Maré Alta escrita por Dobrevic


Capítulo 21
Nightfall


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores! Esse capítulo tá meio "João seu idiota" uhauahua espero que gostem!! Provavelmente agora vou postar com mais frequência, finalmente to de férias, não tem nada melhor que isso! nos vemos nas notass, cliquem nesse link e leiam escutando a música



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No one ever said it would be this hard

Ainda naquela noite, João e eu adormecemos no meu/nosso quarto vendo um filme de comedia. Na madrugada, passei o braço para o meu lado esquerdo e reparei que estava vazio. Sentei na cama coçando a cabeça olhando o quarto vazio, olhei o relógio que marcava 03h48min. Suspirei exasperada e me levantei, calçando minha pantufa azul do lado da cama. Procurei nos quartos do corredor, no banheiro, desci o procurando por toda casa e não achei. Fui em direção à cozinha e abri a porta dos fundos, a noite estava linda e a lua como sempre me deixando embasbacada refletida no azul da piscina. Mas não foi isso que me chamou atenção. Foi à forma preta que flutuava na água. Uma pessoa. João Miguel. Meu coração acelerou e eu corri para piscina, pulando de uma vez só. Sentir aquela água congelada fez meu corpo todo se arrepiar e meus dedos dos pés ficarem duros, mas meu sangue estava quente. Entrei em desespero.

O pânico que eu senti quando o virei, era algo sufocante. João estava desacordado. Puxei-o para perto de mim, e segui para a beira da piscina, puxando-o para cima, deixando ele com seu corpo pela metade para fora, apoiado na borda da piscina. Joguei meu corpo para cima quando me apoiei na borda e sai da piscina, em seguida puxando o João, para ficar deitado no gramado. Levei minha mão tremula ao seu pulso, sentindo se ele ainda tinha pulsação. Fiquei aliviada quando notei que sim, mas era tão fraco que fez meus olhos marejarem. Notei que ele não estava respirando e comecei a aplicar o resto do que eu tinha aprendido nas minhas aulas de primeiros socorros. Ficando feliz por ter feito aulas assim, quem diria que uma vontade louca de querer ser paramédico, tinha me feito ter aulas de primeiro socorros só para saber como era, e agora eu estava possivelmente salvando a vida de alguém.

Corri para fazer respiração boca a boca e até massagem pulmonar para ver se água saía de seu corpo, e quando ela finalmente começou a sair eu senti a adrenalina drenar o meu corpo e meus membros foram ficando moles. Sentei-me no chão o vendo cuspir.

Respirei fundo olhando para sua pele que tinha perdido toda cor e estava inteiramente branca, mas suas maças do rosto estavam rosadas pelo frio e sua boca roxa. Meus olhos focaram nos seus que começaram a se abrir. Ele encarou o céu ainda tossindo, alguns segundos depois ele virou a cabeça encontrando os meus olhos e fazendo todo meu corpo reagir as suas íris incrivelmente azuis. Seus cabelos loiros estavam grudados a sua testa. Seus olhos pareciam me analisar cuidadosamente. Assim como meus olhos começaram a analisa-lo também, sua blusa preta estava totalmente grudada ao seu corpo, seu abdômenestava totalmente marcado. A garrafa de Jack Daniel’s flutuava na água da piscina.

Puxei-o com o máximo de força que eu tinha e ele ficou em pé, mas parecia um pouco tonto então o segurei. Passei meus braços pelas suas costas abraçando, ele apoiou um braço em meus ombros. Senti sua pele das costas arrepiada, reprimi um sorriso, e segui de volta por onde eu tinha saindo, indo para a cozinha.

Na cozinha, o coloquei sentado na cadeira da mesa enquanto eu seguia para os armários procurando o que precisava. Eu conseguia ouvir seus lábios tremendo por causa do frio, nem eu e nem ele falamos alguma coisa. Peguei um comprimido para dor de cabeça e um pouco de água, colocando perto do seu braço apoiado na mesa. Ele me olhou, mas rapidamente desviei para onde estava o chocolate em pó e o leite. Peguei uma panela pequena de aço e liguei o fogo, misturei o chocolate e o leite na panela e peguei uma colher de pau para mexer. Eu conseguia sentir o olhar dele em mim. E estava fazendo o possível para focar no meu possível chocolate quente.

– O que você está fazendo? – Ouvi a voz fraca dele e fechei os olhos respirando fundo.

– Chocolate quente – Respondi indiferente.

– Obrigado – A cada palavra que ele falava era um soco no meu estômago.

Mais cedo estava tudo bem, nós nos divertimos, eu acho que nunca dei tanta risada na vida. Ele me mostrou um lado engraçado dele, forte. Em seu lugar eu nem sei como reagiria, mas tenho certeza de que não seria com um sorriso no rosto. Vez ou outra eu pegava feixes de tristeza e cansaço em seu sorriso, inclusive nos seus olhos, que costumavam sorrir juntos. A perda do Jorge era algo que eu esperava e não esperava. Ele poderia ter vivido mais e simplesmente optou pelo mais fácil. Eu nunca desistiria da minha vida, nunca.

– Não tem do quê. Você precisa se esquentar. Porque não vai trocar de roupa? – Eu estava tentando manter minha voz firme, mas tudo que eu consegui foi fazê-la sair friamente.

– Malu, não to agradecendo pelo chocolate. Não sei como eu caí na piscina, me desculpa, por favor – Sua voz estava rouca, muito rouca.

Virei-me para olhá-lo e seus olhos estavam suplicantes.

– Mas eu sei João – Disse baixo – Eu vi a garrafa, e sinceramente? Você não precisa disso.

Desliguei o fogo mexendo mais uma vez na bebida cremosa a minha frente, peguei uma xícara no armário e despejei a bebida na mesma.

– Bota uma roupa quente para dormir ou você vai acabar pegando um resfriado – Disse baixo e rápido enquanto saía da cozinha sem me preocupar em lavar a louça.

No meu quarto, peguei meu secador o ligando na tomada, de frente para o espelho fui secando meu cabelo que insistia em embolar. O João estava com problemas. E não é de hoje. Desde quando soube do seu pai ele está assim, come pouco, fala pouco e sobre a bebida, hoje foi à primeira vez em que o vi assim. Eu achei que estivesse tudo bem no parque. Mas eu jamais entenderia a dor dele. Nunca imaginei que por trás daquela marra toda existiria alguém tão frágil. Eu estava tentando ser forte, juro que estava, mas mesmo que esse casamento não seja real, a vida a dois é mais complicada do que pensei. Eu ainda tinha boas noites de sono para pôr em dia, peguei uma calça e um casaco moletom dentro da gaveta, tirei a roupa molhada e me vesti novamente. Liguei o aquecedor e fui me deitar. Tenho minhas dúvidas sobre o João achar o caminho da cama do quarto de hóspedes. Puxei a coberta e me enrolei, me esquentando. Em meio a pensamentos, rapidamente adormeci.


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Notas finais do capítulo

Obrigada as meninas que estão comentando, e as pessoas que permanecem fantasmas hauhauhaua se tiver uns 6 reviews volto ainda essa semana! Teremos grandes revelações nos próximos capítulosss rs Beijosss



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