Blessing or Curse? escrita por misshunter


Capítulo 20
20




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Os rapazes seguram na boca as lanternas e sobem rapidamente pelo andaime. Eu os acompanho, mas eu subo nervosa e vagarosamente.
–Consegue matar demônios sem usar as mãos mas nem para subir um simples andaime. -debocha Dean.
–Não sei se reparou, mas eu não sei me controlar. -respondo grosseiramente.
–Acho que tem alguém de TPM aqui. -continua ele.
Eles riem e se esgueiram pelo buraco, primeiro Dean e depois Sam. Alguns minutos se passam e eu finalmente me esgueiro pelo buraco.
–Demorou hen. -diz Dean sorrindo de canto. Reviro os olhos.
Observo o lugar, é oval e não tem nada além de poeira e teias de aranha. Aquele mal estar que eu estava sentindo mais cedo volta.
–Tem uma escadaria aqui. -murmura Sam do outro lado desse lugar oval.
Então descemos e chegamos a uma área fechada com parede feita de blocos de pedra como todo o convento. E nessa área tem um jardim muito mal cuidado. Flores mortas por todo canto, ervinhas daninhas tomando conta, grama alta e o que parecia ser uma fonte, cheia de musgo úmido. Atravessamos e encontramos uma porta de madeira rústica, trancada. Dean dá um chute e a arromba.
Do outro lado da porta arrombada, vemos a sala do padre Franchesco. Adentramos e fomos até a porta que dá para a igreja, e a porta está escancarada. Sam nos mostra no fundo dessa sala um quartinho. Normal como qualquer outro, com cama, guarda roupa, criado mudo e nele um retrato do padre Franchesco na frente do convento. Aqui deve ser o quarto dele.
–Onde deve estar o padre? -penso alto.
Eles dão de ombros e escutamos alguém gritando por socorro. Um berro de voz masculina vindo da igreja. Saímos correndo, mesmo me sentindo mal eu ainda consigo. Na igreja sentimos uma queda de temperatura e das nossas boca saem vapor. Na porta da igreja que dá para o corredor avistamos o padre Franchesco sendo arrastado por uma garota com pele seca e de cor pálida, o fantasma! A seguimos até Dean e Sam conseguir uma boa mira para atirar nela com suas armas de bala de sal. Ela estava na entrada da escadaria que leva ao dormitórios quando Dean a acerta. Ela some, mas Dean diz que isso é temporário.
Corremos até o padre, os rapazes seguem até a base e arrastam a mesinha e tiram o retrato de tecido. Eu ajudo o padre a se levantar e pergunto onde encontro a chave para sair do convento, ele tira do bolso de sua calça de pijama. Apoiando ele em meu ombro eu o ajudo a ir para fora do convento. Peço para que não entre em hipótese alguma e ele não discorda. Ele não merecia ser salvo, ele deixou a garota morrer sem ar na parede. Mas quem sou eu para dizer o que é certo ou errado, eu já fiz tantas coisas erradas, derramei tanto sangue inocente e ainda estou salva e sendo ajudada por dois caçadores e um anjo com os mais puros corações.
Volto para a base da escadaria, Dean e Sam estavam tirando as pedras com picaretas (eu não vi da onde eles as pegaram).
–Uma ajudinha aqui?! -pergunta Dean.
Antes que eu pudesse ajudá-los, as alunas e as freiras aparecem e descem correndo desesperadas a escadaria. Os Winchester abordam algumas delas perguntando o que houve mas nenhuma delas responde, então eles as mandam ir para fora do convento junto ao padre. Subimos rapidamente a escadaria para checar o que tinha acontecido. Chegando, vimos uma garota pendurada em cruz na parede e o fantasma com a mão na cabeça. A garota já esta desmaiada e com alguns cortes nos braços. Os rapazes atiram nela de novo, mas dessa vez ela escapa e ela pendura Sam na parede em forma de cruz, e ele logo fica fraco a ponto de quase desmaiar.
