Capitulo 2

FESTA DESASTRE

Melissa adentrou o grande salão muito bem decorado, ficou embasbacada pela beleza do local, a loira ficou perto de sua amiga, Larissa, que foi a puxando rapidamente para uma mesa vaga que havia no salão, sentaram e começaram a conversar.

– Então como foi com o medico? – Perguntou a morena curiosa bebendo uma taça de champanhe.

– Foi bom – Respondeu evasivamente.

– E o que mais? – Incentivou a morena ainda mais curiosa pela resposta de Melissa.

– Há… - Melissa pensou se seria uma boa idéia contar a sua amiga sobre o acontecido, mas nunca escondeu nada de Larissa porque agora esconderia?

– Acabei trombando com um cara na porta da clinica – Melissa bebericou seu champanhe – Um ogro muito mal educado, acredita que ele me chamou de cega!

Larissa riu da cara de sua amiga, nunca viu Melissa tão brava com alguém ou ainda mais se importando com algo tão fútil, ou talvez Melissa se importasse sim, mas não conseguia admitir para si própria por orgulho, o orgulho feminino. A morena sabia que Melissa era muito orgulhosa, odiava depender de alguém e sempre tentou fazer as coisas por si só, mas depois que a sua mãe morreu, ela acabou ficando sozinha e dependente do carinho e amor que lhe faltava, Larissa entendia muito bem a amiga e apoiava em todas as decisões, mesmo que estás decisões forem erradas.

Ouviram a microfonia em cima do palco improvisado, as duas colocaram suas taças em cima mesa e olharam para um palco onde um senhor de idade, cabelos um pouco grisalhos e um terno cinza sob medida, testava o microfone.

– Boa noite senhoras e senhores, me chamo André, o fundador de um dos melhores hospitais particulares de São Paulo – Melissa olhava atentamente para o senhor que parecia ter alguma semelhança com alguém que ela já conhecia – Fico muito feliz por saber que quase todos vieram a festa que irá apresentar o novo presidente do hospital – André Fez uma pausa para causar um pouco de suspense - Apresento a vocês, meus amigos, o novo presidente do Hospital, meu filho, Alexander Fronteira – Varias pessoas se levantaram e começaram a aplaudir mas Melissa permaneceu imóvel em seu acento tentando assimilar tamanha coincidência, o cara com quem trombara ontem na porta da clinica estava de pé em cima daquele palco acenando freneticamente e sorrido para as pessoas a sua volta, nada poderia ser pior para ela do que imaginar que ele estaria naquela festa, pensou em soltar um monte de desaforos para aquele ser medíocre e também sabia que se fizesse isso sua amiga provavelmente perderia o emprego, e Melissa não queria isso e jamais iria querer, pois aquele emprego era o que Larissa sempre sonhará.

Decidiu continuar sentada em seu lugar como se nada tivesse acontecido e Melissa sabia fazer aquilo muito bem, não pensaria mais naquela situação, fingiria que nem conhecia o tal de Alexander e esperava que ele fizesse o mesmo.

– Mel está tudo bem? – Perguntou a morena ao seu lado estranhando a reação da amiga

– Alexander… - Melissa sussurrou o nome do rapaz saboreando as palavras como se fosse uma criança a procura de doce.

– Mel… - Chamou a morena novamente o que fez Melissa despertar de seus desvaneios.

– Sim Lary? – Perguntou bebericando seu champanhe, para desviar a atenção de si própria

– Você está bem?

– Estou sim.

–Então, me fala mais desse rapaz que “ esbarrou” com você, na clinica.

– Ele não “esbarrou” comigo, praticamente me jogou no chão, e você, mocinha, como está seu relacionamento com o Charlie? – Melissa queria desviar do assunto rapidamente e logo mudou o rumo da conversa,Larissa entendeu que sua amiga não queria falar sobre o acontecido, então resolveu deixar de lado, mas não desistiria assim tão fácil.

– Há… – Larissa foi evasiva, não queria pensar naquele canalha do seu ex-namorado, depois de tudo que ela fez por ele, preferiu não abrir uma ferida falando dele e de sua traição.

