Entre o amor e o crime escrita por Naty Winchester


Capítulo 22
Planos


Notas iniciais do capítulo

Olá povo....
Bem. Caroline e Carina cara a cara... u.u
Boa leitura



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/505261/chapter/22

A vida é tão curiosa e o destino tão cruel, as vezes me pergunto por quanto tempo 0terei que lutar contra as barreiras que insistem em se meter no meu caminho. Quantas pedras estão dispostas a me derrubar?

Seria mais fácil se eu soubesse o que me esperava no futuro, tenho certeza que evitaria tanta dor, perdas e desilusões. Mas é difícil passar por essas situações sem saber o que irá acontecer, é enlouquecedor.

Fiquei sem fala ao ouvir o nome da mulher, não tinha muito o que dizer e Klaus também não, ele saiu do quarto passando pelos dois e se esquecendo completamente de mim, não o culpei, porém foi constrangedor ver o tal de Elijah encarar a loira e direcionar seu olha a mim, sussurrando um simples, “perdão pelo incomodo”, não sabia quem aquele homem era ou pensava ser, apenas vi ele sair atrás do irmão deixando aquela mulher de cabeça baixa e os olhos marejados. Não senti pena, na verdade, minha vontade era de arrancar a sua cabeça, contudo, eu não poderia o fazer.

— Ham... quem é você? – Ela me encarou com um sorriso sutil, notei que ela não era uma pessoa calma ou paciente. Carina tinha uma malicia escondida em seus olhos, contudo, eu sabia apenas o que foi me falado. – Quer dizer... não quis parecer ser rude, só... qual é o...

— Caroline Forbes – A cortei, eu sim queria parecer rude – Namorada do Klaus – Ah! Nada me deu mais prazer que ver aquela cena, Carina arregalou os olhos e sorriu querendo disfarçar o desgosto. Em segundos, me olhou debochada, de forma vitoriosa.

— Não sei se ele falou de mim... – Neguei com a cabeça, o que não deixava de ser verdade. – Eu vou lutar por ele, e... qual é? Você não tem a mínima chance, é uma criança. Incrível, hoje mesmo Camille me falou de você, é só uma criança.

Camille... até ela sabia disso? Dei um passo para frente me preparando para pular naquela mulher, mas algo me segurou. Senti o peso daquelas palavras me prenderem, era a verdade, a mais pura verdade.

— Tenho certeza que ele vai preferir ficar com uma criança, ao invés de... – Eu poderia ser baixa, extremamente má, mas verdadeira no fim de tudo – Uma vadia traidora e vulgar, sabe disso não é Carina? Sabe que ele nunca vai voltar pra você.

— Nick não me esqueceu, eu sei disso – Ela pareceu pensar nas minhas palavras, contudo não se afetou, nem eu acreditava verdadeiramente no meu discurso que refletia o conto de fadas que acabei inventando – Você, sua pirralha estupida, não sabe com quem está se metendo, eu...

— Você nada, você não é nada – Não esperei que ela me desse uma resposta, sai me esbarrando propositalmente na loira falsa.

Estava me preparando para descer as escadas quando uma voz chamou o meu nome. Eu não o conhecia e realmente não estava disposta a conversar, contudo, eu não poderia simplesmente ignorar o irmão do Nick.

— Niklaus está te esperado no jardim – Me analisou depois de breves segundos e voltou a falar daquela forma tão elegante e estranha, bem estranha – Gostaria de te pedir desculpas pelo inconveniente, não tinha conhecimentos do seu relacionamento com o meu irmão, na verdade, creio que ninguém sabe ainda, certo?

— Não, mas logo vão saber – Eu acho, bem tenho certeza que ele pretende contar.

— Entendo... – Suspirou colocando suas mãos nos bolsos da calça – Espero que você compreenda a situação do meu irmão com a Carina, porém, tenho certeza que isso não atrapalhará em nada.

Ele estava terrivelmente enganado, contudo não tentaria o convencer, nem questiona-lo. Elijah parecia uma pessoa tranquila e um bom observador, logo voltava a me analisar sob o silencio.

— Não acredito nisso, e espero que me entenda – Ele sorriu parecendo surpreso, e logo me indicou o caminho para o jardim. Desci as escadas e caminhei rapidamente até encontrar um Klaus pensativo, ele estava sentado em uma cadeira de balanço próxima a piscina.

— Nick, eu... – Me sentei no seu colo vendo o olhar dele cair sobre mim. Seu rosto se aproximou e logo senti seus lábios contra os meus. Klaus me puxou pela cintura me pressionando cada vez mais no seu corpo.

Niklaus não estava disposto a me largar, eu sentia isso no modo em que me segurava e me beijava, com possessão.