–Eu vou queimar o corpo dela e você pega aquela garota e leva lá pra fora! -diz Dean.
–E o Sam? -pergunto desesperada.
–Vá logo Jen! -Berra ele. Eu corro até a garota e Dean atira no fantasma, fazendo-a desaparecer de novo.
Eu apoio a garota num dos meus ombros, ela está completamente inconsciente. Antes de eu sair para o corredor arrastando-a, vejo Dean ajudando Sam a se levantar, ele está acordado. Isso me alivia.
Quando estava quase chegando na saída do convento, a garota acorda.
–O que aconteceu?
–Depois eu te explico. Vamos sair daqui prim...-antes de eu terminar de falar algo puxa um dos meus pés, me fazendo cair com tudo no chão. Merda! Isso doeu! E a garota que estava apoiada no meu ombro cai também e grita desesperadamente.
Olho para trás para ver quem estava me puxando. É uma garota com os cabelos embaraçados e sujos, pele pálida como gesso e seca como se tivesse sido sugado o ar de seu corpo. Unhas que machucam meus tornozelos e ela berra algo como: "Sua Vadia! Você vai pagar por tudo que fez!"
Retorno olhar para frente e aquela garota ainda está lá parada gritando apavorada e berro a ela:
CORRA! SAIA LOGO DAQUI!!
Ela não para de gritar, mas pelo menos faz o que pedi e sai rapidamente daqui.
O fantasma me arrasta até a base da escadaria e logo me pendura na parede como uma cruz. Sam para de tirar as pedras e se prepara para atirar, mas Dean o puxa e o manda continuar a ajudá-lo a terminar de tirar as pedras de uma vez. Ele descordante e preocupado continua tirando as pedras. Pelo que vi estavam quase conseguindo terminar.
Eu continuo na parede e o fantasma na minha frente. Ela coloca a mão na minha cabeça e sinto meus braços e pernas se cortarem e sinto uma fraqueza maior daquela que estava sentindo antes.
–Eu vejo o que você fez sua maldita!-diz a fantasma com fúria em seus olhos. -Você já destruiu muitas vidas e trouxe muito sofrimento. Você tem que morrer!
Meus olhos ficam pesados quase se fechando. O fantasma parece satisfeito mas de repente a expressão de seu rosto seco e medonho se enfurece novamente. Ela pesa sua mão gelada na minha cabeça esperando algo, mas nada acontece.
–Isso não é possível. Por que você não morre? -ela berra em seguida sua aparição se carboniza a fazendo gritar de ódio. Eu caio no chão.
Me esforço para me erguer e levanto a minha cabeça e vejo Dean limpando suas mãos batendo uma na outra e logo diz:
–De nada Jen.
Sinto alguém puxando um dos meus braços. Sam.
–Você ta bem?
–Agora eu to.
–Vá lá pra fora tomar um ar enquanto Dean e eu arrumamos essa bagunça, daqui a pouco a gente se vê, ok? -diz Sam analisando os ferimentos dos meus braços.
Eu passo a minha mão na face dele concordando com sua idéia e passando por Dean dou um leve tapa em seu ombro em sinal de agradecimento. Saio da base da escadaria, passo pelo corredor fora do convento encontro as alunas, as freiras e o padre mirando o convento assustados. Eles perguntam nervosos o que aconteceu e muitas outras perguntas. Pacientemente respondo a todas suas questões tentando ser a mais discreta possível.
Finalmente eles param de perguntar e eu procuro um lugar para ficar sozinha. Atravesso a rua e vou onde o Impala está estacionado. Me sento no acostamento encostada na roda do carro.
Aquele mal estar passou de novo. Eu só o tenho quando estou lá dentro daquele convento. Não sei o por que, mas ecoa na minha mente agora as palavras de Dean "solo sagrado". Eu estou tão confusa.
