Forgotten Faces (jake&nessie) escrita por R-Cullen


Capítulo 15
BÓNUS




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Há 18 meses atrás…

O céu cinzento deixava a floresta ainda mais escura e assustadora; o frio fazia os pêlos do seu pequeno corpo arrepiarem-se e, ao fim de muito tempo – ele não sabia ao certo quantas horas, ou seriam dias, andava pelo meio das árvores -, o menino sentia-se cansado.

Quase sem fôlego devido à correria para encontrar novamente o caminho para casa, Ethan Uley parou e encostou-se a uma árvore. Sentou-se e apertou as pernas junto ao peito, chorando baixinho. Tinha saudades da sua mamã, e sabia que o pai ia ralhar com ele quando voltasse para casa, se é que iria voltar um dia. Começou a chorar mais, e o medo invadiu o seu corpo tão violentamente que o menino sentia-se enjoado.

De repente, um pensamento veio à cabeça de Ethan: o seu pai era um lobo, iria encontrá-lo e levá-lo de volta para casa. Mesmo que o pai ralhasse com ele, Ethan não se importava, se isso significava que ia voltar para o calor dos braços dos pais.

Ao fim de o que lhe pareceram algumas horas, Ethan levantou-se e voltou a caminhar. As suas pernas pequeninas não lhe permitiam dar grandes paços, mas o menino de três anos estava decidido a encontrar o caminho de regresso a casa, ou pelo menos ir ao encontro do pai.

Ao avistar uma clareira uns metros à frente do sítio onde se encontrava, Ethan acelerou o passo e começou a correr. No entanto, não reparou numa raiz de árvore levantada do solo e tropeçou, arranhando os joelhos. Levantou as calças e aperceber-se de que sangrava. Assustado, começou a chorar novamente, e não se levantou mais. Passado algum tempo, adormeceu, sonhando que o pai o encontrava e que ele estava novamente na sua caminha quente e confortável.

Ethan acordou sobressaltado, o coração batia aceleradamente no seu peito e a adrenalina corria veloz pelas suas veias. Estava escuro como breu, e ele não conseguia ver quase nada; a floresta era apenas iluminada pela luz da lua, e os olhos infantis de Ethan não estavam totalmente desenvolvidos para ver no escuro. No entanto, ele conseguia sentir que algo estava errado. Estava mais frio do que o que devia estar, mesmo sendo Outono e estando de noite; era como se tivessem colocado um enorme iceberg apenas no lugar onde Ethan se encontrava.

Voltou a chorar, ainda mais assustado, e não conseguia perceber porque é que o pai ou os outros lobos ainda não tinham vindo procurá-lo. Naquele momento, Ethan arrependeu-se mais do que tudo por ter saído de ao pé da mãe enquanto estavam a apanhar amoras para a tarte que ela ia fazer para comemorar o aniversário do pai.

Fechou os olhos, tentando voltar a dormir, e quando estava quase a mergulhar novamente no sono, ouviu vozes.

\t\t  - Achas que está perdido? – Perguntou uma voz doce, que mais parecia mil sinos a tocar. Sem saber bem porquê, Ethan sentiu-se seguro ao ouvir aquela voz.

           - Não sei, Eliza. – Disse outra voz, mais grossa. – Tem um cheiro estranho.

Ethan não ouviu mais nenhum som vindo deles, nem dos seus passos, e sobressaltou-se quando uma mão dura e gélida tocou no seu ombro. Levantou-se abruptamente, e olhou os estranhos. A mulher, Eliza, era alta, magra, com os cabelos escuros e compridos, caindo-lhe no rosto, e um sorriso doce. O homem, também alto e magro, tinha os cabelos loiros e a pele de alabastro parecia ainda mais branca à luz da lua.

            - Estás perdido? – Perguntou a mulher novamente. Usava umas calças de ganga desbotadas e sujas, e um casaco grosso de lã. Ethan não lhe respondeu; apesar de se sentir mais seguro com pessoas por perto, ainda não sabia se podia confiar nos estranhos com peles incrivelmente brancas. – Se quiseres nós podemos ajudar-te a encontrar os teus pais.

