Os Gêmeos Potters escrita por MaV1


Capítulo 35
Espelho do Medo


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Harry nunca tivera em toda a vida um almoço de Natal igual àquele. Cem perus gordos assados, montanhas de batatas assadas e cozidas, travessas de salsichas, terrinas de ervilhas passadas na manteiga, molheiras com uva-do-monte em molho espesso e bem temperado e, a pequenos intervalos sobre a mesa, pilhas de bombinhas de bruxo. Essas bombinhas fantásticas não se pareciam nada com as bombinhas fracas dos trouxas que os Dursley em geral compravam, cheias de brinquedinhos de plástico e chapéus de papel fino. Harry puxou a ponta de uma bombinha de bruxo com Violet e ela não deu apenas um estalinho, ela explodiu com o ruído de um canhão e envolveu-os em uma nuvem de fumaça azul, enquanto caiam de dentro um chapéu de almirante e vários camundongos brancos, vivos. Na mesa principal, Dumbledore tinha trocado o chapéu de bruxo por um toucado florido e ria alegremente da piada que o Professor Flitwick acabara de ler para ele.

Pudins de Natal flamejantes seguiram—se ao peru. Percy quase quebrou os dentes em uma foice de prata que estava escondida em sua fatia. Harry observava o rosto de Hagrid ficar cada vez mais vermelho à medida que pedia mais vinho e acabou beijando a bochecha da Professora Minerva, e quase para espanto de Harry, rira e corara, o chapéu de bruxa enviesado na cabeça.

Quando Harry finalmente saiu da mesa estava levando uma montanha de brinquedos das bombinhas, inclusive uma embalagem de balões luminosos e não—explosivos, um kit para cultivar capixingui, a planta símbolo de Hogwarts, e um jogo de xadrez de bruxo. Os camundongos brancos tinham desaparecido e Harry teve a desagradável sensação de que eles iam acabar virando jantar de Natal para Madame Nor-r-ra.

Os Potters e os Weasleys passaram uma tarde muito alegre ocupados em uma furiosa guerra de bolas de neve. Depois, frios, molhados e ofegantes, voltaram para junto da lareira na sala comunal de Grifinória, onde Harry estreou o seu novo jogo de xadrez perdendo espetacularmente para Ron. Suspeitou que não teria levado uma surra tão grande se Percy não tivesse tentado ajudá-lo tanto.

Depois de lancharem sanduíches de peru, bolinhos, gelatina e bolo de frutas, todos se sentiram demasiado fartos e sonolentos para fazer outra coisa senão sentar e assistir a Percy correr atrás de Fred e Jorge por toda a torre de Grifinória porque eles tinham furtado seu crachá de monitor.

Fora o melhor Natal da vida dos gêmeos. No entanto, no fundinho da cabeça alguma coisa só incomodaram o dia inteiro. Somente quando finalmente se deitam, com Violet no dormitório da grifinoria, é que tiveram tempo para pensar no que a capa invisível e a pessoa que a mandara para Harry e a caixa com os diários para Violet.

Ron, cheio de peru e bolo e sem nenhum mistério para perturbá-lo, caiu no sono assim que puxou as cortinas de sua cama de dossel. Harry debruçou—se pela borda da cama e puxou a capa que escondera ali.

— Era do nosso pai. — Sussurrou ele para a irmã.

“Use-a bem”, dissera o cartão.

— Nós temos que experimentar, agora. — Disse a irmã saindo da cama e indo para o outro lado da cama. Eles se enrolaram na capa. Olhando para as pernas, não viram nada apenas o luar e as sombras Era uma sensação muito engraçada.

— “Use-a bem”. — sussurrou ele novamente.

Toda a Hogwarts se abria para eles com esta capa. Sentiu—se tomado de excitação em pé ali na escuridão silenciosa. Podia ir a qualquer lugar com a capa, qualquer lugar, e Filch jamais saberia.

Ron resmungou adormecido. — Será que devemos acordá-lo? —

— Hoje não, só nos hoje, só os Potters, depois você pode passear com ele, mas hoje só eu e você. — E saíram sorrateiros do dormitório, desceram as escadas, atravessaram a sala comunal e passaram pelo buraco do retrato.

— Quem está aí? — perguntou esganiçada a Mulher Gorda. Eles não responderam. Saíram depressa pelo corredor.

