O Herói do Mundo Ninja escrita por Dracule Mihawk


Capítulo 104
O Anjo


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, galera! Como vão?

Já me adianto para desejar a todos um feliz Natal e um próspero Ano Novo. 2022 promete ser um ano, ao menos, na minha visão, mais desafiador do que foi 2021. Mas, graças a Deus, chegamos até aqui, não é? É motivo de gratidão.

Antes do capítulo, alguns esclarecimentos:

1. As postagens agora serão QUINZENAIS. Teremos capítulos na PRIMEIRA e na TERCEIRA semanas de cada mês, que serão postados, PREFERENCIALMENTE, ÀS SEXTAS-FEIRAS, até às 19h. Creio que, cientes destas informações, vocês estarão mais seguros em relação à continuidade desta história, bem como ao cronograma de postagens dos capítulos (se bem que o site os avisa por e-mail sempre que a história é atualizada, hehe).

2. Estou adiantando ESTE CAPÍTULO porque estamos às vésperas de duas festas. Creio que ninguém (inclusive este que vos fala) vai passar o Natal e Ano Novo lendo/escrevendo, então já me antecipo. Vocês não mereciam esperar até 2022.

3. Isto posto, a data provável do próximo capítulo é: 07/01/2021 (no Dia Internacional do Gol da Alemanha; entendedores entenderão).

Espero responder, neste capítulo, a algumas dúvidas que surgiram do capítulo anterior. A história está chegando a um momento bem bacana e estou ansioso para apresentar isso a vocês.

Ah, sinto falta de alguns nomes que não vejo há um tempo (dois anos, eu sei). Se estiverem por aí, mandem um alô! :)

Nos vemos nas notas finais. Boa leitura a todos o/



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Estavam os três reunidos à mesa para o que estava sendo o jantar mais inusitado na casa dos irmãos Tsukiaru. Hadame e Momo já haviam terminado suas porções de comida enlatada, enquanto Konan comia pela quinta vez. Hadame assistia a tudo quieto, com um olhar vacilante. Vez ou outra, espiava de esguelha a irmã, que tinha a mesma feição esperançosa de antes; sequer piscava. Depois, voltava-se para a mulher à sua frente. Todas as dúvidas a respeito dela superlotavam a mente de Hadame.

Em primeiro lugar, ele se perguntava como iria sustentar, além da irmã, alguém que não ingeria alimento sólido há dois anos. E depois, e se descobrissem a respeito dela? A Chuva tinha um novo líder. Konan era passado. E mesmo que o Anjo de Deus estivesse de volta, a mulher magra ali à mesa não se parecia com a sombra da figura imponente que falava em nome de Pain-sama.

Ainda assim, sua irmã Momo acreditava nela.

Konan terminou a refeição e rezou uma singela e inaudível prece, agradecida. Depois, voltou-se para os irmãos:

— Como eu sobrevivi?

Momo adiantara-se para responder, mas Hadame fez sinal para ela e tomou a frente.

— Oficialmente, a senhora ainda está morta, Konan-sama — disse ele. — Ninguém sabe que está aqui.

Konan estreitou os olhos, confusa.

— O que houve?

— Bom... — Hadame coçou a cabeça. — Dois anos trás, depois da sua luta contra Obito Uchiha, nós-

— Espere — Konan interrompeu-o. — Quem?

— O homem mascarado, o falso Madara — esclareceu. — No fim, ele se mostrou ser só um lacaio. O verdadeiro Madara Uchiha foi ressuscitado na Quarta Grande Guerra Ninja.

Konan tinha os olhos perdidos. “Como assim aquele homem não era Madara Uchiha?”, “Quarta Guerra Ninja?”, “Como eu vim parar neste lugar?”, “O que aconteceu?”, pensava, atônita. Eram muitas perguntas; precisava de muitas respostas.

Enquanto isso, Momo cutucou o irmão mais velho.

“Nii-san, ela não sabe”, gesticulou. Hadame fez que sim, desculpando-se.

— Konan-sama, nós, do Corpo Chunnin, a encontramos na baía depois daquela luta — contou Hadame, contextualizando. — A senhora havia perdido muito sangue e... seu coração havia realmente parado de... — hesitou.

Konan assentiu.

— Entendo. Eu fui dada como morta.

Hadame fez que sim.

— Por três dias — prosseguiu —, a senhora não respondeu a nenhum estímulo ou tratamento. A senhora estava, definitivamente, morta, Konan-sama. Sem batimentos cardíacos e sem respiração. Então, quando entendemos que nada mais poderia ser feito, noticiamos a sua morte.

Konan respirou fundo, atenta.

— Nós a velamos no mesmo lugar em que estão os memoriais de seus amigos — continuou Hadame Tsukiaru —, Nagato e Yahiko. Foi lá que a sepultamos.

— Então... — Konan fechou os olhos, ainda sem entender. — Como eu estou aqui?

