Assassin's Creed: Legacy escrita por Annabeth Stark


Capítulo 3
- O Credo.


Notas iniciais do capítulo

Então, né. Ficou tudo atumultuado em um trem só, mas ok.



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No sonho, Natasha estava sozinha em uma sala escura. No centro da sala estava lá uma bola dourada e estranha, do tamanho de uma tangerina. Ela soltava um brilho estranho e fraco.

– Criança, pegue-a. - Ela pode escutar a voz de seu pai pedir a bola. - Dê para seu pai.

Virando-se pode ver o homem que a criou agachado ao chão, completamente ensanguentado.

– Papai. - Gritou, mas o homem não ligava. Apontava para o objeto, desesperado.

De repente alguém a agarrou por trás, abraçando-a fortemente. Virando-se assustada pode ver Misha, assustado, ele também pedia a bola.

– Tem de pega-la para os Cavaleiros. - E a abraçou novamente.

Enquanto olhava para o objeto, que brilhava um pouco mais forte que antes, o homem que a abraçava tornou a falar.

– Não temos tempo, amore mio. - Falou com um belo sotaque italiano.

Natasha franziu o cenho, livrando-se do abraço para fitar o homem. Era Ezio, sem muitas surpresas.

– Deve escolher, rápido, de que lado vai ficar. - Acariciou-a no rosto, fitando-a de jeito pesaroso.

– Do lado do seu pai, por ele tê-la criado - Uma voz feminina e estranha falou, mas ela não era humana - ou do lado da verdade e da justiça, pela honra. - Era o objeto. Ele brilhava e falava!

O brilho da bola se tornou tão insuportável que fez Natasha acordar assustada. Ela levantou-se, ou tentou levantar, antes mesmo de acordar completamente, o que a fez ficar tonta.
Sentada e ofegante, sentiu a dor do pulso que estava amarrado. Fitou-o, percebendo que o movimento havia feito a corda queimar seu pulso.

– кошмар.былпросто кошмар.

– Que se passa? - Perguntou Ezio absorto, afiando a espada.

– Nada - Respondeu em inglês ruim, deixando claro a mentira nas palavras.

– Seja o que for, foi só um pesadelo. - Acalmou-a enquanto arrumava algumas coisas que estavam jogadas pelo meio do "acampamento".

– Onde está seu amigo? - Nat perguntou, lembrando-se do que queria perguntar para Ezio - O russo?

– Preparando as montarias - Fez pouco caso, ainda concentrado na arrumação.

Olhando para seu lado direito, pode ver Leonardo dormindo e fazendo caretas de desaprovação. Seria o momento oportuno de tirar suas dúvidas.

– Posso te fazer uma pergunta? - Perguntou no tom mais doce possível.

– Já fez uma pergunta. - Sorriu infantil.

– идиот - Revirou os olhos.

– Tudo bem, me fala o que isso significa que eu respondo sua pergunta. - Falou cruzando os braços e sorrindo torto.

– Significa idiota.

Ezio revirou os olhos, fazendo Nat rir.

– Agora a pergunta.

Ela mordeu o lábio inferior, como perguntaria aquilo? Não havia parado para pensar, pois pressentia que ele diria que não era da conta dela. Mas de fato, Ezio era uma pessoa pouco previsível.

– Ontem quando estávamos "discutindo" e você perguntou o porque de os Cavaleiros não gostarem de mim... Você pareceu... Estranho, distante.

Ezio pareceu pensar, e Anya soube, quando o sorriso dele desapareceu, que ele se lembrava do motivo. Ela esperou ele dar a palavra por alguns segundos, mas o Assassino simplesmente respondeu:

– Não sei do que você está falando.

– Está mentindo.

– Não, não estou.

– Claro que está.

– Não estou.

– Olha na minha cara e me diga que não está mentindo.

– Me obrigue.

– Me desamarre.

– E o que vai fazer depois que eu desamarrar você?

– Ora, obrigar você a me responder.

Ezio deu um sorriso torto malicioso.

– E como pretende fazer isso, tesoro?

Natasha deu um sorriso maldoso.

– Tudo bem, não me responda então.

E depois de um momento de ambos se encarando:

– Não vai desistir, não é mesmo?

– Não.

– Não vai valer à pena. Mi ascolti. É problema pessoal.

– Desculpe se ainda não percebeu, mas eu não tenho mais nada de interessante para fazer, amor.

Trocaram um ultimo sorriso, era algo desafiador.

– Faça o que quiser então, não vai descobrir. - Falou Ezio, dando às costas e andando para um lado da floresta com trouxas amarradas.

– Veremos.

Mais algumas horas à cavalo, novamente amarrada, amordaçada e imobilizada, e chegaram a um local onde estava um barco à remo. Metros atrás, no alto mar, um barco que ostentava uma bandeira negra.

Natasha tirou a mordaça escura com ajuda dos pulsos amarrados e encarou perplexa o navio.

– Que foi agora? - Perguntou Ezio, enquanto remava.

– Um barco pirata?

– Navio. O Capitão prefere navio.

– Tanto faz... - Revirou os olhos.

– Não diga isso perto dele...

– ... Se não ele me joga ao mar?

– Exato.

Ela fez bico e virou a cara, pensativa.

– Dá pra parar de fazer isso? - Pediu Ezio rindo.

– Isso o que? - Franziu o cenho.

