Falling In A New Adventure escrita por Crispim R


Capítulo 5
Capítulo 5 - Amizade


Notas iniciais do capítulo

PoV - Bast Tinuë



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"Bem, este é do seu pai, ele disse que foi um bom cajado que o salvou inúmeras vezes em suas primeiras aventuras" - Salém entregou um Cajado do Sobrevivente Inteligente, um bastão branco com alguns adornos, para Cédric - "E, bem, este é o meu" - O alquimista disse muito timidamente enquanto entregava um embrulho um tanto colorido que Cédric rasgou em instantes, animado, revelando um chapéu amarronzado com uma estrela na ponta, um Chapéu de Bathory.

Um enorme bocejo se formou nos meus lábios e, antes que eu pudesse dar meus parabéns a Cédric, o mago estava abraçado ao Salém, agradecendo-o. Assim que eles se separaram, Shandi e Taylor me roubaram a vez e acabei sendo o último a parabenizá-lo, com um aperto firme de mãos. Logo fui tomado por um sentimento de pesar, estamos viajando a um tempo e eu não sabia que o aniversário dele era hoje, não sei o de ningém afinal, eles podem estar chegando ou não, eles também não sabem o meu, apesar dele ter passado antes dos nos conhecermos.

Resolvemos que deveríamos comemorar, dividimo-nos e cada um foi para um canto em busca de um sacerdote que soubesse como abrir um portal para Comodo, a ilha perfeita para se comemorar alguma coisa. Segui em direção a igreja depois que Cédric decidiu seguir para o Castelo e Shandi em direção a Guilda dos Cavaleiros. Ainda antes de sair, vi que Salém e Taylor ainda estavam decidindo quem ia para que lado, ainda pude ver o alquimista entregando uma Rosa Eterna para Taylor.

Segui até a igreja tomado por um ciúme inexplicado, será que Shandi havia ganho algo também? Será que Salém deu algo para todo mundo, menos para mim porque não gostava de mim? Quase me esqueci de meus objetivos, estava por acaso passando em frente a igreja e me lembrei. Entrei na igreja ainda com os pensamentos nas alturas, haviam algumas pessoas reunidas no corredor, um casal de sumos-sacerdotes estavam ajudando uma noviça a se tornar sacerdotisa.

Eu me aproximei deles - "Com licença" - chamei a atenção do grupo para mim - "Algum de vocês poderia abrir um portal até Comodo para mim e alguns amigos?". Os mais velhos se entreolharam - "Eu até sei como, mas estamos ocupados agora" - Respondeu o mais velho, porém a noviça o contradisse logo em seguida - "Pode ir, papai. Eu consigo com a ajuda de mamãe" - a menina balançou seus cabelos rosados, tinha um sorriso animado no rosto.

O senhor, porém, continuou a negar, não queria perder de forma alguma a oportunidade unica com sua filha, a devoção dele era tamanha que até eu pensei em começar logo meu teste para me tornar um sacerdote. Mas logo o meu pensamento se afastou dali, Cédric havia encontrado um arcebispo que aceitou abrir o portal para nós e ainda objetou em qualquer pagamento, faria de graça para ajudar novos aventureiros.

Todos nós nos reunimos em frente ao Castelo de Prontera, onde Cédric nos aguardava. O arcebispo era um senhor bem velhinho de barba e cabelos muito brancos, com um sorrivso extremamente amável no rosto. Ele fez um portal se abrir em um célere instante, como se fosse uma das coisa mais fácéis de se fazer. Fui o primeiro a entrar no círculo luminoso, adoro a sensação que percorre meu corpo quando entro em algum portal ou sou teleportado.

Aparecemos no sul da cidade que era coberta por enormes núvens negras que nunca ababndonavam a ilha. Apesar disso, o local era extremamente iluminado por cristais mágicos de diferentes cores. Também tinha a música que era tocada ineterruptamente pelos menestréis locais e dançada em igual forma pelas ciganas, uma comemoração que nunca acabava por algum motivo que ninguém nunca descobriu.

