Blessing or Curse? escrita por misshunter


Capítulo 54
Last Chapter


Notas iniciais do capítulo

Ooi amores! Aqui está mais um capítulo, o último. Ficou um pouco grandinho (é que eu não queria enrolar vocês e dividir em dois) espero que tenham paciência para ler e que gostem.
Ah e leiam as notas finais, são bem importantes.



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P O V NARRADOR

O dia amanheceu. Os rapazes haviam acabado de acordar e fizeram suas higienes matinais como de costume e em seguida desceram para tomar seu café.
Castiel já estava a cozinha e mexia curiosamente na torradeira, ele puxou o botão ao lado e ficou olhando intrigado o que aconteceria depois.
–Tá fazendo o que aí? -Dean perguntou em um tom mais alto depois de ter se aproximado cautelosamente, fazendo o anjo se virar de uma vez só assustado. Os Winchester riem da sua reação. -Me sinto vingado. -diz Dean pegando a jarra da cafeteira e servindo café.
–Creio que agora posso contar. -diz Castiel. -Mas preciso ser breve, por voto de confiança de alguns irmãos, os liderei até que Ele volte.
–Você virou tipo um patrão do céu? -pergunta Dean de forma debochada, recebendo um olhar de desaprovação de seu irmão. -O que foi? Muito cedo?
–Continue Cas. -diz Sam puxando uma cadeira para que o anjo se juntasse a mesa.
–Naquele fim de tarde, a levei ao céu e pedi por ajuda dos irmãos, mas foram poucos que me atenderam... -Castiel dá uma breve pausa. -E depois de pensarmos uma maneira de fazer tudo ser normal, uma entre grandes protetoras, um de nossos irmãos se ofereceu para cuidar de perto de Jennifer, assim pedindo a permissão para entrar numa humana.
–E ela está bem? -pergunta Sam. -E-ela age normalmente? Quero dizer, ela se lembra de algo?
–Jennifer? -o anjo pensa por alguns instantes. -Não, é como se sua vida tivesse reiniciado. Eu posso mostrá-los. Os irmãos se entreolham e em seguida Castiel toca em suas testas e aparecem em frente a uma casa, de tamanho médio e amarelo suave. A esquerda havia um canteiro de rosas vermelhas, e a entrada a garagem estava aberta dando uma visão de um carro comum e duas bicicletas e mais outras coisas que se encontra nesses lugares. -Aquela é Meriel, -Castiel aponta para a janela da cozinha, mostrando uma mulher de cabelos castanhos claros e olhos acinzentados. -a anjo que se voluntariou a essa nova missão.
–E quem é aquela? -perguntou Dean com um sorriso de canto, apontando para uma garota que beijou o rosto da mulher. Ela tinha cabelos negros e olhos cinzas como a da casca de Meriel.
Sam revira os olhos.
–Filha da casca de Meriel. -responde o anjo.
–E a Je... -antes que Sam pudesse perguntar, a porta principal se abre e dela sai Jennifer. O coração dele dispara e sente um nervosismo estranho. Ela estava com uma aparência saudável e feliz. Seus cabelos escuros estavam brilhosos e soltos, seus olhos azuis brilhavam e tinha em sua face um belo sorriso. Em seguida se aproxima a outra garota e começam a conversar e entram ao carro, sem ao menos perceberem a presença dos rapazes ali perto. A anjo Meriel se aproxima do carro e dá uma rápida olhada para Castiel e os Winchester e disfarça acenando para as garotas, que deram partida ao carro e logo sumiram pela estrada.
–Parece que elas não perceberam três marmanjos as observando. -comenta Dean em um tom divertido.
–Estamos invisíveis. -diz Castiel.
–Invisíveis é? -Dean sorri. -Incrível! -ele diz e começa a fazer uma dança estranha, mexendo os quadris e os braços freneticamente para cima e para baixo.
–O que você acha que ta fazendo? -questiona Sam segurando a risada.
–O que parece? To aproveitando que ninguém ta vendo.
