Falling In A New Adventure escrita por Crispim R


Capítulo 3
Capítulo 3 - Aventuras


Notas iniciais do capítulo

Desculpas pelo atraso, tive prova a semana inteira e ainda estou gripado, mas corri atrás para não perder a semana. Enfim, capítulo dedicado ao nosso catador de itens oficial :p
PoV - Shandi Bornaih



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"Eu não aguento mais guardar nada em meu carrinho, acho melhor voltarmos" - Salém murmurou para Cédric, provavelmente tão cansado quanto eu daquela caverna maldita. Eu tive que concordar com ele em voz alta, minha bolsa mágica está completamente lotada e já faz um bom tempo que não vemos a luz do dia. Eu sei que, já que me tornarei um paladino, eu deveria mesmo treinar aqui com os monstros mortos-vivos, mas para mim chega, estou saturado desse lugar horroroso.

"Está bem, galera. Vamos voltar para vila dos arqueiros então" - Cédric nos guiou com um estranho sorriso desanimado, queria ficar mais por aqui treianando suas magias. Seguimos Cédric e acabamos parando no próximo andar da caverna, o 4º, a cidade abandonada - "Não estavamos indo embora, Cédric?" - pude notar um sorriso maliciosamente animado na face do nosso líder que ele rápidamente disfarçou virando o rosto.

"Você sabia que não estavamos indo embora, não é?" - Olhei com desdém para o mago - "Bem, para falar a verdade, não faço a menor ideia de como sair daqui, apenas peguei um caminho qualquer e segui até aqui" - ele ainda tinha um sorriso animado no rosto para continuar a explorar a caverna. "Como assim não sabe?" - Taylor roubou minha fala, ele estava tão alarmado quanto a mim ou Bast, então ele dirigiu a pergunta a Salém - "Estamos mesmo perdidos?". O mercador olhou para o mago como quem pede desculpas e negou, para nossa sorte, ele sabia exatamente onde estavamos.

Porém, quando pedimos para que Salém nos guiasse, ele negou, alegando que estava muito cansado e que achou que queríamos explorar a caverna, já que seguimos Cédric sem nenhuma objeção. Ele, então, retirou algumas coisas de seu carrinho e começou a fazer uma pequena fogueira. Eu já não sabia dizer a quanto tempo estavamos ali, nem que horas seriam nesse exato momento, estava bem cansado também e apenas me sentei ao lado da fogueira e fitei o fogo por um tempo.

Cédric, o mais insone entre todos nós, se ofereceu para ficar de vigia nas primeiras horas de nosso pausa para descanso. Então, após comermos, fomos dormir um pouco e Cédric foi rondar a área. Fui o primeiro a dormir e, pelo visto, o último a acordar, Taylor quem me acordou, alarmado. Salém e os outros estavam batalhando contra um Nove Caudas, um espírito de raposa. Logo corri na direção deles, substituindo o posto que nosso mercador estava, porém, mais monstros vieram. Cédric dividiu o grupo em duas partes, primeiro, eu, Bast e Taylor, que ficamos contra a raposa e segundo, ele e Salém.

A criatura era forte, porém eu conseguia suportar com certa facilidade com Bast me auxiliando com suas habilidades de cura. Taylor corria, tomando boa Distância dos demais monstros e atirava potentes flechas na raposa, sua precisão estava muito melhor. Cédric e Salém não ficavam para trás, o mercador provocava os monstros, acertando-os com seu punhal enquanto Cédric conjurava tempestades de raio em áreas precisamente calculadas, eles tinham uma boa sinergia.

Por fim, derrotamos o Nove Caudas e, como se o espírito ainda estivesse ali, rindo e zoando com a nossa cara, não deixou nada cair ao morrer. Olhei indignado para Cédric - "Vamos embora agora?!" e ele apenas recuou um pouco sem perder o ânimo - "Isso não é comigo". Olhei de imediato para Salém que já caminhava a nossa frente. No 3º andar, o mercador tomou uma rota rota diferente da que usamos, pois quando chegamos no segundo andar, notei que não havíamos passado pelo lado das Hidras.