Hadame virou para o lado, fitando a irmã mais nova. Ela sorria gentilmente para a mulher.

— Minha irmã, Momo — explicou. — Ela é uma ninja médica muito habilidosa, a melhor da Vila da Chuva, além de ser também uma ninja sensorial. No sepultamento, ela pressentiu uma fagulha do seu chakra palpitando, Konan-sama. Ela me garantiu que, apesar de tudo, a senhora ainda estava viva. Muito fraca, mas viva ainda assim.

Konan virou-se para a menina, que desviou o olhar, envergonhada.

— Ela é tão boa assim? — perguntou Konan.

— A melhor de todas, Konan-sama! — assentiu Hadame. — E bastante inteligente. Aprendeu Ninjutsu médico de maneira autodidata, pesquisando a respeito da técnica da Lendária Sannin Tsunade. Mas, por ser muito jovem e não ter tido um professor nem algo ou alguém que comprovasse suas habilidades, nunca a reconheceram como uma ninja médica da vila.

Konan esboçou um sorriso singelo para a garota.

— Obrigada. — E, virando-se para Hadame, perguntou: — E depois?

Ele suspirou, constrangido.

— À noite, nós roubamos seu corpo e pusemos outro no lugar, de alguém que havia morrido há pouco tempo.

— E por que não avisaram que eu estava viva? — perguntou Konan. — Se o que dizem é verdade, por que não contaram aos outros?

Momo baixou os olhos, consternada.

“É porque nem todos tinham fé no Anjo”, comunicou. “Depois da morte de Pain-sama, sussurros a respeito de partidários de Hanzou de Salamandra surgiam aqui e ali. Não sabíamos quem eram nem quantos. Só se ouvia boatos. Dizia-se que, se Pain-sama poderia morrer, então o Anjo também.”

Hadame respirou fundo, cauteloso.

— O que minha irmã quis dizer, Konan-sama, é que nem tod-

“Obrigada, Momo”, Konan agradeceu à jovem, usando a linguagem de sinais para falar diretamente à garota. Os dois irmãos foram pegos de surpresa até que, por fim, Momo abriu um sorriso compreensivo.

Lá fora, ouviram o barulho da chuva que voltava a cair.

— O que houve comigo? — perguntou Konan. — Depois que me tiraram de lá?

Foi a vez de Momo responder.

“De fato, a senhora havia morrido, mas, de alguma forma, chegou a responder os estímulos médicos e voltou a respirar”, explicou Momo. “Mesmo assim, seu corpo estava muito fraco devido às lesões e acabou entrando em um estado de coma. Aqueles amadores da equipe médica não tiveram paciência de esperar só mais um dia.”

— Ou não quiseram esperar — completou Hadame.

“Nós a trouxemos para nossa casa porque era o único lugar seguro que conhecíamos”, Momo prosseguiu. “Temos cuidado da senhora desde então. Tive que ensinar Hadame a fazer comida para a sonda nasogástrica, o que foi difícil no começo, mas deu certo.”

Sensibilizada, Konan encolheu-se no assento. Aqueles dois haviam salvado sua vida, não só dos ferimentos mortais da luta contra o homem que dissera ser Madara, o tal Obito Uchiha, como também dos seguidores remanescentes de Hanzou da Salamandra. Arriscaram suas vidas para protegê-la. Ela não sabia o que dizer.

Mas restavam algumas perguntas.

— Quanto tempo eu fiquei assim?

Os irmãos se entreolharam, receosos.

— Um pouco mais de dois anos, Konan-sama — respondeu Hadame.

— Dois anos? — Konan estremeceu. Olhou para os irmãos, primeiro para ele, depois para ela. As feições de ambos não mentiam. Konan estivera em coma por dois anos inteiros. “E a vila?”, pensou consigo mesma.

A ideia de ter desaparecido por tanto tempo era estarrecedora. Depois da morte de Nagato e o encontro com Naruto Uzumaki, Konan havia deixado a Akatsuki para atrás, passando a liderar a Vila Oculta da Chuva. Reorganizaria o pequeno país, implementando mudanças legislativas internas e concedendo liberdade ao povo. Além disso, eram necessárias grandes reformas econômicas e políticas, como a abertura comercial e o estabelecimento de alianças com outros países. Coisas que, ela sabia, ocorreriam aos poucos. Por muitos anos, a Chuva foi um país isolado das nações vizinhas; as marcas de guerra ainda eram aparentes, apesar da tentativa de Nagato em estabelecer um regime pacífico — ainda que autoritário.

Contudo, a prioridade de Konan, na época, era defender sua terra. Sabia que o mascarado em breve viria atrás do Rinnegan — como viera e a derrotara. E a Chuva havia ficado sozinha desde então.

— Contem-me o que aconteceu enquanto estive em coma — pediu Konan. — Tudo.