–Mas você sabe que eu e Cas sim, não é?
–Castiel... -diz Meriel se aproximando, e ela mira Dean com uma expressão confusa e em seguida rola os olhos de leve. -Veio saber como vai?
–Sim e também para os mostrá-la.
–Sam e Dean Winchester? -ela pergunta e o anjo assente, enquanto os irmãos apenas observavam.
–Tudo em perfeito estado. -diz Meriel. -A cura foi muito bem sucedida e nenhum efeito contrário.
–Obrigado Meriel. -diz Castiel. Ela concorda com a cabeça e logo caminha até a casa novamente.
–Se quiserem nais tarde posso mostrar um pouco mais da vida de Jennifer. -diz o anjo tocando a cabeça dos irmãos, retornando até a casa deles.
–E a Meg? -perguntou Dean.
–Eu a encontrei e a ajudei a seguir sua nova vida humana, assim como Jennifer. Ela mora em Nova York agora, cursa e estagia enfermagem.
–Quem diria? Um ex demônio trabalhando de enfermeira. -debocha Dean. -Que coincidência.
Sam o lança um olhar de reprovação e Castiel um de confuso. E ficam em silêncio por alguns instantes. Os rapazes sentam ao sofá e miram o chão e logo voltam o olhar ao anjo, que ainda em pé os observava pensativo.
–Cas... Obrigado. -diz Sam e Dean em uníssono.
–Não tem o que agradecer, só fiz minha parte... ou melhor só fizemos nossa parte. -e ele some.
Os Winchester sorriem satisfeitos e orgulhosos. E terminam de se arrumar e vão para o seu trabalho conversando sobre assuntos aleatórios. Mas o que não comentaram foi sobre o que viram pela manhã ou que estava ansiosos para ver melhor hoje ao fim da tarde.
O dia não demorou muito para passar e antes de entrarem em sua casa, Castiel apareceu e os tele transportou até um lugar. Do lado de fora, Dean mirou e reconheceu. Ele e seu irmão haviam entrado algumas vezes ao percorrer do tempo de suas caçadas.
A lanchonete tinha uma aparência rústica, feito de madeiras claras e uma porta de vidro, e logo acima com uma placa comum com o nome.
Castiel entrou primeiro e se sentou a uma mesa, como se também conhecesse o lugar. Os rapazes o seguiram.
–Ela trabalha aqui com a filha da casca de Meriel, -diz Castiel. -e daqui vai a um outro lugar, faculdade.
–Jennifer está fazendo faculdade? -pergunta Sam contente. O anjo assente.
Alguns segundos se passam e uma garçonete se aproxima segurando um bloco de pedidos.
–O que vão pedir? -perguntou. Dean a mira e abre um sorriso largo, era a tal garota, filha do corpo que Meriel usava.
–Posso pedir você? -ele perguntou deixando a moça corada.
–Essa cantada de novo. -murmura Sam revirando os olhos e em seguida diz a garota. -Dois especiais do dia.
–E para ele? -ela perguntou mirando Castiel.
–Uma água. -responde o anjo e a moça assente anotando. Antes de se afastar, ela mira sem graça Dean que ainda a fitava.
E eles começam a conversar como bons amigos que são, enquanto Sam discretamente procurava por ela. Ele mirou perto do balcão, em algumas mesas, para algumas das outras garçonetes e inclusive algumas delas piscavam para ele como resposta. Ele mirou para o lado de fora, no estacionamento, perto de onde pegava os pedidos, em todo lugar que fosse visível.
–O que foi Sammy? -perguntou Dean percebendo.
–É... hã... nada. -ele responde e se enturma no assunto que debatiam.
Distraídos, tomam um pequeno susto quando os pratos e o copo de água com gelo são postos a mesa.
–Obrigado. -diz Sam mirando seu prato e quando olha para a garçonete, seu coração dispara por mais uma vez e um sorriso bobo aparece em seus lábios.
–Mais alguma coisa? -Jennifer perguntou sorrindo e um pouco sem jeito por causa do olhar do Winchester mais novo.
–É só... -responde Dean sorrindo também sem tirar os olhos dela.