Muito espertamente, conseguimos seguir nosso caminho sem muitas batalhas. A última poção de Salém acabou pouco antes de voltarmos para o primeiro andar. Passando pelos monstros insignificantes daquele lugar, encontramos alguns dos outros iniciantes que estavam com a gente no Campo dos Aprendizes. Eles estavam muito mais despreparados que a gente, o treino na caverna nos rendeu uma boa experiência de combate. Demos algumas dicas a respeito do local e, finalmente, saímos da Caverna dos Mortos-Vivos.

O sol ainda estava nascendo, muito parecia uma moeda, que queimava minha vista por completo que há dias não via aqueles raios luminosos dourados. Enquanto eu ainda me adaptava ao local, com os olhos semi abertos, pude notar meus amigos correndo, fazendo uma fila para usar os serviços da corporação Kafra, a funcionária ainda bocejava de sono. E, como último a chegar à fila, notei que eu tinha mais coisas a vender que a guardar e era Salém quem faria as vendas do grupo.

Eu estava voltando para onde o grupo estava, sob a sombra de uma árvore, quando um gatuno saiu correndo com muita pressa da caverna, esbarrando na maioria das pessoas em seu caminho. 1 ou 2 minutos depois, uma mercadora saiu da caverna tão apressada quanto ele - "Não o deixem escapar!" - passou gritando e, quando vi, um animado Cédric já estava correndo atrás dela em busca de novas aventuras e, sem muito descansar, seguimos ele.

Encontramos ele e a mercadora conversando alguns metros a frente. Ela nos contou que o gatuno que passou correndo antes dela havia roubado itens que ela havia deixado no chão enquanto se ocupava matando outro morto-vivo, entre eles, havia um Opala, uma pedra rara que os Zumbis deixavam cair ao morrer. Infelizmente, havíamos o perdido de vista por entre as imensas árvores de Payon e a mercadora voltou, extremamente desanimada, até a Kafra da Vila dos Arqueiros.

"Já sabem o que faremos?" - Cédric falou entusiasmado como um desafio. Começamos a correr para as parte menos havitadas da cidade quando Bast notou que Salém não estava conosco e, para falar a verdade, eu não o via desde que começamos a correr atrás do gatuno. Perguntamos um para o outro se sabíamos alguma coisa a respeito, mas, pelo visto, Salém simplesmente gostava de desaparecer de nossas vistas.

–Salém, para onde você foi? - Cédric questionou esperançoso por resposta

–Bem... Eu não tenho muita certeza, você saíram correndo e eu acabei me perdendo, mas já volto ao centro da cidade, uma pessoa está me ajudando - Ele respondeu, com um toque de angústia em sua voz por termos o deixado para trás

Corremos cada um para um lado, vasculhando as casas vazias, atrás das árvores e até os rios que passavam por ali, cortando a cidade em partes distintas. Eu, porém, estava bem desanimado com isso, nem sabia, em primeiro lugar, para que estávamos seguindo aquele gatuno, a mercadora que foi burra em deixar os seus preciósos itens no chão. O sol de meio dia estava levando a melhor sobre nós e, por fim, desistimos, exaustos. Não se passou nem 1 minuto que nós desistimos e Salém nos chamou para almoçar, que muito me animou. Já que eu estava no castelo de Payon, só precisei seguir para a parte oeste da cidade, onde o nosso mercador estava.

Caminhamos vagarosamente, cansados demais para correr, até Cédric estava desanimado, ele realmente não gostava de dias quentes e esse se mostrava um potencialmente quente. E, quando chegamos, para nossa total surpresa, Salém estava cozinhando enquanto conversava com ninguém menos que o garoto cujo passamos a manhã inteira procurando e acabamos desistindo de achar. "Quem é ele, Salém?" - foi Cédric quem falou, cético - "Bem, eu havia me perdido quando vocês me deixaram para trás, lembram?" - ele pigarreou, uma sútil raiva em sua voz nos enchia de culpa - "E este é Blake, quem me ajudou a voltar para cá". O cara de pau, ainda mastigando alguma coisa, levantou a cabeça, nos lançou um sorriso como se nada tivesse acontecida, coçou levemente a cabeça e pegou um pouco mais de comida com Salém.

