Lockdown escrita por Bu Salvatore


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Elena desceu as escadas o mais silenciosamente possível, verificando com o canto do olho se encontrava “a-pessoa-que-não-pode-ser-mencionada”, ou seja, o vampiro que a alguns dias atrás havia matado seu irmão. Ela já estava arrependida de não saído junto com Stefan quando ele saiu para caçar, teria evitado toda essa tentativa de não ser notada por ele. Quando a garota finalmente chegou lá embaixo, se sentiu satisfeita consigo mesma ao perceber que nem mesmo a audição do vampiro havia sido o suficiente para ouvi-la, caso contrário, ele já teria aparecido.

Ela caminhou na ponta dos pés até a porta da frente e quando estava prestes a segurar a maçaneta o inevitável aconteceu. Ele estava tão perto dela que a garota teve que se afastar um pouco para manter uma distância relativamente segura entre os corpos dos dois.

– Você por aqui, Elena! – disse Damon com um tom divertido. ­

– Damon. – ela suspirou sem ao menos se dar conta que havia pronunciado o nome que havia evitado há dias – Eu estou com pressa, okay? Eu tenho que ir em casa trocar de roupa e ainda por cima estou atrasada para a escola. Então se me der licença...

– Eu não pude acreditar quando ouvi você aqui noite passada. – comentou, ignorando completamente o que a garota havia dito – Não achei que viria aqui depois do meu pequeno... incidente. – disse lembrando-se de quando havia quebrado o pescoço do jovem Gilbert – Então, o que mudou?

– Nada mudou. – garantiu.

– Ia sair sem ao menos me cumprimentar, Elena? – fez beicinho – Conclusão: você ainda está me evitando.

– E você sabe muito bem o porquê. –disse fria – Agora pode, por favor, me dá licença? Eu realmente preciso ir.

– Bem, eu só estou tentando dizer que o fato de você se sentir segura o suficiente para passar a noite aqui, comigo na mesma casa, já é um grande passo depois de tudo. – Damon deu de ombros e finalmente fez o que ela pediu a ele, deu um passo para o lado.

– Não. – ela avisou – Como eu disse: nada mudou.

Antes que Damon pudesse responder a isso, e ela sabia que ele faria, considerando o seu desejo de sempre dar a última palavra, a garota sentiu um choque de eletricidade passar por seu corpo quando segurou a maçaneta. A explosão foi forte o suficiente para mandá-la voando para o ar, batendo em Damon no meio do caminho, e com isso os dois foram jogados contra a parede com tanta força que uma grande rachadura surgiu no meio dela. O corpo de Elena havia encontrado o de Damon, fazendo com o que o impacto fosse bem mais suave que o do vampiro, mas ainda assim muito doloroso para ela.

Damon gemeu e Elena atreveu a abrir seus olhos, percebendo que estava em seu colo e com a cabeça apoiada em seu peito. Os braços do vampiro aconchegaram a garota em um abraço, o que a assustou a princípio.

– Você está bem? – perguntou preocupado.

– Sim. – ela disse suavemente – E você?

– Nada que uma boa massagem não resolva. – ele respondeu, gemendo enquanto movia o pescoço da esquerda para a direita.

Ela tentou se livrar dos braços que a envolviam com cuidado. – O que aconteceu? O que foi isso?

Damon tentou levantar-se também, mas estava visivelmente com dificuldades. E como algum tipo de reflexo, Elena correu para o seu lado para ajudá-lo. Ela puxou-o pelo braço para lhe dar apoio, mas o soltou imediatamente quando ele já estava de pé, temendo algum comentário típico de Damon sobre ela correndo para ajudá-lo. Porém, o comentário não veio.

– Alguma coisa ou alguém, obviamente, não quer que você saia. – Damon declarou, olhando para a porta.

– Como um feitiço? – Elena perguntou, franzindo a testa – Quem faria isso?

– Eu conheço apenas uma bruxa. Você conhece alguma outra?

Ele deu um passo para frente e caminhou até a porta com a intenção de abri-la.

– Cuidado! – ela conseguiu falar, antes que outro choque de eletricidade tomasse conta do corpo do vampiro. Dessa vez, Damon estava preparado, porém gemeu mesmo assim ao sentir a dor do choque e deu alguns passos para trás por causa do impacto.

– Filho da... –ele começou, voltando-se para Elena – Eu vou matar aquela bruxa!