–Castiel não é? -ela perguntou. Os Winchester se entreolharam nervosos e em seguida miraram o anjo, que assentiu. Percebendo que os rapazes a miravam de forma estranha ela completou. -É que eu já o vi conversando com a mãe da minha amiga... Ah e falando nisso, nem sei como falar isso...
–Não precisa ficar com vergonha. -diz Sam.
–Sei que não é profissional, mas ela insistiu e queria o seu número. -ela diz mirando Dean.
–Ela quem? Sua amiga? -perguntou Dean. E discretamente Jennifer mirou para a garota, que estava encostada ao balcão. -E por que ela não me pede pessoalmente?
–Ela é tímida...
–Então pede o número dela para mim. -Dean pisca. E Jennifer sorri e se afasta.
–Ela parece tão feliz. -diz Sam sorridente.
–Sim, porque ela está feliz. -diz Castiel.
–Nunca achei que esse dia chegaria, -diz Dean. -o dia em que até seríamos felizes.
–Nem eu. -diz Sam.
Eles se alimentam e dão continuidade a conversa. Até que Jennifer se aproxima de novo e trás a conta junto a um guardanapo, com o nome de sua amiga, Summer e seu número. Dean dá uma curta risada e se virando pisca para a garota, que estava vermelha de vergonha e tentava esconder seu rosto entregando os pedidos dos clientes.
–Então acho que é isso... -diz Sam se levantando e colocando o dinheiro sobre a conta. Ele estava feliz mas ao mesmo tempo um pouco vazio, no fundo queria que ela se lembrasse dele, mas sabia que se isso acontecesse não era só isso que lembraria, mas também de todo aquele passado de tragédia e assim começaria tudo de novo e os sacrifícios feitos seriam desperdiçados.
Dean toca o ombro de seu irmão e vai a frente e depois foi a vez de Castiel.
–Você ainda pode tentar se aproximar dela. -aconselha o anjo.
–Não acho que seja uma boa ideia. -e ele sai da lanchonete.
Castiel os acompanhou e os tele transportou até a casa deles, se despediu e voltou aos deveres do céu.
No dia seguinte, domingo pela manhã, o telefone residencial os acordou do sono que pretendiam manter o dia inteiro. Saíram do quarto esfregando seus olhos, desceram as escadas rapidamente e Sam se ofereceu para atender enquanto Dean ia preparando o café.
–Alo... -atendeu.
–Alo, -responde, fazendo Sam arregalar os olhos surpresos. -aqui é da lanchonete Debby's e ontem a noite você esqueceu o celular numa mesa.
Sam mira a mesinha do centro da sala, jurando ter colocado o celular ali quando chegou ontem.
–Ok, obrigado. Daqui a pouco passo aí para buscá-lo. -ele responde e desliga.
–Quem era Sammy? -perguntou Dean. -E buscar o quê?
–Parece que ontem esqueci meu celular na lanchonete. -diz Sam se aproximando da mesa e tomando apressado sua xícara de café em um só gole. Dean o mira com um sorriso de canto. -O que foi?
–Hã... nada.
O Winchester mais novo se arrumou e com o Impala emprestado partiu em direção a lanchonete que por coincidência não era tão longe dali.
Sam entrou e se sentou a uma mesa vendo que todas as garçonetes estavam ocupadas, inclusive Jennifer, que tinha acabado de servir uma mesa a frente do rapaz e assim que o viu deu um leve sorriso e fez um gesto com a mão para que ele esperasse um pouco.
Quando ela terminou o que estava fazendo, sentou ao banco a frente do de Sam na mesma mesa e tirou de seu avental o celular e o entregou.
–Obrigado! -ele diz sorrindo.
–Não tem de que. Só não o esqueça de novo, que da próxima vez vou trocar por drogas. -ela brinca, fazendo o Winchester rir.
–Sam Winchester. -se apresentou estendendo a mão.
–Jennifer Taylor.
–Que horas acaba seu turno?
–As duas. -ela responde.
–Hã... V-você gostaria de ir no festival de fogos de artificio?
Ela aceitou e logo sua chefe a chamou para voltar ao trabalho, sem jeito ela acena e se afasta da mesa. Sam fica com um alegre sorriso no rosto.