Os irmãos Tsukiaru não esconderam detalhes. Falaram-lhe a respeito do encontro histórico dos Cinco Kages; que a Akatsuki, liderada pelo homem que dissera ser Madara Uchiha, havia declarado guerra às Cinco Grandes Nações e, atrás dos dois Jinchuurikis remanescentes: Naruto Uzumaki, da Folha, e Killer Bee, da Nuvem, começara a Quarta Grande Guerra Ninja. Contaram que, pela primeira vez, houve a criação de uma Aliança Shinobi; também sobre a ressurreição do verdadeiro Madara Uchiha, sobre o Juubi, o Tsukuyomi Infinito e até mesmo o ressurgimento de Kaguya Ootsutsuki. E que, no fim, Naruto Uzumaki foi declarado o maior herói da guerra, passando a ser reconhecido como o Herói do Mundo Ninja.

Diante de tudo aquilo, Konan não pôde evitar o sorriso.

“Então você disse a verdade naquele dia, Naruto.”, lembrou-se do excêntrico ninja loiro, o último discípulo de Jiraiya. “Nagato e Jiraiya-sensei estariam orgulhosos.”

Momo, que havia percebido a feição de Konan, perguntou:

“A senhora o conhece, Konan-sama?”, e a antiga líder da Chuva, em resposta, fez que sim.

“Eu espero um dia conhecê-lo”, Momo comentou sonhadora. “Dizem que ele é um herói milagroso e tem poder de curar as pessoas. Talvez ele possa-“

— Momo! — Hadame a repreendeu. — Agora não.

Algo estava errado, Konan percebera. As expressões de seus interlocutores falavam por si só. Ela conseguia distinguir, por trás dos olhos cansados de Hadame Tsukiaru, a sensação de impotência e indignação. Por sua vez, Momo respirava fundo, como se fizesse força para não chorar.

Como nenhum dos dois disse mais nada, Konan adiantou-se:

— O que aconteceu com nossa vila? — perguntou com cuidado.

Momo tremia, enquanto abraçava as próprias pernas sobre a cadeira. Os olhos fechados já não conseguiam segurar os filetes de lágrimas. Então, ela se levantou com brusquidão e os deixou. Sem entender, Konan seguiu a jovem com o olhar até que esta desapareceu atrás da porta do banheiro.

— Eu sinto muito por isso, Konan-sama — Hadame murmurou. — Foi pior para ela.

Konan se voltou para o Jounin.

— O que houve?

Pela primeira vez, erguendo o semblante, ele mirou os olhos cor de âmbar da mulher à frente.

— Minha irmã nem sempre precisou da linguagem de sinais — contou. — Por minha causa, ela está assim.

Hadame contou sobre a situação frágil em que se encontrara a Vila Oculta da Chuva depois do sumiço de Konan. Falou que, apesar da paz ter reinado entre as Grandes Nações, pouca coisa havia mudado, nesse sentido, em relação à Vila da Chuva. Ele falou sobre o surgimento de Kira Toraiyama e sua ascensão ao poder. Detalhou o governo de Toraiyama, sua segurança e comodidade em contraste com a situação precária em que os cidadãos viviam. Falou sobre a tentativa fracassada de assassinar o líder da vila e as consequências para os rebeldes derrotados e suas famílias.

— Depois de a espancarem na minha frente — Hadame falava com lágrimas nos olhos — eles mutilaram a língua dela com uma kunai. Disseram que, assim, eu nunca iria me esquecer de falar nada a respeito de rebelião com ninguém. Eu falar algo, Konan-sama... eu! Eu fui o culpado... e minha irmã pagou o preço. Não pude protegê-la daqueles monstros.

Hadame escondeu o rosto sobre as mãos, agora chorando e soluçando copiosamente. Konan escutara tudo aparentemente impassível, mas algo dentro dela ardia. Como alguém que perdera os pais ainda criança e crescera órfã em meio à guerra, tinha visto todo o tipo de corrupção moral da natureza humana — principalmente naquele país. Konan sentia algo despertar dentro de si. Um sentimento que, com ela, havia adormecido por tempo demais.

Devagar, Konan se levantou da mesa e se dirigiu até à porta. Preocupado, Hadame perguntou:

— Aonde a senhora vai?!

— Vou lá fora — respondeu. — Preciso olhar o céu.

Hadame se levantou com brusquidão.

— Não pode ir lá fora, Konan-sama! Pode ser perigoso.

Ela abriu a porta mesmo assim.

— Está tudo bem. Ninguém espera por mim. Eu estou morta há dois anos.

E saiu.

A casinha dos Tsukiaru era bem simplória, com a pintura já desgastada pelas chuvas. Havia uma varanda na entrada e uma escada de madeira no lado direito que conduzia à laje. Konan preferiu usá-la. Apesar de estar segura quanto a não haver ninguém por perto, não arriscaria saltar direto até a laje e, com isso, comprometer a segurança dos dois irmãos, caso algum bisbilhoteiro descobrisse que ela também era uma ninja.