— Elijah achou que depois de descobrir tudo, eu estaria disposto a conversar com ela – Resmungou – Carina apareceu de surpresa aqui e os convenceu que esse era o momento certo. Acho que ela conseguiu estragar o meu almoço.

— Eles querem o seu bem – Argumentei – Depois de ouvir a verdadeira história, ela não parece tão má assim. Acho que eles só queriam te curar. Eu... não sei se existe um melhor momento para isso.

— Vamos pra outro lugar – Ele se levantou disposto a sair daquela casa, contudo, o segurei com força.

— Você não pode dar esse gostinho a ela. – Sussurrei não acreditando no que iria falar – Eu não gosto da ideia, mas eu sei que você deve encarar aquela “coisa”, não tem escapatória Klaus.

Ouvi de longe o chamado de Esther. Klaus assentiu e eu, descaradamente, peguei  o seu braço sob o olhar curioso da minha sogra. Ele não pareceu perceber ou entender a minha atitude, mas enfim, não se opôs.

— Eu não queria que isso tivesse acontecido logo hoje – sussurrou a mulher – Mas tudo está resolvido Niklaus, tenho certeza que ela não insistira em nada. Não acha o mesmo Caroline?

— Ah sim sogrinha— Eu estava pensando tanto nessa palavra que acabei falando-a totalmente sem querer, e quando eu falo alguma bobagem, imagine só! Meu rosto estava vermelho, tão vermelho que ultrapassava a classificação “maduro”, ele estava uma pimenta, literalmente.

Klaus arregalou os olhos e por breves segundos vi um sorriso debochado em seus lábios, ao menos isso.

— Brincadeira – Disse como se aquilo fosse uma piada para amenizar o ambiente. Não sei se adiantou, ou se ela acreditou, contudo, sorriu divertida me puxando pelo braço, se enganchando nele.

Chegamos na sala de jantar e todos já estavam em seus devidos lugares, notei que a maioria dele sabia sobre Carina e tinham concordado com o plano, um pouco despreocupado, de Elijah. Qual é? Ele acreditou mesmo que isso iria dar certo, que eles se sentariam na mesma mesa e sorririam um para o outro. Bom! Se depender de mim, isso não irá acontecer.

Percebi as irmãs Petrova e ao meio o irmão do Damon, os dois se encaravam incisivamente, Silas tinha uma postura mais neutra, contudo Damon faiscava raiva e não pretendia esconder de ninguém.

Tatia era uma mulher extremamente vulgar, tanto na aparência como no modo de agir. Amara era doce e tímida, vi que ela se esforçava para manter sua cabeça erguida. Eu as conheci brevemente, a mãe da Elena nunca foi realmente ligada à sua família.

Me sentei ao lado de Klaus e Henrik, e novamente voltei a avaliar todos que estavam ali, pareciam obrigados a olhar um para a cara do outro, não era algo natural.

Aurora era muito descarada, ficou dando em cima do Damon na frente de todos, não era novidade para ninguém. Finn parecia perdido em seus próprios pensamentos como se estivesse longe dali, um pouco lesado, confesso.

Olhei para Tyler, ele acariciava disfarçadamente a barria de Rebekah, ela tinha o contado e não foi algo que Mikael aceitou rapidamente, contudo, depois de tudo o que ele fez, não teve a oportunidade de reclamar de nada.

Falando, ou melhor, pensando em Mikael. O homem estava sentando na ponta da mesa como um rei, isso me lembrava o quanto aquela situação parecia ser um formigueiro, nesse caso, a rainha era no masculino, enfim, péssimo trocadilho, imagino o que Kol falaria se pudesse ler pensamentos.

Ele me olhava com um sorriso maroto no rosto, eu sabia, Kol Mikaelson queria aprontar, no entanto se segurava. Aproveitei para fazer uma careta em direção a Camille que conversava animadamente com a Tatia, ainda me perguntava quando ela havia conhecido a Carina, depois de tudo, é estranho imaginar elas conversando, ainda mais de mim.

Elijah parecia incomodado e Esther esbanjava felicidade, notei que Henrik estava mais calmo também. Contudo, Klaus não, ele sorria nervoso, um sorriso bem falso na verdade. E claro, percebi que sou uma ótima observadora, sorri comigo mesmo.

— Caroline, é muito feio ficar avaliando os outros, e pior, fazendo piadas mental sobre eles – Falou Damon atrás de mim, logo se sentando na minha frente.

— O que? – Perguntei vendo os olhares debochados de Klaus e Damon.