[...]

As horas se passaram e Sam a levou até o parque onde teria o tal festival a noite. Caminhavam, passeando pelas árvores em frente a um belo rio e conversavam como se fosse a primeira vez que fizessem isso.
No fim da tarde, eles se sentaram perto do lago enquanto comiam pipoca e depois de tantos assuntos, o silêncio predominou.
–Sabe Sam, sei que pode parecer loucura e peço que não saia correndo... -ela diz e os dois riem. -tenho a sensação que te conheço.
–E-eu também. -ele diz sem graça, pois não era apenas uma sensação, e foi isso o que pensou.
–Sério? -ela diz desacreditada e antes que qualquer um dos dois dissesse mais alguma coisa os fogos começam a brilhar ao céu. Eles os assistem em total silêncio, e de vez em quando observavam um ao outro.
Esse não foi o último encontro deles. Nos dias seguintes, Sam almoçava junto a Dean na lanchonete que ela trabalhava, assim se aproximando cada vez e o mesmo acontecia com Dean e Summer. Saíam e se divertiam todos os fins de semana, até para passarem mais tempo com elas, os rapazes começaram a fazer faculdade. Sam de direito assim com Jennifer e Dean administração enquanto Summer fazia de engenharia.
Dois anos se passaram, elas passaram a morar com os Winchester, trabalhavam ao dia e estudavam a noite, faltando pouco para concluírem seus cursos. E durante esse tempo todos ajudaram com suas economias para que comprassem a casa ao lado, e assim aconteceu. Dean passou a viver ali com Summerr assim deixando a outra casa ao seu irmão.
Castiel com sabedoria continuou comandando seus irmãos e visitava seus amigos quase sempre, participava dos almoços e até dos jogos de baseball que praticavam no quintal de vez em quando.
Mais alguns meses se passaram e com um casamento planejado, Sam, Jennifer e Summer convenceram Dean a torná-lo duplo, o que não foi difícil já que o loiro gostou da ideia desde o começo.
Tudo estava como uma vida normal, uma vida que Sam e Dean sempre quiseram e que consideravam perfeita, e que antes a julgava como algo que só existe em comerciais de manteiga.
–Você consegue acreditar em tudo isso? -perguntou Dean a Sam, dando um gole na sua garrafa de cerveja. Estavam vestidos com as calças e as camisas brancas com as gravatas afrouxadas, parte dos trajes que usaram na cerimônia do casamento e estavam sentados na beirada da calçada da frente da casa deles, esperando Jennifer e Summer para partirem cada um para sua viagem de lua de mel.
–Não... -responde o irmão rindo de leve. -Toda vez que eu imaginava como seria uma vida boa, diferente da que tínhamos antes, não chegava perto do que temos agora.
–As vezes eu fico me perguntando se um Djinn não me capturou.
–Eu também... -diz Sam. E em seguida escutam pigarreios de trás. Se viram um pouco e as vê sorrindo, enquanto seguravam algumas malas.
–Vão nos ajudar ou o quê? -perguntou Summer.
–Claro meu brotinho. -diz Dean rindo se levantando e pegando as malas.
–Me chama de brotinho de novo que te arrebento. -ela diz rindo também e dá um selinho nele.
–Você ainda não disse onde nós vamos... -diz Jennifer fazendo um biquinho.
–Vai ser uma surpresa. -responde Sam. Ela revira os olhos e Sam a rouba um selinho. -Me espera no carro.
Dean sorri para Summer que entende o recado. Ela acena para Jennifer que entrava no recente carro de Sam e entra no Impala de Dean.
–Mas se isso for um sonho ou ilusão ou truque de qualquer monstro, -murmura Sam. -eu não quero acordar, não quero voltar.
Dean mira para Jennifer que estava ao banco da frente mexendo no porta luvas e mirando para algumas fotos deles. Ele sorri e volta seu olhar a Summer que mexia no som do Impala.
–Nem eu, Sammy.

[...]

