As Crônicas do Império do Norte - Dasthan escrita por Sara Fellires


Capítulo 1
Prologo


Notas iniciais do capítulo

É o capitulo que começa a retratar um guerra que só será feitas nos livros de continuação. E o inicio da trama de alguns personagens e o acontecimento que mais impacta na trama que segue neste livro e inicio do próximo.



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As sirenes tocavam e como muitos a desconfiança mantinha-se firme em meu coração. Não permiti e nem vou que meus filhos saiam para a rua até que a minha desconfiança acabe!

Estou atenta às janelas para ver se alguma coisa surge na Baia de Dasthan, algo suspeito, diferente ou perturbador. Mas nada ainda...

Por sorte minha casa tem um porão seguro, onde meus meninos provavelmente ficaram a salvo desse perigo desconhecido.

— O que é aquilo? Tem gente andando na rua como se nada tivesse de errado? — haviam poucas pessoas pelas ruas que poderiam morrer se o perigo que o senhor Dasthan tentava alertar acontece. Por sempre viver em Dasthan sabia a seriedade que existia.

Os sinos do Castelo não tocavam sozinhos há décadas. Desde antes de meu nascimento, quando o ultimo rei Russian morreu e toda a cidade se vestiu de negro para o luto, até a escuridão do inverno ajudou nessa ocasião, as únicas luzes que haviam acesas na cidade foram os archotes próximo ao velório, onde a cidade foi dizer adeus a Lorde Igor Russian, o Forte, mas a maioria só o criticava pela sua atitude na batalha contra os bárbaros.

Mas acima de tudo... Ele foi o ultimo Russian a governar essa terra.

Em outra ocasião em que os sinos badalaram, foi no velório de Antunnes Sosloio, mas seu velório foi esquecido e ignorado pelo povo, só ele tinha orgulho de se chamar de Antunnes, o Ousado. Enquanto isso o ultimo Russian, herdeiro ao trono, o Herdeiro Mac Russian que foi salvo pelo irmão Naahman, que continua em seu feliz casamento com Lide Duka Mansão, da poderosa família de Mansão Cinza, no bairro das mansões na cidade, esta pelo mundo tramando sua grandiosa volta para minha cidade. Sorri ao pensar na promessa.

“Nessas águas o Tomada da Coroa voltará quando o sangue Russian as Terras das Quatro Nortenhas voltar a governar.”

Essas terras brancas precisam urgentemente de um Russian...

— Agora devo ver se meus amores, ainda não se mataram lá em baixo. — descia as escadas rumo ao subterrâneo. Ficaremos lá até o alerta cessar.

O som dos sinos enchiam o ar da cidade e meus pensamentos. O que faria o Senhor de Dasthan, temer tanto? Pois há horas somente o Castelo esta em alerta indicando um perigo que só eles sabem.

A descida era curta, mas com meus pensamentos a fizeram parecer bem maior, como de costume. Eu tinha escolhido um lindo vestido para comemorar o belo dia que se fazia, mas não pude aproveita-lo por muito tempo, o possível perigo tirava a paz que o dia exibia.

O lindo dia que fazia lembrava-me meu casamento, feito no primeiro dia ensolarado de primavera, onde centenas de casamentos também foram feitos pelo mesmo motivo.

Nos primeiros dias de primavera no norte a cidade ganhava o brilho das imensas Árvores de fogo dos sepulcros de grandes casas do passado. Mas nem uma das grandes arvores de fogo pela cidade eram mais lindas e poderosas que as árvores do Cemitério dos Reis no interior da imensa fortaleza branca montanha acima.

Meu vestido era o mais novo que eu tinha, possuía as cores símbolos do norte, a cor predominante era o branco que cobria todo o vestido. Na frente ele era bem decotado e para diminuir o decote foi colocado um tecido azul escuro que também surgia na parte de dentro das mangas largas no antebraço. Luvas, típicas nortenhas cobriam a palma da mão deixando os dedos do lado de fora mantinham minhas mãos quentes na tarde ensolarada e fria de Dasthan.