"O que você quer fazer primeiro?" - Shandi perguntou a Cédric, que pensou um pouco antes de responder - "Já que estamos aqui, vamos até o palco principal". Foi o que fizemos, caminhamos pela areia da ilha até chegar a um palco onde a música era mais alta e havia um cheiro delicioso no ar. Podíamos ver alguns quiosques vendendo diferentes tipos de comida e bebida e muitas mesas e bancos, cerca de metade estava ocupada.

Sentamos na parte direita do palco, a uma mesa só para a gente um pouco afastada das demais ocupadas, Salém comprou churrascos variados no espeto para todos nós. Enquanto comíamos, apreciávamos a música, os duetos e os coros, as odaliscas, ciganas e uma musa dançavam em perfeita sincronia. A mais animada de todas, a musa, assumiu a liderança do palco e começou a cantar uma música hipnótica

Assim que ela terminou de cantar, fez-se um silencio entre os músicos do palco - "Senhoras e senhores!" - ela gritou animada, chamando a atenção de todos os presentes - "Está aberto o concurso de dançã, os interessados venham até mim fazer a inscrição por apenas 50 Zennys!" - Assim que ela anunciou, algumas pessoas se levantaram e fizeram uma fila, eram 6 ao todo.

"Bom, aproveitando a oportunidade, vamos comemorar. Todos nós devemos nos inscrever" - Cédric se levantou assim que terminou de falar. Eu achei justo e haveria uma recompensa para o vencedor, todos nos levantamos e fomos até a musa fazer nossa inscrição, todos menos Salém - "Eu não vou e vocês não podem me obrigar de forma alguma" - por fim, deixamos-no sentado mesmo.

Assim que terminamos de nos inscrever, a musa perguntou novamente se mais alguém estava interessado em participar, ninguém mais estava e ela deu inicio ao concurso. Começaram a tocar uma música bem conhecida, Anel dos Nibelungos, o ritmo da música passou por mim como uma onda, me ensinando os passos de uma valsa frenética. Após 2 minutos de música, eles deram uma pausa e anunciaram - "Participantes 3, 4, 6 e 8 estão desclassificados".

Pude ver Shandi, o participante número 8, saindo da pista de dança bem desanimado e cansado e foi se juntar ao Salém. Porém, antes que pudessemos falar qualquer coisa, uma outra música começou, também muito conhecida, a Canção Preciosa, um rock pesado que pouco me agradava. Comecei a inventar e inverter alguns passos em cima da hora e após 3 longos minutos, a música parou - "Participantes 1, 5 e 9 estão desclassificados".

Sai desanimado da pista, igualmente a Shandi na rodada anterior. Me sentei e olhei para os participantes restantes dançando Lamento de Loki, uma música que fazia de Canção Preciosa uma música calma. A participante número 1 era uma odalisca que seguia dançando em boa harmonia igual ao 10, Taylor, que estava muito animado, já o 7, Cédric, não conseguia acompanhar e, ao fim da música - "O participante 7 foi desclassificado" - foi anunciado.

Cédric não gostou nada de perder, mas se jogou na cadeira ao lado de Salém, ainda um pouco animado e muito cansado, ofegante - "Vocês estão suados" - o alquimista reclamou. O próxima música foi Ritmo Caótico, uma música um tanto fúnebre completamente oposta as anteriores e, ao fim dela, ninguém foi desclassificado. Taylor e a outra participante trocaram um olhar de despreso antes da próxima música tocar.

"Essa será a rodada de desempate, não precisa me acompanhar, amor" - a musa deu um beijinho no trovador que estava com ela e se juntou ao concurso. Ela começou a dançar e, magicamente, podíamos ouvir uma música que acompanhava os passos dela, ao som de Não me Abandones. Ela começou a dançãr devagar, mas foi aumentando o rítmo graduativamente, os participantes estavam acompanhando bem no inicio, mas ao acelerar foi complicando, a odalisca em um momento errou um movimento e torceu o tornozelo - "Participante número 1 foi desclassificada e o vencedor é o 10, Taylor Grint!".

