She Will Be Loved - HIATUS escrita por GiuhBatiston


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Hey Babys



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POV Adrian

– Então tia... É isso aí. Você vai ser tia-bisavó. – ela me olhou, surpresa com o meu dar de ombros.

– Não, eu não vou. E sabe por que Adrian? Por que você vai falar pra ela tirar o bebê. – então fui eu que olhei pra ela chocado. Apesar de tudo, tia Tatiana era uma boa pessoa, nunca seria capaz de sugerir isso.

– Titia... Eu não posso fazer uma coisa dessas. É... É meu filho. – pela primeira vez a ficha caiu de que iria ter um bebê, um filho. Sangue do meu sangue.

– Com uma Dhampir.

– E daí? Isso não faz dele menos gente. É um bebê, pelo amor de Deus tia! Você não pode estar falando sério! – passei a mão pelo cabelo, quase arrancando um tufo.

– Adrian, você acha que alguém que leva o dever tão a sério quanto ela vai querer ter um filho? Eu acho que talvez ela queira tirar por ela mesma. Sem que você precise falar nada.

– Ela não vai fazer isso, eu não vou deixar. – disse me virando pra ir embora.

– Adrian. – tia Tatiana tinha se aproximado sem que eu percebesse e agora eu podia ver o cansaço estampado em seu rosto. – Me desculpe se eu fui muito dura, mas é que eu me preocupo com você, só quero o seu melhor.

– Eu sei Tia. Mas agora já é tarde demais. Só me resta é fazer o meu melhor por esse bebê. Eu espero que a senhora possa me apoiar, mas se não puder... Bem, eu não posso abandonar meu filho. – saí batendo a porta e com vontade de chutar alguma coisa. Rose não seria capaz de tirar o bebê, seria? Eu não conseguia mais tirar isso da minha cabeça. Alcancei o cigarro no meu bolso e assim que traguei senti uma calma se espalhar por mim. Rose odiava que eu fumasse e acho que agora eu teria que parar de vez. Droga! Eu sempre pensava melhor quando tinha um cigarro.

– Eu vim ver Rose Hathaway. – disse pra recepcionista do hospital.

– Ela tá no quarto 238. Fim do corredor à direita. – a porta do quarto estava entreaberta e Rose conversava com alguém. Sabia que era errado ouvir a conversa alheia, mas não me segurei.

– Se você tem certeza disso, quanto mais cedo melhor. Quanto mais você demorar pra tirar o feto, maior o risco pra você.

– E quando eu posso fazer isso Doutora?

– Se assim você desejar, amanhã mesmo. – minha mão estava na maçaneta quando a Doutora falou novamente. – Mas eu acho que você deveria esperar pelo menos uma semana, pensar bem se é isso mesmo que você quer. Por que uma vez feito, não tem volta. E esse é um arrependimento que se leva por toda a vida.

– Você não pode fazer isso, Rose! – exclamei entrando no quarto.

– Adrian! – ela arfou. A médica saiu nos deixando a sós. – Você sabe que essa é a única escolha que temos.

– Por que todo mundo fica falando isso?! Esse bebê não tem nada a ver com nossos erros, Rose.

– Exatamente. E é por isso que eu não acho justo colocar uma criança no mundo apenas pra sofrer.

– Sofrer?! Eu não estou te entendo. Você sempre se joga na frente do perigo pra salvar os outros, nunca deixaria um inocente sofrer, e ainda sim, é exatamente isso que você tá fazendo. Não pense que não é assassinato, por que é. Você vai matar alguém que não tem como se defender. Uma criança inocente e indefesa. A Rose que eu amo e conheço não seria capaz de uma coisa dessas. – Rose então fez algo que eu nunca esperei. Ela literalmente desabou e começou a chorar.

– Eu não quero isso. Não quero um bebê, não quero ser responsável por alguém.

– Mas você é responsável por Lissa. Você sempre cuidou bem dela. – peguei-a pelos braços e a conduzi até a cama.

– Isso é diferente. E justamente por causa da Lissa. Eu não terei como cuidar dele, nunca vou estar por perto, exatamente como minha mãe. E eu sei que você não quer um bebê. Não de verdade.

– É aí que você se engana, Rose. Se eu pudesse esperar alguns anos, definitivamente eu esperaria. Mas aconteceu. E agora tudo o que eu quero é você e esse bebê. Eu te amo, não vou te deixar sozinha nunca. Definitivamente não agora. Por favor... Se você se importa comigo, não faça isso. – implorei num sussurro.