A cintura era marcada por um corpete preto, que pela boa costura só parecia uma faixa do vestido. Na altura do joelho o branco acabava dando lugar ao tecido azul do decote e da manga, que se projetava até a centímetros do chão. Efeito dado pelos sapatos de salto usados pelas nortenhas da cidade, uma bota para espantar o frio que sempre mantinha-se sobre a grande cidade, e hoje não é diferente.

Chegando à porta a encontro aberta. Meu coração disparar. Quando subi, a fechei e ordenei que ficassem, enquanto ia fechar todas as portas e janelas da casa! Pois fica a beira mar, próximo ao porto da cidade, assim seria uma das primeiras casas a serem destruídas.

Quando abri a porta comecei a conta-los.

— Benjamim, — (o mais velhos, e tinha o nome do Pai) — Dara, — (a mais nova) — Madalena, — (a segunda) — E... Cadê o irmão de vocês?

— Anatólio? Estava aqui... — diz Benjamim olhando em volta — Cadê ele? Nós estávamos conversado há pouco tempo e não tem lugar para se esconder nesse porão, mãe. Ele... Ele deve... Acho que ele saiu. Acho... Acho que foi atrás da senhora! — diz Benjamim atordoado e procurando o irmão em qualquer canto a seu redor.

— Onde ele esta? — digo segurado Benjamim bem firme pelos ombros. O menino só conseguia balançar a cabeça dizendo que não — Vocês venham comigo procurar seu irmão. Meninas procurem pela casa. Benjamim vamos procurá-lo lá fora, você vai para os fundos que eu vou para a rua. +

Chegando a porta da frente que dava direto para o mar, porto e dezenas de árvores notei que estava escancarada. Pouquíssimas pessoas estavam na rua e o vento começava a soprar com mais força, olho para um lado e depois o outro e nem sinal dele.

Comecei a ir para a direita, pois havia uma loja que ele adorava. Era o único lugar de Dasthan que vendia acerolas, vindas do Império do Oeste e se tornava cada vez mais popular na cidade. Mas como era de esperar estava fechada e sem sinal de que iria abrir. Olho em volta procurando algum sinal e nada. Ele deve ter escondido em casa.

Quando chego próximo vejo meus três filhos à porta, como se esperassem por boas notícias então antes de chegar já pergunto: — Encontrarão? — Mas eles perguntam junto de mim.

Sem opção... Só tenho uma coisa a fazer! Encontrar meu filho!

— Venham comigo temos de encontra-lo onde ele estiver. Vamos procurá-lo no jardim. Aquele aqui perto. — começamos todos a subir correndo uma ladeira do lado esquerdo da casa rumo ao jardim.

Até esqueci que estava de salto e comecei a correr sem me preocupar com os possíveis tombos. Isso não aconteceu e subimos a ladeira. Eu de mãos dadas a minhas filhas e Benjamim de mão dada com Dara para ajudá-la na subida.

Em dias normais jamais conseguiriam subir aquela ladeira tão facilmente, pois o movimento de pessoas não iria permitir. Mas o medo do governante de Dasthan tirara as pessoas das ruas como espantar moscas, sem a parte que elas voltam a querer pousar.

Chegando ao jardim um alivio ao ver o pequeno se divertindo. De repente um som enorme e forte, provocado um imenso susto. Viramos para ver o que tinha acontecido e Anatólio vem correndo para junto de mim. Então ao longe o soar dos sinos da entrada da Baia começaram, olhei para a entrada.

Meus olhos passaram onde deveria ter passarelas do porto, a principal era feita de pedra com adjacentes feita de madeira onde uma nau grande estava em chamas. Continuava a olhar as passarelas, para ter certeza de que não estava tendo alucinações. As minhas costas a muralha da cidade soava seu alerta, que se juntavam em uma musica agonizante com outros toques de perigo.