A musa se encarregou da recompensa enquanto seu par, o travador, foi em busca de um arcebispo. Entre os prêmios, estavam um par de elegantes sandálias, 10.000 Zennys e uma medalha que dava o direito de participar do próximo concurso, que será daqui a alguns dias. Taylor se sentou cansado e muito ofegante, todos nós o parabenizamos, pude sentir, porém, um leve ciúme vindo de Cédric e Shandi. Salém retirou um relógio de seu bolso - "Vou trazer algo para almoçarmos" - Shandi o acompanhou para ajudar a trazer a comida.

Assim que eles as trouxeram e as colocaram na mesa, meu estômago roncou alto, Taylor, que estava perto de mim, riu. Arroz, coxinhas fritas de Condor, salada de ervas e suco de laranja, tudo estava muito gostoso, comemos tranquilamente ao som de algumas cantigas que eu não consegui identificar. Passamos o resto da tarde ali e, no final, Salém deu uma volta, quando voltou, trouxe consigo um bolo médio de aniversário e acendeu as velas que indicavam 18 anos, que passaram a soltar faíscas coloridas para todos os lados. Taylor quem começou a cantar os parabéns e o seguimos, em coro.

"Faça um pedido" - Salém falou assim que paramos de cantar, Cédric fechou os olhos por alguns segundos, então tornou a abrí-los e assoprou as velas. "O que você pediu?" - perguntei muito curioso, mas ele apenas botou o dedo indicador em frente aos lábio e murmurou sílaba a sílaba - "Se-gre-do" - fiquei um tanto frustrado, porém, antes que eu falasse alguma coisa, Shandi me serviu um pedaço do bolo.

O bolo estava maravilhoso, consegui identificar avelã e chocolate entre os ingredientes. Ficamos ali até terminarmos de comer o bolo, então, nas primeiras horas da noite, levantamo-nos e seguimos para o sul da ilha. Procuramos, entre os locais, alguma estalagem, porém todas que encontrávamos eram extremamente caras e estava lotadas. Cédric rejeitou procurar um sacerdote a essa hora. Seguimos para o leste da ilha, por onde atravessamos uma caverna e chegamos a um campo aberto.

Salém e Taylor foram pegar galhos para fazer a fogueira e, assim que voltaram, reclamaram da presença de Reaggle, pássaros mal formados e agressivos que viviam ali. O céu estava bem nublado, mas não havia árvores com folhagem para cobertura, então fizemos a fogueira em um canto qualquer, ainda que estivéssemos sobre a ameaça de uma possível pancada de chuva.

"Gente, amanhã, podem ir embora sem mim. Ficarei pela ilha e começarei meu teste" - Taylor anunciou, fitando as chamas - "Quando terminar, nos avise, evitaremos usar o bracelete para não te atrapalhar" - Cédric também fitava as chamas ao falar. Pude ouvir Taylor agradecer. "Bem, ficarei de vigia primeiro, se vocês não se importarem" - levantei-me e sentei em uma área mais elevada que tinha ali perto.

Sozinho, fiquei a pensar nas coisas, os outros meninos se silenciaram e deitaram, Cédric estava abraçado a seu novo cajado e Shandi a seu escudo. Realmente arranjei um bom grupo e me adaptei bem, mas ainda sentia um peso dentro de mim, não sei por que meu pai era tão contra eu me tornar um aventureiro, o que será que ele achava que podia acontecer? Acho que eu também deveria ter enviado algo para minha mãe e meu irmão.

Eu estava tão perdido em meus pensamento que, quando Salém apoiou a mão em meu ombro, eu sei um salto assustado - "Desculpa, não era minha intenção te assustar" - ele disse. Nos sentamos juntos - "Não quer voltar a dormir? Eu posso ficar mais um tempo aqui" - ele negou e falou que eu deveria ir dormir, acabamos ficando os dois sentados lado a lado no sereno.

