Sophia ficou com Rick, Carl e Judith. Michonne preferiu dividir uma casa com Carol, porque ela achava que o clima ainda estava tenso entre ela e Rick.

– Michonne, eu não acredito que você não vai ficar com a gente, você não gosta da gente, essa é a verdade.

Disse um Carl emburrado, mesmo sem acreditar nisso, ele queria que Michonne visse que ele estava com raiva e acabasse mudando de ideia.

– Carl, nunca diga isso, não pense que porque eu me afastei eu não amo você ou a sua irmã ou o seu pai, eu amo muito vocês.

Ela parou de falar vendo Rick chegar à porta e percebendo que ele ouviu a conversa.

– Sabemos disso, você se arriscou por nós, não teríamos saído de lá sem você. Carl, por que você não vai brincar um pouco com a sua irmã? – disse Rick.

Carl deu um abraço em Michonne e saiu.

– E nós te amamos também.

Rick abraçou-a suavemente.

– Eu não quero te cobrar nada, Michonne, desculpe se foi o que pareceu. Eu conheço a sua natureza e sei que você não vai me pedir permissão pra nada, se você precisa ir, eu vou entender e eu vou te esperar.

Ela encostou o rosto no ombro dele e sentiu o perfume de roupa limpa, tão rara nesses dias, eles se beijaram docemente e ela pensou que renovou as forças para enfrentar seus medos.

No dia seguinte, Rick viu os preparativos do que iam partir. Abrahan, Eugene e Rosita junto com alguns voluntários tinham uma acalorada discussão.

– Estamos bem aqui, ainda não acho que é o momento, eu ainda não consegui me comunicar com as pessoas certas. – disse Eugene.

– Qual é? Me dá esse rádio que eu vou tentar.

Abrahan falou já tomando e rádio e olhando Eugene perplexo.

– Como vai se comunicar com um rádio quebrado e sem pilha, seu idiota. Há quanto tempo não fala com eles?!

Sentindo-se em um beco sem saída, Eugene confessou.

– Eu nunca falei com ninguém, não há uma cura, não há uma saída pra isso. Eu só estava usando a minha inteligência pra sobreviver, desculpe, essa era minha única arma.

Abrahan ficou furioso e tentou esporrar Eugene, mas Glenn e Tyreese o seguraram.

O outro grupo preparando-se para sair era Carol, Daryl, Glenn, Maggie e Michonne. Rick viu com tristeza Michonne sair da casa junto com Carol, ela estava com uma pequena mala. Eles arrumaram o que precisavam no carro e ela foi em direção a Rick.

Ele ficou surpreso ao ver o carro partir sem ela.

– Eu não vou, Rick, eu acho que às vezes as pessoas podem se virar bem sem mim. Eu tava pensando... eu não queria ficar sozinha, então será que ainda tem um espaço aqui pra mim?

Carl que estava ouvindo tudo correu e abraçou a amiga.

– Uau, Michonne, que bom que você mudou de ideia!

– Você ainda pergunta?!

Rick envolveu os dois em um abraço. Eles entraram e Michonne viu Judith brincando no chão, uma grande ternura a inundou, aquele bebê tão fofo, ela não podia continuar resistindo. Carl e Sophia foram para a cozinha e ela sentou no chão com a menininha.

– Eu suspeitava que você não gostava muito de bebês, mas não é isso, não é?

Rick sentou ao lado dela.

– Eu não aguentava a lembrança que ela me causava, do meu bebê. Lembrar dele nos meus braços, me chamando de mamãe, ele foi a melhor parte de mim. E eu não consigo falar, Rick, desculpe.

Rick a puxou para encostar em seu ombro e deixou-a chorar à vontade, ele mesmo chorando também.

– Eu sinto MUITO. Eu queria dizer ou fazer alguma coisa, mas eu sei que não posso.

– Tudo bem, eu estou bem, ser mãe, ter o Andre, foram os melhores anos da minha vida, devia ser bom lembrar disso, lembrar dele sorrindo e brincando como a Judy está agora, eu vou tentar fazer isso.