– Porque Bonnie faria isso? – Elena perguntou – Ela não tem razão para fazer uma coisa dessas. Ela nunca iria me trancar em uma casa com você.

– Essa é a primeira vez em semanas que você passa a noite aqui. Ela provavelmente não tinha idéia que você estaria aqui e quando viu Stefan saindo essa manhã percebeu que era o momento perfeito para me trancar aqui pra sempre.

– Em sua própria e gigantesca casa? Onde Stefan também mora? – perguntou revirando os olhos – Isso não faz sentido e você sabe disso, Damon. Se Bonnie quisesse fazer algo parecido ela teria feito há muito tempo e não em sua própria casa, mas provavelmente em um espaço pequeno, você não acha?

Damon hesitou por um segundo, a raiva ainda era evidente em seu e rosto e na sua postura, mas Elena poderia dizer que ele estava tentando se acalmar.

– Então quem fez isso? – ele finalmente perguntou, calmamente.

– Eu não sei, mas devemos tentar descobrir. Bonnie não fez isso, Damon. E pensando bem, ela pode ser a única pessoa que pode nos tirar daqui.

Elena levou as mãos no bolso da calça jeans, rezando para que o impacto não tivesse quebrado seu telefone. Ela ficou aliviada ao ver que o aparelho ainda estava inteiro e imediatamente discou o número de sua amiga. Do canto do olho, viu Damon andando pra lá e pra cá enquanto tocava em todas as partes da janela com o dedo, e como era de se esperar o choque elétrico o fazia gemer de dor a cada tentativa fracassada.

– Pare com isso. – ela pediu – Eu acho que é óbvio que estamos trancados aqui dentro.

– Tem que haver um ponto fraco em algum lugar. – Damon murmurou, continuando sua jornada enquanto seguia para verificar as outras janelas e portas.

Foi só então que Elena percebeu que não estava ouvindo nada em seu telefone. Ela olhou para a tela e suspirou em frustração. Sem sinal. Ela levantou o telefone para cima e começou a vagar pelo grande corredor, mas não obteve êxito algum.

– Ótimo. –ela sussurrou, ouvindo Damon soltar inúmeros palavrões em outra parte da casa.

Ela seguiu em direção de onde a voz do vampiro vinha e acabou ir parando na enorme sala de estar.

– Damon, onde está seu telefone? O meu está sem sinal.

Damon enfiou a mão no bolso e tirou seu telefone, e em seguida jogou-o em direção a garota que quase não conseguiu pegar.

– Estamos em um presídio de segurança máxima. – Damon anunciou, irritado – E ainda por cima é cheio de cercas elétricas.

Elena olhou para o telefone de Damon e suspirou enquanto passava a mão no cabelo com a mão livre. – Não há sinal.

Isso fez com que ele a encarasse. – Que tipo de feitiço é esse?

– Vamos apenas esperar até Stefan voltar. – Elena disse, tentando ser racional. – Ele provavelmente não pode entrar, mas vamos falar com ele através da janela e ele vai imediatamente chamar Bonnie para corrigir isso. Então vamos apenas ficar calmos...

– Eu estou calmo, tudo bem. – Damon garantiu a ela, porém, sua aparência sugeria o oposto – Calmo e tranqüilo. Pronto para matar calmamente quem teve a coragem de nos trancar aqui.

– Eu ainda não entendo quem seria... ­– começou Elena, parando no meio da frase quando o óbvio surgiu em sua cabeça – Katherine.

Seus olhares se encontraram e Damon pareceu considerar isso por um momento.

– Isso não é seu estilo. E ela precisaria de uma bruxa para realizar o feitiço... a menos que...

– A menos o quê? – Elena perguntou, ansiosamente. Ela queria saber quem fez isso, mesmo que ela não pudesse resolver nada. Ela ficaria mais calma se soubesse quem tinha sido o responsável por isso, mesmo que significasse que a pessoa em questão fosse o seu maior pesadelo: Katherine.

– Há certos objetos e artefatos que bruxas podem lançar uma maldição. È como trancar a magia dentro deles e os objetos podem ser acionados para libertar o feitiço. – Damon explicou – Katherine poderia ter um objeto como esse e talvez Emily possa ter feito isso para ela.

– ... Tudo bem... – Elena acenou com a cabeça, andando até o sofá e sentando, analisando a situação. – Assim poderia ser Katherine. Mas por quê?

