Make me feel... Free escrita por Ichigo-Masaru


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa fic foi um pedido anônimo :) a pessoa pediu para se manter no anonimato então... Yeah, aproveite Anônimo-chan :3

Minha primeira one-shot não-yaoi '------' ficou uma coisa tão clichê, odeio dias sem criatividade -_-



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O que leva um rapaz a pular sua janela só pra te ver? Eu, sinceramente, não sei.

Me chamo Rapunzel, tenho 16 anos, e acabei de me mudar com minha mãe Gothel para uma cidade totalmente nova. Mamãe me proibia de sair, até mesmo em nossa antiga cidade, ela dizia que o mundo era um perigo, que todos tentariam me fazer mal, então eu raramente ia a algum lugar além da escola.

Nessa cidade nova, por enquanto, ainda não terminamos de trazer nossas coisas, apenas as camas e estantes. Meus cabelos loiros enormes balançavam pela brisa da minha janela novinha, e enorme, toda branca, e meus olhos verdes viam os jovens em seus grupos, conversando e rindo.

Eu sempre quis algo assim, mas mamãe insistia que um dia todos iriam me machucar, e crescendo com isso na cabeça, eu me tornei alguém difícil de se conversar. Digo, na outra cidade eu não falava muito com as pessoas, me sentava em uma mesa perto da porta só para ser a primeira a sair e... Bem, o resto vocês sabem.

Mas então... Cara, como minha vida virou de cabeça pra baixo com ele?

Não estão entendendo nada não é? Vou explicar...

Na primeira noite que dormi no quarto novo, eu e meu camaleão de estimação, Pascal, nos deitamos na cama nova, ele na cabeceira e eu, obviamente, no colchão. Então, senti um frio fora do normal no meio da noite. Achei que devia ser impressão minha, mas esse frio só aumentava. Decidi me levantar para pegar algum cobertor nas caixas, mas assim que abri os olhos, me vi encarando algo aos pés da minha cama. Aliás, algo não, alguém.

Nem quis saber quem era, simplesmente peguei uma frigideira embaixo da minha cama (era minha forma de defesa, mamãe me proibia de ter algo “pior”) e lhe acertei na cabeça. Ouvi um gemido de dor por parte dessa pessoa e acordei Pascal. Ambos descemos da cama e ligamos a luz.

Me arrependi na hora. Era um garoto com cabelos platinados, bem brancos, pareciam grisalhos, mas ele não era velho, era novo, talvez dois anos mais velho que eu. A pele dele também era bem pálida.

Por onde ele tinha entrado? Eu não sabia. Olhei minha porta, fechada. Olhei a janela, aberta e soprando o vento frio que me incomodava. Corri e a fechei para poder voltar a olhar aquele cara.

Quando ele ameaçou acordar, eu empunhei a frigideira de novo, mas ele me olhou torto e falou:

- Eu fui atacado por uma loira de camisola?

- E c-com uma frigideira! – completei – o que veio roubar?

- Roubar? Loira, essa casa vazia é minha sabe?

- Bom, m-mas agora não está mais vazia, está? E-eu me mudei para cá.

- Ah... Entendi – ele riu – desculpa aí loira, é aqui que eu me escondia com alguns amigos.

- Ah... Isso explica as latas de bebidas no MEU quarto – dei ênfase no meu.

- É... Desculpa?

Ele riu, e com isso eu senti meu rosto quente, com certeza tinha corado. Sem jeito, lhe acertei novamente com a frigideira. Ele não desmaiou, mas ficou esfregando a testa.

- Ai meu Deus Pascal! E agora? – falei para meu camaleão – eu bati em um cara que subiu na minha janela!

- Rapunzel? – ouvi mamãe bater na janela – falando sozinha querida?

- N-não mamãe, com Pascal, claro – falei – ele... Fez o que não devia fora da gaiola.

- Oh... Lembre-se de limpar, e vê se não demora em dormir.

Assim que ela se afastou, Pascal se virou pra mim com uma cara nada amigável.