"Sabe" - eu puxei conversa - "Eu vi você dando uma Rosa para o Taylor, não me leve a mal, não tenho nada contra, mas você gosta dele?" - ele ficou quieto quando eu perguntei - "Hm..." - ele se virou para mim, meu coração martelava descompassadamente em tamanha curiosidade - "Bem, eu gosto dele sim" - ele deu uma pausa - "É uma pessoa muito divertida, um tanto bipolar, mas é uma boa pessoa" - quando, por fim, ele disse, notei que eu havia me aproximado dele, curioso.

Afastei-me um pouco, voltando para minha posição inicial, então ele falou - "Ah... Lembrei de uma coisa" - e começou a remexer dentro da bolsa, retirando algo dali de dentro, algo pequeno, com a mão fechada. "Feche os olhos" - ele riu baixinho e eu obedeci, nervoso, senti-o aproximar e passar um cordão pelo meu pescoço. "Pode abrir os seus olhos agora" - e a primeira coisa que vi foi ele sorrindo de leve, então olhei para baixo e havia um rosário ali.

"Muito obrigado, Salém" - um sorriso brotou em meus lábios - "Quando comprei alguns itens para fazer o chapéu que dei a Cédric, me veio a ideia de trazer algo para todos do grupo" - o alquimista estava olhando para a fogueira. Segui seu olhar - "E para você mesmo, comprou alguma coisa?" - perguntei após pensar um pouco - "Os requisitos do meu teste" - disse por fim.

"Bem, vou ir me deitar agora. Boa noite, Salém" - levantei-me vagarosamente e acabei soltando um bocejo - "Boa noite, Bast" - Me deitei perto de Taylor e só então pude notar que eu estava realmente cansado, minhas pálpebras muito pesadas. Meio zonzo, ainda antes de dormir, pude notar Cédric de levantando, mas o sono e o frio me tomaram em seguida e adormeci.

Na manhã seguinte, fui o último a acordar, os meninos já estavam preparando o café da manhã, me juntei a eles. "Bom dia, Bast" - Salém disse assim que me sentei - "Bom dia, por que não me acordaram?" - foi Taylor quem respondeu - "Eu até fui, mas Salém disse para te deixar dormindo, pois você havia ficado de vigia até bem tarde ontem a noite". Pude notar Salém sorrindo para mim.

Tínhamos ali, leite, suco de laranja, pão e algumas frutas, enchi um copo com leite, peguei um pedacinho de pão e duas bananas. Fora de Comodo, o lugar parecia melancólico com essas núvens pesadas que nunca saiam. "Bem, vou indo gente, até a próxima" - Taylor pegou suas coisas e se levantou - "Boa sorte" - os outros 3 disseram e só então lembrei que ele estava indo fazer o teste, mas já era tarde, ele já tinha partido.

"Bem, galera, para onde vamos agora?" - Cédric quis saber nossa opinião e, bem, ninguém tinha uma exata. Shandi se levantou - "Acho que eu vou indo também, sinto-me preparado para o teste" - Cédric olhou desanimadamente para o espadachim - "Então... Boa sorte também, depois entre em contato conosco" . Shandi pegou suas coisas que estavam pelo chão, levantou-se e seguiu para a cidade ao lado.

"É, acho que não faremos nada hoje" - murmurei baixinho, mas, em seguida, Salém me contradisse - "Que tal ficarmos por aqui e caçarmos algumas focas?" - uma onda de entusiasmo caiu sobre Cédric que se levantou animado - "Isso mesmo, Salém. Vamos lá!" - seguimos para o sul. Ondas do mar se quebravam próxima àquela praia, produzindo um som relaxante. Vimos, então, nossas primeiras focas, falsas focas na verdade, caminhando vagarosamente enquanto batiam palmas uma para as outras.

Salém tomou a dianteira e, assim que as Focas o viram, elas partiram para cima dele, [Agility Up], lancei minha magia que aumenta a velocidade em Salém, ele foi correndo e juntando Focas em uma área, onde Cédric usava sua [Thunder Storm] e seguimos em frente. [Blessing], usei minha habilidade que aumenta o poder de ataque físico e mágico em Cédric - "Obrigado, Bast" - ele agradeceu. Seguimos esse ritmo por um tempo e, vez ou outra, encontrávamos outros monstros como Moluscos, que mais pareciam conchas prensadas uma na outra, Entrelas-do-mar, Carangueijos e os inoportunos Reaggle.

