A Lenda dos Imortais: A libertação dos Selos escrita por O Contador de Lendas


Capítulo 7
A Rainha dos Mares


Notas iniciais do capítulo

Parece que a aventura está ficando cada vez mais emocionante! Boa leitura.



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A companhia de Dragnvikt desceu a montanha lentamente, pois a mesma era estreita, e a neblina dificultavam suas visões, onde um passo em falso poderia colocar sua vida em risco. Eles acenderam tochas para tentar iluminar seu caminho, não mudou muita coisa, mas ajudou. Quanto mais desciam a montanha, mais parecia que ela não tinha fim, mas quando avistaram o arco, perceberam que já haviam chegado ao seu destino.

Assim que atravessaram o arco, desceram uma pequena escadaria e caminharam até um pequeno lago, onde a água era tão limpa que se podia ver os peixes nadando e suas belezas submersas. E, perto do lago estavam seus cavalos, bebendo a água límpida do lago enquanto aguardavam a chegada de seus mestres. Então alimentaram seus cavalos com a fruta melion, e fizeram um pequena lanche antes de seguir viajem.

Seu principal objetivo é o porto de Malen, onde está uma das escolhidas. Mas, Dragnvikt decide mudar o rumo e ir em direção a capital, Marton. Durante a longa viagem a companhia para em alguns vilarejos em busca de suprimentos e de uma hospedaria, onde os mesmos dormiam menos de cinco horas.

Malen é o país e reino dos Murghors, os magos. Porém, grande parte de sua população é formada por vashes e truks, que fugiram de seus reinos de origem devido a guerra que os atinge a centenas de anos.

A companhia demorou cerca de dois dias para chegar a capital, se fosse uma viajem comum e não houvesse pressa alguma eles teriam demorado uma semana ou mais. Assim que avistaram a capital do topo de uma colina, Clatos perguntou a Dragnvikt:

— Por que viemos á Marton?

— Os murghors precisam estar preparados. – Respondeu o próprio.

— Preparados para o que?

— Para a guerra.

Quando Dragnvikt foi reconhecido por um murghor que guardava os enormes portões de pedra, as mesmas foram abertas imediatamente e puderam entrar na cidade sem nenhuma problema. Dragnvikt já visitará Marton em outro tempo.

As muralhas que cercavam a capital eram feitas com blocos de pedras brancos e grossos, que com a ajuda da magia tornaram-se quase indestrutíveis. Os guardas que patrulhavam as ruas e as muralhas tinha descendência vashe ou truk, além de um forte treinamento recebido pelos murghors eles também carregavam uma armadura de prata poderosa fortificada com magia.

A companhia cavalgava pelas largas ruas de Marton em direção ao palácio do rei sem nenhum problema, e durante esse pequeno percurso repararam que as casas, ao contrario da muralha eram de madeira, mas uma madeira diferente e pintada de branco, onde toda janela havia pelo menos um vaso com flores azuis que combinavam perfeitamente com os telhados azuis celestes.

Todo cidadão que reconhecia Dragnvikt lhe fazia uma reverência como demonstração de respeito. Quando finalmente chegaram ao palácio do rei, que ficava dentro de um forte, no centro da cidadela perceberam que a aquela era a estrutura mais bela e maior da cidade. O palácio possuía cinco torres, a maior ficava no centro, onde a bandeira do país tremulava sobre os fortes ventos.

O palácio também era feito do mesmo material que a muralha, mas a magia presente naquele lugar era mais poderosa, era como se houvesse um campo de força envolta do palácio. A companhia parou em frente o portão de prata do palácio, onde havia seis guardas. Um deles se aproximou e falou:

— Quem são vocês, e o que querem?

Dragnvikt desceu de seu cavalo, se aproximou do guarda e disse de maneira firme e confiante:

— Sou Dragnvikt, o Taurientron, senhor dos magos e bruxos, filho do mal e do bem, criador do lar, pai de todos e tudo.

O guarda de inicio hesitou, mas sabia que aquelas não eram as palavras de um impostor, ainda mais ao ver a armadura que o Taurientron trajava. Ele fez uma reverência e apontou na direção das portas de prata, que se abriram no mesmo instante revelando o interior do palácio.

— Serei breve, não se preocupem. Feleps, você vem comigo. – Ordenou Dragnvikt.

— Sim, claro! Estou apenas um passo atrás de você! – Disse o velho mago ao descer de seu cavalo com certa dificuldade, e subir os degraus aos tropeços.

Dragnvikt caminhava a passos largos em direção ao rei, atravessando um grande salão com o chão feito de cristal e estátuas de prata que ficavam entre as colunas. Cada coluna de ferro que sustentava o teto do palácio havia um guarda, mas esses não eram guardas comuns. Eram cavalheiros da guarda real, usavam uma armadura feita de pura magia que cobria seu corpo por inteiro, e lhe dava a proteção que nem mesmo uma armadura utheriana poderia dar.