Agora percebo que meus lábios sussurram repetitivamente algo. " Você já destruiu muitas vidas e trouxe muito sofrimento". Não faço a minima idéia quantas vezes já sussurrei essa frase e nem há quanto tempo eu a estou sussurrando.
–Olá Jen. -diz alguém sentado ao meu lado, me fazendo dar um pequeno salto de susto. É o Castiel. -Sim, eu ouvi suas orações e eu ouvi o que você estava dizendo agora.
–Sobre o que eu estava dizendo agora... é...hã... imagine que não ouviu. -digo sem graça. -E então Cas, você pode me ajudar?
–Eu sinto muito, mas eu não posso fazer mais do que isso. -ele diz olhando para o horizonte.
–E aquele outro anjo que me ajudava quando eu era criança? Você sabe onde posso encontrá-lo?
Ele me mira dentro de meus olhos.
–Naquela noite... -Castiel hesita. -ele foi morto pelos mesmos que mataram seus pais. -meus olhos se enchem de lágrimas, Cas continua a olhar o horizonte. -A missão dele era de te proteger dos demônios e purificar sua alma. As ordens era que se ele não conseguisse fazer isso tinha que te destruir, mas ele nunca fez isso.
–Por que?
–Eu não sei, talvez ele queria que as coisas fossem diferentes, talvez ele via esperança em você. -Cas volta a me mirar.
–Ele devia ter me matado.
–Na noite que ele se foi, as ordens do céu era para que alguns anjos fossem te matar. Mas eu não achei justo e te levei a pessoas que podiam te ajudar.
–Obrigada...-o agradeço sem graça.- me desculpa perguntar isso, mas, por que você me ajudou e ainda está me ajudando?
–Bem...-ele olha emotivo para o horizonte -eu acho que também vejo esperança em você. Eu andei procurando uma forma para que você pudesse ter uma vida norm...
–Olha Cas, não se ofenda mas não precisa. Você já fez mais que o suficiente por mim e também eu acho que não mereço e...
–Não Jen, você merece. Você ajuda as pessoas.
–Na verdade você quis dizer, eu mato elas.
–Você pode ter errado, mas uma coisa que Dean me ensinou é que errar é uma coisa completamente normal e perdoável.
Ficamos um tempo em silêncio.
–Jen! -escuto a voz de Sam chamando.
–Aqui!
Ele se aproxima e me dá sua mão para me ajudar a levantar. Olho para onde estava sentada e Cas já tinha sumido. Não posso negar, fiquei com dó do Cas, ele tem esperança em mim, como pode? O outro anjo que também tinha esperança acabou morto. Será que era para eu estar me sentindo melhor? Porque sinceramente eu não estou. Na verdade me sinto pior e me sinto culpada, mais ainda. Antes eu tinha o peso da culpa da morte de algumas pessoas e agora mais um pouco de culpa, a de ter permitido que aquele anjo se sacrificasse por mim e por Cas me ajudar quebrando as ordens dos céus e também a culpa por estar fazendo os rapazes me ajudarem também.
–Caso cansativo...- diz Dean abrindo o porta malas e colocando suas coisas. -não sei vocês mas eu to afim de umas geladas.
Concordamos e assim partimos para um bar de estrada (como sempre, uma espelunca) no limite da cidade. Nós entramos e logo fomos ao balcão. Dean pediu algumas cervejas e se enturma com algumas garotas e entrando em um jogo de poker apostando com uns caras. Eu e Sam ficamos no balcão mesmo. Na parede ao nosso lado tem uma televisão, e nela está passando um noticiário. E passa algo que me chama atenção e chama a de Sam também. Algo sobre um eclipse total solar que acontece que vai acontecer depois de amanhã, o mais longo de todos. Não sei o motivo mas me deu arrepios.


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Notas finais do capítulo

Por favor comentem o que acharam :3
Espero que gostem
Muito obrigada!!!
beijos :3



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