Foi então que vimos outro bicho muito esquisito, a princípio pensamos que era um surfista, mas, assim que ele se aproximou, pudemos notar suas intenções assassinas. Era um Yakuza, uma criatura que havia tomado a forma de um ser humano que havia morrido por ali, dava para notar a pele inchada, alguns pequenos ferimentos e olhos bem esbugalhados.

Ele vinha em nossa direção em passos lentos, Salém correu atrás da criatura e o acertou com a faca, provocando o bicho, depois voltou a correr e não notou uma Foca em seu caminho, que lhe deferiu um golpe. [Heal], [Agility Up], usei minhas habilidades em Salém. Cédric terminou de murmurar seu feitiço e gritou [Lightning Bolt] e um relâmpago poderoso atingiu o Yakuza.

A criatura gritou de raiva e prosseguiu na direção de Cédric, [Fire Wall], o mago usou uma nova magia que ergueu uma muralha de chamas entre ele e o bicho, que tentou inutilmente atravessá-la , mas sempre que tocava na muralha, ela o queimava e o jogava para trás. "Cédric, conjure sua tempestade de raios próxima ao Yakuza!" - Salém gritou e, quando olhei para ele, haviam 3 Focas o perseguindo. Ele correu, ainda sobre efeito de agility up e passou pela barreira de chamas, enquanto passava, pude notar o bracelete vermelhe em seu pulso o envolver em uma esfera-escudo. [Thunder Storm], a magia de Cédric acertou precisamente os 4 monstros, os derrotando - "Salém, acho que minhas magias elétricas ficam mais fortes na presença de núvens chuvosas" - Cédric comemtou. E, cansados, voltamos para o norte, deixando a praia para trás.

Coletei alguns galhos enquanto Salém arrumava uma área para sentarmos e Cédric temperava carne de Sapo de Thara. Juntei os galhos em frente a área que Salém preparou e Cédric lançou uma fagulha, acendendo a fogueira - "Gostaria de cozinhar algo?" - Salém me perguntou - "Bem, eu não sei fazer muita coisa, sei só o básico para sobreviver, nada mais que isso".

Salém me puxou pelo braço e me fez sentar entre ele e Cédric e me deu algumas orientações para ajudá-lo a enrolar os bolinhos de arroz que ele estava preparando e foi o que fiz. Não era díficil e os meus saíam em uma forma bem melhor que os do alquimista - "Isso não é justo, pare de fazê-los tão certinho. Isso não vale" - Salém reclamou brincando.

Após descansarmos do almoço, voltamos a passar pela caverna evitando perder tempo com as criaturas fracas dali, com excessão das Hidras, que eram agressivas e nos atrapalhavam. Assim que chegamos ao centro de Comodo, encontrei uma sacerdotisa de cabelos rosados, a noviça que eu havia encontrado na igreja ontem. "Olá, menino, ainda não foi fazer a provação dos sacerdotes?" - ela sorria, encantada com a cidade - "Então, estamos procurando alguém que abra um portal para Prontera" - eu disse e vi Cédric e Salém concordarem com a cabeça - "Não seja por isso. Papai, dessa vez você vai ajudá-los, não é?" - O sumo-sacerdote concordou e abriu o portal - "Boa sorte" - ela disse, eu agradeci e entramos no portal que acabou nos levando para Geffen.

"Geffen? Acho que o pai dela deve ter se confundindo nas palavras, abrir um portal não parece ser nada fácil" - eu disse olhando a minha volta - "Olhem, minha casa é logo ali" - Cédric apontou para uma casa de dois andares grande e muito simpática. Fomos, então, para a casa dele, seus pais estavam em casa - "Feliz aniversário atrasado, meu filho" - disseram juntos - "E quem é este de cabelos verdes?" - o pai dele perguntou, Cédric respondeu por mim - "Esse é Bast, o noviço do meu grupo, e, em pouco tempo, um sacerdote" - as palavras de Cédric me encheram de confiança.