— onde devemos ir? — Pararam, e pensaram.

—Biblioteca, — disseram os gêmeos juntos. Harry deu uma risada e eles foram andando lentamente até o primeiro andar.

A biblioteca estava escura como breu e muito estranha. Harry acendeu uma luz para enxergar o caminho entre as fileiras de livros.

— Apaga isso. — Disse Violet pegando a lâmpada e colocando no lugar e apagando—a

—Mas ta escuro! — exclamou Harry

— Usa o feitiço lumos então. É melhor e não vai deixar rastro. —

—— lumos — ambas as varinhas estavam acesas e com isso eles foram em direção ao fundo da biblioteca

Harry foi até a seção reservada que era bem no fundo da biblioteca. Saltando com cautela a corda que separava esses livros do resto da biblioteca, ele ergueu o braço para ler os títulos.

E Violet foi até a seção das varinhas, madame pince não a tinha deixado ir até lá dizendo que só tinha livros muito avançados e ela não tinha nenhuma necessidade de ir até lá.

Os livros que Harry via não lhe informavam muita coisa. Suas letras descascadas e esmaecidas formavam dizeres em línguas que ele não entendia. Alguns sequer tinham título. Um livro tinha uma mancha escura que fazia lembrar horrivelmente de sangue. Os pelos na nuca de Harry ficaram em pé. Talvez fosse imaginação dele, talvez não, mas achou que ouvia um sussurro inaudível vindo dos livros, como se eles soubessem que havia alguém ali que não deveria estar.

Precisava começar por alguma parte, ele procurou na prateleira mais baixa um livro que parecesse interessante. Um grande volume preto e prata chamou sua atenção. Puxou—o com esforço, porque era muito pesado, e equilibrando—o nos joelhos, deixou—o abrir ao acaso.

Um grito agudo de coalhar o sangue cortou o silêncio, o livro estava gritando! Harry fechou—o depressa, mas o grito não parou, uma nota alta, continua, de furar os tímpanos.

—O que diabos você fez? — perguntou Violet Harry não respondeu só pegou a capa jogou por cima deles e saíram correndo.  Em pânico, eles ouviram passos que vinham pelo corredor do lado de fora. Passaram por Filch quase a porta. Os olhos claros e arregalados de Filch atravessaram, os gêmeos passaram por debaixo dos seus braços estendidos e saíram desabalados pelo corredor, os gritos do livro ainda ecoando em seus ouvidos.

Pararam subitamente diante de uma alta armadura. Estiveram tão ocupado em fugir da biblioteca que não prestaram atenção onde estavam indo. Talvez porque estivesse escuro, eles nem reconheceram onde estavam. Havia uma armadura perto das cozinhas, eles sabia, mas ele devia estar uns cinco andares acima.

— O senhor me pediu para eu vir direto ao senhor, professor, se alguém estivesse perambulando durante a noite e alguém esteve na biblioteca, na seção reservada. —

Harry sentiu o sangue se esvair do seu rosto. Onde quer que estivesse, Filch devia conhecer um atalho, porque sua voz baixa e untuosa estava se aproximando, e para seu horror, foi Snape quem respondeu:

—A seção reservada? Bom, eles não podem estar longe, vamos apanhá-los. —

Os Potters ficaram imóveis no lugar em que estavam quando Filch e Snape viraram o canto do corredor à frente. Eles não podiam vê-los, é claro, mas era um corredor estreito e se chegassem mais perto esbarrariam neles, a capa não o impedia de serem sólidos.

Recuaram o mais silenciosamente que podiam. Havia uma porta entreaberta à sua esquerda. Era sua única esperança. Esgueiram—se por ela, prendendo a respiração, tentando não empurrá-la e, para seu alívio, conseguiram entrar no aposento sem que os adultos percebessem nada. Eles passaram direto e Harry e Violet apoiaram—se na parede, respirando profundamente, ouvindo os passos dos dois morrerem a distância. Fora por pouco, por um triz. Passaram—se alguns segundos até ele repararem em alguma coisa no aposento em que se escondera.

Parecia uma sala de aula fechada. Os vultos escuros das mesas e cadeiras se amontoavam contra as paredes e havia uma cesta de papéis virada, mas escorada na parede à sua frente havia uma coisa que não parecia pertencer ao lugar, alguma coisa que parecia que alguém acabara de pôr ali para tirá-la do caminho.