P O V JEN

Subia as escadas lentamente sentindo um pouco de medo da escuridão da casa. Empurro uma porta semi aberta e adentro um quarto com uma cama de casa, me aproximo e puxo o edredom que cobria alguém ali. Quando faço isso, vejo muito sangue, em toda a volta e por cima de um homem e uma mulher com as gargantas cortadas. Recuo em desespero e começo a chorar enquanto meu corpo todo tremia.
Saio correndo do quarto descendo a escadaria, e de repente dois homens aparece a minha frente com os olhos estranhos, pareciam completamente negros. Uma luz branca que veio de atrás de mim os faz cair ao chão, quando estava prestes a me virar uma outra luz cintila me fazendo fechar os olhos pela intensidade.
Quando os abro, vejo que estou em outro lugar, parece como uma mansão. Sinto uma forte dor na barriga e quando a miro vejo monha roupa toda sanguentada, com a mão tremendo a aproximo da barriga e toco sentindo um grande buraco.
Olho para frente e vejo um homem baixo e vestido de terno enfiando uma faca no meu peito.
Pisco os olhos e vejo que estou numa sela suja e escura. Sinto uma queimação no meu braço, viro meu rosto em direção a ele e vejo um homem o segurando e com sua unha o cortando. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, em outro piscar de olhos apareço numa sala branca e percebo que estou pendurada na parede, miro para meus braços vendo que as correntes passando por dentro dele, miro para frente de novo e vejo aquele mesmo homem baixo vestido de terno segurando uma mini serra. Ele a aproxima do meu peito e o corta. Berro de dor e apareço numa outra pequena sala escura, como uma sela, e a minha frente um homem de barba e boné, e sem que eu posso evitar minhas unhas aproximam de sua pele e a arrancam vagarosamente o fazendo gritar de agonia, e a cena se repete milhares de vezes com milhares de pessoas diferente em cada piscada de olhos.
Quando finalmente acaba, percebo que estou numa cidade e ao meu lado está aquele mesmo homem que cortava meu braço com sua unha e um outro homem com cabelos e olhos claros e com um sorriso perverso. Estalo os dedos e a cidade se explode em segundos.
Quando a poeira abaixa, percebo que estou numa igreja velha e abandonada, sentada a uma cadeira. A minha frente, parecia ser Dean ajoelhado e chorando muito, me inclino um pouco e vejo a sua frente deitado ao chão, Sam. Começo a gritar em angustia, enquanto meus olhos ardiam pelas lágrimas que escorriam. Duas figuras aparecem e minha frente, uma era Castiel e com uma expressão que nunca tinha visto antes, parecia medo e tristeza, e a outra eu não consigo reconhecer, tinha olhos verdes que transparecia medo e cabelos castanhos ondulados e bagunçados. Ele tira um papel do bolso e entrega a Castiel que começa a ler em uma linguagem estranha e em um instante pega uma faca diferente e em um só movimento corta a garganta.
–NÃOOO! -berro chorando. Quando abro os olhos vejo que estou sentada numa cama.
–O que foi? O que houve? -perguntou uma voz ao meu lado. E logo sinto um toque na minha mão, me viro e vejo Sam com uma expressão assustada me fitando de modo como se me analisasse. -Você está chorando e gritou...
–E-eu tive um pesadelo. -murmurei suspirando. -E nele você tinha partido. -começo a chorar mais ainda e ele me abraça.
–Calma... -ele diz segurando meu rosto. -eu to aqui... Não vou a lugar algum.
–Promete?
–Sim, prometo... -ele me mira por mais alguns segundos e deposita um beijo no topo da minha testa. -E o que mais? O que mais houve no pesadelo? -perguntou preocupado.
–M-mais nada... -menti e ao mesmo tempo aquelas imagens de pessoas morrendo com suas peles arrancadas por mim aparecem nitidamente diante dos meus olhos. Tiro as mãos dele do meu rosto e corro até ao banheiro, vou direto ao vaso sanitário e devolvo a água que havia bebido durante a madrugada.
Me levanto e vou até a pia lavar meu rosto. Me miro no espelho por alguns segundos e sinto uma presença na porta, olho pro lado e me assusto com Sam que me fitava preocupado.
Ele abre a boca pra dizer algo mas meus olhos pesam e acabo os fechando. Os abro novamente e aquelas imagens perturbadoras do pesadelo recomeçam a minha frente.

