"Regina I know you and you feel things deeply, you feel things with your whole soul. Don't let anything hold you back"

O quão irônico era a mulher que a fez perder o amor de sua vida ser aquela a lhe dar o empurrão necessário para parrar de correr e ir atrás de sua alma gêmea?

Regina dirigia apressada pelas ruas vazias de StoryBrooke.

Francamente, o que ela estava fazendo? A mera esperança de encontrar o amor era ridícula, só podia resultar em um coração partido. Sua atração por ele era inegável, mas e se ele não sentisse o mesmo? Ela era a Rainha Má afinal... Mas a sensação de familiaridade e confiança que nutria por ele... E se ela já tivesse descoberto sobre a tatuagem no ano perdido? E se...

Meu deus, como mesmo sem seu coração podia sentir tudo tão intensamente? Essa insegurança, esse medo, essa esperança... Talvez Snow tivesse razão, talvez ela realmente sentisse tudo profundamente e com toda sua alma.

Ela não queria pensar em mais nada, não podia! Caso contrario desistiria, se sentia como uma adolescente insegura.

Assim que chegou ao acampamento o viu mexendo no fogo, o olhar perdido. Estaria se culpando pela perda de seu coração?

Ele levantou ao ouvi-la se aproximando, a manga arregaçada expondo a tatuagem de leão.

– My lady, I let you down. You heart was lost to Zelena in my watch but I promise you I will get it back.

Como era tolo. O bravo e tolo Robin Hood. Nesse momento nada mais passava em sua cabeça, ele estava tão perto, Regina agarrou a jaqueta dele e o puxou para si.

Robin ficou paralisado de surpresa e o medo estava estampado no rosto dela quando esta se afastou.

O que ela fizera? Como fora tão...

Antes que pudesse completar o pensamento Regina sentiu a mão dele em sua cintura e seus lábios novamente se encontraram e dessa vez houvera resposta, uma resposta urgente e faminta, como se ele já houvesse esperado por isso tempo de mais.

Robin entrelaçou os dedos nos cabelos dela, puxando-a ainda mais para si, o beijo ganhando intensidade.

Ela não conseguia formar um pensamento coerente, nem mesmo a surpresa por ser correspondida fora capaz de ter. A única coisa de que estava ciente era do boca dele sobre sua em um beijo interminável, suas mãos em sua cintura e em seu cabelo... O corpo dele contra o seu, sua respiração irregular...

Quando finalmente se separaram suas respirações estavam ofegantes. A mão de Robin ainda na cintura de Regina, recusando-se a perder o contato físico.

Ele sorriu e a beijou de novo, só que dessa vez leve e gentil, antes de leva-la para onde estivera minutos (?) antes em frente a fogueira.

Eles passaram a noite inteira conversando, Regina lhe disse tudo sobre Zelena, entre constantes beijos roubados que não conseguiam evitar...

Entra um longo e quente beijo Regina finalmente se permitiu imaginar que talvez pudesse sim se apaixonar outra vez... Ou talvez já estivesse.

***

Regina acordou com os braços em torno de Henry. O filho dormia profundamente com a cabeça encostada em seu ombro.

Por um instante ela quase pode esquecer-se de toda a dor, de sue coração novamente partido e apenas ouvir a respiração ritmada do filho como a muito não fazia.

Ela queria que aquele momento durasse para sempre, que não tivesse que pensar no que a esperava fora dos portões de sua casa, ou melhor, quem a esperava.

Com um suspiro a prefeita levantou da cama cuidando para não acordar o filho e começou a se arrumar. Não podia evitar o inevitável.

***

Robin estava sentado no Granny's, ele conversava tranquilamente com Marion, falavam de tudo e ao mesmo tempo sobre nada realmente, um sorriso bobo dançava em seus lábios, sorriso que ele não conseguia se livrar.

Roland estava encostado no ombro da mãe meio sonolento, essa era uma cena que ele achou que jamais veria outra vez.

Robin não podia começar a descrever a felicidade daquele momento. Por tanto tempo ele sofreu por ela, pela mulher que amava, seu amor verdadeiro, achando ter sido responsável por sua morte. E agora ela estava ali, sorrindo para ele e dizendo o quão estranho aquele mundo era.

Não passava das 9am quando viu a porta abrir e seu sorriso se quebrou.

Regina entrou com um belo sorriso nos lábios vermelhos, ela olhava para trás por cima do ombro. Aparentemente perdida em alguma conversa com Henry. Por um instante tudo o que Robin pode fazer foi admira-la. Como podia parecer mais bela a cada dia? Ela usava um simples vestido vermelho até a metade das cochas e um blazer preto, seus saltos como sempre eram audíveis contra os degraus. Tudo lhe caia como uma luva, fazendo-a parecer uma verdadeira deusa. Mas assim que os olhos dela cruzaram com os seus, seu sorriso murchou e tudo o que ele podia ver em seu olhar era pesar.