Estiquei os braços para juntar todos os meus filhos, reuni-los e conta-los de novo para ter certeza de que não faltava nem um. Em questão de segundos balões surgiram e com a mesma rapidez com que surgiram jogavam grandes objetos sobre a cidade, e ao caírem, explodiam em incêndios violentos, fazendo prédios inteiros explodirem em chamas pela cidade, suas explosões eram tão agressivas que destroços eram arremessados de longe para cair próximo a nós.

Houve outra explosão, mas essa foi muito mais perto. Olhei para trás e notei que a explosão destruiu todo o quarteirão onde localizava uma casa de dois andares, o primeiro andar branco pelos tijolos de mármore, o superior de madeira com telhado cinza escuro manchado de musgo das constantes chuvas, que tinha, provavelmente, um porão seguro para o perigo que estava por vir, mas ela tinha desaparecido. Soube que Anatólio, mesmo sem saber, salvou a vida de todos nos tirando da casa.

Ao pensar naquilo uma paz veio ao meu coração de mãe, mas desapareceu quando o pensamento de para onde iriamos chegou a minha mente, olhei para meus filhos que estavam apavorados ao ver que onde havia a casa que cresceram só existia ruinas e escombros em chamas.

— Lembram que espalharam pela cidade avisando que quem não tivesse abrigo poderia ir para o Castelo? — ela confirmaram com a cabeça — Então como não temos mais abrigo vamos para lá!

— Mãe. O Castelo está do outro lado da cidade. É muito longe. — diz Madalena aos prantos.

— Então vamos nos apreçar antes que essas coisas que caem do céu nos matem. — levantei as saias e tirei as botas que usava, ordenei o mesmo as meninas.

Madalena, a mais velha, pegou seu vestido na mão e o ergueu e começou a correr em direção a grande subida que estava por vir. Todos começaram a correr indo em direção à Avenida Real, que levava direto para o Castelo que se projetava na montanha, subindo a ladeira, uma enorme construção, o maior Castelo do Mundo.

Mesmo próximo a orla as muralhas branca do castelo, as arvores ao redor e o tamanho da fortaleza permitiam que ele fosse vislumbrado por qualquer um, em qualquer canto da baia e da cidade.

Corremos, corremos e corremos, mas tinham um inimigo além da distancia, a subida. A cidade não era plana e ia subindo até o Castelo o que provocava um cansaço enorme corremos por alguns quilômetros enquanto as coisas lançadas pelos esquisitos balões pontudos no céu, explodiam por todos os lados criando um verdadeiro caos.

Um cheiro curioso se espelhava pelo ar enquanto os incêndios se multiplicavam pelas construções da cidade. O cheiro me trouxe a lembrança da infância quando um mago de rua fez um fogo roxo encantar minha inocência de criança.

— O que é isso? — uma menininha curiosa pergunta para o homem loiro que fazia chamas de todas as cores.

— Essa é magia da pólvora menininha. — ele dissera com o mais lindo sorriso de minha infância.

Dois dias depois a magia e beleza que a pólvora dava para sua apresentação de rua. Mostrou o poder e gana por destruição que o material possuía. Em um esbarrão mais cedo, antes de começar a apresentação, a pólvora se acumulou em sua manga. Ele acendeu um prato e essa pólvora também incendiou.

Ele deu passos apresados, de susto e pressa para trás, pratos de outra mesa caíra sobre suas pernas, o homem gritou e então correu, mas foi para o lado errado. Um de seus barril de pólvora pura foi derrubado na confusão, na explosão ele desapareceu, metades das pessoas da praça também. O senhor de Dasthan na época, ainda um Russian proibiu o pó misterioso em suas muralhas. Mas agora o maldito pó voltava...

Covardia usarem pólvora...

