O Segredo dos Bennech escrita por bianinha


Capítulo 20
A resposta


Notas iniciais do capítulo

Ai, que capítulo difícil ç.ç



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Depois de ser praticamente arrastada até o lugar onde apontei, Connor e eu nos deparamos com o nada. Era uma espécie de corredor sem saída, totalmente escuro e abafado. Procuramos um interruptor ou algo do tipo, mas não achamos coisa nenhuma, ainda assim, podíamos ouvir conversas desesperadas do outro lado do cimento.

Frustado, Connor deu um chute na parede, o que fez um barulho esquisito e imaginei que ele tivesse machucado feio o seu pé, mas na verdade, revelou-se uma abertura, como se fosse uma passagem secreta.

- Encontrei alguma coisa. - avisou ele.

Eu corri para perto dele e o ajudei a empurrar o grande bloco de cimento que tinha ali. Finalmente, vou poder tirar todos daqui e essa loucura toda acaba. pensei. Mas assim que conseguimos tirar a porta do caminho, vimos que tinha mais.

Uma grade nos separava de todos os outros, a fechadura tinha um cadeado diferente, sem números ou abertura para chave, porém conseguia ver Anne Marie atrás delas sentada. Só de ver um rosto amigo, meus olhos já umideceram e gritei;

- Anne Marie!

Ela, assim como todos os outros, se virou surpresa e veio correndo em minha direção colocando as mãos nas grades.

- Michelle! Ai meu Deus! Finalmente. - disse ela.

Logo já havia um aglomeração perto do portão e todo mundo tentava falar ao mesmo tempo, até que alguém gritou por silêncio.

- Como tiramos vocês daqui? - perguntei enquanto testava a resistência do cadeado, só para comprovar minha dedução, era forte de mais para que tentassemos quebrá-lo.

- Eu vou lá dentro buscá-los. - sugeriu Connor pronto para reaparecer do outro lado.

- Não! - impediu um Kingan, bom, pelo menos deduzi que fosse, já que além de Ann e seus primos , não sabia de mais nenhum Bennech preso ali. - Uma vez que você entra aqui, seus poderes perdem efeito. Se vier, não sai.

- Achou mesmo que eu não ia pensar nisso, Alexis? - começou Mat surgindo do meio do grupo. - Isso quase me ofende.

- Você nunca foi dos mais espertos, Bennech. - revidou ele.

- Não é hora de discutir, idiotas. - Anne Marie interferiu. - Mitchie - seu tom de voz mudou e ela se virou para mim. -, esse cadeado tem algum tipo de enigma. O Mestiço já o abriu várias vezes, mas o fez muito rápido e nenhum de nós conseguiu entender.

Olhei mais uma vez para o objeto, vasculhando por alguma rachadura ou imperfeição, algo que abrisse ou rachasse. Connor fez a mesma coisa, sem muito sucesso. Todos ali já pareciam ter tentado muito, mas parecia um problema sem resposta.

- Droga! - alguém do grupo prisioneiro gritou. - Achei que dessa vez sairíamos desse inferno.

A expressão de derrota tomava conta do meu rosto e eu me apoei na parede e deslizei, até que sentei no chão empoeirado e coloquei a cabeça entre os joelhos. Connor se sentou ao meu lado e me abraçou, numa tentativa de me consolar. Não era o abraço que queria, ainda assim, fiquei grata. Ele encarava Mat, que ao ver a cena, simplismente revirou os olhos. Não sabia o que aquilo significava.

Todos ficaram quietos lá dentro, com excessão de alguns cochichos. Coloquei a mão no pescoço em buscar do meu colar, que mais uma vez não estava comigo. Provavelmente o deixei cair da minha mão enquanto corria. 

Lá em cima, a batalha parecia continuar e perceber que eles ainda não tinham desistido, me fez levantar e olhar mas uma vez ao cadeado. Passei meu dedos nele e senti um relevo na parte inferior. Curiosa, olhei e lá tinha uma frase. Paul, notou minha curiosadade, e logo alertou.

- Não adianta, já tentamos isso também. É uma língua esquisita, provavelmente inventada pelo Mestiço. Nem o Sr. Kingan conseguiu decifrar.

Ainda assim, observei com cuidado e aquilo não me era estranho. Logo, reconheci. Havia um idêntico na minha correntinha da sorte. Eu já havia saído com ela da maternidade, e era enorme para mim ná época. Não entendia como meus pais biológicos podiam ter me dado um peça assim valiosa se estavam indo a falência, mas meus parentes adotivos me falaram para não questionar o presente. 

Era um jóia velha, sabia disso porque suas pedras apresentavam pequenas rachaduras, que eu tinha como tique, seguí-las com o dedo.

Aquele conjunto de rabiscos no cadeado de ouro não era uma frase, pareciam representar uma sequência de movimentos. Os segui com os olhos, mas nos final eles perderam sua continuidade. Droga! pensei. Isso com certeza tinha a ver com a abertura da grade. Pensei em voltar e procurar pela minha corrente, mas ficar no meio daquela batalha ia provavelmente diminuir ainda mais a chance de tirá-los daqui. Será que foi por isso que ele quis minha corrente? Minha mente não conseguia achar nenhuma conexão e não precisava, não agora, pelo menos. 

- Que foi, Mitchie? - perguntou Mat interrompendo meus pensamentos. 

- Acho que sei como funciona esse cadeado. - respondi com incerteza.

- Como? - indagou Paul.

- É uma sequência de movimentos, mas dá pra perceber que está incompleta. Eu já a vi antes, só preciso lembrar.

Já havia observado meu colar por horas, e percerber as pequenas rachaduras que cada pedrinha possuía, cada uma exatamente na ordem que estava ali, faltando apenas duas ou três.

Comecei a repetí-la com o pé e logo fui lembrando, assustadoramente, não sabia como. Eu definitivamente era esquisita! Quando completei, sabia que os movimentos eram certos, mas provalvelmente não incluiam uma dancinha. Tentei refaze-los na parede ao lado esquerdo, nada. Ao lado direito, nada. Na grade, nada. No próprio cadeado, nad... antes que pudesse completar, ouvi um estalo.

Todos arregalaram os olhos e eu senti um frio na espinha. Continuei o resto da sequência e o cadeado se soltou.

- Ai meu Deus! - eu disse.

Taquei aquele negócio longe e começaram a empurrar as grades. As pessoas começaram a me abraçar, agradecer, dar tapinhas, mas minha mente mal estava lá. Não acreditava no que acabara de fazer, mas precisei voltar a mim.

- Gente! - disse - Vamos lá em cima ajudar o resto.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? comentem, sinto falta dos reviews D:



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