Ethan abriu a boca para falar, mas não sabia o que dizer. O seu instinto dizia para se ir embora, mas o seu lado emocional, de criança, insistia que estes desconhecidos podiam levá-lo de volta para La Push.

           - Não tenhas medo, querido, nós não te vamos fazer mal. – Disse Eliza, sorrindo. Ethan conseguiu ver os seus dentes brancos e afiados, e teve medo. Lembrava-se das histórias sobre os frios que Billy tinha contado na fogueira e sabia que eles podiam andar por aí. – Sabes, nós também andamos perdidos. – Insistiu a mulher – Viemos visitar uma amiga, mas não sabemos onde é que ela mora. Conheces uma rapariga chamada Nessie? Ela é nossa amiga.

           - Anda embora, Eliza, achas que o miúdo vai conhecer a Cullen? Ele nem deve saber o nome dos pais. – Disse o homem, rindo-se. Ethan irritou-se; afinal, quem é que eles pensavam que ele era?

             - Eu conheço a Nessie. – Disse, zangado.

Os estranhos trocaram olhares entre si, e Eliza voltou novamente a sua atenção para Ethan.

\t\t  - Conheces? E sabes onde é que ela mora?

\t\t  - Sim, ela é a namorada no meu tio Jake. – Respondeu. Ethan sempre gostara muito de Nessie, ela sempre brincara com ele e passeava com ele pela praia nos dias de Sol. – Mas eu não sei onde ela mora. O tio Jake é que me leva sempre para lá, eu não fixei o caminho.

Eliza levantou-se e caminhou até ao homem. Ethan conseguia ver que os dois trocavam palavras, mas não conseguia ouvir o que diziam. Olhou para o homem, e este olhou para Ethan. Através do reflexo da luz da lua, o menino conseguiu ver a cor dos olhos do homem e soltou um grito inesperado: eram vermelhos, como os dos frios!

Ethan apressou-se a correr, mas logo caiu novamente e foi apanhado pelos estranhos.

\t\t  - Mas onde é que tu pensas que vais, pequenote? – Disse a mulher, pegando nele pela camisola e levantando-o até ele ficar ao nível dos olhos dela. – Nós ainda não estamos satisfeitos contigo. – Ela riu-se, e Ethan sentiu os olhos ficarem marejados.

\t\t  - Eliza, deixa o miúdo, ele não te vai servir de nada. – Ripostou o homem, parecendo aborrecido. – Ainda nos arranjas problemas.

\t\t  - Cala-te, Theo. – Disse a mulher – Ninguém vai perceber o que aconteceu. Vão pensar que foi algum urso ou lobo que estava com fome. – Disse, e riu-se. Ethan começou a chorar e, antes que se pudesse defender, a mulher encostou os lábios à sua garganta, como se o fosse beijar, e ele foi atingido por uma dor violenta, a pior dor que sentiu alguma vez na sua curta vida. Depois ouviu o riso da mãe e a voz do pai, sendo levado logo de seguida para a inconsciência.

De manhã, Sam Uley, juntamente com outros membros da sua alcateia e Jacob, encontraram o menino no chão da floresta, o seu corpo imóvel e sem vida; tinha o rosto lívido e o corpo sem pinga de sangue.

Sam rosnou, e sentiu o chão desaparecer por baixo dos seus pés. Voltou rapidamente à sua forma humana e abraçou o seu filho, que estava gelado. O seu menino tinha morrido.


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Notas finais do capítulo

Oiie de novo ;D eu ainda nem acredito que postei hoje de novo! Resolvi fazer um bonus para agradecer as minhas leitoras perfas que não me abandonam ;D e como muitas de voces queriam um bónus com o Sam, eu resolvi fazer esse... assim vcs ficam mais ou menos a perceber o que aconteceu pro Sam não gostar da Nessie. Espero que gostem :) Beijos