Who We Are escrita por Lecter


Capítulo 3
Breve Despedida e Talhos de Coração


Notas iniciais do capítulo

Eu particularmente achei esse capítulo muito curto, muito bugado, mas é necessário. AHAHAHAHAHAH HAYLIJAH NO CORE, MEU BEM. Dúvida eterna entre Hayley + Elijah ou Hayley + Klaus :v
Enfim.
Boa história e até lá embaixo.
Lecter.

P.S.: Era pra Nani ter betado, mas eu fiquei com preguiça de enviar :v



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Capítulo 2

Nos embrenhamos no meio da densa floresta. Questionei Caroline há alguns minutos sobre o que estávamos fazendo. Ela me disse que era algo sério. Que havia um traidor entre nós. E que eu não iria me surpreender.

Sinto alguns galhos cortarem minhas bochechas e braços. Semicerro os olhos para ver na escuridão. A lua não é de muita ajuda, mostrando sua luz em apenas alguns pontos em que as copas das árvores não são tão cheias.

– Care, se isso for... – sou interrompida.

– Xiu – ela me para. – Estamos chegando. Mantenha-se atrás das árvores quando for olhar.

Continuamos andando e Cachinhos Dourados para abruptamente, quase me fazendo esbarrar em suas costas. Ela nos guia até uma moita, a qual liga um tronco ao outro. Me abaixo e rastejo até as raízes de uma das árvores, mantendo meu corpo atrás da barreira de folhas verdes. Seguro meu cabelo com umas das mãos e com a outra me inclino para observar. Vejo Tyler conversando com um cara de uniforme. Um uniforme policial. Os dois parecem entretidos e eufóricos. Não duvido que aquele urubu esteja contando tudo o que planejamos. Eu estou completamente indignada.

Voltamos pela mesma trilha e nos sentamos ao redor da fogueira apagada. Poucos de nós estão provavelmente acordados. Com sorte, não se estressariam hoje com O Traidor. Nós duas não precisávamos dizer nada. Estava subentendido.

– Você acha mesmo que ele...

– Caroline, o que mais ele poderia estar fazendo!? Está muito claro! – apoio os cotovelos nos joelhos e a cabeça nas mãos, pressionando firmemente – Cara, ele tava falando com um policial e depois do showzinho que o Lockwood fez no jantar eu não duvido nada que não tenha contado tudo sobre nós...

– Harsh – levanto um dedo com repreensão. – Certo, Hayley, dá o benefício da dúvida pra ele. Ele não pode simplesmente ter dado com a língua nos dentes e ter contado nossa exata localização e tudo o mais para o tira.

Eu estou me controlando para não tremer de fúria e aguentar a voz aguda de Caroline não ajuda muito.

– Eu não vou dar droga nenhuma. O que aliás, eu acho que ele já usou demais para estar fazendo isso – bato os pés euforicamente no chão.

– Hayley Marshall! Respira fundo. – ela me segura pelos ombros e me sacode, continuando em tom baixo – Você não vai fazer nada, nada, sem antes conversar com ele. Junto de todos nós.

Sorrio falsamente e dou meia volta, deixando Care sentada no silêncio da noite. Eu não ia decidir nada com todos eles. Não ia conversar com Tyler. Eu ia esmurrar a cara daquele vagabundo. E lá se vai todo o senso de paz.

Volto para a barraca suspensa e me jogo lá dentro, não me preocupando em acordar Klaus. Aí eu me pergunto: para onde vai os meus princípios altruístas? Fico encarando o teto de tecido. Nós iríamos ter que nos mudar. De novo. Tiro o shorts de tecido sujo de grama e o chuto longe, me cobrindo e jogando uma perna por cima da cintura de Klaus, que estava de costas para mim. A preocupação de agora era apenas dormir profundamente.

x-----x-----x

Sinto ele se levantar e sair, dizendo que volta logo. Horas se passam, tenho certeza, seu peso se faz presente ao meu lado e revira nossas malas com roupas vorazmente.

– Mas que diabo...? – questiono com a voz rouca.

– Eles estão vindo. – Klaus responde apressado.

Isso basta. Os “eliminadores”, como os policiais eram chamados, haviam nos achado. Ou tudo isso era uma grande coincidência ou Tyler Lockwood estava completamente ferrado.

– Klaus, você fica com o trailer. Eu acompanho os outros. Nós nos separamos e, bem, tente achar um lugar pra ficar. Seguro. Deixo uma mensagem dentro da curva do chafariz no Bosque, certo?

– Certo – ele me beija e se apressa.