– Fácil! – Damon deu de ombros, caminhando até ela – Ela quer Stefan e para isso tem que nos manter fora do caminho.

– Isso é um pouco fácil demais. – Elena protestou.

– Como eu disse: não faz o estilo de Katherine. Se realmente fosse Katherine, ela teria sido mais... violenta. Você sabe, se ela realmente quisesse nos tirar de seu caminho ela teria nos concedido uma morte horrível.

Elena estremeceu involuntariamente ao ouvir as palavras de Damon. Katherine a assustava.

– Então... não foi ela.

– Não, não foi. – Damon garantiu, de braços cruzados, uma grande carranca surgindo em sua testa.

De repente, o som de outro impacto elétrico parecia fluir pela casa e Elena levantou-se do sofá.

Ela olhou para Damon.

– Isso não foi um de nós. – ela afirmou, enquanto corria de volta para o grande corredor a tempo de ver Stefan do lado de fora.

– Stefan! – ela gritou, correndo para a janela e com um enorme cuidado párea não toca-la.

Stefan caminhou até a janela com um olhar confuso em sua face. Elena viu que ele estava tentando dizer alguma coisa, porque viu sua boca se movendo, mas ela não conseguia ouvir absolutamente nada.

– O que ele está dizendo? – Elena perguntou, virando-se para Damon que havia seguido a garota.

– Não é uma pista. – Damon deu de ombros descuidadamente.

– Vamos lá, Damon! Não me diga que a sua audição de vampiro não está funcionando.

– Ela deveria funcionar, mas por algum motivo não está. – ele explicou, também surpreso com o fato – O feitiço não nos permite ter qualquer contado com o mundo exterior. Como está sua língua de sinais?

Por alguma razão, Elena estava um pouco aliviada ao ver que Damon já havia voltado com as suas provocações, algo que não a incomodava tanto assim. Preferia essa versão à raiva e o descontrole. Ela correu para a sala de estar e começou a vasculhar as gavetas, e rapidamente encontrou um pedaço de papel e uma caneta.

– Minha língua de sinais está um pouco enferrujada, mas minha escrita está perfeita como sempre. – ela disse, quando ela começou a escrever.

– Inteligente, Gilbert. – ele comentou monotonamente enquanto estava em frente da janela, acenando para o seu irmão com o seu meio sorriso estampado em seu rosto.

Elena suspirou quando viu o que o vampiro estava fazendo.

– Pare com isso. Não há nada de engraçado nisso.

– Realmente não há. – Damon concordou – Mas às vezes você tem que fazer o melhor de uma situação ruim.

Ela caminhou de volta para a janela, empurrando Damon um pouco para o lado enquanto erguia o pedaço de papel.

“Traga Bonnie.”

– Eficiente com tão poucas palavras. – Damon comentou sarcasticamente.

Stefan assentiu e murmurou algo que mesmo sem ouvi-lo, os dois já sabiam o que era.

“Quem fez isso?”.

Damon e Elena encolheram os ombros simultaneamente. A garota escreveu alguma coisa em outro papel e em seguida o ergueu novamente.

”Não foi Katherine.”

– Mas uma bruxa tem que estar envolvida no processo. – disse ele a Elena – É um feitiço forte. Deve ter relação com algum objeto. Alguma idéia do que poderia ser?

Elena pensou sobre isso e de repente lembrou de alguma coisa. O pensamento fez seu coração parar de bater por um segundo. Damon facilmente percebeu isso.

– O que foi? – perguntou, fingindo irritação.

– Eu já volto. – ela disse, subindo as escadas correndo.

Ela entrou no quarto de Stefan e imediatamente se aproximou das estantes. Esta manhã ela havia sido atraída por várias caixas pequenas de prata que estavam na prateleira. E como não havia sido capaz de conter-se, acabou as abrindo. Ela não era de bisbilhotar, mas as caixas eram tão bonitas e brilhantes e ela ficou tão curiosa. Ela estendeu a mão para a caixa menor e lembrou-se da faísca que atravessou seu corpo quando ela havia a tocado. E foi nesse momento que as peças do quebra-cabeça pareciam se encaixar... E se ela tivesse causado tudo isso?

Rapidamente ela correu de volta para as escadas, e encontrou Damon encarando fixamente alguma coisa do outro lado da janela.

– O que você está fazendo? – ela perguntou, parando no último degrau.