Uma coisa jogada por um pássaro maior que dois cavalos explodiu tão perto que um pedaço acertou de raspão minha cabeça. Um pedaço do vestido, rasgado durante a corrida servil para limpar o sangue. Um cheiro começou a contagiar o ar, era o cheiro de queimado, de carne queimando, incêndios assolavam a cidade e foi aí que notei enormes colunas de fumaça por todo o lado.

Estava na frente da mansão Cinza, onde vivia o ultimo da linhagem do antigo sangue real, Naahman, ele era o mais jovem de todos e se apaixonou pela filha desse comerciante tradicional, uma família de linhagem antiga, assim como a família real e a coroa autorizou o casamento, então quando ouve a batalha da Tomada da Coroa ele foi um aliado, mas no final dela seu irmão foi expulso da cidade e ele ficou, e continuo o comercio que a era a atividade da família de sua mulher.

Paramos para pegar folego, com o peso das camadas do vestido em minhas mãos decido diminui-lo para facilitar a subida. Comecei a tirar as camadas internas puxando.

— Mãe. O que está fazendo? — pergunta Madalena horrorizada.

— Diminuindo o peso. Faça o mesmo. Arranque as saias internas do vestido.

Madalena começa a arrancar as saias internas. Vou até Dara e a ajudo com suas saias. Notei que tinha um gosto salgado do suor na boca. Mas mantinha-me forte para passar força a eles, que agora já tinham deixado metade das roupas para trás.

Benjamim estava com um sobretudo até o joelho e um colete, só restou a camisa ensopada de suor que nem deveria aparecer, a calça que também resolveu encurtar e as botas que eram de seu pai e já lhe servia, botas brancas, de couro e cano longo que a guarda cidade usava, quando seu pai era Comandante.

Madalena era uma donzela muito linda, aparentava mais ser uma mulher do que uma moça ainda virgem. Despertavam olhares de todos os tipos, tantos de garotinhos que nem se interessavam por garotas até velhos casado com netos no colo.

Mesmo suada e rasgando o vestido mais lindo que possuía, com o cabelo meio desfeito não perdia toda a sua beleza, então passou a ser forte também como que para ajudar seus irmãos e a mim sua mãe.

Dei-lhe um beijo enquanto ela ajudava Anatólio a se livrar da parte “inútil”, para a correria. Dara a mais nova já estava sem metade de seu vestido, mas resolvi não encurtá-lo, pois não deixaria correr quase nua pela rua, e mantive suas meias longas, para ter menos perigo de machucar o pé.

Levantei-me e notei que o vestido ainda estava pesado então comecei a puxar e retirar todos os forros internos com o intuito de diminuir o peso para continuar o longo trajeto. Junto com uma explosão a alguns quarteirões de distancia, começamos a correr, ao virar em uma rua uma explosão forte nos lançou para cima. Era a Mansão Cinza que havia desaparecido.

A subida ladeira acima estava fatigando a todos, quando chegamos a um jardim que ainda parecia intacto, por ironia nem um incêndio ainda havia caído sobre ele, e nem parecia que aquele jardim estava no meio de um ataque surpresa.

A essa altura já tinha concluído do porque o Conselho exigiu a saída das tropas militares da cidade, para uma missão tão ridícula a oeste, na costa. Uma missão imperial, tinham comunicado, mas criaram a situação perfeita.

No jardim, no meio dele havia uma carruagem aberta com seis cavalos de tração velozes, pela musculatura que exibiam, pastando na maior calma. Veio a oportunidade de usa-los para chegar mais rápido ao Castelo. Me aproximei cautelosa dos cavalos, que estavam tão acostumados com barulho e gente que não se importaram com a minha aproximação.

Subi e peguei as rédeas, chamei meus filhos que subiram rápido, com um puxão nas rédeas, já estávamos em tiro. Os cavalos correndo com tudo e mesmo acostumados a andar devagar, voavam sobre as ruas de tijolos.