"Então, meu filho, já escolheu o caminho que você quer seguir? - a arcana perguntou ansiosa - "Então, mãe..." - ele deu uma pausa e se apoiou no cajado, mas sua mãe o cortou - "Quando foi que..." - ela lançou um olhar fulminante e acusador para o marido, mas Cédric continuou - "Vou seguir o mesmo caminho que meu pai". "Eu ganhei" - gritou o pai - "Você trapaceou, quando esse cajado chegou até ele? Eu estava de olho nas encomendas pela Guilda dos Mercadores" - a mãe perguntou confusa - "Um amigo meu entregou por mim" - e pude notá-lo piscar para Salém discretamente.

O pai de Cédric trouxe alguns itens que Cédric usaria no teste e fomos embora dali, nos reunindo ao sul de Geffen, na praça - "Bem, gente, tenho que ir para Juno, lá que acontece o exame de qualificação para sábios, querem ir comigo?" - Cédric propôs - "Infelizmente..." - Salém e eu dissemos ao mesmo tempo e nos entreolhamos - "Fale você primeiro" - Salém disse - "Então, também irei fazer meu teste e você, Salém?" - "Eu preciso ir até Payon".

Estávamos nos despedindo quando Taylor apareceu - "Oi, gente" - ele disse - "Como está indo no teste?" - Cédric e Salém perguntaram ao mesmo tempo - "Bem, até, agora tenho que ir para Al de Baran" - "Eu também" - Cédric disse, despedimos-nos e eles usaram o serviço de teletransporte. "Então, Salém, vamos indo?" - perguntei e ele afirmou. Saimos pela saída leste em direção a Prontera. Aqui, diferente de Comodo, estava com o céu aberto e, junto a Salém, vi o sol se pôr, um pouco antes de chegarmos em Prontera.

O alquimista me acompanhou até a igreja - "Bem, eu sei que você vai conseguir, lembre de deixar as ambições de lado e que ninguém é perfeito. Boa sorte". Agradeci pelas palavras e nos despedimos. Assim que entrei, perguntei a uma madre que passava por ali e ela me levou até onde acontecia a provação. Lá, falei com um padre - "Você, filho de Deus que almeja mais poder, pretende usá-lo para o quê?" - ele disse enquanto a madre sentava em um dos bancos, aguardando.

"Eu... Eu quero poder para proteger meu amigos" - as palavras fluiram pela minha boca diretas do meu coração - "Proteger os amigos, sim, este é um motivo nobre" - ele deu uma pequena pausa - "Eu o enviarei para uma zona de teste. Antes disso, escute com atenção, lá, você encontrará Zumbis, pessoas e monstros que , por ventura, morreram antes da hora e Múmias, que optaram por voltar nessa forma nefasta". Assim que ele terminou de falar, uma luz surgiu em minha volta e tudo se apagou.

Quando voltei a enxergar, eu estava em uma sala muito bem iluminada por cristais brancos, dei alguns passos incertos para frente e, de repente, alguns Zumbis levantaram do chão. Lembrei do que o padre me disse, eu deveria salvá-los, [Heal], a luz que essa magia cria, que sempre era esverdeada, se tornou branca quando usei nos Zumbis, quando eles morreram e explodiram, pude notar por uma fração de segundos, suas almas sorrindo alegres.

Os Zumbis voltaram a surgir mais 3 vezes até eu passar por um portal e, novamente, tudo se apagou e quando voltei a ver, eu estava preso, algemado à parede. Este lugar era bem menos iluminado que o anterior e formas sombrias se moviam em minha volta. "Ora, ora, carne fresca" - uma das sombras disse - "Sim, carne pecaminosa para nosso jantar" - outra concordou - "Não! Não cometi pecado algum" - gritei e elas riram.