– Ele me traiu – As palavras sairão da boca da morena, sem perceber, com profundo desgosto e tristeza, Melissa rapidamente foi ao seu encontro e lhe deu um abraço apertado, Larissa se apegava muito as pessoas o que era uma fraqueza da própria.

– Sinto muito, querida! – Melissa sussurrava palavras de carinho para sua amiga, tentando conforta-lá.

– Não sinta! Aquele canalha não merece minhas lagrimas! – Sua voz saiu forte e com um propósito: Não choraria nunca mais por homem algum!. Melissa sorriu orgulhosa.

– Eu te admiro sabia – A loira desabafou , segurando a mão da sua amiga – Você é tão forte, suporta tudo isso como se fosse nada, queria ser forte como você!.

O que Melissa não sabia era que sua amiga estava destruída por dentro, Charlie era o homem de sua vida, assim a morena pensava. Mas quem ama não trai, e Charlie provou que não amava Larissa e uma traição poderia destruir qualquer tipo de relacionamento que os dois pudessem ter no futuro o que não vem ao caso, pois Larissa preferia morrer , do que pensar em ter algum tipo de relacionamento com Charlie, que provou ser um canalha de primeira a traindo com sua prima 3 anos mais nova que ela.

– Obrigada!

Melissa sorriu para a amiga, sabia o que ela sentia, pois já passou pela mesma situação, nunca contou para Larissa sobre Marcos, era o único segredo que defendia com unhas e dentes, e se preciso passaria por cima de tudo e de todos para que ninguém soubesse sobre as sombras de seu passado, não queria preocupar Larissa muito mais do que ela já estava preocupada e também, não queria chorar muito mais do que já havia chorado.

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Alexander cumprimentava alguns de seus funcionários do hospital, seu amigo, Gabriel, estava ao seu lado, mas foi ao encontro de sua família, e deixou Alexander ali sozinho, cumprimentando todas aquelas pessoas que nem se lembrava mais, precisava fazer uma visita por todo o hospital, pensou o rapaz.

Por uma fração de segundos pensou ver uma cabeleira loira, que não sabia como, reconhecia de algum lugar, mas sua visão foi tampada por Jessica, a ginecologista e ex- amante.

– Ola gatinho – Alexander odiava quando Jessica o chamava de gatinho.

– Jessica, por favor, não deixe que minha paciência esgote com você! – Advertiu a ruiva que o olhou interrogativamente, como se não entendesse o que ele dissera.

– Me deixa em paz! – Alex falou aquelas palavras como se fossem um caminho para a liberdade, Jessica abriu a boca , não acreditando que ele disse aquilo para ela. Alexander irritado com sua prepotência, empurra a garota para o lado sem esforço algum.

– Alexander Fronteira, você vai me deixar aqui falando sozinha?

– Vou – O rapaz falou e seguiu direto até o bar onde pediu uma bebida forte.

Ele começou a olhar pelo salão, pensando se veria aquela cabeleira loira familiar, tentou procurar na sua mente, mas não achou nada, ou talvez ele tivesse esquecido. Suspirou e pensou na mulher que lhe tirava do serio, o deixou ontem, praticamente, sem dormir. Queria acha-la e sacudi-la e perguntar se era algum tipo de bruxa que possuiu seus pensamentos, e aqueles malditos olhos não saiam de sua mente, importunavam em qualquer lugar, só queria vê-la mais uma vez.

– Um suco por favor! – Alexander reconheceu aquela voz melodiosa que lhe perturbou o dia inteiro, e como poderia esquecer quem lhe tirou o sono.

Ele girou a cabeça para o lado em que a voz veio, e admirou aquele corpo cheio de curvas, pequeno e esbelto, o vestido azul marinho caia perfeitamente em seu corpo, como se modelasse perfeitamente suas curvas, os olhos do rapaz brilharam, ele se endireitou e pensou como iniciaria uma conversa com aquela loira deslumbrante, apoiada em cima do balcão.