O “Bosque” era uma espécie de praça com, obviamente, um chafariz no meio, cheia de árvores e a beira de um lago. Visto uma roupa de tecido fino e larga, pego algumas mochilas e vou avisar os outros, enquanto Klaus desmonta nossa barraca. Tiro de dentro da bolsa um megafone improvisado e grito no meio do acampamento a frase de emergência: “Eles sabem”. Em seguida, vejo tecidos de todas as cores se esvoaçando e correndo, ajeitando suas coisas, jogando-as no trailer ou na Kombi. Faço o mesmo e quando percebo, ninguém mais está do lado de fora. Me impulsiono porta à dentro do trailer. Stefan quem vai dirigir.

– Quem não tá aqui da um grito! – falo rindo, apesar da tensão. Eles me acompanham.

Cada um começa a dizer seu nome alto. Elena, Bonnie, Caroline, Klaus e Stefan. Damon, Rebekah e Jeremy estavam na Kombi. Eu não sabia onde Tyler estava.

– Ele está no banheiro... – Caroline fala, como se lesse meus pensamentos.

Assinto para todos e saio voando de dentro casa ambulante. Embarco no banco do carona na Kombi, ao lado de Rebekah, que saí a toda acelerando.

– Calma loirinha – Damon grita em tom zombeteiro. – A não ser que esteja querendo encontrar algum médico aberto há essas horas.

Ela levanta o dedo do meio, mostrando-o para trás. – Na verdade eu acho que é você quem vai precisar, depois que eu rasgar a sua linda pele facial.

– Quer dizer que minha pele é linda? – ele sobe e desce várias vezes as grossas sobrancelhas.

Nisso eu caio na gargalhada, Jeremy e Damon me acompanhando. Rebekah fica em silêncio o resto do caminho e faz curvas bruscas. Entramos no meio da mata. Me inclino por cima do banco, tentando ver se os outros nos seguiram. Não. A polícia também não. Menos mal.

– Chegamos – anuncia Bekah após vários minutos de solavancos e muito cheiro de gasolina.

Ela havia parado em outro acampamento hippie. Eu ia matá-la. Aquilo poderia não ser tão seguro assim. Saltamos do carro e batemos as portas em uníssono. Ela mexe a boca soltando um “sei o que tô fazendo” sem voz. Um rapaz moreno e alto sai de cima de uma árvore e vem em nossa direção. Seu semblante é como o de quem comeu e não gostou. Espero que Rebekah saiba realmente o que está fazendo.

– Nós não permitimos visit... – ele fala.

– Por favor, alguém além do Sr. Grosseria por aí? – fala enquanto estica o pescoço, com o sotaque forte na voz da loira.

– Olha aqui, mocinha... – novamente é interrompido, só que por uma voz diferente.

– Marcel, tudo bem. É a minha irmã. – o homem surge detrás de uma árvore. Ele veste uma regata branca, deixando de fora um símbolo da paz tatuado no braço direito, e uma calça de moletom preta, já desbotada. – Olá, irmãzinha.

Os dois se abraçam e eu, pequeno Gilbert, Damon e o tal do Marcel ficamos nos encarando sem reação diante do reencontro familiar. Rebekah o pega pela mão e entra no meio das árvores, os dois conversando.

– Então quer dizer que eles são irmãos? – Jeremy nos questiona.

– Aparentemente, sim. Eu sei que Klaus e Bekah são, com pais diferentes. Já desse cara eu não tenho certeza. – digo.

– São do mesmo pai, mesma mãe. – Marcel fala em um tom grosseiro. Ô cara pra ser chato.

Solto um “Hm” e me sento na grama. Damon faz algumas brincadeiras para nos distrair. Não demora muito para os dois irmãos voltarem, ambos sorrindo. Não fazia ideia do que eles podiam ter ido conversar, talvez uma breve reconciliação, apesar de Rebekah nunca ter me dito nada a respeito.

– Bem, nós podemos ficar. – ela simplesmente diz.

Então era isso: achamos um novo lugar. Jeremy e Damon se levantam, comigo os seguindo. Acabo ficando um pouco para trás quando paro para observar vários talhos no tronco da primeira árvore que abre caminho. Haviam corações por toda a extensão com iniciais dentro.

– Não tinham a intenção de machucar a árvore, mas apenas de demonstrar seu amor por meio da natureza. – sua voz sai perto do meu ouvido, mas não por ele estar próximo, mas sim por ter um tom reverberante. Me assusto. – A maioria são de nossos ancestrais.

Ele passa para o meu lado e encara a árvore também. O encaro, me perguntando o que exatamente aquilo queria dizer.

– Não, não ancestrais do tipo linhagem de sangue – ele coça a cabeça. – Ancestrais do tipo, viveram aqui há um ano e eram hippies.

– Ah. – solto uma risada fraca – Você fez algum?

– Fiz. Não que tenha mais significado. – ele aponta um coração que parece ter sido feito há bastante tempo.

– E e C? – inclino a cabeça.

– Elijah e Celeste.

– Muito prazer, Sr. Elijah – meu tom é irônico e ele sorri. – Pô, cara! E quanto a Sra. Celeste? – mordo o lábio inferior. Não entendo o meu lado que espera que ela não esteja vivendo aqui.

