Rapunzel estava trancada na torre, tendo como companhia apenas Pascal, um pequeno e estranho camaleão... Como se isso fosse alguma novidade? Mas tudo bem, a garota sempre encontrava uma maneira de se ocupar. Ela pintava, tocava instrumentos, fazia artesanato, lia... Lia repetidamente todos os livros sobre os Magos de North e desejava fazer parte deles, assim como sua mãe. Rapunzel sabia o quanto Mama Gothel era poderosa. Não porque ela lhe contava, mas pelo que estava escrito. Embora a garota já possuísse magia em seus cabelos, ser uma Maga era seu grande sonho.

Um forte ruído chamou sua atenção. Pascal apontou para a janelinha. Ela olhou para baixou e quase não acreditou. Um dragão negro estava batendo as patas nas pedras da torre, desesperadamente. Rapunzel buscou em sua memória, ela já conhecia de algum lugar... Claro! Era aquele filhote de Fúria da Noite que ela havia ajudado quando criança. Como poderia se esquecer? Não é todo dia que um dragão entra em sua torre. O Fúria da Noite a olhava com muita tristeza, como se fosse novamente aquele filhotinho, pedindo sua ajuda. Respirou fundo, ela tinha de fazer a coisa certa. A loira desceu.

– Calminha. – Rapunzel disse carinhosamente, tentando não se concentrar no fato de que estava pisando no chão pela primeira vez. – Calma. O que houve?

– O Banguela precisa de você. – uma garota ruiva que estava ao lado do dragão falou. Por um momento ela se assustou, mas a ruinha lhe parecia confiável. – Espero que consiga, por favor. - Banguela (a garota simplesmente deduziu que era o nome do dragão) baixou as asas, revelando a quê veio. Um garoto. Na verdade, o corpo de um garoto. Era a primeira vez que ela via um, e não parecia ameaçador como sua mãe lhe falava. – A propósito, eu sou Anna.

A loira deu um sorriso de leve: - Sou Rapunzel.

Ela enrolou seu cabelo no peito do menino e começou a cantar:

Brilha linda flor

Teu poder venceu

Traz de volta já

O que uma vez foi meu

Cura o que se feriu

Salva o que se perdeu

Traz de volta já

O que uma vez foi meu

Uma vez foi meu

Rapunzel retirou seu cabelo e se afastou um pouco. O moreno abriu os olhos lentamente. Colocou a mão na cabeça, confuso, e se levantando lentamente.

– SOLUÇO! Você está vivo! – Anna gritou e o abraçou, antes que o garoto pudesse se manifestar.

– É... Acho que sim. – falou Soluço, já corando. – Eu desmaiei?

– Acho que foi mais ou menos isso.

O Fúria da Noite pulou em cima de seu cavaleiro, lambendo-o.

– Ai, Banguela! – exclamou, se levantando. - Eu já te falei pra não fazer isso. Você sabe que essa baba gruda, não é?

– Bem... – Rapunzel começou, sentindo que não fazia parte daquela cena. Pascal puxou seus cabelos, forçando-a a ficar. – Eu vou voltar para... Para minha torre.

– Espera! – a ruiva chamou – Nós estamos indo para North. Se pudermos fazer alguma coisa...

North, a loira repetiu mentalmente.

– Vocês estão atrás dos Magos de North? – Rapunzel perguntou se animando

– Sim. – Soluço confirmou - Por quê?

– É meu sonho! Eu sempre quis conhecê-los e ver tudo do que são capazes.

– Já sei! Por que você não vem com a gente? – Anna sugeriu

– I-Ir? Com vocês?

Anna fez que sim com a cabeça. Soluço lançou um olhar para a ruiva dizendo, “você sempre convida estranho para suas jornadas?”. A loira olhou para Pascal, que fez um sinal positivo com a pata.

– Tudo bem. Eu vou para North!