- Que foi? Queria que eu falasse que um punk grisalho invadiu meu quarto? – perguntei.

- Eu não sou punk – o rapaz disse – Rapunzel? Nome diferente.

- S-sim, Rapunzel – falei – e você?

- Me chame de Jack, Jack Frost, ou apenas... Jack.

- E o meu nome é que é diferente?

- É... Tem vários Jacks por aqui, mas eu nunca vi uma Rapunzel.

- É... Espera – empunhei a frigideira – se viu que aqui já não era mais o seu “esconderijo querido”, por que ficou me encarando?

Percebi que ele ficou meio sem graça, coçava o rosto para responder, e enfim falou:

- Gostei de te ver dormindo.

De tão envergonhada que fiquei, carreguei toda a vergonha na frigideira e lhe acertei mais uma vez na testa. O vi cair de costas no chão, e fiquei olhando-o.

- Doeu?

- Não, imagine! – ele falou – só fez um galo na minha testa.

- Ah sim, m-me desculpe!

- Tudo bem, tudo bem, to acostumado... Mas diz aí loira –

- Rapunzel! – o cortei.

- Certo, Rapunzel – ele revirou os olhos – vai estudar aonde?

- Não tenho certeza. Provavelmente no colégio do outro lado da rua.

- Legal! Eu posso te ver na hora do almoço? – ele se empolgou e se levantou. Ele era bem mais alto que eu!

- A-ahn? P-por que ia querer me ver?

- Não posso?

- Você invadiu meu quarto!

- Você me acertou com uma frigideira!

Fiquei encarando aqueles olhos azuis que pareciam carregados de chantagem. Suspirei, tirando um fio de cabelo do olho.

- Certo, pode ir me ver... Mas vou levar ela todo dia! – apontei para a frigideira.

- Sim, claro, me ameace com a frigideira – ele riu, indo até a janela.

- V-vai pular? Espera... Como subiu?

- Eu tenho experiência nessas coisas loira, relaxe.

Ele pulou da janela, e assim que o fez, eu corri para ver. Nenhum arranhão. Quando começou a correr para o outro lado da rua, eu apenas gritei:

- É Rapunzel!

Depois dessa noite aprendi a trancar as janelas.

Na escola nova fiz amizade com uma garota maluquinha. Seu nome era Merida, ela simplesmente chegou em mim no meu primeiro dia pedindo para escovar meu cabelo, e então ficamos conversando.

E adivinhem? Sim, Jack foi me ver no almoço a semana toda!

Achei que era apenas brincadeira, mas ele realmente estava lá, todo dia... Não que eu esteja reclamando, mas os alunos da classe já estavam fazendo piadas, e falando de um tal de Jackunzel, uma mistura do meu nome com o de Jack.

- Rapunzel? Rapunzel! – Merida me cutucou com um palito de dente na bochecha.

- Ai! Que foi?

- Você está pensando naquele cara de novo?

Eu estava com ela na praça da cidade, comendo rolinhos de queijo no palito.

- Desculpa... Fiquei quanto tempo “fora”? – perguntei.

- Alguns minutos – ela respondeu, ajeitando os cachos.

- Puxa... Me desculpa.

- Relaxa. Mas diz, o que tanto vê naquele rapaz? Quer dizer, ele tem cabelo de velho, e só anda com os caras do castigo.

- Eu sei, mas... Sei lá, para mim ele não é o que você diz.

- Ah, cuidado com essa de se apaixonar garota! Homens só vão te tirar a liberdade.

Eu achava totalmente o contrário... Sempre gostei de conversar com Jack. Ele despertava em mim uma vontade de não querer ser tão distante dos outros, de querer sair mais, de querer viver mais fora de casa, ele me despertava... A liberdade...

E ele também era bonito, os olhos eram tão azuis, e eu podia jurar que, nos desenhos da íris, um floco de neve se formava. A única coisa que me dava agonia eram os cabelos, pareciam que não sabiam o que era um pente.