No final do palácio estava o rei de Malen, ele estava conversando com sua rainha, mas assim que avistou Dragnvikt fez um sinal, pedindo para ela se retirar da sala do trono. Dragnvikt se aproximou do trono onde estava o rei, e fez um gesto com a mão para saudar o rei de Malen.

— O que lhe traz aqui meu senhor? – Perguntou o rei ao se levantar, e fazer uma reverência a Dragnvikt. O nome do rei é Jhoseps, o segundo de seu nome. O rei murghor é novo, tem apenas duzentos e doze anos, assim como seu cabelo seus olhos são castanhos, e ao invés de uma coroa o rei usa uma espécie de tiara de prata com uma joia azul, uma safira, um presente de Dragnvikt.

— Nada além de lhe informar.

— Se for sobre o Taurien, eu já sei. – Disse o rei calmamente e voltando a se sentar em seu trono. – Segundo meus mensageiros ele está em Turian, mas duvido que seja verdade.

— Não é sobre isso que o Taurientron venho lhe informar! Não sei se seus mensageiros lhe contaram, mas o Taurien dominou a mente dos descendentes dos Skrinkes! – Intrometeu-se Feleps, de certa forma surpreendendo o rei.

— DOMINOU A MENTE DOS MONSTROS? – Gritou o rei em desespero, parecendo não acreditar e se erguendo do trono novamente. – Por mil demônios, isto é impossível! Você está velho meu caro amigo, nenhuma magia é capaz de dominar a mente deles!

— Não seja insolente e ignorante, rei de Malen e senhor dos murghors. – A forma fria e calma como Dragnvikt falou pareceu deixar o rei incomodado. – Ele é um taurien, ele é dominante na magia avançada de sua raça. Dominar a mente de um monstro para ele é mais do que fácil, é algo simples. E, além disso, ele tem um pouco de me essência.

— Se ele pode usar parte de seu poder para controlar os descendentes dos Skrinkes, o que o impede de usa-lo para libertar os Dez? Nada! Estamos mortos! Completamente mortos! – Jhoseps, o rei, então baixou seu tom de voz, olhou para Dragnvikt e continuou: - Você fará algo? Fará algo meu senhor?

— Já estou fazendo. – Disse Dragnvikt sem perder a postura confiante. – Mas, preciso de sua ajuda. Avise todos os reinos, peçam para que se preparem para qualquer ataque iminente. E, quanto a seu reino, proteja-o com sua vida. Fui claro?

— Sim... - Era possível perceber o medo presente nas palavras do rei, mas mesmo assim o mesmo manteve a postura. – Eu... eu os avisarei. Você tem minha palavra.

Dragnvikt saiu do palácio acompanhado de Feleps a passos largos, não podiam perder um segundo, o tempo era precioso demais para perdê-lo. O rei, por um instante ficou assustado e pensativo sentado em seu trono, com medo e sem saber o que fazer, mas o dever de um rei falou mais alto. Dez mil Síons, os pássaros de prata, partiram para todas as direções carregando a mensagem de alerta para todos os reinos.

A companhia que esperava Dragnvikt e Feleps do lado de fora não os recebeu com perguntas, apenas montaram em seus cavalos e cavalgaram o mais rápido possível dentro das movimentadas ruas da capital em direção ao portão traseiro. Agora a companhia seguia para o norte, em direção ao porto de Nítom, onde estava um dos portadores da marca.

A viagem durou cerca de um meio dia, até mesmo os próprios cavalos sabiam que não podiam perder tempo, e corriam como nunca antes. Assim que chegaram ao porto de Nítom avistaram um enorme navio, porém, um navio pirata e seu nome era: Rainha dos Mares.

Esse é o navio de Jency Yanker, uma das escolhidas. A companhia se aproximou do ponto de embarque onde desceram de seus cavalos e se juntaram a capitã, que estava sentada em cima de um barril os esperando. Jency é uma jovem truk de setenta e três anos, como típico de sua raça carrega traços rígidos e sério em seu rosto, seu cabelo é negro, o que prova que a mesma venho do norte de seu país, Tornak.

A capitã do Rainha dos Mares não usa muitas roupas, o que atraia mais a atenção por parte dos homens da companhia, e por esse motivo é possível ver a marca de Sester em seu ombro direito, uma espécie de S com vários detalhes envolta. Jency caminhou até a companhia, e ao olhar para Dragnvikt reparou no mesmo instante que ele era o Criador, e por isso lhe perguntou para ter certeza:

— Então, você é o ser todo poderoso?