— Você estava rindo sozinha – Nick comentou baixo. Para variar, na verdade, não posso falar nada em reuniões assim, podem achar que eu sou maluca, contudo, se eu ficar calada, eles têm a certeza. – Você não é normal amor.

— Nunca foi – Refletiu Henrik. Até ele? Se bem que eu não me via em condições de negar nada. Ao menos, conseguia arrancar alguns sorrisos dos três.

— Bom! – Mikael começou olhando Henrik – Primeiramente quero agradecer a Henrik pela sua presença e dizer que estou muito feliz que tenha nos dado outra chance. – Deu uma pausa e logo continuou com um discurso que parecia ter sido ensaiado – Enfim, meus parabéns a melhor equipe de investigação dos Estados Unidos, e você meu filho... – Olhou Klaus, confesso que já estava dormindo – Acho que agora posso dizer que você está preparado para me substituir.

O sorriso de Nick era gigante. Acho que ele se esqueceu totalmente de tudo e prestou atenção em cada palavra de Mikael.

— Esse ano, eu decidi que iriei dedicar todo o meu tempo a minha família – Essa só podia ser uma notícia bombástica, porque a cara de espanto de todos era realmente algo surreal – Nesse caso, apesar da sua pouca idade Niklaus, você estará na frente da Mikaelson Investigações.

Acho que nunca vi ele tão feliz. Seu sorriso “imenso” o acompanhou durante todo o almoço, talvez ele tenha se esquecido por breves segundos o que o esperava mais tarde.

— Klaus... – O chamei me deitando em sua cama – Você acha que alguém percebeu? Quer dizer, a gente saiu da sala de jantar sem dizer nada.

— Love, difícil esconder, não é? – Gargalhou saindo do banheiro com apenas uma toalha enrolada em sua cintura – Deveria ter tomado banho comigo amor.

— Idiota – Senti seu peso sob o meu corpo e minhas pernas serem abertas rapidamente, fazendo Nick se ajeitar no meio delas – Que tarado...

— Uma repetição pode ser bem aproveitada – Sussurrou em meu ouvido, fazendo com que eu tremesse involuntariamente.

— Você está me desvirtuando Klausy— Ele gargalhou revirando os olhos e voltando a me encarar.

— Voltou com esse apelido sweet? – Klaus parecia estar indignado, o que me fez sorrir e o abraçar. Distribui rápidos beijos em seu pescoço e rosto, até chegar em sua boca, até desviar rindo da sua careta.

— Klausy... klausy – repeti sentindo suas mãos apertando a minha cintura – Você me desonrou Nick, vai ter que se casar.

— Casamento? – Klaus riu acariciando os meus cabelos.

Casamento.... Acho que toda garota romântica sonha com esse momento, não sei se sou uma pessoa assim, no entanto, isso não me impediu de, diversas vezes, planejar esse dia. Enfim, não era essa a minha intenção quando falei o verbo “casar”, no entanto, Nick pareceu pensar. Uau, talvez eu tenha chances.

— Você poderia ir lá em casa né – E aquele sorriso sugestivo voltou a surgir em seus lábios, Klaus estava se saindo um perfeito tarado – Depois que falar com a Carina, é claro.

— Ah sim! Isso é para garantir que eu não vou dar um pulo na cama da minha ex – Depois dessa frase tão idiota ele começou a rir. Dei um forte tapa em seu braço, fazendo ele parar e me encarar sério – Essa será a última vez Caroline, e isso só vai acontecer porque todos resolveram me trair e decidir o que é o melhor.

A família Mikaelson sabia que Carina estaria aqui, quer dizer, o plano (bem bolado) do Elijah, era promover essa conversa depois do almoço, aonde seria revelado a novidade de Mikael, enfim, a loira ridícula não conseguiu esperar e o irmão bom não conseguiu segura-la. Até eu sei que isso não daria certo.

 – Acho que é disso que você precisa para seguir em frente. – Revirei os olhos fazendo ele rir.

O puxei pela nuca, colando nossos lábios e iniciando um beijo que logo foi interrompido. O sorriso de Nick desapareceu assim que pegou o meu celular que tocava um rock barulhento, só aos ouvidos dele, logicamente.

— Você e esses seus barulhos – Olhou o visou e me olhou indignado – Lorenzo? Serio isso

— Olha o que você fez Klaus – reclamei assim que a ligação encerrou, peguei o celular da sua mão e digitei uma rápida mensagem. – Nós vamos levar a Elena até o cemitério.

— Você não precisa se torturar Caroline – Sei que tentar não pensar na Bonnie é o melhor jeito de evitar uma dor inútil, contudo, enfrentar a dor é a melhor forma de diminui-la com o tempo. Era o que eu precisava fazer.

