Altharian: The Resistance escrita por C Blue


Capítulo 15
Capítulo 14 - Captura




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Eu fitei a lâmina que carregava na bainha. Estava novamente comigo, ao alcance, se preciso usar. Na correria em que o local estava, pude perceber a quantidade de altharianos que se encontravam ali, dispostos a lutarem na escuridão da floresta. A luz que vinha do céu não era bastante para iluminar nada, o que nos obrigava a usar lanternas encaixadas nos uniformes rebeldes. Era o primeiro ato em si que me mostrava a batalha. Eu tinha vestido um dos uniformes, assim como Ruby, não eram nada como os trajes negros e protetores do Império. Era uma roupa mais simples e sem muitos apetrechos.

O grupo que iria nos levar ao ponto de encontro era formado por cinco rebeldes. Um mapa nos foi entregue, nada como o papel velho que Yukin havia me dado antes. Este era um disco que cabia na palma da mão, com botões. Marche, o líder do grupo que nos guiaria – alto, forte, cabelo em uma cor cobre e espetado – acionou o disco, mostrando um holograma que apresentava a rota a ser seguida.

– Este é o ponto de encontro. – disse ele. Olhou para o círculo de rebeldes e depois voltou para o holograma apontando uma marca amarela. Depois passou o dedo para um X vermelho – isto marca as áreas de confronto, como podemos ver, são muitas. Devemos evitar estes pontos. Em ordem.

O “em ordem” era a deixa para ficarmos em formação, um ao lado do outro.

– Mantenha a calma. – sussurrou Ruby para mim. Não esperava ouvir isso, nem ao menos estava nervoso, porém, não questionei.

Logo estávamos deixando o refúgio – entre altharianos correndo para lá e para cá, com mantimentos, armamentos e tudo que precisavam. O grupo foi guiado por Marche, que ia à frente com o mapa, lentamente.

Não demorou muito para que parássemos de ouvir os sons do refúgio ou das batalhas. Isso me tranquilizou um pouco. Andamos ouvindo somente a vida da floresta a noite, o que estranhamente, não era muito.

Andamos por um tempo, na escuridão. A luz que iluminava meu caminho era da lanterna do meu uniforme, assim como de cada um dos outros. A formação estava calada quando chegamos ao ponto amarelo. Era uma área aberta, mas rodeada por árvores. Esperamos. Três dos rebeldes do nosso grupo andavam rodeando a área, prontos para atirar a qualquer sinal de inimigos.

O vento começou a bater mais forte nas copas das árvores e olhei o que se seguiu. Uma nave – branca, com uma hélice em cada asa – sobrevoava o local. Eram eles. Guerreiros da Resistência que haviam vindo nos buscar. Deixamos espaço para o pouso da nave nos afastando do centro da área. Porém, antes do pouso da nave, um zumbido estrondoso cortou o ar e uma explosão atingiu a nave. O fogo apareceu ao lado da nave, onde esta fora atingida. Ela ziguezagueou antes de bater forte contra um muro de árvores. Uma nova explosão ocorreu, deixando claro que não haveria sobreviventes.

Mais rápido do que a queda da nave, vários soldados – com seus trajes negros – encheram o local, vindo de todos os lados. O fogo da explosão iluminava agora tudo tão forte. Ruby me encontrou.

– É agora.

Eu sabia o que queria dizer. Estava na hora de lutar. Cinco rebeldes treinados, uma jovem treinada e um líder patético contra cerca de vinte soldados, era o que eu via. Não. Eu poderia não saber de meus poderes, mas ainda usava minha lâmina.

Puxei a espada pondo-me em posição. O ataque ao primeiro soldado surgiu como instinto. Ele deve ter se surpreendido, pois não sobreviveu para ver um segundo golpe. O segundo foi diferente. Atingiu meu braço, a dor me fraquejou, mas, por pouco. Feri um ataque certeiro no peito. Vi o “S” da lâmina sujo com sangue. Então veio um terceiro, quarto soldado. A luta não parou quando estava cansando e ferido. Os soldados do Império fervilhavam na ação, e lutavam como máquinas. Eu estaria morto se estivesse só. Mas mesmo assim...

Não daríamos conta. Vi os outros lutarem e mais soldados surgirem. Um leve choque me atingiu, fazendo-me cair de joelhos. Fui pego por dois, um em cada mão, e os vi fazer com o resto dos rebeldes. O que tentou resistir teve uma morte rápida. Olhei a luz dos olhos do rebelde sumir e seu corpo cair ao lado de sua cabeça, decapitada.

Fomos pegos. Eu iria morrer.

