– Desculpe majestade, mas eu não estou entendendo. – disse-lhe praticamente com a cara no chão.

– Sim. Eu já esperava por isso. – ela pausou, como que meditando suas próximas palavras. – Eu não sei os detalhes, tudo o que eu sei é que Eric teve um caso com dançarina de Las Vegas e deste caso resultou uma criança.

De repente me lembrei de quando estive em Las Vegas e um Moroi tinha feito comentários sobre Eric. Mas isso não era possível. O Eric que eu conheci era louco pela família e seria incapaz de trair a esposa. Mas o que você sabia sobre o amor então? Ou sobre o próprio Eric? Você era apenas a melhor amiga da filha deles, não é como se você fosse intima dele.” Meu subconsciente me recriminou.

– Espere. Você não tem mais nenhuma informação? Como raios isso é possível?

– Eric se esforçou muito para manter essa informação sob sigilo e eu nunca me importei em procurar pela criança até agora. – ela deu de ombros como se não fosse nada demais.

– E por que eu? – perguntei-lhe.

– Por que você é uma das poucas pessoas que eu sei que é capaz de encontrar essa criança e sabe que deve manter sigilo sobre isso. Pelo bem da própria Vasilissa. – oh-ho. A carta da melhor amiga e guardiã.

– Eu só posso prometer fazer o meu melhor, majestade. Não posso garantir que eu vá encontrar nada substancial.

– Eu entendo. Nunca esperei nada diferente. – sua expressão era severa, mas vi um brilho que não consegui distinguir em seu olhar. Dando de ombros, eu me virei para ir embora. – Guardiã Hathaway. – me chamou quando eu já estava na porta. – Eu seio que eu pedi e sei os riscos para a senhorita. Entretanto, não se esqueça. Não é só você agora, ok? – ela me encarou de forma severa, preocupada até. Eu assenti com a cabeça e me permiti ir embora confusa.

Essa era uma informação difícil de conceber. Lissa com um outro irmão? Ela decididamente não iria reagir bem a isso. Então decidi não contar nada a ela, ainda não. Primeiro eu iria descobrir se isso era verdade antes que eu contasse a ela e acabasse com toda a sua concepção de seus pais por nada.

– Rose. – Adrian gritou meu nome e eu parei, subitamente me lembrando dele. – Por que você não me esperou?

– Desculpe. Eu meio que esqueci que você estava lá. – disse corando.

– Percebi. Mas não posso ficar bravo quando eu também fiquei chocado. Você acha que é verdade?

– Eu não sei. Provavelmente sim, mas é difícil dizer. Eu preciso falar com Abe, ver se ele sabe de alguma coisa.

– E então o que você irá fazer se for verdade?

– Meio obvio, não? – respondi parando de caminhar. – Precisarei contar a Lissa. Embora eu não faça idéia de como ela irá reagir a isso.

– Vamos por partes. – ele disse me puxando para seus braços. – Assim que descobrirmos se realmente é verdade, então poderemos contar pra ela.

– Contar o que? – eu engoli em seco enquanto ouvi a voz de Lissa se aproximando. Puta que pariu! – pensei. Eu e Adrian nos entreolhamos.

– Desculpe Lissa, mas a rainha me pediu sigilo sobre isso. – ela me encarou em choque, enquanto que pelo laço veio a magoa.

– Eu sou a sua melhor amiga. – disse-me.

– Sim, você é. Mas eu não posso ignorar uma ordem direta da rainha. – Lissa ainda estava chateada, mas ela entendeu meu ponto e decidiu ignorar.

– Tudo bem, já que eu não posso saber qual é o grande segredo, será que você quer ao menos ir as compras? – senti a euforia me encher quando a possibilidade de compras me abateu, mas logo foi soterrada quando a realização de que eu agora não poderia mais me perder nas compras e desviar a atenção de Lissa me abateu.

– Eu vou adorar sair com você, mas não sei se poderei realmente ir as compras. – disse-lhe.

– Você ta dizendo muito não pra mim hoje. – disse fazendo biquinho.

– Liss... Você sabe que não é assim. Eu sou a sua guardiã, não posso tirar os olhos de você, principalmente num lugar lotado como um shopping.

– Nem mesmo no seu dia de folga?´- disse com os olhos brilhando. Soltei um suspiro de cansaço.

– Então, essa era a "surpresa" que você tinha pra mim? - perguntei fazendo aspas com as mãos.

– Sim. E honestamente, eu esperava que você fosse ficar mais entusiasmada. - Lissa disse soando aborrecida.

– Desculpe, mas eu apenas me preocupo com você.

– Sei disso, mas eu não estarei desprotegida. Dimitri, Eddie e Mikhail vão conosco. - suspirei me dando por vencida.

– Eu vou deitar um pouquinho então. Me avise quando tivermos que sair.

~~~~~~~~VA~~~~~~~~

Algumas horas depois despertei com o som do meu celular tocando Wannabe, o toque exclusivo de Lissa. Após as instruções me virei para o lado e me permiti contemplar Adrian em seu sono. Ele costumava falar sobre as sombras em minha aura, mas ele também tinha seu próprio lote de escuridão para lidar. Vê-lo assim, pacifico em sono mexeu com algo dentro de mim. Meu pobre e querido Adrian, parecia como o garoto que ele era em seu sono.

– Dá pra parar de me encarar? – pediu, com os olhos ainda fechados.

– Que culpa tenho se você é lindo?

– De fato nenhuma. A culpa é toda dos meus pais que fizeram perfeito e de primeira.

– Convencido. – retruquei cutucando-o de leve. – Você vai com a gente?

– Desculpe, mas não posso. – eu levantei uma sobrancelha interrogando-o. – Vou até Leigh fazer minha matricula.

– Sério?! Por que você não comentou nada?

– Eu queria fazer surpresa, mas não me contive e tive que falar logo.

– E o que você vai fazer?

– Marketing. – disse parecendo envergonhado.

– Sério? Por que eu acho que isso não combina com você?

– Por que provavelmente não combine. Mas eu pensei que já que eu sou tão bom em convencer os outros, talvez devesse tentar. Tia Tatiana apoiou. – eu ponderei por um momento. Claro que ele era ótimo em convencer os outros, o espírito trabalhava por si só. Só pelo esforço de estar estudando, por mim já valia.

– Bem, você tem todo o nosso apoio também. Se você quiser ser gogoboy... Bem, não gogoboy. Aí já é demais. Se você quiser ser faxineiro, você terá nosso apoio.

– Você sabe como eu sou com limpeza. Acho que essa é uma profissão vetada pra mim. Quanto ao gogoboy... Acho que eu sairia muito bem. – então Adrian levantou-se num pulo, ligou o rádio e começou a fazer um Streap tease. Nada sensual, 100% cômico. Eu comecei a rir tanto, que meu abdômen começou a doer.

– Ok, ok, entendi seu ponto. – disse puxando-o pela cueca Box, a única peça que ele ainda mantinha em seu corpo. – Mas eu não quero nenhuma biscate de olho no meu homem. – ele se abaixou e capturou meus lábios nos seus.

– Seu homem?

– Meu. Meu sexy e incrível namorado.

– Hm... Acho que eu posso me acostumar com isso. – disse mordendo meu queixo de leve.

– Acostumar com o quê?

– Em ser seu... Acordar com você todos os dias... É uma longa lista pra ser sincero. – ele se enrolou em torno de mim e beijou meus lábios carinhosamente. Seus tamborilavam tranquilamente sobre a minha barriga.

– Eu preciso me aprontar pra sair. Me acompanha no banho? – ele me lançou seu sorriso sexy antes de me jogar sobre os ombros.