– De ser infantil.

– Eu não sou infantil.

– É sim.

– Não sou.

– É sim.

Quando Nat abriu a boca para continuar revidando a briga sem sentido o russo a interrompeu.

– Isso é sério mesmo?

– Af, deixa de ser bobão.

A essa altura Ezio já gargalhava e Leonardo soltava rizinhos.

– É Nikolai, deixa de ser bobão. - Falou Ezio enquanto ajeitava o barquinho para eles conseguirem subir ao navio.

– Não sou bobão - Falou de cenho franzido.

– É sim - O Assassino e a Templária falaram ao mesmo tempo.

Ezio e Natasha se entreolharam por alguns segundos.

– Tudo bem então... - Nikolai franziu o cenho, subindo pelas escadas da lateral do navio.

Ezio deu passagem para Leonardo e depois para Natasha.

– Não fique olhando.

– Olhando o que? - O Assassino fez-se desentendido.

– Para cima enquanto eu subo.

– Eu prometo - Falou revirando os olhos.

Ele não cumpriu, mas Natasha nunca soube disso.

Quando conseguiu atingir com dificuldade o topo da escada, Leonardo a ajudou ficar de pé

– Agradeço.

– Disponha. - Falou sorrindo fraco.

– Quem é essa? - Perguntou uma moça em alto e bom tom.

Examinando Natasha com os olhos, fez cara de desgosto e franziu o cenho.
Como ninguém respondeu, Ezio tomou a frente. Visivelmente desconfortável.

– Natasha.. Ana... Inovovi-che... - O Assassino mandou um olhar perdido para a Templária.

– Anya Ivanovitch Chekov.

– Isso o que ela acabou de dizer.

– Você é um doce. - Falou irônica, arcando uma sobrancelha.

– Eu seu disso. - O Assassino lançou um meio sorriso para a garota.

– Edaí? - Perguntou ainda insatisfeita a moça rude.

Anya certamente já conheceu muitas pessoas idiotas, mas aquela mulher estava ganhando o prêmio. O comportamento dela ganhava do das moças que idolatravam Misha. Claro, que só a tratavam assim pelas costas, pois ela era filha do Grão-Mestre Cavaleiro Templário russo de Derbent, porém era claro de que ali não contava a patente do pai.

Anya fez cara de desgosto, como o da mulher. Nikolai arcava as sobrancelhas. Leonardo fitava apreensivo. Ezio parecia um pouco surpreso, triste e com um pouco de raiva.

– Ela é filha de Ivan Nijinskyovitch, um dos nossos alvos. - Falou outro homem, este Anya reconheceu.

– Nicolau Maquiavel.

– Milady. Eu certamente tenho muitas perguntas para a senhora, se estiver disposta a responde-las.

– Não estou em condições de negar. - Respondeu simplesmente.

Nicolau lançou-lhe um olhar superior. Ele estava no comando, e gostava disso.

– Na verdade, a senhora não será molestada. Não se preocupe.

– Não me preocupo - Falou seca, lançando um olhar breve para Ezio -, mas não espere que eu lhe conte algo árduo sobre os Templários, eu não sei de nada. Eles são muito seletivos em questão de compartilhamento de planos.

– Entendo, milady, mas na verdade eu vou fazer perguntas em desrespeito à você.

Ela juntou as sobrancelhas.

– Que seja - Andou alguns passos em direção ao homem. - Quando mais cedo começa, mais rápido termina.

Nicolau a levou até um quarto no andar de baixo do navio, a lembrou de não fazer nada que se arrependeria depois e continuou:

– Você é um ponto de interrogação na minha mente, quero te excluir de lá. - Falou sentando-se na cadeira e apontando a cama para Natasha.

– Não sei do que posso valer à vocês.

– Muito. - Cortou-a - Por que você não aceitou virar uma Cavaleira Templária há alguns anos atrás.

– A formação de um Cavaleiro requer total confiança sob seu Clero. - Falou de sobrancelhas juntas. Mas que raio de pergunta era aquela?

– Não confia na sua Irmandade?

– Bom, não muito. Eu sou contra alguns métodos...

– Entendo. Não estava pronta. - Pareceu aliviado.

O que diziam de Nicolau estava certo. Realmente esperto e sagaz.

– Você acabou com os planos de seu pai na Roma... Por que?

Natasha franziu o cenho. Não sabia do que o homem falava.

– Eu fiz o que?

– Então você não sabe?

– Não sei o que?

– Seu pai, cara mia. É um dos Templários mais sujos de todo o mundo.

Nat franziu o cenho. Realmente existiam dois tipos de Templários: Os bons e os ruins. Os ruins eram os corruptos e Natasha tinha certeza que seu pai não era assim... Não poderia ser verdade.

– Não - Falou simplesmente, decidida.

– Então você também é vitima... Com isso, não tenho mais perguntas. - Não se importando com o estado sentimental da menina, ele saiu a deixando sozinha com seus pensamentos.

Não era verdade. Não se pode confiar em Assassinos.

Natasha franziu o cenho, sentando-se na cama e respirando fundo.
Iria aprontar muito com os Assassinos antes que tudo aquilo acabasse.

"Eu juro, papai", pensou "Juro em palavras, armas, forças e vidas que serei fiel ao lado certo".

E com isso, uma batida leve ressoou à porta.


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