No alto, ela ergueu o rosto para o céu escuro. A chuva descia copiosa e fria, empapando-lhe a roupa e os cabelos contra a pele. Ouvia a mesma melodia triste e uniforme com a qual estava acostumada. Não havia trovões, não havia vento; só a chuva.

Depois de tantos anos, nada havia mudado.

Esquecera de perguntar aos Tsukiaru o que havia acontecido com Naruto depois da guerra. Afinal, segundo o ninja da Folha lhe dissera após a morte de Nagato, sua vila e a Chuva seriam aliadas a partir dali. Konan não gostava de pensar na ideia de que Naruto os havia abandonado.

Imediatamente, confrontou os próprios pensamentos. Naruto era da Vila da Folha e, portanto, apesar de ter prometido a Konan, não era responsável por cuidar do pequeno país dela. A responsabilidade era dela. Como sucessora de Pain, ela deveria ter protegido a vila; ter ficado e vencido o mascarado. Sua derrota na batalha do lago resultou em mais do que perder o Rinnegan de Nagato; Konan havia deixado seu povo desprotegido — e quando precisaram dela, não pôde ajudá-los.

— Yahiko, Nagato... me perdoem.

                                      

 

                                               ***

 

Os dias passaram mais rápido do que ela poderia imaginar. Hadame trabalhava de segunda a sexta-feira, saindo de casa bem mais cedo, antes das 5h, e voltando de tardinha. Ele decidira trabalhar mais duas horas extras, a fim de conseguir mais dinheiro para suprir as necessidades da casa.

Enquanto isso, Momo e Konan trabalhavam juntas nos afazeres domésticos. Momo a ensinou a cozinhar e Konan, em troca, mostrou-lhe como fazer os tipos mais exóticos de origami. Isso as aproximou. A antiga líder da Chuva gostava da presença da jovem, ao passo que Momo Tsukiaru via um lado de Konan que, até então, era-lhe impensável, mesmo tendo cuidado da mulher por dois anos: era uma pessoa comum. A visão sublime e zelosa que Momo tinha a respeito de Konan, aos poucos, dava lugar a uma amizade sincera, embora Momo ainda nutrisse certa veneração ao Anjo.

Portanto, não era difícil de imaginar o que Konan pensava todas as vezes que separava um tempo do dia para subir até a laje e olhar o céu. Era fim de tarde, e lá estava ela outra vez.

Sentia-se mais forte a cada dia. Depois de um pouco mais de uma semana ingerindo alimento sólido e dormindo direito, seu corpo já não estava tão magro como quando ela havia despertado. Momo garantira-lhe que não havia sequelas da longa hibernação, apesar de insistir na necessidade de repouso.

Mas Konan já havia esperado tempo demais.

Da laje dos Tsukiaru, ela observava o céu cinzento e, no fim do horizonte, o centro da vila. Eram quase cinco horas da tarde e, naquele momento, a chuva lhes havia dado uma trégua.

Resoluta em seus pensamentos, não precisou se virar para perceber a presença dos irmãos ali com ela.

— Konan-sama, a senhora está bem? — perguntou Hadame.

Ela inspirou devagar, permitindo o ar úmido e frio da Chuva encher seus pulmões. Sim, estava ótima.

— Esta terra já chorou por tempo suficiente — disse Konan, olhando para o céu vespertino. — Isso acaba hoje.

Às costas dela, os dois irmãos trocaram olhares.

— Trouxemos algo para a senhora. — Hadame acenou com a cabeça e Momo entregou um presente embrulhado dentro de uma sacola de plástico escuro. — Isso lhe pertence.

“Nós guardamos tudo, Konan-sama”, Momo gesticulou. “Tomei cuidado para consertá-lo.”

Konan pegou o embrulho, sentindo algo macio em suas mãos. Abriu a sacola.

O primeiro item que encontrou foi uma caixinha preta de joias. Dentro dela, dois itens nostálgicos: um piercing, que ela costumava usar embaixo da boca, e seu anel da Akatsuki, com o kanji (“branco”), que punha no dedo médio direito.

Pôs o anel no mesmo dedo e guardou a caixinha com o piercing. Momo questionou o porquê daquela predileção.

— Joias distintas com significados distintos — respondeu Konan. — Passei a usar o piercing depois da morte de Yahiko, como uma marca de dor no meu rosto. Todas as vezes que me olhasse no espelho, eu jamais me esqueceria do que houve; e jamais voltaria atrás. Graças a Naruto e, agora, a vocês dois também, eu posso trilhar um caminho diferente.

Ela abaixou os olhos, observando a inscrição no anel.

— Por outro lado — continuou —, o anel vincula o membro da Akatsuki ao futuro. Lembra-o de que ele é só um instrumento de algo muito maior do que ele.

