O Segredo dos Bennech escrita por bianinha


Capítulo 13
A busca




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Acordei animada, finalmente vou descobrir o meu segredo, pensei. Coloquei uma roupa bonita, arrumei meu cabelo, e peguei meu colar da sorte. Não que eu seja supersticiosa, mas só para garantir. Era o meu único colar que chegava perto de ser uma jóia, era banhado a ouro e tinha uma delicada pedra de topázio amarelo na ponta, que é a pedra do meu mês.

E lá fomos nós, em pleno domingo atrás do 'Grande Mestiço'. Cheguei na casa de Anne Marie e ela e seus primos me esperavam na sala.

- Bom dia. - cumprimentei

- Oi, Mitchie. - disseram em coro.

- Vamos? - perguntei

- Claro. - respondeu Paul, o mais velho.

- Aqui está o nome da rua. - entreguei o papel com o nome em indiano para Mat ele olhou, respirou fundo e me estendeu a mão. - Pronto? - perguntei, ele afirmou com a cabeça e sumimos.

De repente eu estava na Índia, no que me parecia uma cidade grande, eu estava parada bem em frente a placa da rua. O trânsito, mesmo de domingo estava terrível, eu já havia visto que o trânsito deles era meio bagunçado, mas de perto chegava a ser pertubador, uma bagunça completa. Logo apareceu Anne Marie e em pouco tempo o time estava completo.

- Todos aqui, né? - conferiu Paul

- Sim - respondeu Rob

- Então vamos prosseguir.

E começamos a andar, éramos estranhos a todos que passavam na rua, mas já deviam estar acostumado com turistas, por isso não ficavam olhando para nós o tempo todo, o que me deixou mais confortável.

- Você sabe pra onde estamos indo, Paul? - perguntou Anne Marie impaciente.

- Não enche, Ann. - disse ele bravo. - As ruas aqui são complicadas.

- Você sabe onde ele fica? - insistiu ela

- Deve ser um lugar bem discreto, quase secreto. É preciso inteligência. - explicou ele.

- Olha lá! - gritou Rob - Encontrei.

Todos olharam para Paul, que disfarçou que não viu.

- Vamos em frente.

Se uma coisa era certa, era que aquele lugar não era nada discreto nem secreto. As paredes de fora eram pintadas de um azul forte e várias estrelas amarelas sobre ele, imitando o céu. Por dentro era como um grande atêlie, várias pessoas moldavam vasos de argila e uma música indiana tocava bem alto. Toda vez que entrava alguém, um sininho atrás da porta anunciava a chegada. Estávamos nós cinco olhando pelo vidro.

- É, parece que ele não está aí. - Falou Mat

- Será que ele não saiu para dar uma volta? - perguntou Anne

- E quem garante que ele fala inglês? - pensou Paul

Vi que Rob estava quieto agora, então queria saber o que ele pensava. 

Ai, que fome... Mas se eu falar eles vão me chamar de criança.

Decidi ser solidária, e chamar todos para comer.

- Gente, faz umas três horas que estamos procurando ele, vamos comer um lanche.

- É! - gritou Rob, que recebeu um olhar mal de todos e se encolheu.

- Tudo bem, parece justo. - apoiou Mat

- Ei, espera aí. - interrompeu Paul. - Primeiro: Nós não podemos sair da cola do cara. Se não vai tudo por água abaixo. Segundo: Nós por acaso temos dinheiro?

- Eu trouxe. - disse Mat

- Como conseguiu esse dinheiro? - perguntou Paul desconfiado

- Da forma mais honesta possível. - rebateu Mat. - Você não acha que trapacearia ou acha?

Logo estavam brigando, mas a fome de Rob falou mais alto e ele interrompeu a briga.

- Vamos comer ou não? - perguntou ele

- Rob, ainda não resolvemos o primeiro problema. - Paul, como sempre estragando o prazer dos outros.

- Resolvemos sim. - discordou Anne Marie. - Temos um restaurante japonês aqui em frente. - disse apontando para um restaurante japonês do outro lado da rua.

- Comida japonesa na Índia? - Continuou Paul. - Rídiculo.

- Então fique aí. - disse Rob

- É, nós vamos comer. - completou Anne Marie e fomos os quatro em direção ao restaurante, deixando Paul para trás.

Lá pegamos uma mesa perto da janela para poder observar o ateliê e quem entrava e saia de lá, eu sentei de frente para Ann e do lado de Mat que estava de frente para Rob. 

- Você está muito bonita hoje. - cochichou ele no meu ouvido me fazendo corar.

- Como se eu já não tivesse ouvido você pensar isso. - retruquei sorrindo, e podia jurar que ele corou um pouquinho e depois riu. 

- Touché! - respondeu por fim.

Pedimos um porção de rolinho primavera e sushi, e logo Paul se juntou a nós. Ficamos satisfeitos, mas nada do grande mestiço. Foi quando vimos uma mulher entrar toda cautelosa numa portinha ao lado do ateliê que não havíamos reparado. 

- Olhem, acho que lá está o 'Grande Mestiço'. - falou Anne Marie baixinho.

- Vamos lá. - disse Rob saindo em disparada e com todos atrás, Mat ficou por último pois tinha que pagar a conta.

Entramos pela porta e era quase impossível absorver tudo, era um corredor enorme, cheio de prateleiras, e prateleiras cheias de livros e livros cheios de pó.

- Acredito, que aqui esteja o livro que aquele tal de Gary precisa. - falei enquanto andávamos entre as prateleiras.

- Acredito que aqui estejam todos os livros que a humanidade precisa. - completou Ann

- Meu deus! - exclamou Rob - Mal posso ver o fim do corredor!

Foram comentários desse tipo que ouvimos do Rob o caminho inteiro, até chegarmos numa salinha. O Grande Mestiço conversava com a mulher que entrara há um tempo atrás. Ela fez uma reverência e saiu por uma outra porta.

- Aposto que pela aquela porta seria muito mais rápido. - reclamou Rob

- Shiiiiiiiiiiiiu! - avisei, estávamos escondidos atrás de umas prateleiras e ficamos lá até que o homem saiu também.

- E agora? Vamos lá ver? - perguntou Rob

- Não. - respondeu Paul. - Vamos esperar ele voltar, e pegá-lo de surpresa! E arrancar dele todas as respostas! - dizia Paul ambicioso.

- O Grande Mestiço pode ajudar vocês? - interrompeu uma voz grossa com um sotaque estranho.

- AH! - gritaram todos de susto.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Obrigada a todos que acompanharam até agora
Mandem reviews.