Polly estava com Renata na sala de estar do hotel, as duas descansavam depois de terem verificado se todas as partes do lugar estavam barricadas e firmes, inclusive a parte oeste do hotel, já que a mesma havia sido destruída por Alejandro, que continuava cuidando de Lupita, desacordada.

— Será que eles vão demorar? – Polly perguntou encolhida na poltrona da sala de estar, olhando o relógio na parede, parado fazia muito tempo – Estou sentindo que algo ruim vai acontecer.

— Algo ruim acontece, principalmente conosco – Renata disse coberta com uma manta – Espero que eles estejam bem lá fora, inclusive o Topher e a Kimberly – A moça havia conseguido superar a partida do irmão, mas sua preocupação era constante – E parece que vem vindo uma tempestade de areia... – Renata falou olhando o fenômeno pela janela da sala de estar.

— Isso não parece ser uma tempestade de areia – Polly se levantou da poltrona, jogando a sua manta sobre e mesma – Não deve existir essas coisas por aqui, não nessa época – A loira falou se aproximando da janela, Renata levantou e foi atrás de Polly.

— Realmente isso não me parece ser uma coisa dessa época – Renata olhou vendo a ‘’onda zumbi’’ começar a se aproximar do hotel – Isso é maior do que a última horda! Não vamos conseguir sair a tempo – Renata falou com as mãos na boca – Será que eles estão vivos?!

— A Kei com certeza deu algum jeito de se esconder, precisamos fazer o mesmo! – Polly saiu correndo junto com Renata até o quarto onde Lupita estava sendo cuidada – Está rolando uma merda lá fora! Precisamos nos esconder no hotel até aquilo passar – A loira falou para Alejandro, que estava sentado ao lado de uma cadeira junto com Lupita, desacordada.

— O que está rolando lá fora? – Alejandro perguntou totalmente confuso.

— Eu sei o que está rolando lá fora, e não vamos conseguir sair vivos – K-Rencita apareceu no quarto com a sua bolsa de armas, entregando as mais pesadas para Alejandro, Polly e Renata – Vamos nos esconder aqui no andar de cima, a escada principal e a de emergência estão barradas, mas não podemos correr o risco com aquela coisa imensa lá fora – A mexicana disse pegando o último cigarro que havia e o fumou.

— Espera, mais uma horda? Estão brincando né – Alejandro falou – Uma parte do hotel está destruída, as barreiras nas janelas não vão aguentar.

— Mas as portas dos quartos aguentam – K-Rencita falou.

— Eu posso até me esconder em algum quarto – Renata ouvia os barulhos dos passos do lado de fora – Mas não com ela desse jeito – Apontou para Lupita, que estava enfraquecendo ainda mais – Não vou correr o risco! – Renata saiu do quarto junto com sua arma, Polly a seguiu antes que a mesma fizesse besteira.

— Renata, volte aqui! – Polly e Renata pararam no meio do corredor ao verem dois zumbis subindo a escada – Como eles entraram tão rápido?! – Polly olhou por uma das janelas do corredor e viu centenas de zumbis passarem entre o hotel – Por aqui! – Polly puxou Renata de volta para a sala de estar, abandonando K-Rencita, Alejandro e Lupita no outro quarto – Não devíamos ter abandonado eles! – Polly falou enquanto empurra uma estante até a porta junto com Renata.

— Se aquela mulher morrer e se transformar vamos ter que matá-la, é um risco que corremos! – Renata falou pegando os pregos e o martelo que ficavam na estante – Eu não vou morrer para essas coisas, Polly! – Podia se ouvir os errantes baterem nas portas dos corredores, e os gritos de K-Rencita, pedindo ajuda para Alejandro.

— Isso foi covardia da nossa parte! – Polly falou sem outra alternativa, se não barrar a porta da sala de estar e esperar os errantes saírem do hotel, ou se eles realmente iriam sair – Eles não vão aguentar.

No outro quarto, Alejandro e K-Rencita seguravam a porta com toda a força possível. À medida em que o tempo passava, Lupita já não se encontrava mais dando nenhum sinal de vida e não haviam dado misericórdia a mesma, já que estavam ocupados enquanto centenas de zumbis invadiam os corredores do hotel e outros milhares passavam pelo lugar.

— Aqueles malditos, eles nos abandonaram! – Alejandro se encostou na parede e se abaixou, enquanto ouvia os zumbis fazerem buracos na porta. K-Rencita foi até Alejandro, que derramava algumas lágrimas.

— Nós vamos sair daqui, pode ter certeza! Nunca mais iremos precisar de ninguém conosco! – K-Rencita falou, Lupita havia reanimado, com uma perna só, a mulher Zumbificada foi se arrastando pelo chão do quarto até K-Rencita.

— DROGA K! CORRA!  – Alejandro jogou seu corpo para o lado ao ver Lupita se arrastando no chão, correndo até um guarda-roupa que ficava ao fundo do quarto. A porta havia sido arrebentada e uma manada de zumbis começaram a entrar no quarto.

— Alejandro, temos que salvar a Lupita! – K-Rencita gritou olhando os zumbis entrarem no quarto, ela olhou para trás e sentiu algo encostar na sua perna - Lupita?! AAAAAAAAAH! – K-Rencita entrou em estado de choque, Lupita agarrou a perna da mexicana e a mordeu, ‘’imitando’’ o que havia acontecido com ela, K-Rencita começou a berrar no quarto enquanto atirava inúmeras vezes em Lupita, até atirar em seu crânio – Alejandro! Não me deixe! – K-Rencita dava inúmeros gritos de agonia enquanto vários zumbis a cercavam e a mordiam. Alejandro entrou no armário enquanto os zumbis devoravam K-Rencita, conseguindo se salvar a tempo de também ser morto.

Polly e Renata ouviam os berros de K-Rencita pedindo ajuda e amaldiçoando elas e todo o grupo. A loira se sentia totalmente culpada do que estava acontecendo, mas o mesmo tempo aliviada, pois estaria morta se estivesse naquele quarto. De qualquer jeito, alguma pessoa sempre acaba morta.

— Nós fizemos o certo para sobrevivermos – Renata disse dois dando dois tapinhas no ombro de Polly, que ficou apenas calada e se sentou na poltrona, após os gritos de K-Rencita cessarem.

As horas passaram até o pôr-do-sol começar a surgir, não havia quase nenhum zumbi por ali, todos os que haviam invadido o prédio saíram e seguiram o caminho com a ‘’onda’’, inclusive K-Rencita, que havia reanimado depois de ter sido brutalmente assassinada por eles. Alejandro continuou trancado no guarda-roupa. Polly e Renata desfizeram a barricada na porta e finalmente puderam sair da sala, vendo o rastro de destruição deixado no corredor, e uma enorme quantidade de sangue no chão do Palácio Oeste.