— Não sou tão poderoso quanto era, mas a intenção de sua pergunta é se eu sou o criador desse mundo. Então sua resposta é sim.

— Sabia que há mercenários e piratas atrás de você? Colocaram um preço pela cabeça de cada um de sua companhia. – Contou Jency com um sorriso malicioso estampado no rosto. – Eu não disse nada, até porque eu meio que pertenço a sua companhia graças a essa marca. Ah, eles eram bem estranho, tinham os olhos vermelhos.

— Isso não importa. O navio está pronto para partir? – Perguntou Dragnvikt mudando de assunto rapidamente, e encarando Jency de uma maneira desafiadora.

— Sim.

— E você, está pronta?

— Sim, claro que estou.

— Até mesmo para enfrentar Sester?

— Mas, é claro... Espera, como assim enfrentar Sester? – Agora não só Jency, mas o resto da companhia sabia que Sester foi o primeiro dos dez a ser libertado.

— Sim, Sester foi o primeiro dos dez a ser libertado. Sei que Feleps a encontrou faz um ano e tentou lhe treinar, porém você recusou ouvir as palavras de um velho.

— Não há como derrota-lo! Segundo os contos e canções ele é tão grande quanto uma ilha e poderoso demais para qualquer um de nós... Ele afundaria meu navio em um piscar de olhos. – Pela primeira vez os tripulantes da Rainha dos Mares viram sua capitã com medo, e eles não viram isso com bons olhos.

— Feleps pode fazer seu navio aguentar o tempo necessário. – Afirmou Dragnvikt sem alterar seu tom frio e sério de falar.

— E o que esse velho rabugento vai fazer?

— Velho? Olha como você fala comigo vagabunda do mar! – Respondeu Feleps aos gritos, e gaguejando um pouco.

— O que você falou?! – No momento em que Jency tentou desembainhar sua espada, Dragnvikt a segurou pelo braço e a encarou com uma expressão de raiva.

— Ele não é um velho rabugento, ele é o mago mais poderoso e sábio existente. Nem em milhões de anos existirá alguém que se compare a ele.

O olhar e as palavras de Dragnvikt deixaram Jency pasma e com medo do mesmo, apesar dos belos olhos que o mesmo tinha tudo que a capitã conseguiu sentir ao encara-los foi medo.

— Todos á bordo! – Ordenou Jency a companhia de Dragnvikt. Assim que todos embarcaram Jency disse a Dragnvikt: - Não há como derrota-lo. Ele é o senhor e deus dos mares.

— Há como derrota-lo, você terá minha ajuda e de toda minha companhia. – Dragnvikt falava com tanta calma em qualquer situação, que todos se sentiam obrigados a ficar tão calmo como ele.

— Mas, você não tem poderes...

— Perdi meus poderes, não minhas habilidades. Ainda sou imbatível em um combate.

— Mas... – Jency tentar falar algo, mas Dragnvikt a interrompeu e continuou.

— Não há mais ou menos. Apenas lembre-se disso. – Dragnvikt largou o braço de Jency e falou: - A esperança é capaz de vencer qualquer coisa, por mais impossível que pareça ser. És uma mulher do povo truk, és forte pela própria natureza.

— Qual o nosso destino? Para onde devemos ir?

— Armillos, é onde vamos encontrar a portadora da marca de Ecalyptor.

— E quanto a Sester?

— Se tivermos azar, o encontraremos no nosso caminho. Os dez podem sentir a presença daquele quem pode mata-lo.

Dragnvikt finalmente conseguiu convencer Jency que havia uma chance de vencer, finalmente conseguiu encoraja-la e pelo menos tentar mostrar que ela tem alguma chance. Jency se sentia confiante a ponto de fazer um discurso, e foi isso o que ela fez para sua tripulação assim que embarcou em seu navio ela foi em direção à proa, fez um sinal para um de seus tripulantes tocar o sino e chamar a atenção da tripulação. Assim que toda a tripulação estava reunida no convés e os cavalos seguros no estábulo da embarcação, a mesma começou:

— Hoje meus irmãos, nós partiremos em direção á Armillos, o reino de Ulvis. Mas, não é sobre isso que eu vou falar, é sobre o que talvez encontremos em nosso caminho. É sobre Sester, o deus e senhor dos mares, talvez nos o encontremos e por esse mundo, por todos nossos familiares devemos derrota-lo. – Alguns piratas assim que ouviram o nome da besta, abandonaram o navio, e a outra metade ficou pelo menos para ouvir o resto do discurso. – Não abandonem o navio meus irmãos não joguem no mar suas esperanças! Ela é capaz de vencer qualquer coisa, até mesmo o que parece impossível. Sester, o deus dos mares caíra diante da Rainha dos Mares! Sester se tornará uma lenda, onde nós seremos lembrados pela eternidade!


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