P O V SAM

–Jen! Jen! -a chacoalhei nos meus braços e ela não acordou. Droga! -CAS! Por favor, onde quer que esteja me ajuda.
Olho ao redor e ele não aparece.
Lágrimas de angustia escorrem pelo meu rosto. Por que isso ta acontecendo? Que droga ta acontecendo? Nesses cinco anos nada de estranho aconteceu, por que agora? E por que?
–CASTIEL! Preciso de você, por favor apareça. -digo mais uma vez quase entrando em desespero e ele não vem.
Solto-a delicadamente na cama, rapidamente pego e visto um jeans qualquer e uma jaqueta, e apressadamente a levo até o carro em direção ao hospital, enquanto ligava para Dean.
–Fala Sammy... -atende.
–Dean alguma coisa aconteceu com a Jen e-e Cas não aparece, agora to levando ela pro hospital, pode me encontrar lá?
–O que houve com ela você desconfia que tem a ver com.... -ele hesita e parece pensar. -aquele lance?
–Eu não sei. U-um pouco antes dela desmaiar, me disse que teve um pesadelo e Cas disse aquela vez que ela não teria mais.
–Merda! To a caminho.
Desligo e estaciono. Pego ela no colo e corro até a recepção, logo a moça que ali estava sentada anotando algo, nervosa faz um sinal com a cabeça e aperta algum botão e em seguida um medico e enfermeiros se aproximam com uma maca. Eles a pegam e a colocam ali e rapidamente a levam para o corredor adiante, os sigo até entrar numa ala que nem conseguir ler a placa de tanta agonia.
–Desculpe senhor, não pode entrar aqui. -diz uma enfermeira.
–M-mas eu não posso deixá-la sozinha... eu tenho que...
–Ela não vai estar sozinha, e logo mais lhe daremos informações. -ela dá uma breve pausa e respira fundo como se tivesse dito essas palavras milhares de vezes. -Agora, o senhor tem que preencher os dados da paciente e esperar.
Miro para a enfermeira a fim de encontrar um jeito de discordar disso e ficar com Jen e descobrir o mais rápido possível o que ta havendo. Assinto sentindo meus olhos se encherem de lágrimas e arrumo meus cabelos para trás. Miro para os lados do corredor branco a fim de tentar me acalmar e logo volto a recepção, na qual em cima do balcão havia algumas papeladas e a moça me entregou uma caneta.
–Castiel, onde você está? - sussurrei enquanto preenchia as lacunas dos papéis.
Sinto um toque no meu ombro e quando me viro vejo que era Dean.
–Já sabe o que houve? -ele murmurou quando nos abraçamos, e assim que nos soltamos nego com a cabeça.
–Tentou chamar o Castiel? -perguntei e ele assentiu.
–E para variar nem sinal. -disse.
–Não se preocupe Sam, vai dar tudo certo. -diz Summer preocupada tocando meu ombro. Mary, minha sobrinha de um ano acorda em seus braços abrindo lentamente seus olhos verdes como os de Dean.
–Oi princesinha... -murmuro pegando na sua pequenina e delicada mãozinha, ela sorri e Dean também mas como um bobo babão. Em seguida ele faz um gesto com a cabeça para sentarmos nas cadeiras de espera, e logo assim o fizemos.
–Vou buscar umas batatinhas ok? -Summer disse depois de mais ou menos meia hora de espera. Dean assente e beija a mão dela e pega Mary no colo e fica brincando com os dedinhos dela e falando com uma voz manhosa coisas como: "Quem é a lindinha do papai?" E é claro que Mary sorria muito.
Não consigo deixar de conter o riso também.
–Olá Dean, Sam... -Cas aparece logo sentado do lado de Dean, nos dando um leve susto como de costume. -Pequena Mary. -ele sorri olhando para ela. -Lamento não ter vindo antes, é que...
–O céu precisava de você. -interrompe Dean com um pouco de sarcasmo.
–Sim, -ele responde. -e ainda ocorre boatos que Pai voltou. -eu e Dean nos entreolhamos. -Ouvi suas preces. Onde está Jennifer?
–Ela está... ela desmaiou e estamos esperando os médicos. -respondo. -Você tinha dito que não era possível que ela se lembre das coisas que houveram, mas e se ela teve um pesadelo com isso? O que pode acontecer?
–A cura pode ser rompida? -perguntou Dean preocupado.
–Pesadelo? -Cas murmurou pensativo. -Não há informações especificas sobre todo o processo da cura e seus efeitos, mas creio que não é possível que ela se lembre ou que a cura seja rompida. -ele diz fitando o horizonte. -Talvez algumas das lembranças foram desenterradas de sua alma por algum motivo.
