– Onde você estava? - Adrian perguntou quando entrei.

– Dimitri queria conversar. - apostei na honestidade por que a) ele saberia se estivesse mentindo e b) não queria mentiras em nosso relacionamento.

– Sobre? - eu suspirei me sentando no sofá. Para todos os efeitos era o meio da madrugada para os Moroi e meu corpo e só queria cama.

– Ele queria saber sobre como eu me sinto com relação a você e a ele.

– Então essa é a parte em que você diz que sente muito, mas ainda o ama e...

– Por que eu diria isso? - perguntei horrorizada.

– Por que eu sei que você ainda o ama e que um filho não vai fazer diferença alguma pra você.

– Adrian! Pra alguém tão lindo, às vezes você é muito obtuso. O Dimitri sempre será uma parte importante de mim, mas eu estou com você agora e pode até parecer difícil de acreditar, mas eu estou feliz com essa decisão. Eu te amo. - ele respirou aliviado antes de me puxar para um abraço, afundando a cabeça em meio aos meus cabelos. - Quando foi que você se tornou alguém tão inseguro?

– Quando Rose Hathaway entrou na minha vida como um furacão. - eu dei-lhe uma cotovelada de leve e ele fez uma careta de dor.

– Vamos para a cama que eu estou exausta. - disse puxando-o pela mão. Quando já estávamos na cama, minha cabeça deitada sobre seu peito, Adrian disse:

– Espera, você me chamou de burro?

– Agora que você percebeu? - perguntei rindo. - Acho que isso comprova minha teoria.

– Você vai ver o burro em um instante. - e então começou a fazer cosquinhas em mim. Eu implorava, mas Adrian só foi parar quando comecei a ficar com falta de ar. - Quero ver você me chamar de burro agora.

– Você é lindo, inteligente e cativante. Mas será que podemos dormir agora? - perguntei me aninhando a ele e me deixando levar para a inconsciência.

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– Rose. - Adrian me chamava e eu tinha a sensação de não ser a primeira vez. - Acorde, querida. - eu abri os olhos preguiçosamente e então ele sorriu. - Já passa da hora do almoço e tia Tatiana está aí em baixo querendo falar com você.

Cinco minutos depois eu estava sentada à mesa, almoçando com Vossa Majestade como se fosse a coisa mais comum do mundo. Mas levando em consideração que eu carregava no ventre seu sobrinho bisneto, acho que eu deveria me acostumar com sua presença.

– Como vocês estão? – ela perguntou com aquele jeito severo de ser.

– Estamos bem, Vossa Majesta...

– Por favor, estamos em família. Aqui você me chamar apenas de Tatiana.

– Tudo bem, Tatiana. Estamos bem. Segundo a médica, o bebê tá crescendo direitinho. Estou tomando todos os remédios e reduzi as rondas.

– Ótimo. Temo que terei que afastá-la do seu posto.

– Como assim?

– Consegui algumas informações sobre aquele outro assunto que discutimos outro dia e precisarei de você lá fora pra investigar. Já enviei as informações e sua passagem para seu e-mail.

– Passagem? – perguntei.

– Sim, você precisará ir para Nova York. Espero que apenas por alguns dias. O guardião Belikov irá acompanha-la por medidas de segurança.

– Dimitri? Mas assim Lissa ficará sem ambos os guardiões! – exclamei.

– Não se preocupe. Já tenho dois guardiões designados para ela. Não são tão bons quanto vocês dois, mas ela não deve mesmo sair da Corte nos próximos dias.

– Eu não me sinto confortável deixando-a na mão de desconhecidos. – respondi.

– A menos que você chame o guardião Castile de desconhecido...

– Eddie? Eddie irá ficar no meu lugar? – ele era um excelente guardião, mas tinha medo de aquilo ser definitivo e me afastarem de Lissa. – Isso é apenas provisório, certo?

– Claro que sim. Apenas não se demore muito. – ela disse se levantando. Eu a acompanhei até a porta embasbacada demais pra dizer qualquer coisa.

– Então, você vai pegar a estrada com Belikov.

– Não comece, Adrian. – disse um pouco rude.

– Desculpe. – para crédito dele, Adrian pareceu verdadeiramente envergonhado.

– Tudo bem. Não sei nem bem o que pensar sobre isso. – peguei o laptop e fui direto para meu e-mail. De fato, continha diversas instruções, mas nenhuma pista. Eu tinha um voo agendado para a próxima madrugada, o que significaria que eu teria que sair em poucas horas. Além disso tinha apenas um endereço onde alguém informações iria supostamente nos encontrar. – Acho que tenho que fazer as malas, né?

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Algumas horas depois, Adrian me acompanhou até o SUV que me aguardava nos portões.

– Tome cuidado, por favor. – seus olhos exibiam toda a agonia que ele estava sentindo ao me deixar ir.

– Hey. Nós vamos ficar bem. Não é como se estivéssemos indo combater um bando de Strigoi. Logo voltaremos para casa, eu prometo.

– E eu irei visitar seus sonhos. Me mande um sms quando for dormir.

– Tudo bem, mas não abuse do espirito. Nós dois precisamos de você inteiro. – disse colocando as mãos em seu rosto. Adrian me puxou pela cintura, seus lábios tomaram os meus em um beijo apaixonado e em seguida tocaram minha testa de leve.

– Se cuida. – ele disse quando entrava no carro onde Dimitri aguardava.

– Por que eu nunca posso dirigir? - perguntei quando saiamos pelo portão.

– Por que eu não confio em você no volante. – disse dando de ombros.

– Hey Camarada! Eu sou maior de idade, tenho um bebê a caminho e estou praticamente casada.

– Exatamente. Agora se divirta com o rádio se quiser, mas o volante é meu. – eu bufei irritada.

– Você nunca muda.

– Nem você, estamos quites. – como resposta eu dei a língua para ele. Essa iria ser uma longa viagem.