonhei estar nessa posição com você, mas não é o caso hoje, será que você pode.. -ele inclinou a cabeça para o lado, indicando.
–Oh. Desculpe. - ela saiu de cima dele e deitou ao seu lado, exausta.
–Eu daria tudo pra viver essa cena de novo, mas do jeito certo. -Lily olhou o garoto com uma expressão confusa e ele lhe lançou um sorrisinho malicioso- Sabe, você saindo de cima de mim e deitando ao meu lado ofegante e cansada, só que em uma cama e sem roupas. -ela revirou os olhos.
–Idiota.
–Esquentadinha.
–Vamos mesmo começar com isso de novo? Agora? -ela virou seu rosto para olhá-lo.
–Foi você que começou me chamando de idiota.
–Foi VOCÊ que começou, quando insinuou uma relação sexual entre nós. -ele riu
–Qual é Lily. É tão difícil assim falar transa?
–Não.
–Então diga.
–Para que?
–Para provar. -ela bufou
–Não tenho que provar nada a você.
–É só uma palavra Lily. Quer dizer que quando transarmos você vai dizer as suas amigas que tivemos uma relação sexual? Isso é brega.
–ISSO não te interessa. -ele sorriu maliciosamente
–Então quer dizer que teremos uma "relação sexual"? Eu sabia.
–Aaargh. Não James.
–Você me chamou de James. -ele disse alegremente, enquanto se virava de lado para ela. -Isso quer dizer que está mentindo.
–Você é um panaca.
–E você me ama.
–Me deixa em paz.
–Só quando nos casarmos. - "não James, daqui a alguns meses." pensou Lily -Tudo bem Evans, no final do ano eu te deixo, ok? Não precisa ficar triste assim. -ele disse tentando esconder que estava um pouco magoado.
A garota nem tinha percebido, mas seus olhos se encheram de lágrimas ,com aquele pensamento, que ela tentava esconder, em vão.
–Não. -ela quase gritou. -Quer dizer, não é por isso que eu fiquei assim James.
Lily se sentou, de cabeça baixa, e pela primeira vez na vida, se deixou chorar na frente de alguém. James rapidamente a abraçou, deixando que ela molhasse seu ombro esquerdo com lágrimas que teimavam em cair. Toda vez que ele murmurava um "tudo vai ficar bem" ou "eu estou aqui", ela só conseguia pensar "por enquanto, por enquanto".