–Que motivo seria esse? -perguntei.
–Eu não sei, preciso vê-la e tentar sentir sua alma ou apenas analisá-la.
–Oi Castiel. -Summer se aproximou segurando três pacotes de batatinhas. -Você quer uma? -perguntou. -Eu posso buscar outra batatinha pra mim.
–Não, obrigado Summer.
Ela sorri e entrega os pacotes e pega Mary no colo novamente e a amamenta.
O silêncio predomina, as vezes eu, Dean e Cas trocávamos olhares de esperança misturados com um jeito de alcançar paciência para continuar esperando.
–Será que se não fosse grave demoraria tanto assim? -perguntei.
Dean e Summer abrem a boca para responder, mas uma enfermeira se aproxima e levantamos.
–Familiares de Jennifer Winchester? -ela perguntou e assenti. -Me acompanhem.
Seguimos-a até o quarto, que ela abre a porta e nos deixa entrar.
Caminhamos até a cama, onde ela estava desacordada. Sento na cadeira ao lado e pego em sua mão, a apertando e dou um beijo.
–Ela está... -diz Cas que é interrompido pelo médico que vem até a porta.
–Senhor Winchester? -perguntou e assenti me aproximando. Dei uma rápida olhada para trás e vi Castiel encostando de leve a mão na sua barriga enquanto Dean pegou na mão dela e Summer na outra.
–Então doutor, como ela está? O que ela tem? Acharam algo?
–Não é nada a se preocupar, em alguns casos pode acontecer de ter desgaste físico e emocional, o que pode levar a períodos de inconsciência e...
–Mas o que ela tem? -perguntei um pouco nervoso e impaciente.
–Pelos exames, ela está gravida de gêmeos.
Meus olhos se enchem d'água de emoção e meu coração se alivia da angústia, do medo de ser algo com o passado.
–Obrigado doutor. -ele assente e eu volto para o quarto e os conto a novidade.
–É um garoto e uma garota. -diz Castiel.
–Acho que nunca vou me acostumar que temos um anjo na família. -diz Summer em um tom divertido.
–Parabéns Sammy, -diz Dean dando um toque no meu ombro. -vai ter dois cabeludinhos.
–Sam... -escuto um murmuro da Jen. Vou até ela.
–To aqui amor.
–O que houve? -perguntou e logo abriu um grande e belo sorriso quando olhou ao seu redor. -Cas, Dean, Summer e Mary.
Eles retribuíram o sorriso e se aproximaram ainda mais da cama.
–Você vai ser mamãe. -digo alegre.
–Mamãe? -ela perguntou emocionada e me puxou para um abraço meio desengonçado.
Ficamos conversando felizes sobre diversos assuntos, inclusive que Dean e Summer queriam ser os padrinhos e que Cas queria vê-los todos os dias, até que uma enfermeira se aproximou e pediu que deixássemos que Jen descansasse.
–Tchau Jen. -diz Castiel dando um beijo na testa dela. -Tenho que voltar aos deveres.
–Só não fique por tanto tempo sumido. -ela diz sorrindo, em seguida ele sai pela porta e das nossas vistas. Summer entrega Mary um pouco para que ela segurasse e também se despede junto a Dean.
E logo sou eu, que sento a cadeira ao lado da cama e dou um selinho e acaricio seus cabelos.
–Eu te amo muito. -murmurei.
–Eu também te amo muito. -ela diz acariciando a maçã do meu rosto.


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Notas finais do capítulo

Por favor comentem ♥ quero saber o que acharam do final, é o primeiro que faço pois essa foi a minha primeira fic.
E tenho que agradecer vocês que a acompanharam e me incentivaram, não teria chegado até aqui se não fosse por vocês. Muuuuito obrigada mesmo, nenhuma palavra pode demonstrar o quão grata sou. Vocês me ajudaram muito, evoluí como escritora e creio até como pessoa, vocês não só me incentivaram a continuar escrevendo, me deram forças para continuar vivendo, pois eu estava numa fase ruim de mim e vocês ajudaram a torná-la suportável. Todas as palavras do mundo nunca conseguirão agradecer vocês.
Me desculpe o desabafo, mas eu só queria que soubesse o quanto vocês são maravilhosos, o quanto são adoráveis e valiosos.
E mais uma coisinha, se quiserem ler minha nova fic, eu ficaria muuuito feliz mesmo
http://fanfiction.com.br/historia/602737/Stuck_On_You/
Amaria ter os melhores como leitores ♥
Obrigada novamente e beijinhos.



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