Era um magnífico espelho, da altura do teto, com uma moldura de talha dourada, aprumado sobre dois pés em garra. Havia uma inscrição entalhada no alto: Ojesed stra ebru oy ube cafru oyr on wohsi.

Já livres do pânico, agora que não ouviam sinal de Filch e Snape, os gêmeos aproximaram—se do espelho querendo mostrar—se sem ver nenhuma imagem como antes. Adiantaram—se para o espelho.

— Meu deus! — quase gritou Violet

Harry só balançou a cabeça. O coração dele batia com muito mais fúria do que quando o livro gritara, porque não vira somente a própria imagem no espelho, ou da irmã mas a de uma verdadeira multidão por trás dele.

Mas o quarto estava vazio. Respirando muito depressa, ele se virou lentamente para o espelho.

Lá estava ele, refletido, parecendo branco e assustado, e lá estavam, refletidos às suas costas, pelo menos outras dez pessoas, Harry espiou por cima do ombro, mas continuava a não haver ninguém mais. Ou será que eram todos invisíveis também? Será que estava de fato em um aposento cheio de gente invisível e o truque desse espelho é que ele refletia tudo, invisível ou não?

Olhou para o espelho outra vez. Uma mulher parada logo atrás de sua imagem e de sua irmã sorria e lhe acenava. Ele esticou a mão e sentiu o ar atrás dele. Se ela estivesse realmente ali, ele a tocaria, pois suas imagens estavam muito próximas, mas ele pegou apenas ar, ela e os outros só existiam no espelho.

Era uma mulher muito bonita. Tinha cabelos como a da irmã e os olhos... “Os olhos são igualzinho aos meus”, Harry pensou, acercando—se um pouco mais do espelho. “Verde—vivo... Exatamente do mesmo formato” ... Mas então reparou que ela estava chorando, sorrindo, mas chorando ao mesmo tempo. O homem alto, magro, de cabelos negros, parado ao lado dela abraçou—a. Usava óculos e seu cabelo era muito rebelde. Espetava na parte de trás, como o de Harry.

—Violet... — sussurrou Harry. — Você a vendo isso? —

Harry estava tão perto do espelho agora que seu nariz quase encostava em sua imagem.

— Mamãe? – murmurou ela — Papai? — Harry balançou a cabeça.

Eles apenas olharam para os gêmeos, sorrindo, e lentamente Harry olhou para os rostos das outras pessoas no espelho e viu outros pares de olhos verdes iguais aos seus, outros narizes como o seu, até mesmo um velhote que parecia ter os mesmos joelhos ossudos que ele. Harry estava olhando para sua família, sem ser a irmã, pela primeira vez na vida.

Os Potter sorriram e acenaram para Harry e para Violet e eles retribuíram o olhar carente, as mãos comprimindo o espelho como se esperasse entrar por dentro dele e alcançá-los. Sentiu uma dor muito forte no peito, em que se misturavam a alegria e uma terrível tristeza.

Violet estava chorando abraçada ao irmão. —Vamos embora Harry, por favor. — pediu ela baixinho, ela não conseguia mais olhar para os espelho. Ver eles e não poder tocá-los doía. Eles estavam mortos e nada que ela podia fazer ia trazer eles de volta, nem mesmo magia.

Quanto tempo esteve parado ali, ele não sabia. As imagens não esmaeceram e ele continuou mirando—as até que o pedido da irmã o trouxe de volta ao presente. Não podiam ficar ali, tinham de encontrar o caminho de volta para a cama. Com esforço, desviou os olhos do rosto de sua mãe, sussurrando "Eu volto" e saíram depressa do aposento.

— Você podia ter me acordado — falou Ron, aborrecido na manhã. Violet estava sentada na cama do Neville abraçada com o travesseiro do irmão enquanto o irmão e o amigo colocavam os suéteres 

— Você pode vir hoje à noite. Eu vou voltar, quero lhe mostrar o espelho. —

— Eu gostaria de ver sua mãe e seu pai — disse Ron, animado.