Robin a viu dizer alguma coisa para o filho e sair apressada. Mas não, dessa vez ele não a deixaria ir. Ignorando qualquer um que pudesse impedi-lo ele levantou e correu para fora do Granny's.

Como ela pudera achar que conseguiria sorrir e encarar a todos, como achou que podia encara-lo? Com sua bela esposa e o pequeno Roland... Regina se perguntava quantas vezes seu coração podia se quebrar quando ele a puxou pelo braço.

– Nós precisamos conversar. - Robin murmurou. Seu olhar era triste, culpado.

– Robin... - Ela falou quase em um sussurro, tudo o que ela queria naquele momento era não desmoronar na frente dele, uma vez que ela não tinha força suficiente para erguer a barreira fria e esconder seu coração estilhaçado. - Por favor. - disse soltando o braço de seu aperto. - Não vejo o que tenhamos para conversar. - Seu tom não era rude, apenas cansado, o tom de uma pessoa que teve uma vida cheia de desilusões.

– Eu teria ido atrás de você ontem a noite. - Ele a interrompeu antes que tivesse a chance de dizer mais alguma coisa, ou até mesmo de correr para seu carro e nunca mais olhar na sua cara. - Henry e Tink acharam melhor que ele falasse com você. - Robin tentava em vão encontrar os olhos da prefeita que insistia em evitar os dele. - Como você esta?

Nesse momento ela olhou para ele e não pode deixar de sorrir.

– Eu vou ficar bem. - Era uma mentira descarada ela sabia, mas ainda sim a disse e sorrindo o melhor que pode colocou a mão no braço dele. - Robin, você tem sua mulher de volta, não tem que se desculpar por isso.

Ele a puxou para si e por um momento a prefeita sentiu seu coração parar achando que talvez... Mas em seguida as lagrimas ameaçaram rolar quando sentiu os macios lábios do ladrão contra sua testa, antes de puxa-la para seus braços em um abraço.

Ela enterrou o rosto em seu ombro, apenas sentindo seu cheiro e o calor do corpo dele contra o seu uma ultima vez. Ela sentiu um nó se formar em sua garganta e tentou não pensar em nada mais que os braços dele em torno de si, a batida ritmada de seu coração... Coração que ela desejava com todas as forças que fosse seu.

Robin não queria deixa-la ir, ele repousou os lábios contra os cabelos sedosos da prefeita, podia sentir a respiração dela e se perguntou por que sentia tanta dor. Ele tinha Marion de volta, porque sentia tanta dor por ser a ultima vez que seus braços envolviam a bela prefeita, por ser a ultima vez que sentia o doce cheiro se rosas em sua pele, por nunca mais sentir aqueles deliciosos lábios contra os seus... A única coisa que Robin sabia era que fazia muito tempo desde que sentiu tanta dor. Como se um pedaço seu fosse arrancado de si.

Regina não sabia quanto tempo ficaram assim antes que ele falasse.

– Eu nunca quis machucar você. - Regina se afastou lentamente de Robin e ele se conteve para não puxa-la de volta para os seus braços. - Todo esse tempo - continuou. - foi real. Eu nunca achei que podia me sentir dessa forma por alguém outra vez até você aparecer. - Ele fez uma pausa, acariciou o rosto dela, olhava fixamente para aqueles lindos olhos castanhos. - Eu sei que exigiu muita coragem para você se permitir amar de novo. Eu sinto muito que depois de tudo você tenha saído machucada. Regina...

– Robin, você esta fazendo exatamente o que eu disse para não fazer! - Ela disse na tentativa de um sorriso divertido, mas seus olhos se encheram d'agua e ela se odiou por isso. - Eu daria o mundo para ter uma segunda chance com Daniel, para ter a chance que você esta tendo agora. - Ela tirou a mão dele do seu rosto, mas não a soltou. - It was not about timing. Se eu tivesse entrado naquela taverna naquele dia tudo seria diferente, mas eu perdi minha chance.

–Isso não torna tudo mais fácil - Ele disse quase em um sussurro. - Para nenhum de nós dois.

Toda aquela distancia entre eles o estava matando, ontem nesta hora estava acordando com a prefeita em seus braços e agora até mesmo estar segurando sua mão parecia errado.

– Não, não torna - Ela deu de ombros, triste e começou a se afastar. - As coisas nem sempre acontecem quando deveriam.