–Tentando brincar de charadas com o meu irmão, mas ele não é divertido. – disse, revirando os olhos.

– Bom saber que alguém aqui está tentando se divertir.

– Alguém tem que tentar. – afirmou, aproximando-se da garota – E algo me diz que não vai ser você.

– Poderia ter algo haver com isso? – ela perguntou, mostrando-lhe a caixa.

– A caixa de jóias de Katherine. – Damon falou, tirando a caixa das mãos de Elena – Você estava bisbilhotando o quarto de Stefan. – observou, ironicamente.

– Eu abri a caixa esta manhã e algo aconteceu. Poderia isso ter causado o feitiço?

– Certamente poderia ter sido a causa. Emily deve ter trancado um feitiço lá.

– Quer dizer que essa caixa é amaldiçoada desde 1864 e ninguém nunca a abriu?

– Não até que a bela Elena Gilbert entrou em cena e resolveu bisbilhotar. – Damon sorriu, obviamente, satisfeito com o fato – Você nos trancou aqui, Elena. Você sabe se quisesse passar um tempo comigo, você poderia ter pedido. Não precisava algo tão drástico.

– Foi um acidente, okay? Como é que eu ia saber que algo como isso iria acontecer?

– Você deveria saber que é rude mexer nas coisas de outras pessoas. – ele respondeu, voltando-se para a janela e encarando Stefan – Sua namorada estava bisbilhotando! – ele praticamente gritou com um sorriso de orelha a orelha, mesmo sabendo que o irmão não poderia ouvi-lo.

– Ele não pode te ouvir, Damon,

– Mas acho que ele entendeu a mensagem.

Stefan obviamente entendeu o que estava acontecendo. E direcionou sua atenção para Elena e murmurou algo para ela.

– Eu estou bem. – ela assegurou, acenando.

Stefan focou em Damon e lançou-lhe um olhar.

– Oh! Isso foi um olhar de advertência, irmãozinho? Estou tremendo em minhas botas.

Stefan sacudiu a cabeça e murmurou algo que tanto Elena como Damon entenderam: “Eu vou estar de volta.”.

E com isso o mais jovem Salvatore se virou e saiu correndo.

– Lá vai ele! Nosso grande herói. – disse Damon, ainda sorrindo com a coisa toda, antes de virar-se para Elena – Então parece que você e eu vamos ficar presos aqui por enquanto. O que vamos fazer para passar o tempo?

– Isso é um pesadelo. – Elena suspirou, ignorando Damon enquanto ela caminhava para as escadas e sentava-se em um dos degraus.

Damon caminhou até ela.

– Espere. Deixe-me ver se entendi... Depois de tudo que você passou durante esses meses: as mortes, o caos, e todas as ocorrências perturbadoras... – ele fez uma pausa – Você acha que ficar trancada em uma casa gigantesca comigo é um pesadelo? Você nunca vai deixar de me machucar?

– Eu não estou dizendo isso para te machucar. – ela falou, desviando seus olhos do vampiro – Só acho que há coisas mais divertidas que isso, Damon. – tentou explicar-se.

– Mas pesadelo? É uma palavra forte você não acha? Você não poderia pensar em uma palavra um pouco mais madura?

– Pesadelo foi uma escolha madura. – ela assegurou-lhe, levantando e ficando face a face com o vampiro, como quando havia acontecido mais cedo. – A morte e caos são um inferno, Damon. Então sim, pesadelo é uma ótima palavra aqui. Eu estou presa em uma casa gigantesca com um vampiro do mal que matou meu irmão mais novo. Eu acho que você deve está satisfeito, já que só se qualifica como pesadelo em minha bagunçada vida.

Ela se virou e começou a subir as escadas.

– Onde você está indo? – Damon perguntou a ela.

– Isto não é um encontro entre amigos. – ela lhe disse – Nós não vamos sentar juntos e ter conversas significativas ou jogar jogos bobos. – ela disse de forma fria – Podemos estar presos aqui, mas a casa é realmente grande e se tivermos sorte, logo o feitiço vai estar desfeito. Eu estarei lá em cima, tomando banho e estudando algumas coisas.

– Tudo bem. Faça o que quiser. – Damon concordou, encolhendo os ombros.

– Obrigada.

Com isso ela desapareceu pelas escadas.


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Notas finais do capítulo

Comentem e me digam se devo continuar. :)



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