– Eu não posso. Sinto muito. – e ela realmente sentia, eu podia perceber. Mas eu não podia aceitar. Se a Rose fizesse isso, seria por conta própria.

– Se você fizer isso... – tentei soar controlado. – Nós estamos acabados. Não precisa mais me procurar. – então eu fui embora. Minha tia sugerir que tirássemos o bebê era uma coisa, isso eu podia suportar. Mas ela querer matar o próprio filho? Isso eu nunca seria capaz de perdoar. Rose tinha mais do que quebrado meu coração, ela tinha quebrado minha fé na humanidade.

– Adrian. – ouvi meu nome sendo chamado, mas não conseguia focar minha visão. – Meu Deus! Você bebeu duas garrafas de Vodca sozinho? – a janela foi aberta abruptamente e a luz do meio dia inundou o quarto me cegando.

– Não. Foram duas de Vodca e uma de Tequila. Ou foram duas de Tequila? Não me lembro. – dei de ombros com indiferença e senti minha cabeça latejar.

– Adrian! Venha, vou ligar o chuveiro e te preparar um café. – pisquei novamente e reconheci os contornos de Lissa.

– Eu não quero. – resmunguei. Tentei me levantar, mas minhas pernas não me suportaram.

– Você mal consegue ficar em pé. – ela passou meu braço pelo seu pescoço e me enfiou de roupa e tudo debaixo do chuveiro gelado. Cinco minutos depois e eu já estava desperto, ainda que com uma puta dor de cabeça.

– Agora me diga o que aconteceu. – estávamos sentados na mesa, Lissa tinha passado um café, que estendeu para mim.

– Ela vai tirar o bebê. – Lissa me encarou com um olhar de pena.

– Eu sei.

– Ela não pode fazer isso Lissa! É meu filho também, eu deveria ter algum direito a decisão.

– Eu queria saber o que dizer Adrian, mas nada do que eu diga vai adiantar. Já falei com a Rose e ela parece irredutível. Se dependesse de mim ela também não faria isso, mas infelizmente não depende.

~~~~~~~~VA~~~~~~~~

POV Lissa

– O que eu posso fazer prima? – perguntou Adrian, visivelmente desesperado.

– Eu vou tentar conversar com ela novamente, mas você precisa ser forte. Não pode sucumbir.

– Eu não consigo. – disse sucumbindo as lágrimas. Era terrível ver ele nessa situação. Adrian era passional demais, bom demais, pra estar sofrendo assim. Ele e Rose não mereciam passar por uma situação dessas. Passei os braços a sua volta e deixei que ele chorasse por um tempo. – Eu nunca vou conseguir perdoá-la Lissa. Não se ela fizer isso.

– Calma Adrian. Eu vou falar com ela agora. Tenha um pouco de fé que vai ficar tudo bem. – então me levantei, deixando-o sozinho pra pensar um pouco.

– Rose! Abra essa porta! – exclamei esmurrando a porta. – Abra agora ou eu chamarei Dimitri e pedirei que ele a derrube! – já estava a meia hora gritando na porta do quarto dela, mas tudo o que Rose tinha dito era um “vá embora”. Obviamente que eu não fui. Por fim ela abriu a porta, parecendo tão derrotada quanto Adrian.

– O que você quer Lissa? Veio dizer que vai dar as costas pra mim também? - perguntou num tom ácido.

– O Adrian também tá sofrendo Rose. Não é só você. – estanquei na entrada. O quarto estava completamente revirado, como se um furacão tivesse passado por ali.

– Então por que ele não tá aqui agora? - questionou se jogando na cama e se encolhendo.

– Por que ele não concorda com a sua decisão. Ele estava realmente feliz com a ideia de ser pai. - Rose passou a mão pelo cabelo, um gesto de nervosismo.

– Adrian pai. Essa é boa. – Rose riu, desgostosa.

– Por que vocês não conversam novamente? Tentam entrar num acordo? – sugeri, puxando sua cabeça para o meu colo e fazendo cafuné. Lembrei de que ela costumava fazer isso comigo sempre que eu estava deprimida.

– Você acha? - Rose parecia insegura. Eu nunca tinha visto-a assim. Só então percebi o que tudo isso estava custando à minha amiga.

– Ele tá péssimo Rose. Eu acho que nunca vi o Adrian tão mal quanto eu o vi hoje. Ele te ama, mas não consegue aceitar essa sua decisão. E você pode até achar que ele não vai te apoiar, mas você tá enganada. Não tem nada que o Adrian não faria por você. - eu vi a dúvida estampar o seu olhar. - Converse com ele e pense bem antes de tomar qualquer decisão.

– Mas Liss. Você sabe que se eu for em frente com essa gravidez, eu vou ter que deixar sua guarda. Nem que seja por alguns meses apenas.

– E daí? Não é como se eu fosse ficar desprotegida. E além do mais, é meu sobrinho. - disse colocando minhas mãos sobre sua barriga e acariciando. Rose me encarou, meio nervosa, meio assustada.

– Você tá adorando essa ideia né? Queria ver se fosse você a grávida.

– Então seria você dizendo que tudo ia ficar bem e que iria me proteger até o fim. E se eu sequer pensasse em aborto, então seria você dizendo que essa não sou eu. - ela me deu um abraço, enterrando o rosto no meu cabelo.

– Eu não sei o que seria de mim sem você Lissa. – afaguei suas costas gentilmente, pra em seguida dizer.

– Então... Posso chamar o Adrian aqui?

– Tá, vai... Mas não prometo nenhum resultado. – revirei os olhos e quando estava chegando na porta joguei uma almofada nela.