De tanta agonia, quando ele bateu em minha janela de noite (o que tinha virado rotina), o empurrei para dentro, o forcei a sentar em um urso de pelúcia enorme e passei a pentear o cabelo.

- Rapunzel! – ele reclamava.

- Quietinho você – falei – eu não aguento esse seu cabelo sem penteado!

- É charmoso, as garotas gostam.

Não sei porque, mas me senti brava com isso e lhe acertei o pente na cabeça.

- Ai! Ei, por que essa?

- P-porque você se mexeu! – disfarcei.

- Não movi nem um músculo... – ele estalou os dedos e me apontou com a mão direita – você ficou com ciúmes!

- C-claro que não! – me levantei e cruzei os braços – você se mexeu! M-mexeu a boca.

- Você está vermelha Rapunzel.

Pisquei várias vezes e marchei para minha cama, sentando na mesma. Jack começou a rir de mim, e em resposta fiz um bico.

- D-do que está rindo? – perguntei.

- De você – ele continuou.

- D-disso eu sei! Quero saber o porque disso.

- É que você é uma gracinha.

- Q-quer parar? Q-que coisa – voltei com meu bico.

Fechei meus olhos, não queria encarar Jack, até que senti um beijo em minha bochecha, um beijo meio frio.

- Uma gracinha – Jack repetiu.

Abri meus olhos, encarando aquelas safiras azuis.

- O que é tão gracinha em mim? – perguntei.

- Você é divertida. Adoro tudo em você Rapunzel, seu cabelo, seus pés sempre descalços, sua mania de usar vestidos e saias longas em casa, suas pinturas...

Ele encarou algumas de minhas pinturas na parede, e apontou para uma que era um floco de neve.

- Gosto especialmente daquela – Jack disse.

- Ah... Sim – falei – mas... Por que me acha a melhor garota? No colégio tem tantas mais bonitas...

Me lembrei de algumas garotas da minha escola, tinham tantas mais legais... Mas Jack ouviu minha pergunta e apenas riu, pegando uma mecha do meu cabelo.

- Eu prefiro a loira que me acertou com uma frigideira. Você me lembra o sol... Tão brilhante...

Acabei rindo, aliás, gargalhando, e ele riu junto. O riso dele era... Lindo... Ficamos nos encarando por um tempo, e vi que ele se aproximava. Nervosa, fechei os olhos devagar, já sentindo sua respiração por perto, até que ouvi batidas na porta.

- Rapunzel! Quem está aí? – era minha mãe.

- M-minha mãe! – sussurrei – n-ninguém mamãe! – gritei de volta.

- Eu ouço vozes! Vou entrar!

Jack saiu correndo e pulou da janela, correndo até a árvore próxima. Me sentei em um banco perto da janela, fingindo que brincava com Pascal bem a tempo de mamãe entrar, com os cabelos negros presos em coque.

- Anh... O que está fazendo querida? – ela perguntou.

- O Pascal estava sem sono, então... Ficamos brincando – sorri.

- Ah, certo... Feche a janela e vá dormir.

Ela saiu e eu olhei para Jack lá embaixo.

- Foi por pouco – ele falou.

- Realmente – dei risada – volta amanhã?

- Não, acho mais seguro nos vermos na escola mesmo.

- Tá... – fiquei meio chateada.

Ele escalou minha parede de novo, e parou na janela apenas tempo suficiente para me dar um beijo rápido, e depois caiu de volta na grama. Cobri minha boca, totalmente corada, e ele apenas riu sem graça, indo embora.

O vi partir e fechei a janela. Meu quarto ficava vazio sem ele, mas então eu vi, em cima da minha cama, uma presilha que tinha um broche de sol. Acabei rindo e o abracei.

- Serei sempre seu sol Jack... – sussurrei, antes de voltar a dormir.


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Notas finais do capítulo

Lembrando que eu não shippo o Jack Frost com ninguém, então essa fic foi difícil de se escrever kkkkkk



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