***

Eu havia falhado na primeira missão em que passei na prisão do império. O objetivo era simples: Obter a informação da vida de Adam e Alicia, e resgatá-los. Neste dia, perdi um ótimo guerreiro. Não descobri se Adam estava vivo. Falhei em parte, pois Alicia estava agora salva. Indo em uma nave da Resistência, buscar Cal em uma Abrigada Rebelde. Provavelmente já estaria voltando à base.

Minha honra como guerreira estava agora se pondo à prova. Voltar no local e refazer minha missão era só o que eu devia. Com um grupo menor desta vez, e sem uma espiã para atrapalhar. Tudo daria certo.

Ritz e Lex seguiam-me pelos corredores da prisão. Na base, por algum meio, nossos “cabeças” haviam implantado falhas na segurança, possibilitando minha entrada. Tudo como da primeira vez.

Os ecos dos passos no chão de metal faziam ondas de medo percorrerem meu corpo. Mantenha a calma, sou a líder desta missão.

Parei para observar o mapa. Ritz e Lex pararam a meu lado. O disco acendeu nos mostrando a planta da Prisão em um holograma.

– Ele estará na zona subterrânea da prisão. Se estiver por ai. – disse um dos “Cabeças”, nossos gênios, em meu comunicador. – O corredor a direita leva a um elevador, as câmeras estão desativadas, mas a segurança pode ter levado guardas para lá, sendo mais confiável usar as escadas da esquerda.

– Okay.

Desliguei o mapa. Fiz um gesto para Ritz olhar o corredor. Ela o fez e logo estávamos atravessando-o até as escadas. Quando descemos, vimos uma sala. Dois guardas estavam no portal de entrada.

–Arielle, – disse Lex – deve haver algo importante na sala.

A jovem fez uma espécie de linha de informação, mandando os dados para o Cabeça.

– Provavelmente teremos informações necessárias naquela sala. – disse ele – Adicionem mais um objetivo a missão. Quero que entrem na sala e façam o download de alguns arquivos.

Tiros certeiros foram feridos nos guardas, e entrando na sala, mais três agentes do Império foram nocauteados. Lex fez o que foi pedido, vimos índices, arquivos, pesquisas, nada muitos esclarecedor para mim, mas os Cabeças provavelmente saberiam o que tudo aquilo diria.

Saímos da sala, descendo para a prisão em si. Quando chegamos ao corredor onde ficavam as celas, novamente o cabeça falou comigo.

– Supostamente, Adam está na última cela de perigo. Fica no final do corredor. Muitos guardas devem estar na área. Lex, mande os downloads que fez.

A jovem cumpriu a ordem. Eu não entendia muito desses lances. Isso era obvio, comigo era a ação, na batalha. Seguimos o corredor, as portas da cela eram fechadas sem janelas impossibilitando a vista de dentro. O Corredor estava silencioso, o que não cheirava bem. Ao chegar à área de “perigo”, vimos os guardas. Menos do que imaginei.

Avistamos a última cela. A suposta cela de Adam. Era dever meu escolher fogo contra fogo ou descrição. Então dei o primeiro tiro matando um dos guardas e avisando ao outros que havíamos chegado. Vi Ritz ser atingida na perna. Mas o fogo contra fogo acabou logo, quando o último guarda do recinto caiu morto.

Parei a frente da porta da cela. Não sabia o que esperava quando a abri.

Adam. Ele estava em pé no meio da sala, com roupas bonitas e que nada pareciam de um prisioneiro. Lembrei-me instantaneamente de Cal, era como vê-lo na carne do pai. A pele pálida, o rosto de feições leves, o queixo, os olhos, os negro do cabelo. Mas vi algo que não era de Cal, nem do Adam que conhecia. Um sorriso malévolo.

– Oh – disse ele – era realmente quem esperava. Bem, devo admitir que um pouco tarde, mas, você retornou Arielle. Para buscar-me, não?

– Adam...

– Infelizmente, devo informar que nem tudo sairá de acordo com seus planos, novamente.

No mesmo instante, ouvi Ritz gritar e um baque no chão, seu corpo estava deitado sobre uma piscina vermelha que se formava. Horror foi o que me consumiu. Lex na porta foi surpreendida, uma lâmina atravessada no peito fez o líquido escarlate cair do ferimento e da boca. Quando seu corpo se uniu ao de Ritz, deitados na poça de sangue, soube que não escaparia.

Algo estava errado com Adam. Eles o mudaram. Eles o usariam como uma peça.


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Notas finais do capítulo

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"Eu me vi caído no chão."



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