— E o que seria? — indagou Hadame.

Konan desembrulhou o último item do pacote. O manto negro com nuvens vermelhas pousava em sua mão, sublime. Por muito tempo, aquele símbolo representou terror para todo o mundo ninja. Todos deveriam se lembrar das chuvas de sangue que inundaram a Vila Oculta da Chuva durante a Terceira Grande Guerra.

Mas agora já não seguia os ideais distorcidos da vingança. Naruto a havia convencido do contrário. Não mais uma revolucionária, ela era a legítima governante da Vila da Chuva. Seu povo precisava dela outra vez, para guiá-los a dias ensolarados. Da mesma forma, o nome Akatsuki deveria voltar ao seu significado original: “amanhecer”, como, um dia, idealizara Yahiko. Para isso, Konan vestiria as nuvens vermelhas novamente.

Trajada, Konan se virou para Hadame e o respondeu:

— Propósito.

Antes de partir, Konan se achegou a Momo e, com a mão, fez-lhe uma flor de girassol de papel. Os olhos da garota brilharam de encanto. Ela guardou, com cuidado, o presente antes de envolver a mulher em um abraço.

“Obrigada por voltar por nós, Konan-sama”, ela gesticulava embaraçosamente pela emoção. “Muito obrigada! O fato de você estar viva é um milagre para todos nós.”

Depois de se despedir da jovem Kunoichi com um beijo na testa e com um aceno cordial para Hadame, Konan elevou os olhos aos céus.

— Shikigami no Mai (Dança do Shikigami).

E, como em uma bela miragem, viram-na desaparecer em incontáveis origamis de borboleta.

                                       

 

                                              ***

 

— Mas, senhor... — Sato Itadori, seu principal contador e assessor, não conseguia ver aquilo com bons olhos. — Isso é forçar os camponeses à condição análoga de escravidão. O escândalo que isso pode trazer, caso a informação vaze, pode ser catastrófico para as ações. Fora que vamos perder qualquer chance de negociar com a Vila dos Artesãos.

Toraiyama deu uma gargalhada.

— Eu já disse! — O sushi mastigado respingava à medida que ele falava. — É só alterar os registros. A informação não vai vazar.

Kira Toraiyama, o líder da Vila da Chuva, era um homem relativamente baixo. O rosto era gordo e quadrado, com uma barba falhada e bigode espesso. Os olhos, grandes e arredondados, pareciam sempre ansiosos por algo novo.

Depois de encher uma taça de vinho, perguntou ao assistente:

— E o empréstimo à Vila da Folha?

Sato fez que não com a cabeça.

— Não obtivemos respostas da Hokage até agora. Talvez, a Vila da Nuvem tenha feito uma oferta mais acessível e...

— Mande outra oferta àquela vaca peituda, oras! Uma que a Tsunade não possa recusar. — Bebericou do cálice e, depois de uma careta enojada, cuspiu o líquido de volta. — Isso aqui tem gosto de mijo! Tragam da outra safra agora!

Enquanto um dos criados substituía a bebida do governante, Sato avaliava os documentos que tinha em mãos.

— Se o senhor quer mesmo financiar a reconstrução da Vila da Folha, deveria desconsiderar a ideia de negociar com, bem, Eles.

Toraiyama coçou o bigode.

— Deveria mesmo — disse. — Ninguém ouve mais sobre os tais Yuurei desde o massacre na Folha. Além disso, não quero emprestar meu dinheiro para clientes que somem sem deixar rastros.

— Acha que não pode ser perigoso, senhor? — indagou Sato. — Caso consiga cobrir a proposta da Vila da Nuvem para a Folha, pode, talvez, irritar esses criminosos. Dizem que eles podem fazer frente até mesmo a Naruto Uzumaki.

O banqueiro deu uma risada grotesca.

— Boatos, Sato! Boatos. Até onde se sabe, esses Yuurei fogem com o rabo entre as pernas toda vez que o Naruto aparece. Foi o que fizeram quando ele voltou à Folha durante a invasão deles. — E estufou o peito, como um orgulhoso cidadão do País do Fogo. — Aquele rapaz não é o maior ninja do mundo à toa.

Depois que lhe fora trazido outra garrafa de vinho, Kira Toraiyama, ritualisticamente, abriu-a e despejou o líquido dentro da taça de prata.

— E mesmo que eles venham atrás de mim, nunca estou sozinho. — Experimentou a nova bebida com ar de aprovação. — Ah, bem melhor!

Sato Itadori sentia arrepios só por estar na mesma sala que homens como As Dez Lâminas Negras. Suas feições eram mal-encaradas, como se pudessem matá-lo por nada a qualquer instante. Além dos dez samurais mercenários, a guarda pessoal do líder da Chuva contava com quinze ninjas locais, todos Jounin. O próprio Kira os havia selecionado dentre os mais hábeis da vila. A princípio, mostraram-se relutantes em trabalhar para o homem que explorava o povo. Mas, no fim, nada que o dinheiro não pudesse resolver.

