Um Significado para a Vida escrita por sancho


Capítulo 1
Um sigificado para a vida




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Ele tinha tudo tudo... dinheiro, carros, mulheres e mais dinheiro. Sua vida era resumida a pegar a secretária, e sair a noite para as boates e pegar mais mulheres. Certa vez ele foi convidado por um amigo de faculdade para a festa de aniversário dele. Por serem amigos, ele aceitou.

Uma festinha em um bairro pobre. Mas ele via a alegria do seu amigo, e não agüentava aquilo. pois sabia que tinha tudo, menos a felicidade. Ele foi para o lado de fora... lá ele conheceu quem iria mudar sua vida para sempre. Uma mulher de cabelos ondulados na cor de castanho claro... linda e exuberante a luz da lua que descia lentamente para encontrar o mar de pedra da cidade

 

Ele ali começou a conversar com ela e logo uma amizade se formou... mas seus objetivos eram os mesmos... apenas levar ela para a cama, para que fosse mais uma na lista. Com seu jeito elegante e fino, ele conquistou o coração daquela jovem... Ele naquela mesma noite, a levou para passear na praia, conversavam muito.

Até a hora que ela foi para casa, e ele a levou. Tudo estava perfeito: o clima... o lugar... o carro... Um beijo... Na palma da mão dela. Foi a única coisa que ele conseguiu naquele momento.

 

- Qual o seu nome? - Ele perguntou. Estava confuso. "como isso foi acontecer? Fui rejeitado?" Seus pensamentos agora emanavam como um rio indo em direção ao mar.

- Fernanda. Espero que possamos conversar mais. - Um sorriso angelical abalou a estrutura do homem. - qual é seu nome mesmo? conversamos tanto que até eu esqueci de lhe perguntar. - ela abriu a porta do carro.

- Felipe. - com a voz tremula ele respondeu. Que sensação era aquela que ele estava sentindo? Aquele calor subindo pelo seu corpo. Queria beija-la, mas não conseguia. Sempre teve tudo, mas agora aquilo que ele mais queria ele não podia ter naquele momento.

 

 

Ela saiu do carro e apoiou-se na porta, mexeu rapidamente na bolsa e tirou um cartão.

 

- Tome... Meu número ta ai. - um beijo na bochecha lhe fez gelar naquele mesmo momento enquanto que suas mão suavam.

 

 

Ela virou de costas. Não podia deixa-la ir assim, tinha que fazer algi sobre aquele momento. Ele abriu a porta do carro e ficou de pé.

 

- Quer ir jantar comigo amanhã? - Ele temia a rejeição.

- Claro. - um sorriso seguido de uma cara de desconcerto seguiram as expressões de Felipe.

- Te pego amanhã as 8:00 então. - Ela sorriu e entrou pela porta do prédio, olhou para trás e fechou a porta.

 

Ele entrou em seu carro, uma BMW M5 e sorriu, embora aquilo tudo parecesse confuso, seu objetivo continuava o mesmo: a levar para a cama.

O dia passou e a noite chegou, ele a pegou como marcado. Le Chantele de L´acrima esse era o nome do restaurante, o mais caro que o dinheiro podia pagar. Comeram e conversaram muito. Seu coração palpitava cada vez que a mão suave de Fernanda tocava na dele por acidente. Após o término do jantar, eles foram para uma das discotecas mais badaladas da cidade, lá dançaram até que a noite virasse dia. Um beijo no rosto, dessa vez um beijo doce e quente. Esse foi o prêmio daquela noite.

Dia após dia, ela o foi mudando. Seu jeito de ser havia mudado por completo, um homem que na vida era seco e sem vida, agora havia se tornado um homem que se podia ver a alegria no olhar. Eles começaram a namorar quatro meses após o primeiro encontro.

Ele havia encontrado algo a mais. Algo melhor que uma simples paixão momentânea, que era a vida dele. Ele havia encontrado o verdadeiro amor

 

 

Um certo dia ele estava em seu escritório, seu trabalho era chato, e sem muitas emoções, trabalhava no escritório de advogacia de uma empresa transnacional. Porém algo naquele dia chato e monótono estava para acontecer. Um bipe chamou sua atenção.

 

- Senho Felipe, sua namorada disse que ia vim te visitar aqui no escritório. - um sorriso se formou nos lábios de Felipe ao saber da notícia, mas aquele sorriso seria arrancado a força naquele mesmo dia.

- Muito obrigado Clara, pode me trazer uma chicara de chá? - Ele pediu gentilmente, tempos atrás teria sido o mais arrogante possível.

- claro. - o bipe encerrou a conversa.

 

 

Minutos depois entrou a secretaria, como de costume, ela possuía belas pernas, e um decote que era visível a quilômetros de distancia. Ela entregou o chá e se retirou. Minutos depois ela entrou. Tirou sua roupa e sentou-se no colo de Felipe, agora totalmente dopado. Ela chegou perto do ouvido dele e disse:

 

- Eu sou a única lembra? Foi assim que você arruinou minha vida, não deixarei que vocÊ faça o mesmo com ela.