— E eu quero ver toda a sua família, todos os Weasley, você vai poder me mostrar os seus outros irmãos e todo o mundo. —

— Você pode vê-los a qualquer hora. E só vir à minha casa neste verão. Em todo o caso, talvez o espelho só mostre gente morta. Mas é uma pena você não ter achado o Flamel. —

—Eu não acho que você devia voltar Harry. — sussurrou Violet enquanto eles iam pro café da manhã.

— o que? Porque? Você não quer ver nossa mãe e nosso pai? — perguntou ele parando surpreso

— é claro que eu quero, mas... não são eles. Eles não são reais. — disse ela se virando para ele. Ele só balançou a cabeça e continuou a ir para o salão principal.

— Coma um pouco de bacon ou outra coisa qualquer, por que é que você não está comendo nada? — eles já estavam sentados na mesa única do salão, Harry estava ignorando a irmã.

Harry não conseguia comer. Vira os pais e iria vê-los de novo à noite. Quase se esquecera de Flamel, já não lhe parecia tão importante. Quem ligava para o que o cachorro de três cabeças estava guardando? Quem ligava realmente que Snape fosse roubar a coisa? Ele não ligava pra o que a irmã dizia, eram os pais dele.

— Você está bem? — perguntou Ron — Está com uma cara tão estranha. —

O que Harry mais temia era não conseguir encontrar o aposento do espelho outra vez.  Tentaram refazer o caminho de Harry ao sair da biblioteca, andando a esmo pelos corredores escuros durante quase uma hora.

— Estou falando — disse Ron, — Vamos esquecer tudo e voltar. —

—Não! — sibilou Harry — Sei que é em algum lugar por aqui. —

Passaram pelo fantasma de uma bruxa alta que deslizava na direção oposta, mas não viram mais ninguém. Na hora em que Ron começou a reclamar que seus pés estavam dormentes de frio, Harry identificou a armadura.

— É aqui... Logo aqui... É. —

Eles empurraram a porta. Harry deixou cair a capa dos ombros e correu para o espelho.

Lá estavam eles. Sua mãe e seu pai sorriam ao vê—lo.

— Está vendo? — Harry cochichou.

— Não consigo ver nada. —

— Olhe! Olhe eles todos... Ali, montes deles... —

— Só consigo ver você. —

— Olhe direito, vamos, fique aqui onde eu estou. —

Harry deu um passo para o lado, mas com Ron diante do espelho, não conseguiu mais ver sua família, apenas Ron como seu pijama de lã escocesa.

Ron, porém, estava mirando a própria imagem, petrificado.

— Olhe só para mim! — exclamou.

— Você está vendo toda a sua família à sua volta? —

— Não, estou sozinho, mas estou diferente... Pareço mais velho, e sou chefe dos monitores. —

O quê? —

— Estou... Estou usando um crachá igual ao do Gui... E estou segurando a taça das casas e a taça de Quadribol, sou capitão do time de Quadribol também! —

Ron despregou os olhos dessa visão magnífica para olhar excitado para Harry.

— Você acha que esse espelho mostra o futuro? —

— Como pode mostrar? A minha família está toda morta. Deixe—me dar outra espiada. —

— Você teve o espelho só para você a noite passada, me deixa olhar mais um pouco. —

— Você só está segurando a taça de Quadribol, que interesse tem isso? Eu quero ver os meus pais. —

— Não me empurre... —

Um ruído repentino do lado de fora no corredor pós—fim à discussão dos dois. Não tinham se dado conta do como estavam falando alto.

— Depressa! —

Ron atirou a capa de volta para cobri-los na hora que os olhos luminosos de Madame Nor—r—ra apareceram à porta. Ron e Harry ficaram imóveis, ambos pensando a mesma coisa, será que a capa fazia efeito para os gatos? Passado um tempo que pareceu uma eternidade, ela se virou e foi embora.

— Isto é perigoso. Ela pode ter ido buscar o Filch, aposto que nos ouviu. Vamos. —

E Ron puxou Harry pata fora do quarto.

A neve ainda não derretera na manhã seguinte.

— Quer jogar xadrez, Harry? — convidou Ron.