"Passamos a manhã inteira te procurando!" - Cédric se sentou entre o mercador e o gatuno - "É, por que você roubou aquela mulher?" - Bast perguntou, sentando-se ao lado de Salém também, mas, antes que o acusado respondesse, Cédric continuou animado - "Tanto faz o porque, Bast. Você gostaria de entrar para o nosso grupo?" - nosso líder nos surpreendeu novamente. Para que ele queria um ladrão na nossa equipe? Ele vai acabar roubando nossos itens e nos largando.

"Bem, eu até gostaria, mas não posso agora" - ele respondeu para Salém, como se tivesse sido o mercador quem fez a pergunta, isso irritou levemente Cédric, que adotou uma expressão desanimada. "Você realmente deveria vir com a gente, vai ser divertido" - Taylor foi dizendo enquanto sentava ao lado do garoto de cabelos brancos. A comida estava ótima, apesar de Cédric reclamar que faltou limão na receita, agradeci mentalmente por ter encontrado um grupo com pessoas que sabem cozinhar.

Salém levantou e olhou para o céu, pensou um pouco, depois dirigiu-se à Blake - "Você deveria estar saindo daqui agora, está ficando tarde". Em um salto, o gatuno se colocou em pé, agradeceu pela comida e pelo convite, se despediu e foi embora, correndo pelo caminho ao sul. Enquanto terminavamos de almoçar, passamos os itens para Salém para que mais tarde ele os vendesse em alguma loja qualquer ou para algum viajante interessado, apesar de não termos pego coisas muito interessantes.

Continuamos ali, discutindo para onde iríamos agora. Eu gostaria de ir até o Esgoto de Protera, mas todos protestaram, depois Taylor sugeriu irmos para a Torre de Geffen, mas ainda não éramos fortes o suficiente para isso, Bast queria ir até o Formigueiro Infernal, mas, como Cédric disse, a Maya e seus Arclouses iriam nos matar antes que tivessemos noção da situação. Por fim, seguimos a sugestão do nosso líder, apoiada pelo mercador, de irmos para Morroc, para o deserto de Sograt.

Partimos imediatamente para o centro comercial de Payon, onde Salém conseguiu vender uma pequena parte dos itens para alguns viajantes e a outra parte para os mercadores da cidade, enquanto isso, Cédric negociou com um sumo-sacerdote que estava descansando por ali para que abrisse um portal até Morroc para a gente a um preço bem mais acessível que o serviço de teletransporte da corporação Kafra. Voltamos para o leste de Payon, lá, o sumo-sacerdote abriu o portal, ao entrar na área, uma sensação estranha percorreu todo meu corpo, fechei meus olhos por alguns segundos e quando voltei a abrí-los, eu estava perto de uma loja qualquer na cidade-ruína.

A cidade não era só um deserto de areia, era literamente desértica, ninguém passavam pelas ruas. Seguimos para o sul da cidade, mas começei a reclamar, merecia pelo menos uma boa noite de sono antes de mais uma aventura, eu realmente estava muito cansado. Não só eu, todos estávamos, passamos o resto da tarde procurando alguma estalagem aberta, a maioria tinha fechado pela destruição da cidade, por fim, achamos uma, a balconista agradeceu quando fizemos o registro e o pagamento para uma noite com direito ao jantar e banho, que era uma coisa rara nessa cidade.

O refeitório do lugar estava quase tão vazio quanto a cidade em si, apenas um casal de ferreiros estavam presentes além do nosso grupo. A comida que nos foi servida estava extremamente quente e era gostosa, apesar de que eu ainda achava que a comidade Cédric e a de Salém era melhor do que esta. Depois seguimos para nossos quartos individuais, deixei minhas coisas próximas a cama e fui para o banheiro onde tomei um longo banho quente e quase adormeci ali mesmo. Taylor bateu na porta do quarto, despertando-me do transe.

Eu e Taylor saímos para dar uma volta, a cidade estava extremamente gelada em temperatura desértica - "Você, por algum acaso, teria um casaco para me emprestar?" - porém ele não tinha nem para ele mesmo. Por fim, decidimos voltar para a estalagem, a cidade se demonstrava extremamente desgostosa em relação à gente, fria, solitária, sombria em todos os sentidos. Por um instante, enquanto voltávamos, pensei ter visto uma fada, Taylor também deve ter visto, pois assumiu uma posição tensa.