— Não se esqueça de enviar a nova proposta à Tsunade amanhã, Sato — ordenou. — E troque o percentual do pagamento aos camponeses. Os tempos estão difíceis e... ei, está chovendo de novo nessa vila de merda?

 Todos escutavam o chiado do lado de fora do prédio. Era alto e agudo, e ficava cada vez mais intenso.

Pelo que todos se entreolharam, principalmente os ninjas nativos, Toraiyama logo percebeu que não se tratava de chuva. Incomodado, ordenou que lhe abrissem a cortina da janela do escritório.

— Mas que porcaria é essa? — Uma pontada de dúvida e medo o acometera de repente.

Do lado de fora da janela, todos viam milhões de folhas de papel rodopiando ao redor do prédio. Um gigantesco turbilhão branco os cercava, girando em alta velocidade e cobrindo todos os andares da torre mais alta da Vila da Nuvem.

Toraiyama segurava o braço da cadeira com força. Os olhos esbugalhados estavam paralisados de pavor diante daquela majestosa dança de papel.

Então, ele a viu.

Surgiu como um espírito repentino, assumiu cores e distinguindo-se do redemoinho de papel. “Um anjo”, pensou o líder da Chuva ao vislumbrar as asas com mais de dez metros de envergadura. Os longos cabelos azul-púrpura chicoteavam o ar em suas costas. O olhar severo parecia estar julgando o destino de Kira Toraiyama naquele instante.

E aquela roupa... as nuvens vermelhas.

— A-Akatsuki?! — ganiu baixinho.

A porta do escritório de Kira abriu com violência. Um de seus subordinados Jounin entrou às pressas, chamando por seu chefe.

— Kira-sama! Kira-sama! Estamos sendo ataca... — Não terminou de falar. Havia caído no chão com uma shuriken de papel cravada na nuca. Atrás dele, entrando imponente pela porta do escritório, estava a mesma mulher que os observava de fora da janela. Duas Konan, pela frente e pela retaguarda.

Tudo aconteceu em um piscar de olhos. O clone dentro do escritório se desfez em diversas folhas de papel, avançou contra toda a guarda de Toraiyama tão rápido que não houve qualquer reação. Em um instante, todos os guarda-costas estavam enroupados de branco. Apenas nas cabeças havia algo de diferente — pequenos papéis retangulares de cor amarelada.

E, tão rápido quanto havia subjugado os mercenários de Kira Toraiyama, Konan acionou as tarjas explosivas de curto alcance. Houve um ruído metralhado de estouros. No segundo seguinte, os corpos decapitados caíam todos sobre o chão. Apenas o líder da Chuva e seu contador foram poupados.

Com as asas, Konan estilhaçou o vidro da janela e entrou na sala. Toraiyama gritava aterrorizado enquanto tentava escapar, mas foi rapidamente imobilizado. Ela o deixou por um momento e se virou na direção de Sato.

— É o assistente deste homem? — perguntou.

Em pânico, o homem não conseguia expressar qualquer som de sua garganta. Balançou a cabeça freneticamente, confirmando a informação.

Os olhos cor de âmbar o analisavam meticulosamente.

— Não parece ser um homem mau, senhor...?

Sato Itadori tinha um ataque de gagueira.

— S-Sato, s-senhora...— Engoliu em seco. — O n-nome é Sato.

Konan assentiu.

— Tem acesso aos bens deste homem, eu presumo.

Sato fez que sim.

— A todas as contas bancárias... aos i-investimentos, negociações... e-eu cuido de todo o patrimônio de Kira-sama.

— Ótimo. — Era a resposta que Konan queria ouvir. — Vou precisar de você, Sato, então não tente fugir. Saberei se tentar.

O assistente, outra vez, só confirmou com um aceno de cabeça. Konan desviou os olhos para o homem que mantinha preso em suas mãos. Ela possuía uma expressão fria de desprezo.

— Venha comigo.

E arrastou o líder da Chuva, que, aos berros, implorava por piedade. À beira da janela, Konan segurou-o com as duas mãos pela gola da camisa, fazendo-o olhá-la nos olhos. Apesar de mais pesado, Toraiyama era um homem bem mais baixo que Konan, que não teve dificuldade de erguê-lo do chão. Depois de abrir as asas, desapareceu com ele em meio ao turbilhão de papel.

Há mais de trezentos e cinquenta metros do chão, os gritos de Toraiyama só podiam ser ouvidos por ela.

— Por favor! — ele implorava. — Eu sou só um homem de negócios! Eu não fiz na...

— Sabe quem eu sou, Kira Toraiyama? — A voz de Konan era assustadoramente calma.