"Não?!" - a primeira esbravejou - "Como não?!" - a segunda a seguiu novamente - "Não é você quem veio todo feliz até aqui enquanto vários outros nem tiveram a chance?" - a primeira falou - "Desqualificadas, quando não mortas no Campo dos Aprendizes" - a segunda ecoou. Elas gargalharam alto, e fui tomado por culpa, as duas continuaram, sempre a segunda complementando a primeira - "Pobre Bast..." - "Ganhou apenas um rosário por consolo". "Ele não merecia ganhar nada, aquele Cédric, você quem deveria ter ganho o chapéu" - "Verdade, mas ninguém da valor ao inútil Bast, que sempre salva e os ajuda..."

"Não... Não é verdade..." - lágrimas correram pelo meus olhos - "Quem são vocês?!" - gritei em pânico. A sala se iluminou funebremente, revelando as formas das sombras. Elas muito se pareciam, não, eram identicas a Salém e Taylor, mas tinhas os olhos negros como se pintados por tinta preta. Vi Salém se aproximar de Taylor e entregar uma Rosa negra a ele, o maior aceitou, abraçou o alquimista e o beijou vividamente, entre intervalos eles me olhavam e riam.

Outras sombras se juntaram a eles, Cédric e Shandi, dando as costas para mim, conversando baixinho e gargalhando alto. Enquanto isso, uma outra apareceu, era eu, e, com uma faca em mãos, foi apunhalando um por um, e ainda que caídos no chão, eles riam de mim - "Pare! Eu não sou assim, esse não sou eu!" - gritei inutilmente e minha sombra se virou para mim - "É sim, é extamente assim, todos podem ver" - riu.

Minhas lágrimas não paravam de rolar pelo meu rosto, tentei secá-las com as mãos, mas estavam algemadas. Este seria meu fim? Condenado a vivenciar o lado sombrio... Era isso que meu pai tanto temia? Eu era assim? Esse meu lado ruim... Meu lado ruim... meu lado ruim... - "Ninguém é perfeito!" - as palavras de Salém saíram pela minha boca automaticamente, como se ele quem tivesse dito novamente.

"Admito, admito que estou muito feliz de ter me qualificado como aprendiz, por ter encontrado um grupo tão divertido e amigável" - senti as algemas que prendiam meus braços se soltarem, então, sequei minhas lágrimas - "E, sim, fiquei com ciúmes de Cédric e até da rosa que Salém deu para Taylor, mas esse rosário, esse rosário não é nada insignificante, ele representa toda minha amizade com o alquimista, é um simbolo para lembrar que não estou sozinho".

Agora eu entendia, obrigado Salém, ninguém é perfeito. A minha força voltou a mim e me soltei por completo das algemas - "Vocês não são nada" - gritei uma última vez e as sombrar fugiram. O local se iluminou completamente, eu estava em um corredor. Assim que dei um passo, uma Múmia se levantou da terra, [Heal], ela gritou e veio me atacar, [Heal], [Heal], [Heal] - "Salve-se!" - ela caiu de joelhos e soltou um último grito cheio de agonia e expludiu, então vi seu espirito, era sombrio. "Elas optaram por isso" - falei baixinho, lembrando o que o padre me disse. Sai correndo e passei por um portal.

Quando tudo voltou a se iluminar, me vi ajoelhado diante do padre, a madre atrás de mim - "Que bom que voltou, rapaz" - o senhor me deu algumas palmadinhas no ombro e a madre prosseguiu - "Jura, em nome de Deus, proteger a humanidade onde quer que você vá?" - "Juro" - "Jura seguir o caminho sagrado e não cair em tentações?" - "Juro".

"Vejo que aprendeu as suas lições, rapaz. Como foi lá?" - o padre me perguntou - "Foi terrível, padre, achei que eu fosse morrer lá" - respondi. "E o que te deu forças para sair, para enfrentar seus medos?" - questionou outra vez - "Meus amigos, todos eles me ajudaram" - "Pois não era por eles que você veio?" - ele coçou a barba - "Foi, realmente foi" - respondi empolgado. Então o padre se dirigiu a madre que estava ali - "Leve-o para trocar de roupas, ele acaba de passar no teste" - eu a segui animado.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, época de provas e etc. Tudo corrido e atrasado por aqui...



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