— Não. —

— Por que não descemos para visitar o Hagrid — Perguntou Violet

— Não... Vai você...——

— Sei o que é que você está pensando, Harry, naquele espelho. Não volte lá hoje à noite. — disse Ron desta vez

— Por que não? —

— Não sei, estou com uma intuição ruim, e de qualquer forma você já escapou por um triz muitas vezes, demais. Filch, Snape e Madame Nor—r—ra estão andando por lá. E daí se eles não conseguem ver você? E se esbarrarem em você? E se você derrubar alguma coisa? —

— Você está falando igual a Hermione e a Violet. —

— Estou falando sério. Harry, não vai não. —

Mas Harry só tinha um pensamento na cabeça, voltar para frente do espelho, e nem Ron nem a irmã iam detê-lo.

Naquela terceira noite ele encontrou o caminho ainda mais rapidamente do que nas vezes anteriores. Andava tão depressa que sabia que estava fazendo mais barulho do que seria sensato, mas não encontrou ninguém.

E lá estavam sua mãe e seu pai sorrindo de novo para ele, e um dos seus avós acenava feliz com a cabeça. Harry se abaixou para sentar no chão diante do espelho. Não havia nada que pudesse impedi-lo de ficar ali a noite inteira com a família. Nada.

A não ser....

— Então, outra vez aqui, Harry? —

Harry sentiu como se suas tripas tivessem congelado. Olhou para trás. Sentado em uma das mesas junto à parede estava ninguém menos que Alvo Dumbledore. Harry devia ter passado direto por ele, tão desesperado estava para chegar ao espelho, que nem reparara.

— Eu... Eu não vi o senhor. —

— É estranho como você pode ficar míope quando está invisível — disse Dumbledore, e Harry sentiu alívio ao ver que ele sorria. —

— Então — continuou Dumbledore, escorregando da cadeira até o chão para se sentar ao lado de Harry — você, como centenas antes de você, descobriu os prazeres do Espelho de Ojesed. —

— Eu não sabia que se chamava assim, professor. —

— Mas espero que a essa altura você já tenha percebido o que ele faz? —

— Bom... Me mostra a minha família... —

— E mostrou o seu amigo Ron como chefe dos monitores. —

— Como é que o senhor soube? —

— Eu não preciso de uma capa para me tornar invisível — disse Dumbledore com brandura. — Agora, você é capaz de concluir o que é que o Espelho de Ojesed mostra a nós todos? —

Harry sacudiu negativamente a cabeça.

— Deixe—me explicar. O homem mais feliz do mundo poderia usar o Espelho de Ojesed como um espelho normal, ou seja, ele olharia e se veria exatamente como é. Isso o ajuda a pensar? —

Harry pensou. Então respondeu lentamente:

— Ele nos mostra o que desejamos... Seja o que for que desejemos... —

— Sim e não — disse Dumbledore — Mostra—nos nada mais nem menos do que o desejo mais íntimo, mais desesperado de nossos corações. Você e sua irmã, que nunca conheceram sua família, as vê de pé a sua volta. Ronald Weasley, que sempre teve os irmãos a lhe fazerem sombra, vê—se sozinho, melhor que todos os irmãos. Porém, o espelho não nos dá nem o conhecimento nem a verdade. Já houve homens que definharam diante dele, fascinados pelo que viam, ou enlouqueceram sem saber se o que o espelho mostrava era real ou sequer possível. O espelho vai ser levado para uma nova casa amanhã, Harry, e peço que você não volte a procura—lo. Se algum dia o encontrar, estará preparado. Não faz bem viver sonhando e se esquecer de viver, lembre—se. E agora, por que você não põe essa capa admirável outra vez e vai dormir? —

Harry se levantou.

— Senhor... Professor Dumbledore? Posso lhe perguntar uma coisa? —

— Obviamente você acabou de me perguntar — sorriu Dumbledore. — Mas pode me perguntar mais uma coisa. —

— O que é que o senhor vê quando se olha no espelho? —

— Eu? Eu me vejo segurando um par de grossas meias de lã. —

Harry arregalou os olhos.

— As meias nunca são suficientes. Mais um Natal chegou e passou e não ganhei nem um par. As pessoas insistem em me dar livros. —

Foi somente quando estava de volta à cama, desta vez vazia, que ocorreu a Harry que talvez Dumbledore não tivesse dito a verdade. Mas, pensou, enquanto empurrava Perebas para longe do seu travesseiro, fizera uma pergunta muito pessoal.


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Notas finais do capítulo

Quem tiver alguma duvida pode perguntar, se ela nao for respondida em um outro capitulo eu respondo



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