– Ela se foi. Era uma traidora e agora provavelmente está se banhando em luxo em algum hotel caro. Com algum homem mais caro ainda. Não que eu me importe. – seu sorriso se desfaz. Voltamos a andar no meio da trilha.

– Ora, não se abata, pequeno bicho grilo. Pode ter certeza de que ela não é tão feliz quanto seria aqui. – uma das maçãs do meu rosto se levanta quanto pisco um só olho e Elijah imita o gesto.

Poucos minutos a mais caminhando e chegamos ao centro da vasta floresta. Diferentemente do nosso antigo lar – se é que podemos chamar assim, afinal nós saímos de lá faz poucas horas – eles não possuíam um trailer ou qualquer automóvel. Era uma pequena clareira, a qual em seu meio localizava-se um casarão de dois andares. Aparentava ser velho.

– Então... Como você conheceu a Bex? – Elijah indaga.

Enquanto andamos, noto que Elijah tem uma postura perfeita demais, especialmente para um hippie. Questiono-me como ele consegue isso.

– Quem? – franzo o cenho.

– Rebekah.

– Uou, claro. – sacudo a cabeça – Eu a conheci por ser irmã de Klaus, meu namorado. Aliás, ele é seu irmão também. – o cutuco.

O tempo parece congelar para Elijah quando falo aquilo. Consigo ver uma alma agitada dentro de seus olhos negros. Qual seria o problema?

– Eu não quis dizer isso. – acabo falando sem pensar. Passamos direto pela casa.

– E por que não? Ele não é seu, aparentemente, namorado? Por que não diria isso? – ele diz agitadamente.

– Porque isso parece te incomodar. E eu respeito se você não quiser tocar no assunto Klaus. – “não que eu não me sinta ofendida” penso.

Minhas pernas começam a cansar e Elijah encosta-se no tronco de uma árvore, descendo até a raiz. Me sento ao seu lado.

– Não confie nele... – sussurra.

Não consigo ouvir com clareza suas palavras, mas consigo entender. Uma indignação me sobe até a garganta.

– Por que você me diria isso?

– Porque eu tenho palavra. Diferentemente dele.

– Nossa! – ironizo - E como realmente eu vou saber que você não tá de caô?

– Não vai.

– Bem esclarecedor. – bufo.

– Eu sei. – ele sorri.

Não pude conter uma risada diante de sua careta. Minha raiva se dissipa e simplesmente digo:

– Ok.

Sério, qual o meu problema? Eu conheço Elijah há, não sei, menos de meia hora e saio confiando – se é que posso chamar assim - do nada no cara? E quanto a minha lealdade à Klaus? Eu deveria está-lo defendendo perante a tamanha acusação, mas cá estou eu, rindo com o irmão dele que o apunha-la com palavras pelas costas o tempo inteiro – ou quase. Mas estou sendo uma Rainha do Drama. A parada não é tão feia assim e eu estou só de *chacrinha com Elijah. Eu acho.

– Seu goiaba – lhe dou uma cotovelada, rindo.

– Fica na sua, coroa. – ele me responde no mesmo tom leve.

– Ei! – finjo estar ofendida – Não sou tão velha assim.

Continuo a rir, sentindo uma pontada no estômago e apoio a cabeça no ombro do Mikaelson mais velho. Fecho os olhos tentando conter minhas risadas enquanto Elijah tremelica segurando suas gargalhadas.

Elijah faz um “soquinho” com a mão e a estende para mim, a qual se choca contra a minha palma esquerda. Rebato o soco em sua palma e ele fecha sua mão em torno do meu punho, enlaçando nossos dedos. Me afasto de Elijah de supetão e sinto meu rosto queimar. Sério isso?

– Uh, vou achar alguém para me mostrar o resto do acampamento – levanto e falo por cima do ombro um “obrigada”, ganhando como resposta um sinal de positivo com o polegar. E um sorrisinho. Um sorrisinho!

Definitivamente, isso estava indo rápido demais, pelo menos para mim. E com certeza, não era isso que eu queria... ou precisava.

Vagueei por entre ás árvores o resto do dia. Não procurei ninguém para me explicar coisa nenhuma.


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Notas finais do capítulo

Hey, guys. O negócio é que eu utilizo bastante gírias dos anos 60/70 e pode ter gente perdida. Então... confiram esse site (http://portaldasgirias.blogspot.com.br/2011/06/girias-hippie.html) para não ficar sem entender.
*Chacrinha = conversa sem objetivos.
E é isso. Próximo capítulo mais animado (agora que eu estou de férias acho que teremos capítulo até semana que vem).

Algum fannibal por aqui? Confiram a minha one-shot: http://fanfiction.com.br/historia/510442/But_You_Wont/

Para quem quiser, eu também estou no Social Spirit: http://socialspirit.com.br/lecter

Beijinhos,
Lecter.



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