"Aquilo era uma fada, não era?" - sua voz estava trêmula, em um misto de medo e fascínio - "Provavelmente, Cédric nos disse que a cidade tem várias fendas dimensionais abertas desde que o Imperador Morroc voltou" - apressamos nosso passo. Assim que chegamos, pude ver Cédric que conversava animado com os ferreiros que vimos no refeitório, segundo ele, vieram procurar novos minérios.

Dormi assim que apoiei minha cabeça no travesseiro, meus cabelos já estavam secos e em nada me encomodaram quando deitei. Foi a melhor noite de sono que eu tive faz dias, quando levantei no dia seguinte, parecia que um peso havia sido retirado de meus ombos e, renovado, sai do quarto para encontrar o resto do grupo.

Encontrei eles em frente a estalagem, saímos da cidade seguindo nosso caminho direto para o sul até uma zona repleta de escorpiões, monstros fracos que não deixavam coisa alguma interessante cair e, dali, seguimos para leste até encontrar Hodes, os bichos mais bizarros que já vi, que muito se assemelhavam a minhocas e sempre se escondiam em baixo da terra e, ou Cédric precisava revelá-los com seu [Sight], uma magia de fogo, ou Bast usar seu [Ruwach], uma luz sagrada que golpeava monstros escondidos.

Enquanto treinávamos com esse novo tipo de monstro, também nos deparamos com Arenosos, monstros amorfos que muito se pareciam com um aglomerado de areia viva. E, assim como a minhoca esquisita, os Arenosos também se escondiam na areia de uma forma muito mais chata, pois eram monstros um tanto agressivos. No meio da tarde, paramos para descansar nas sombras de alguns cáctos enormes, onde Salém forrou o chão com algum tecido e Cédric começou a cozinhar.

O calor naquele lugar nos desanimava - "Está muito quente aqui, não aguento mais batalhar..." - reclamei baixinho, sendo seguido por Taylor e Bast - "Concordamos". Cédric e Salém, porém, ainda estavam bem dispostos, o mago queria encontra um monstro chefe que nascia por aqui e o mercador ainda estudava o local, apesar de não ter gostado nem um pouco dos monstros locais. Então, desanimado, voltei a correr atrás dos Hodes e isso se prosseguiu até o entardecer. A noite, completamente diferente de como estava de dia, era muito fria, ficamos descansando em volta da fogueira que Salém fez, um ou outro dormia em horas aternadas enquanto os outros ficavam de vigia.

Conseguimos sentir a manhã chegando mesmo antes do sol nascer, o clima típico do deserrto iria acabar nos matando se continuássemos ali por muito tempo, então, decidimos ir embora logo. Cédric, porém, objetou, e acabamos adiando nossa partida para depois do almoço, depois ele disparou-se na frente em busca do monstro que queria encontrar em Sograt. estávamos matando Hodes e Arenosos quando ele realmente encontrou a criatura.

–Venham, encontrei o Phreeoni - sussurou pelo bracelete, animado e ofegante

Seguimos suas instruções até achá-lo em uma área onde a areia era mais fofa e, a alguns metros de nós, descansando ao sol, estava a criatura. Ela era extremamente horrenda, com um corpo gordo e gelatinoso cor de rosa e enormes dentes afiados, respirava ruidosamente e, vez ou outra colocava sua enorme língua para fora como se estivesse provando o ar a sua volta, sentindo o ambiente como o calor e coisas do tipo. Vez ou outra ele mergulhava na areia para então voltar e se despejar sobre uma pedra e descansar novamente sob o sol.

