Assassin's Creed: Legacy escrita por Annabeth Stark


Capítulo 7
- Sentimentos.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus leitores e fantasminhas u.ú



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– Uma... Uma Templária? – Perguntou Claudia lançando um olhar desesperado para o irmão mais velho.

Ezio geralmente não batia bem da cabeça, mas trazer uma Templária para Monteriggioni era quase como declarar guerra contra os Templários. – Claudia suspirou – Não era quase, era (No sentido mais literal da palavra) um ato de guerra.

– Calma, sorella. – sorriu dando tapinhas na cabeça da menina, que era claramente uns bons trinta centímetros mais baixa que ele. – Natasha é um anjinho, vai se comportar muito bem, capiche?

A ruiva deu um tapa na sua mão enquanto revirava os olhos.

– “Capichei” sim. – suspirou – vai mandar que me amarrem ao pé da cama?

Ezio e Natasha trocaram olhares provocantes. Quando ela arcou uma sobrancelha, ele achou melhor não falar o que estava pensando perto de sua irmã mais nova.

– Tanto faz, melhor que te tranquem em um quarto mesmo. – falou Ezio enquanto a conduzia para às escadas. As mãos da menina estavam amarradas, ela desejava tomar um banho e dormir muito depois daquela longa viajem para a Itália.

Natasha ainda se perguntava por que raios eles foram de navio, se a Itália e a França eram literalmente coladas. Ao invés disso, Ezio preferiu gastar tempo e dinheiro dando a volta em França, Portugal e Espanha para ancorar na Itália, onde foram submetidos a mais longos dias de carruagem.

Nipote? – Chamou Mario Auditore ao entrar pela grande porta da casa que mais parecia uma bela mansão.

Ciao, zio! – Exclamou Ezio com um belo sorriso, quando se afastou de Natasha na ponta da escada para abraçar o tio.

Mario abraçou o sobrinho, lançando um olhar um pouco apavorado para a Templária em sua escadaria. Claudia estava a cinco passos da Templária.

Natasha também viu a brecha deixada por Ezio, foi uma burrice. Talvez pegasse no pé dele mais tarde. Ela não tentou pegar Claudia de refém por motivos óbvios.

1 – Estava em desvantagem estratégica.
2 – Sem arma.
3 – A menina até que fora bem simpática.
4 – E aquela certamente era uma cidadela de Assassinos.

Não era burra o suficiente para ir contra ninguém que mandasse nela ali, a não ser que soubesse que teria proteção de Ezio. – assim como fez com Caterina a viagem inteira, talvez.

Ezio parecia ser uma pessoa importante. Além de um Assassino muito famoso por entre os Templários, ele esbanjava de muitos privilégios. Agora entendia o porquê. Estava tão na cara que o tio de Ezio era alguém importante para o Credo que passava até a ser engraçado.

Mario era alto e robusto, possuía um fino filete de barba sobre a boca e grossas sobrancelhas. E ele era claramente cego do olho esquerdo, onde havia uma cicatriz profunda que lhe cortava desde cima da sobrancelha até o final da bochecha. Era algo bruto e grotesco de se ver.

Diferente da cicatriz na da boca de Ezio, ela tinha mais ou menos uns dois centímetros, e cortava o canto direito de sua boca. Dava charme ao Assassino, chegava a ser... sexy?

Natasha balançou a cabeça enquanto deixava seus olhos correrem pela decoração do local. Era bem espaçoso, e haviam ali muitos símbolos do Clero de Ezio e sua família.

Passados instantes do susto de Mario, e sem Ezio ter notado sua pequena gafe, ele deu um passo a frente com o tio.

– Ah, que cabeça a minha. – revirou os olhos sorrindo enquanto dava um tapinha na própria testa – Essa é Natasha, a filha do Ivan. Natasha, esse é meu tio Mario e minha irmã Claudia.

Natasha franziu o cenho, logo em seguida foi a vez de Mario. Que diabos Ezio estava fazendo? Estava se comportando como se apresentasse no meio da adolescência uma namoradinha ao pai.

O silêncio foi quebrado por um “Ciao Natasha” tímido de Claudia.
Natasha sorriu também tímida, enquanto acenou baixo com a mão direita, ficando com a esquerda pendurada durante o processo.

Signorita Ivanovich. – Falou Mario fazendo uma mesura.

Signore Auditore, suponho. – tentou falar em italiano, falhando levemente no sotaque. O que deu uma entonação forte aos “érres” da frase.