Eram usados para turistas conhecerem a cidade com grandes caminhadas lentas, mas corriam rápidos e firmes, mesmo passando por cima de pedras que faziam a carruagem dar pulos enormes, sem contar com os vastos buracos que surgiam por toda parte.

Agora estávamos rápidos subindo as ladeiras que levariam ao castelo, de vez em quando víamos uma pessoa correndo aqui, outra se escondendo ali, nem dava para imaginar onde estavam os quase um milhão de pessoas que viviam na cidade e as milhares de pessoa que a visitavam todos os dias.

Será que conseguiram sair antes do ataque?

Agora finalmente havíamos chegado a Avenida Real e se tudo desse certo chegariam ao Castelo rapidamente. Mas como as explosões não estavam ao nosso favor, começaram a ficar mais intensas e uma destruiu um prédio de oito andares bem na nossa frente.

Um puxão rápido para a esquerda fez com os cavalos relinchassem e virassem rapidamente levantando o lado direito da carruagem. Benjamim se segurou firme mantendo Dara e Anatólio dentro da carruagem, Madalena se agarrou a borda oposta a minha, e ainda conseguiu segurar meu braço evitando que eu despencasse.

Com um solavanco a carruagem passou por cima de um canteiro que dividia a avenida em duas, e votou a ter suas quatro rodas no chão a correrem em velocidade máxima pela Avenida Real, agora na contra mão, como não havia circulação de pessoas isso não foi um problema.

As explosões cada vez mais causavam sustos, que faziam meu coração bater cada vez mais acelerado, e a criar situações como no começo da avenida nos lembrando que o caos estava por toda parte. A carruagem já começava a desmontar, uma parte de trás da carruagem se soltou e deu a impressão de que estivesse de desfazendo, mas foi mais outro imenso susto, foi o toldo da carruagem que se soltou e saiu com o vento.

Com velocidade máxima tudo passava tão rápido, os cavalos eram muitos e isso gerava uma velocidade incrível, só que de repente um silvo me tirou a atenção, tinha ouvido silvos iguais a esse o tempo todo só que esse foi o mais próximo de todos. Próximo até demais...

Virei para esquerda, algo caia em alta velocidade e atingiu uma barranco ao lado da avenida. Em questão de segundos o chão se rachou e subiu com fogo saindo das rachaduras, com um clarão que levantou a todos, carruagem, cavalos e todos nós sendo levados para bem alto.

Estamos mortos... Foi no que deduzi enquanto eramos lançados para o alto.

Um silvo alto surgiu de novo tão próximo quanto o ultimo, não próximo o suficiente para acertar, mas para acordar qualquer um. Levantei-me. Estava muito atordoada e nem conseguia enxergar direito. O que via era somente borrões que dava para indicar que tinha muitos incêndios pela cidade e outro muito próximo. Então a dor de cabeça surgiu, a memoria sobre o que estava fazendo voltou, e meu coração bateu forte para saber onde estão?

Olhando em volta me deparo com a carruagem, os cavalos estavam em chamas soltando um cheiro terrível, mas os dois cavalos do meio estavam bem e muitos nervosos com o acontecido. Empinavam e escoiceavam para se livrar dos cadáveres em chamas e da carruagem que também pegava fogo.

Escoicearão e empinaram tanto que se soltaram e vieram correndo em minha direção o reflexo não adiantou de nada, pois fiquei paralisada, mas cada cavalo virou em uma direção e foi embora, sem amenos esbarrar em mim.

Depois que passaram, meus pensamentos voltaram para meus filhos. Onde estavam? Estavam bem? Cadê eles? Girava e olhava em todas as direções para encontrar um deles. Outra explosão acontece próximo fazendo um enorme estrondo. E de repente vejo Madalena, corro em sua direção e quando a toco ela se levanta num susto enorme.

— Minha filha! — a abraço com força aos prantos.