Conversamos um pouco sobre estratégias que usaríamos enquanto o monstro descansava e partimos para o ataque. Eu fui o primeiro a entrar no campo de visão da criatura, que se levantou em um pulo desorientado e cambaleante, revelando assim, alguns Arenosos em sua volta. Eu corri em direção a ele, o golpeei, e depois sai correndo, Salém com suas poções para resistir aos danos, segurou os Arenosos.[Heal], Bast usou outra vez a magia de cura em mim e em seguida, Cédric terminou de conjurar seu [Fire Bolt] e 10 dardos medianos de fogo surgiram de um círculo mágico no céu e caiam no monstro rosado. Taylor não ficou para trás, quando não estava atirando e matando os arenosos, usava seu [Double Strafe] para lançar duas poderosas flechas no Phreeoni.

Um momento, porém, a criatura se irritou mais ainda com a gente e, antes de se esconder na areia, nos lançou uma esquisita areia cinzenta e barrenta, que se aderiu a nós, nos petrificando e limitando completamente nossas ações. Um grito de pânico subiu a minha garganta mas nem isso consegui emitir, quando ele voltou a aparecer, estava na minha frente com sua boca aberta exibindo seus enormes dentes afiados. Ele me deu um forte soco que me arremessou para o lado, olhei desesperado para Bast, mas ele ainda estava petrificado.

Segundos depois, pude ouvir a magia de cura,[Heal] sendo conjurada novamente, mas dessa vez, foi Salém que a usou enquanto ele também usava as poções para nos curar enquanto os outros estavam petrificados. O Phreeoni se aproximou de novo para mais um golpe, porém, levou uma forte flechada em um de seus 2 olhos esquerdos e recuou, mas, em seguida, mais uma rajada de dardos de fogo caiu sobre ele. Mais Arenosos se juntaram à causa do chefe, porém, já tinhamos pego o jeito da coisa, usei [Provoke] para atrair as criaturas amorfas até a [Thunderstorm] de Cédric, que com duas tempestades da raios conseguia matá-los. Quanto ao Phreeoni, em intervalos pequenos, eu e Salém o atacávamos de lados opostos, confundindo-o, dando tempo de Taylor ajustar sua mira e Cédric conjurar mais dardos de fogo.

No seu 9º dardo da 17ª vez que ele usou a magia, o monstro soltou um último urro de dor e explodiu, procurei atentamente pela areia e, além de alguns itens aleatórios, havia uma adaga incrustada em terra e sujeira, peguei-a e, com relutancia, entreguei-a para Salém e, com sua lupa especial, começou a identificação do item. Foi um momento de puro suspense e, por fim, gritamos animados, era uma Adaga da Boa Ventura, uma adaga que, segundo os especialistas em armas, garantia boa sorte ao dono e, por nível de utilidade, deixamos ela com Salém.

Por via das dúvidas, também entreguei os outros itens que cairam do Phreeoni para Salém, ele saberá o que fazer com eles melhor que eu e, animados e decididos, refizemos nossos passos a caminho de Morroc, chegando lá antes do anoitecer. O local estava bem mais povoado, um clã estava fazendo uma reunião. "E ai, Salém. Como vai?" - um garoto de cabelos brancos surgiu de repente, era Blake, o gatuno que outrora havia roubado uma mercadora em Payon. "Bem" - respondeu timidamente - "E o que você ainda está fazendo aqui, desse jeito?". O garoto, quase tão alto quanto Cédric, ficou bem sem graça, olhou de um lado para o outro, procurando uma resposta - "Então, eu quebrei o item que o avaliador me deu para entregar a um outro e agora, não sei o que fazer”.

O garoto manteve o olhar afastado e vi Salém pegando alguma coisa em seu carrinho. "Blake..." - o mercador chamou sua atenção, que arregalou os olhos quando olhou para Salém - "Isso aqui?". Salém disse inocentemente enquanto erguia um Colar do Oblívio que conseguimos do Phreeoni. Salém deu o colar para o maior e disse para que ele tivesse cuidado dessa vez e, após agradecer várias vezes, ele partiu rumo ao sul da cidade. "Afinal, de onde vocês se conhecem?" - Cédric perguntou e eu pude notar ciúme em sua voz - "De Payon, lembra?" - Cédric concordou com Salém, soltando um sorriso, que eu facilmente identifiquei uma frustração ali. Voltamos à estalagem onde passamos nossa primeira noite na cidade e pagamos mais uma noite.