Ele fez que não com a cabeça.

— Você é da Akatsuki, não é? — As pernas dele se debatiam no ar. — Olha, eu não sabia que vocês ainda estavam por aí, que tinham interesses neste lugar. Eu juro! Sou só um...

— Meu nome é Konan — interrompeu-o. — Nascida na Vila da Chuva; membro fundador e vice-líder da Akatsuki; o braço direito de Pain e legítima governante da Vila Oculta da Chuva. Para os cidadãos deste país, sou chamada de o Anjo de Deus. Para meus inimigos, sou o Anjo que traz a morte.

Kira Toraiyama assentiu.

— É o governo que você quer? Ok, pode pegá-lo! Só me ponha no chão, por favor, por favor. E-eu juro que...

O turbilhão de papel eclodiu até a altura em que pairavam, envolvendo-os em um vendaval. Por um instante, Kira pensou que aquele era o fim.

— Mas que merda! Merda! — praguejou. — O que você quer, afinal? É dinheiro? Eu tenho de sobra. Posso deixá-la rica pelo resto de sua vida. Você e sua família não precisam ma...

Konan fuzilou-o com os olhos.

— Você ainda não entendeu — disse ela. — Sua ganância envenenou esta terra. Eu vim aqui para dar um fim a isso.

Kira arregalou os olhos, desesperado.

— Tem ideia de quem eu sou, sua vadia imunda? De onde eu vim? — ele berrava, debatendo-se. — Eu sou o maior nome do ramo imobiliário em todo o País do Fogo! Sou amigo do próprio Senhor Feudal! No meu país, está a vila ninja mais poderosa do mundo: a Vila Oculta da Folha! Não pode fazer nada comigo! Se souberem que me atacou, o Senhor Feudal e a Hokage trarão o maior ninja do mundo para caçar você: Naruto Uzumaki em pessoa virá me buscar!

Konan segurou-o com firmeza.

— Eu conheço Naruto pessoalmente — disse ela. — Fomos treinados pelo mesmo professor. Um verme como você não comoveria o Naruto.

E olhando-o bem nos olhos, prosseguiu:

— Mas ainda que Naruto viesse por você, ele não está aqui para te salvar. Somos só você e eu.

Encurralado, Toraiyama tentou uma última cartada:

— Tenho clientes! — vociferou. — Amigos poderosos! Aqueles que assumiram o lugar deixado pela Akatsuki... os Yuurei.

Uma expressão de surpresa quase imperceptível despontou no rosto de Konan. Como parceira de Nagato no comando da Akatsuki, ela conhecia bem aquele nome.

E sabia quem eram os dois comandantes dos Fantasmas, afinal, Konan os conhecera pessoalmente. Principalmente a mulher de cabelos vermelhos, quatro anos mais jovem do que ela.

Toraiyama percebeu a hesitação em Konan e sorriu, interpretando aquele momento como insegurança da Kunoichi. Um erro.

— Eu tenho contato pessoal com os Yuurei — mentiu. — Esses caras não estão para brincadeira, não! Eles varreram a Vila da Folha e assumiram o controle do País dos Demônios em um estalar de dedos. Nem mesmo Naruto é páreo para eles. Você, sua maldita, não tem a menor chance. Eles têm poder para fazer guerra às Cinco Nações Ninja. Você, da Akatsuki, é passado!

Os pensamentos de Konan iam além daquela ameaça barata. Aprendera, do pior jeito, a reconhecer um mentiroso. Por outro lado, havia um fundo de verdade no que Toraiyama dissera: com a queda da Akatsuki, outra facção tinha reclamado o trono. E se, de fato, os Yuurei se tornaram tão poderosos quanto aquele banqueiro dizia, então não só a Chuva, mas todos corriam perigo.

O sonho de Yahiko, o sonho de Nagato e o dela, a paz no mundo ninja que Naruto Uzumaki começara a construir; tudo estava em risco.

Voltou-se para o homem diante dela.

— Gente como você, que joga dos dois lados, sem se importar com a vida humana...  — Puxando-o pela gola da roupa, trouxe-o para perto de seu rosto, de modo que ele não pôde fugir com o olhar. — e que mutila garotinhas. Você é o tipo que eu mais odeio.

— Por favor, nã-

Soltou-o.

Os gritos desesperados de Kira Toraiyama sumiam no ar à medida que ele despencava do céu. Do alto, o Anjo assistia à queda com mesmo olhar impassível de antes.

— Kami Shigure (Dança das lâminas de papel) — sussurrou.

Enquanto caía no meio do turbilhão de papel, Toraiyama pôde ver as folhas ao redor se dobrando harmonicamente, assumindo forma do que pareciam ser minúsculas lâminas brancas — eram dezenas de milhões, girando à sua volta em altíssima velocidade.