Madalena retribui, mas estava atordoada demais para falar ou dizer algo, tenta se levantar, mas a tontura a derruba, então resolvo deixa-la deitada.

— Fique deitada enquanto procuro seus irmãos. Só se levante quando se sentir melhor. — Madalena confirma com a cabeça.

Então volto a olhar em todas as direções os procurando, ando um pouco e atrás de arbustos encontro Dara, sobre Benjamim, e Anatólio do lado, todos desmaiados. Aproximo e sento-me ao lado para toca-los com cuidado para ver se respondem, e todos se levantam assustados e antes de qualquer coisa e antes que eles percebam os abraço com força. Madalena recupera o equilíbrio e vai até nós, nos abraçar também todos choram e sorrimos por ainda estarmos vivos.

— Fomos salvos pelos jardins que ficam antes do labirinto de arvores de Dasthan. O jardim nos salvou, por isso que amo jardins. — Diz Madalena contente comemorando a vida.

Uma explosão acontece próxima e nos lembrando qual era o objetivo, então com a visão do labirinto do castelo voltamos para nosso caminho. A corrida até o labirinto da entrada do castelo não era grande, mas o caminho dentro do labirinto era longo.

A intensão do labirinto era prejudicar ao máximo um exercito que quisesse invadir o Castelo pelo portão principal e com a confusão que poderia virar, arqueiros de cima das ameias do castelo poderiam liquidar muitos sem que eles notassem que estavam sendo atingidos, soldados poderiam andar escondidos dentro do labirinto matando e camuflando, mas para nós não foi mais fácil do que seria para os inimigos.

Achamos que a corrida iria ser muito confusa e foi, anos atrás poderia achar o castelo de olhos fechados, mas com tanto tempo longe os corredores pareciam sempre diferentes e iguais ao mesmo tempo; arvores diferentes das quais só existiam naquele local em toda Dasthan.

Milhares de arvores verdes que não dava frutos nem flores, faziam a maior parte o labirinto, e essas arvores existiam somente para o labirinto do Castelo, e quando mudava, uma arvore diferente surgia o caos de onde estávamos piorava a situação. Além das árvores existia também espécies pequenas e rasteiras que as vezes chegava a cobrir o caminho. As vezes nem parecia um labirinto parecia mais uma floresta densa e confusa, mas juravam que no meio daquilo tudo tinha um caminho velho e desgastado que muitos passavam todos os dias.

Mas juravam que no meio daquilo tudo tinha um caminho velho e desgastado que muitos passavam todos os dias...

O pensamento veio como um tapa na minha face, se encontrássemos o caminho desgastado teriam mais chance de encontrar o Castelo.

— Filhos temos de encontrar um caminho desgastado, assim encontraremos o castelo. — assim que as palavras foram ditas todos passaram a olhar para o chão em busca de um sinal que pode-se nos ajudar, e as vezes uma explosão atingiam próximo, já que os distantes eram camuflado pelas arvores.

Mesmo procurando pelo caminho desgastado o labirinto parecia não acabar. Mas então chegamos a um local claro e eu já imaginava.

— O QUE?! Voltamos para o lado de fora. E nem é o local onde entramos. — fala Madalena incrédula por ter feito tudo em vão.

— Calma. Agora podemos saber se estamos longe demais da entrada central — digo olhando para cima e vendo onde estava o Castelo.

Mas quando olhei à frente encontrei uma visão que jamais pensei que veria. Uma Dasthan em ruinas, destruída e em chamas, e tudo que eu pensava era que já não tinha salvação. A imagem era tão desoladora que meu coração apertou-se e provocou lagrimas em meus olhos.

— Temos de continuar, onde eu estava mesmo? — digo tentando me recompor para continuar, mas um ruído me lembrou de tudo.

— Ali esta o castelo, Mãe! — diz Dara feliz por encontrar o poderoso Castelo de Dasthan.