— Eu preciso – Lhe dei um selinho e ele me levou até o Grill, voltando para encontrar o seu maior pesadelo.

Enzo já me esperava em seu carro, entrei encarando Elena no banco de trás, ela parecia pensativa e ninguém ousou falar nada até chegarmos ao cemitério. Com facilidade, ajudamos ela a se sentar na cadeira de rodas e fomos em direção ao tumulo da Bonnie.

— Poderiam ter me avisado – Reclamou Tyler apressado para nos alcançar – Achei que só viriam amanhã.

— E que você estava ocupado demais com a bad girl loira – Enzo respondeu rindo. Como se aquele fosse o melhor momento e o lugar perfeito, o acompanhamos rindo de algo que nem sabíamos o que era.

— Vocês querem parar, estamos em um cemitério – E como em um estralo, voltei a empurrar a cadeira de rodas como uma Elena falando como foi indelicado a piada de Enzo, uma piada que ela riu por estar extremamente nervosa. Isso era evidente, afinal, nada que Lorenzo fala é engraçado.

— Quem diria... – refletiu Tyler vendo a foto de Bonnie em uma das lapides.

Era estranho pensar que ela não estava mais ali, só existia um corpo dentro daquele maldito buraco, só um corpo. Olhei Elena que chorava como se fazendo isso a dor sumisse, vi Tyler e Enzo se segurarem, tentando mostrar uma força inexistente.

Mas naquele momento, senti algo que nunca imaginei sentir, um sentimento ruim que simplesmente não consegui evitar. Talvez Klaus tivesse razão, eu não precisava me torturar, eu não deveria ter vindo aqui.

No fundo, não estava conseguindo me entender. Sei que odiava a Katherine mais que tudo, mas aquela vontade de vê-la pagar mais do que simplesmente morrer em um hospital psiquiátrico de luxo, era novidade, era como se só assim a dor sumisse e eu pudesse parar de fingir. Fingir que eu ainda era a mesma, a mesma garota bipolar, divertida e feliz. Eu não era mais a Caroline, porém, poderia voltar a ser.

Tarde demais... naquele segundo eu prometi como se Bonnie estivesse ouvindo. Eu iria me vingar.

[...]

— Tatia? – Katherine entrou na sala se sentando na frente da morena – Achei que não viria me visitar.

— Não se faça de coitadinha Kath, só vim porque a inocente Amara me pediu – Tatia revirou os olhos com um sorriso irônico em seus lábios.

— Silas tá aqui também? – A morena assentiu vendo a morena sorrir – Amara e seus homens, conheci o tal Damon.

— Ficaria na dúvida – constatou Tatia mexendo em um fio dos seus cabelos – Soube que será transferida priminha.

— Não devo me preocupar, não é? – A frase soou como uma ameaça e no fim realmente era.

— Você se meteu nisso porque quis Katherine, mas vou contratar um advogado – A morena viu nos olhos da prima um blefe escancarado, sabia quando estava mentindo – Ah! Bryan está na cidade. – Katherine sorriu, era a sua salvação.

Ele caminhava lentamente, sempre adorou a noite, era quando as piores criaturas saiam dispostas a atacar. Bryan era o melhor, ele tinha consciência de suas habilidades e não deixava que uma chance escapasse de suas mãos. Aquela era a oportunidade perfeita.

Entrou no mundo do crime quando ainda era um adolescente, menor de idade, em busca dos prazeres que a vida poderia oferecer, a adrenalina era o êxtase da sua vida, com o tempo se juntou a um grupo de jovens homicidas, tudo por Tatia, no fim, ela foi o seu maior erro.

Roubos, mortes e curtição, esse é o resumo perfeito do dia-a-dia daquelas pessoas. Katherine se tornou uma delas. Já tinha a avisado sob os perigos que seu plano corria, tinha ameaçado dizendo que não ficaria ao seu lado, contudo, ela o traiu, Katherine não escutou, e agora ele estava sendo obrigado a dar um jeito de tira-la daquela situação.

Bateu na porta duas vezes, logo a mulher abriu sorrindo em vê-lo. Uma ligação horas antes deixou ela curiosa e surpresa, afinal, Bryan nunca gostou de cidades pequenas. Isso tinha um motivo, seus crimes eram mais difíceis de serem escondidos, então, depois da morte de seus pais, ele foi embora.

— Que bom que venho Bryan – Ele entrou deixando suas malas no chão e abraçando a mulher com um belo sorriso forçado. – Ela precisa de você.

— Por isso que eu vim madrinha... vocês são minha única família.

— Caroline vai ficar tão feliz em te ver.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Me digam o que estão achando da fic.... beijos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Entre o amor e o crime" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.