– Boa noite! – Melissa virou a cabeça e olhou para Alexander em seu terno Armani, caro e sofisticado, sorriu discretamente e acenou com a cabeça, virou o rosto para o outro lado tentando esconder suas maçãs do rosto completamente coradas, e porque ele estava falando com ela?.

– Boa noite – A loira sussurrou tomando seu suco, pois sua cota de álcool já havia passado do limite.

– Está gostando da festa? – O rapaz perguntou

– Sim.

Counting stars- One republic, começou a tocar no salão e Alexander encorajado pelo álcool, resolveu chamar Melissa para dançar, e esperava, sinceramente, que a loira aceitasse.

– Dança comigo?

Melissa olhou para Alex, surpresa por seu pedido, não estava com vontade de dançar, mas seu corpo inssendeou de desejo, e o que os olhos não vêem o coração não sente, sua imaginação estava solta, fazendo ela ter muitos delírios, tudo por culpa do alcool.

– Claro.

Alexander maneou Melissa até a área de dança, colocou a mão em sua fina cintura, pegou sua mão e começou a girar a garota para lá e para cá.

Melissa pensou que Alexander nem a reconheceria, mas estava enganada, como o rapaz esqueceria a mulher que lhe fez passar a noite em claro. A loira não sabia dançar direito e resolveu comunicar ao rapaz antes que pisasse em seu pé, ou caíssem no chão, pagando mico para as pessoas no local.

– E-eu não sei dançar muito bem!

Alexander girou a garota outra vez, e a aproximou mais perto de seu corpo, fazendo Melissa corar com a proximidade entre os dois.

– Eu te ensino.

– S e você acha que eu ainda te perdoei pelo empurrão que você me deu ontem! – Melissa falou, desviando os olhos do rapaz que franziu a testa de repente.

– Eu não empurrei você! – Ele a girou curvando-a para baixo, suas bocas ficaram muito próximas e Melissa percebeu que estava prendendo o ar pela aproximação. – Você que, literalmente, caiu em cima de mim!

– Mentiroso! – Melissa fez uma careta divertida e Alexander riu.

– Está rindo de mim senhor Fronteira?

– Não, senhorita…

– Haas! – Melissa disse divertida.

– Senhorita Haas.

A música já havia acabado e os dois ainda continuavam dançando, até que Melissa se tocou e parou de dançar repentinamente, assustando Alexander.

– Falei algo de errado? – O rapaz perguntou estranhando a reação da loira, ela por outro lado, procurava Larissa com os olhos e a encontrou em uma mesa bebendo muito mais do que devia.

– Não, Alexander, você não disse nada. – Ela já ia saindo do local para encontrar sua amiga, mas foi puxada por uma mão grande a macia, olhou para Alexander que lhe disse:

– Não vai me deixar nem um sapatinho de cristal?

Os dois foram interrompidos, antes de Melissa responder alguma coisa, por Jessica, a ruiva tingida, que agarrou Alexander pelo braço e lhe deu um selinho na boca, fazendo com que Melissa percebesse o quanto ingênua estava sendo, como ela poderia imaginar que aquele rapaz elegante, bonito e charmoso poderia se interessar por alguém como ela?. Talvez ele era com Charlie, um canalha conquistador que só a queria por uma noite, mas Melissa não queria apenas uma noite, mas sim um para sempre.

Alexander se desgrudou rapidamente da ruiva e olhou na direção que a loira estava, furioso pela ousadia da menina quase deu um tapa na face da ruiva.

– Qual é o seu problema? – Saiu dali procurando Melissa com os olhos e a encontrou saindo pela porta com uma morena que ele conhecia, tentou alcançá-las, mas não teve sucesso.

Passou a mão em seu cabelo desesperado, pois queria explicar a Melissa que Jessica não tinha nada haver com ele. Mas nem chance ele teve.

O rapaz passou a noite bebendo muito mais do que devia, acabou sendo levado para sua casa, por seu amigo Gabriel. Ele passou a noite inteira sonhando com a dança dos dois, ainda tentando entender porque não conseguia tirar aquela loira de seus pensamentos, que o deixaram bêbado e falando palavras desconexas.

E a culpa era de uma loira baixinha, que o tirava do serio além da conta.