Que agora se mostrava mais poderoso do que nunca, mesmo sendo atingido o tempo todo se mostrava firme com suas muralhas altas e poderosas. Sua base alta de fundação, atrás de suas fortes muralhas parecia ter quilômetros de distancia.

Reconheço esse lugar, acho que à outro portão mais perto, e será mais fácil encontra-lo do que permanecermos no labirinto perdidos... Mas será que esse portão esta aberto?

Não tenho outra alternativa é tentar chegar lá e torcer para conseguirmos entrar. A corrida rumo a esse portão começou e agora dava para ouvir as explosões e sentir seus impactos muito bem, pois não havia mais o labirinto para camufla-los.

A corrida era próxima à muralha para não se afastar do castelo e não cair barranco abaixo. Então um som parecido com o que aconteceu na carruagem se aproximou, o instinto fez com que me joga-se por cima de meus filhos.

O impacto foi próximo e para piorar a situação atingiu o caminho logo à frente nos impedindo de continuar, outro som estranho se aproximou e fez um estrago parecido, só que no caminho que já haviam percorrido.

Agora não há para onde ir...

Um grito surgiu em minha cabeça e sua voz era abafada e não era de nem um de meus filhos, demorei um pouco para notar que ele vinha de cima. Das ameis do castelo um soldado de defesa, que provavelmente tinha ido olhar se o ataque gerou algum defeito na muralha.

— Quem são vocês e o que estão fazendo ai? — deduzi que era isso que perguntava com os gritos.

Mas a compreensão era impossível, as explosões, a distancia não permitia uma conversa. Mas a cara do soldado mudou quando ele viu que não estava sozinha e que meus filhos estavam ali comigo.

O soldado sumiu e voltou com uma corda longa que foi jogada e nos alcançou, lá de cima da fortaleza ele fez gesto para subir e vários outros soldados apareceram armados nas ameias como que para proteger a nossa subida.

Mesmo com as explosões que tinha acabado de atingir a base da muralha, a muralha se mantinha firme e sem rachaduras, a primeira a ser puxada foi Dara, que subiu rápido e sem problema. A segunda foi Madalena que teve de escalar o final para não haver perigo de cair ou de ficar presa no desnível da muralha. O terceiro foi o Anatólio que fez a subida inteira aos prantos, com medo da subida e da altura e sem falar no tanto que pediu para não ser içado.

— Vá filho é a sua vez.

— Não Mãe. É a sua vez.

— Meu filho eu sou a mãe e a mais velha e devo ser a ultima para ter certeza que meus filhos estão em segurança.

— É. — ele concorda, pega a corda e me entrega — Mas eu sou homem e devo ser o ultimo para garantir que a minha família esteja em segurança. Então vá, por favor!

Diante desse depoimento tive a certeza que meu filho não era mais o garotinho de anos atrás, e sim um homem feito. Sem alternativa fiz o laço nos trapos que sobrou do meu vestido e me deixei ser içada até o topo.

Com o passar dos minutos a visão da cidade me fez chorar de novo, até chegar na hora de escalar e passar pelo desnível das ameias. Meus pensamentos e gestos não permitiram conversa. A única coisa que fiz foi me voltar para o lugar de onde meu filho surgiria.

Em minutos que pareceram séculos, Benjamim surge apoiando o braço no vão da ameia e subindo com o auxílio dos soldados.

Como num piscar de olhos tudo de bom que tinha acabado de acontecer desapareceu, logo depois de servir de apoio para meu filho subir e se levantar. Os soldados pegaram meus filhos que já tinham subido, os tinham nas mãos com facas em seus pescoços e arqueiros apontavam direto para meu filho que ainda estava em meus braços, apontavam para mim, e para meus filhos que tinham facas a pontadas as gargantas.

Quem são vocês? — diz um dos guardas.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e estou aguardando comentários e observações. Agradeço a atenção.



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