~~~~~~~~VA~~~~~~~~

POV Rose

Querendo ou não, as palavras de Lissa tinham surtido certo efeito em mim. E assim que Adrian chegou eu estava pronta pra tentar uma conversa civilizada com ele.

– Hey. - eu disse quando ele entrou. Tinha círculos roxos embaixo dos olhos, e os cabelos que usualmente viviam cuidadosamente despenteados, hoje estavam uma completa bagunça. Seus olhos também estavam injetados, o que significava que ele andara bebendo.

– O que você quer Rose? - perguntou rispidamente. Era tão estranho não ouvi-lo chamando-me de Pequena Dhampir que eu senti como se tivesse levado um tapa na cara. E eu não consegui segurar as lágrimas.

– Me desculpa. Eu não queria que você tivesse que passar por isso. Eu não queria magoá-lo. - ele envolveu os braços ao meu redor e começou a sussurrar palavras de conforto no meu ouvido.

– Ssshhh. Tá tudo bem. Vai ficar tudo bem, você vai ver só.

– Eu só queria que nada disso tivesse acontecido, que tudo continuasse como antes. - disse entre soluços. Adrian alisava meu cabelo, um gesto um tanto carinho, mas eu ainda podia ver a tensão na forma como ele trincava os dentes. Como se estivesse se controlando para não começar a gritar comigo.

– É tarde demais Rose, agora nada mais será como antes. Tudo o que nos resta é fazer o melhor com a situação que nos foi dada.

– E você tem certeza de que quer isso? Um bebê dhampir? Com uma meretriz de sangue? - ele afastou-se de mim, a descrença estampada em seus olhos que me perfuravam como faíscas.

– Nunca, nunca diga isso de si mesma novamente. Você sabe que isso não é verdade, que o que existe entre nós é maior que isso. - eu abaixei a cabeça envergonhada e ele gentilmente levantou meu rosto até que eu o encarasse novamente. - Não, eu não me importo de ter um bebê dhampir. Eu teria muito orgulho de qualquer filho nosso. Infernos, até casar com você, eu caso! - olhei pra ele surpresa e sem saber bem o que dizer.

– Você está me pedindo em casamento? - perguntei chocada

– Não. O dia que eu te pedir em casamento, será épico. - ele disse voltando ao seu jeito brincalhão usual.

– Eu vou pensar. É o máximo que eu posso te dar agora. – disse retomando o assunto, um pouco mais controlada. Mas significaria muito pra mim ter você me apoiando, Adrian. Independente do que eu decida. - ele escorregou as mãos para minha barriga, acariciando-a gentilmente. Por que todo mundo ficava fazendo isso?

– Eu te amo Rose. E já amo esse pequeno. – eu podia sentir a emoção em sua voz e o esforço que ele fazia para se controlar. - Por favor, não parta meu coração. - e com um último beijo na testa, ele me deixou. Com um dilema ainda maior em mãos.


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Notas finais do capítulo

Desculpem se eu parti alguns corações. Espero que vocês continuem me amando após esse capítulo.

Bjks