 

O bipe tocou tocou mais uma vez, agora era a portaria.

 

- Senhor Felipe tem uma jovem aqui querendo falar com o senhor.

- Pode subir, mande-a entrar no escritório 209. Obrigada.

     

 

O coração de Fernanda batia forte. O único homem que ela amou, estava atrás daquela porta. Ela trazia um pedaço de bolo. Ela abriu a porta...

O bolo caiu no chão junto com o prato e partiu em pedaços menores. Assim foi com seu coração. A cena de uma mulher nua em cima de seu amado e beijando-lhe a boca tirou o ar de seus pulmões. Cada vez que ela respirava era como se milhares de agulhas lhe furassem o peito. De seus olhos verdes agora escorriam lágrimas de tristeza e ódio. Ele a viu. Uma lágrima escorreu pelo canto de seus olhos.

Ela partiu. Não queria mais vê-lo. Desceu as escadas do prédio correndo e tropeçando. Entre soluços e lágrimas ela lembrava aquela cena deplorável.

A secretária levantou-se e se vestiu calmamente. Ele levantou cambaleante. Suas pernas não se moviam, estava como em um estado de dormência total.

 

 

- O que você fez? - Ele perguntou lentamente ao tempo que seus pés começavam a se mover lentamente.

- A livrei de você. E antes que fale, estou pedindo demissão. Espero que curta sua vida patética. - ela saiu da sala e nunca mais apareceu.

 

 

Lágrimas agora corriam pelo rosto dele. Mas não podia deixar aquilo daquele jeito. Tomou uma água gelada para ver se despertava os sentidos. E desceu correndo as escadas. Tinha quer reverter aquela situação. Fernanda ainda estava sentada na portaria das escadas; chorava descontroladamente. Pegou a chave de seu carro e entrou lentamente. O ligou e viu aquele que mais o machucara cair ao sair pela porta da entrada. Engrenou a marcha e acelerou, almejando nunca mais vê-lo.

Vendo sua amada indo embora, entrou em seu carro rapidamente e a seguiu. Um toque no celular a retirou daquele transe em que ela se envolvia cada vez mais. Ela atendeu: era ele.

 

- Fernanda eu posso explicar!!! - ele chorava ao telefone.

- Explica para aquela putinha !!!! - estava possessa, jogou o telefone pela janela do carro que se espatifou-se no vidro do carro de Felipe.

     

 

Ele a seguiu por aproximadamente vinte minutos até que chegaram a uma estrada longa e de mão dupla. Ele emparelhou com ela.

 

- FOI ARMAÇÃO!!!!!!! - ele gritava ao mesmo tempo que emparelhava e tentava nao bater nela.

- MENTIROSO!!! - Um leve virar do volante para a esquerda fez com que o carro de Fernanda batesse no de Felipe. Ele estabilizou-se.

- QUER ME MATAR??? - ela estava em prantos.

- SIM!! - mais uma vez ela virou o volante para a esquerda.

Vou frear, assim ela não bate mais em mim. Mas se eu fizer isso... - ele mais uma vez deixou o carro dela bater no dele.

- EU TE AMO MULHER!!! AQUILO ERA UMA PUTA QUE QUERIA FERRAR COM A GENTE!!! - ela o olhou, viu as lágrimas escorrendo de seu rosto.

- Você me ama??? - Ela perguntou, para confirmar mais uma vez o que havia escutado.

- SIM!!! Eu Te... Ow merda!!!!!! - um caminhão vinha logo a frente dele. A situação o privara de seus sentidos. Não podia ir para a direita, pois senão iria acertar o carro dela, frear não adiantaria agora, o único jeito era a esquerda.

 

 

Rapidamente ele virou o volante, mas já era tarde demais. O caminhão acertou a traseira da BMW, a fazendo girar e cair no acostamento.

Seu carro girou varias vezes e capotou quatro vezes, indo parar mais uma vez no meio da pista. Um carro desviou para a direita, mas outro o acertou na frente, de modo que girasse mais uma vez até que parasse. Um segundo... Uma vida... Um amor. Tudo isso passou pela cabeça de Felipe naquele instante. A ultima coisa que viu antes de desmaiar foi o olhar angelical de sua amada, que caia aos prantos.

 

 

Três dias haviam se passado desde o acidente. Ele estava em uma cama de hospital, deitado, machucado. Em cima de seu corpo dolorido havia algo pesado. Ele abriu os olhos. Lá estava seu amor deitada com a cabeça apoiada nele. Estava sentada em uma cadeira. Um doutor entrou e pediu que as enfermeiras a retirassem.

 

 

- Bom dia senhor Felipe. - Um sorriso se formou no rosto do médico.

- O que aconteceu? - Ele se ajeitou na cama. Uma forte dor na nuca o deixou zonzo.