Ficamos um tempo reunidos decidindo quais itens vender e quais guardar, Salém aproveitou a oportunidade para nos dar uma parcela do dinheiro da primeira venda, depois, ele e Cédric saíram em busca de alguma coisa pela cidade. Me juntei a Bast e Taylor e fomos até a loja de equipamente comprar novas armaduras e depois fomos até o armeiros afiar minha espada e comprar flechas. Como não estava muito tarde, resolvemos ir até a outra parte da cidade, onde havia um oásis e comemos carne de Minorous assada.

Saciada nossa fome, demos uma volta pelo lugar, era bem mais habitada que a cidade em sí, Bast aproveirou para cumprimentar Matilda, a irmã que fez parte de sua peregrinação. Sem muito o que fazer, caminhamos em direção a estalagem. Foi quando vimos novamente, voando bem acima de duas pessoas que também a observavam. A fada virou uma esfera brilhante e circundou o de cabelo longo, só então percebi que as pessoas eram Cédric e Salém. Depois, a fada deu giros em torno do mago e tornou a voar para longe, bem acima de nossas cabeças.

Segundos depois, ambos os garotos começaram a brilhar levemente, Cédric em um misto de azul, vermelho, verde e amarelo, ora uma, ora outra, já a de Salém, em um verde escuro misturado a roxo. O maior dos dois usou [Sight] e iluminou a área ao redor. E, no mesmo instante, a fada fugiu, os garotos desmaiaram - "Venham, me ajudem a carregá-los" - gritei, assumindo a liderança. Apoiamos eles nos braços e, cautelosamente, voltamos à estalagem dando um passo de cada vez, entramos tendo o cuidado para não sermos vistos, seria díficil explicar o porquê dos garotos brilharem, e fomos para o quarto de Taylor, pois era o mais próximo.

[Heal], Bast tentou nos dois, mas não deu certo, então ele tentou outra magia, [Cure], conjurou, mas também não surtiu efeito, foi então que decidi chamar alguém para nos ajudar, levantei-me e caminhei até a porta, porém, antes de chegar até ela, um raio luminoso, vindo dos garotos, me atingiu. Minhas forças foram se esvaindo, fui ficando extremamente exausto, um forte calafrio percorreu todo o meu corpo e se instalou em mim, cai no chão, cansado e dormi ali mesmo, no chão.

Entrei em um sonho, eu o vivia como um observador em terceira pessoa. Era um quarto, que estava bem escuro com apenas algumas velas o iluminando, mas, mesmo assim, podia-se ver a decoração típica de quarto de criança e um berço, porém a tintura da parede estava descascando e, tanto o quarto quanto o berço, pareciam abandonado. Dentro do berço, havia uma criancinha chorando, deveria ter algo em torno de 7 anos de idade e, para meu total choque, uma de suas pernas estava acorrentada ao berço.

Eu estava horrorizado e, enquanto eu remoía aquela cena, algumas velas voaram pelo quarto e se aproximaram do berço, iluminando a criança. Ela tinha cabelos bem negros, a pele morena, porém empalidecida e vestia apenas uma roupa de baixo que parecia ser um lenço. Mas tinha outras coisas, coisas assustadoras que chamavam muito mais atenção e obervei a criança mais uma vez, seus olhos eram heterocromáticos, um arroxeado e o outro, em um tom de esmeralda, também tinha orelhas pontiagudas e um pequeno chifre no meio da testa.

Eu dei alguns passos indecisos e hesitante para frente, aquilo era uma fada, ou muito se parecia, não fosse seu tamanho. Eu não sabia se tinha medo dela ou se queria salvá-la daquele lugar horrivel e deprimente, muito provavelmente os dois. Me aproximei mais, porém, ao mesmo tempo, uma porta que eu não havia notado atrás de mim foi aberta e por ela, entrou um casal desconhecido vestindo aventais brancos. Voltei a olhar para a criança, ela havia parado de chorar e agora, demonstrava um pequeno sorriso, apesar de macabra ela era bastante meiga, então olhei para seus olhos, pareciam brilhar, hipnóticos e quando notei, tudo a minha volta estava se apagando até eu me ver jogado no meio das sombras.


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