– Supôs corretamente. – falou medindo-a com o olhar – deve estar cansada... Ezio, por que você não leva a ragazza para um dos nossos quartos?

– Sim signore, tio.

Pela face de ambos, Nat sabia que ficaria confinada em um quarto por mais algum tempo.

Ezio a levou, segurando seu cotovelo, até um quarto. Ele era enorme, possuía uma cama de casal de madeira azul marinho, com detalhes tão brancos como os lençóis e a parede do cômodo. Ao lado esquerdo da cama havia uma penteadeira com um grande espelho redondo, ambos da mesma cor que a madeira da cama. E ao lado direito, uma janela com quase o tamanho da porta e um criado mudo com as mesmas características. Colado ao pé da cama havia uma espécie de banco branco, parecia muito confortável. Cabia alguém deitado ali.

O chão era de madeira, escura e bonita.

Em frente a cama, havia uma mesa com quatro cadeiras, de estofado da mesma cor que o resto de tudo naquele lugar.

E por fim, na parede de frente para a cama havia um guarda-roupas médio.

– Espero que goste, é um quarto bem simples.

– É... Aconchegante.

Eles trocaram um sorriso por alguns segundos, e então Ezio escutou a voz de Nicolau e Caterina ecoando pelo corredor.

O italiano empurrou gentilmente a russa para dentro do quarto, encostando a porta atrás de si.

– Aqui você tem o banheiro – mostrou para a menina, uma porta a esquerda da parede quarto. – e acho que já têm roupas aqui. – andou até o guarda-roupas, checando o que dissera. – Calças e blusas, esse era meu quarto – sorriu de lado – já está de tarde agora, já prestes a anoitecer. Pela manhã irei encomendar alguns vestidos para ti.

Ezio parecia nervoso, e Nat sabia exatamente a razão.

– Por que deixaram Caterina vir para cá? – Perguntou aos sussurros a russa.

Ele fez que não sabia.

– Em fim – falou Ezio enquanto entreabria a porta e olhava para ver se tinha alguém no corredor – tome um banho, volto só para você escrever uma carta... Sinto muito, ordens de Maquiavel.

– Tudo bem – falou ela assim que o homem a deixou só no quarto. Somente escutando o barulho de uma chave rodando na porta.

Já sabia que tipo de carta se tratava, já fizera semanas que Natasha desaparecera “misteriosamente”? Nem ela sabia. Esquecera de parar para contar os dias.

Ela tomaria um banho e depois pensaria no assunto.

Todos em volta dela eram tão calmos, tão respeitosos... Se quer parecia que eles estavam tramando contra o pai de Natasha, se quer parecia que ela estava sendo usada para emboscá-lo e matá-lo.

A menina se perguntava como estava se deixando levar por aquilo, pela amizade com Leonardo, pelo pequeno fiapo de afeto inexplicável que sentia por Ezio. De dia vivia aquela loucura de ser raptada, e de noite parava para pensar em como estava sendo imbecil se deixando levar por aquelas pessoas.

Natasha tirou sua roupa suja e esfarrapada, jogando-a no canto do enorme banheiro. Havia uma banheira ali, já cheia, parecia que tudo estava preparado para sua chegada. Isso lembrava um pouco sua própria casa, e talvez os dias em alto mar.

Lembrou-se da preocupação de Leonardo a cada dia no navio, ele lembrava a mãe de Natasha. A única pessoa com que Nat realmente se importava. A única que lhe dava valor e não ganhava nenhum salário por isso.

No meio do relaxante banho ela se perguntou por que raios não invocara-se contra Ezio, não tentara o matar desde primeiro momento, mesmo que isso fosse uma coisa que não adiantaria muito. Mas Natasha já possuía a resposta, era bem simples.

Era mais fácil ser sequestrada do que viver mais um dia em sua vidinha pacata de treino-casa-misha.

Mas principalmente Misha.

Ele era a desgraça de sua vida.

Se não fosse por Misha talvez Ivan tivesse dado mais valor na filha, se não fosse por Misha, talvez o pai a viesse salvar.

A russa sorriu enquanto lavava os cabelos cheios de terra e oleosidade adquiridos com o tempo sem lavá-los.

No final das contas, aquilo tudo não ia valer de nada para os Assassinos. Natasha sabia, Ivan não a salvaria.


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Notas finais do capítulo

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