- Você sofreu um acidente gravíssimo, mas por milagre você sobreviveu sem muitos ferimentos graves. - Um sorriso tímido se formou nos lábios de Felipe.

- A quanto tempo ela estava aqui?

- Três dias. Ela não dormiu. Nem comeu, apenas ficou aqui sentada, te olhando. - Uma lágrima rolou pelo canto dos olhos dele. Ele abaixou a cabeça lentamente e chorou silenciosamente.

- Mas não é sobre isso que eu vim falar com o senhor. - O olhar do doutor mudou completamente.

- Então fale doutor. - ele viu a aflição no olhar do doutor, isso o incomodou, algo estava errado, algo estava realmente errado.

- Ao realizarmos exames em você, nós descobrimos algo em você. - Ele olhou para o teto, não queria contar aquela notícia, mas era seu dever.

- Fale doutor... - Sua voz ficou trêmula.

- Você vai morrer... - Aquelas palavras entraram na alma de Felipe cortando como espada de dois gumes.

- COMO ASSIM DOUTOR?!!!! - ele não podia acreditar naquilo.

- Você está com câncer, é um tipo de câncer raríssimo que poucos médicos conseguem detectar. Infelizmente o seu já é terminal. Sinto muito. - o doutor se levantou e saiu pela porta que havia entrado.

- Porque? - ele chorou silenciosamente ali no quarto sozinho. Não porque ia morrer. Mais sim porque não poderia amar ela, por mais um dia, sabia do sofrimento que era amar alguem que se está morrendo. Sua própria mãe definhou até a morte após a morte de seu pai. Não poderia fazer isso com ela.

     

 

Ela entrou no quarto sorrindo como sempre, ele secou os olhos rapidamente. Um abraço caloroso seguido de um beijo molhado e apaixonante o fizeram chorar mais uma vez. Ele sabia que lhe partiria o coração fazer aquilo... Mas tinha que fazer...

 

 

- Fernanda... Esta tudo terminado entre nós. - palavras secas e ríspidas seguidas de um olhar sério.

- O que você está falando? - Ela se afastou.

- Sempre te trai, Meu único objetivo era o de transar com você. Mas isso já encheu o saco. Desapareça da minha frente. - Ele virou o rosto. Ela se levantou, virou-se calmamente e saiu sem dizer adeus. Alguns minutos depois ele chorou.

     

 

Algum tempo depois.

 

- Minha história é essa enfermeira. Agora estou aqui. Tenho apenas alguns dias de vida, e nem posso ver o meu amor. A vida é irônica.

- Porque? - a enfermeira se derramava em lágrimas.

- Uma hora você tem tudo, mas ao mesmo tempo nada, quando você acha algo que vale a pena, você simplesmente tem de se livrar dele, pois senão você o machucaria demais. - ele sorriu e se virou.

     

 

Sua saúde havia piorado. Havia perdido a visão devido ao câncer. Ele se sentou a beira de uma janela para que pudesse sentir a brisa matinal. A melhor por sinal. A porta se abriu.

 

- Não preciso de nada enfermeira. Não preciso de mais nada agora, já me conformei com a idéia de morrer. - Um beijo quente lhe arrancou o ar dos pulmões. Sabia de quem eram aqueles lábios. Passou as mãos pelos cabelos sedosos da mulher e chorou ali.

- O que faz aqui? - Ele perguntou entre as lágrimas.

- Porque mentiu para mim? - Ela se ajoelhou entre as pernas dele e o beijou mais uma vez.

- Estou morrendo minha querida. Tenho um tipo raro de câncer e minha vida já está chegando ao fim. - ele olhou para cima, mesmo não vendo nada. - Mas como me achou? Pensei não ter dito a ninguém sobre mim.

- A enfermeira me contou. Ela me procurou e me contou sobre tudo. - ele a abraçou e a beijou. - Nunca mais minta para mim. - Ela o beijou.

 

Ali mesmo naquele quarto eles fizeram amor pela primeira e ultima vez. Dois dias depois ele morreu.

 

 

" Sempre tive tudo, mas era infeliz. Quando realmente encontrei o significado da vida, abri mão de tudo que eu tinha para viver esse significado. Você era o significado de minha vida."

 

 

- Mamãe isso foi o papai que escreveu? - uma linda menininha perguntava a mulher que folheava um álbum de retratos.

- Sim minha filha. Ele me escreveu isso antes de morrer. Ele deu um significado a minha vida também.

- Qual? - perguntou a menina.

- Você. minha filha. - essa foi a história do seu pai e minha.

 

Assim ela fechou o álbum de retratos e enterrou para sempre as lembranças do homem que lhe deu um significado para a vida.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenhão gostado dela. Escrevi para uma amiga no msn. Ela gostou então resolvi posta-la. Ouçam a música Epitáfio dos Paralamas do Sucesso, é uma música boa. Muito obrigado.
...See you space cowboys...



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