Então, tudo estava acabado. Ao menos, aquele estorvo. De volta ao poder, Konan sabia que muito precisava ser feito, tanto dentro quanto fora da vila. Kira Toraiyama tinha sido o menor de seus problemas. Dentre tantas coisas, apenas uma lhe causava real preocupação.

“Aqueles que assumiram o lugar deixado pela Akatsuki...”, as palavras do banqueiro ecoavam em sua mente. Konan deveria estar pronta para as nuvens tempestuosas que, em breve, cairiam sobre seu pequeno país. Agora, estavam em lados opostos.

— Os Yuurei.

Sozinha no céu, considerava como seria encontrar a antiga pupila, Mira Uzumaki, novamente.

— Uma coisa de cada vez — disse a si mesma, por fim.

 

                                           ***

 

Duas horas depois, depois de já haver escurecido, quando as pessoas na capital da Vila da Chuva já se recolhiam, um fenômeno inusitado aconteceu. Uma infestação de borboletas de papel tomou o lugar — pelas janelas abertas, frestas das portas e chaminés; não pediam licença para entrar. Confusos, muitos foram à rua para saber o que estava acontecendo.

Ainda perguntavam uns aos outros o que significava tudo aquilo, quando uma voz infantil ecoou em meio à multidão:

— Olha, mamãe! — disse uma garotinha, apontando para o céu. — Um anjo!

E todos a viram planando sob a luz lunar.

— I-Impossível... — gaguejou alguém. — É a Konan-sama!

E, pela primeira vez em muito tempo, o céu não derramou suas lágrimas naquela noite.

                                       

                                              ***

 

Vila Oculta das Fontes Termais.

Estava sentada sobre o cais de sempre. Os primeiros raios de sol matutino começavam a despontar à leste, atrás da montanhas. Os passarinhos cantavam nas árvores regadas pelo orvalho. Nami Shotagiru suspeitava que aquele seria um dia agradável em seu pequeno país.

Sentiria falta de lá.

Nami trazia nas mãos um barquinho de papel. Antes de pô-lo no rio, ela tirou da bolsa sua principal recordação daquele lugar: uma pequena fotografia dela com seu namorado, Yasuke, o prodígio da Névoa, morto pelos Yuurei durante a missão na ilha Misuto.

Olhou a imagem por alguns instantes. Perguntava-se como os contrastes deles poderiam ser tão bem evidenciados ali, naquele retrato minúsculo. Os cabelos brancos dele, a cabeleira ruiva dela; o sorriso reservado de Yasuke ao lado do zombeteiro de Nami; as bochechas coradas dele, as sardas dela.

Nami beijou a fotografia, colocou-a dentro do barquinho de papel e o pôs na água verde-azulada.

— Adeus, piralho — disse, vendo o barco se distanciar.

Nami decidira partir. Não levava muita coisa consigo. Queria começar a vida adulta longe de tudo. Mas, ao mesmo tempo, não queria deixar as memórias de Yasuke para trás. Ela o amara de verdade. Por isso, havia pensado em ir para a Vila Oculta da Névoa, como havia combinado com o namorado, quando ele retornasse da ilha Misuto.

Mas Yasuke foi um dos que não haviam voltado, e ela precisava seguir em frente.

Caminhava para o portão da vila quando encontrou o homem estranho. Era alto, de pele clara e cabelos castanhos presos por um coque. Ele vestia um manto negro, que o cobria quase completamente. Na mão esquerda — branca como a lã — segurava com cuidado uma espécie de colar também atado ao pescoço. De olhos fechados, ele sussurrava como fizesse uma prece.

Porém, o que realmente havia mesmo chamado a atenção de Nami Shotagiru tinha sido a foice monstruosa, com seis lâminas encurvadas, que o homem trazia na mão direita.

— Ei, você — Com cuidado, Nami levou a mão até uma das Fuuma Shuriken que trazia nas costas. — Identifique-se.

— Ouça a minha súplica — Nami pôde escutar as palavras em voz baixa do invasor. — Jashin-sama!

Kan ergueu os olhos para a garota e abriu um sorriso de êxtase sinistro.

— Sem deixar corpos, assim agem os Yuurei.


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Notas finais do capítulo

Olhem só! Esta história teve um timeskip de dois anos, Konan esteve em coma por dois anos e eu sumi por dois anos. Agora, todo o universo está em equilíbrio.

Bom, Konan está definitivamente de volta e se reapresentou para a Vila da Chuva. Enquanto isso, os Yuurei fizeram seu primeiro movimento desde a invasão da Folha.
O que esperar a partir de agora? Deixem aí nos comentários suas opiniões, suas ideias e teorias. Leio tudo o que vocês me escrevem.

Próximo capítulo: Ação e reação

Muito obrigado pela presença de todos, pessoal! Mais uma vez, feliz Natal e um próspero Ano Novo! Deus abençoe a todos vocês.

Até o próximo capítulo o/



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