When I'm by your side escrita por Rainá Abrantes


Capítulo 9
Capítulo 9




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—O que foi Fabinho? Você conhece ele?

O homem que até então permanecia calado se manifestou:

—Acho que estou me lembrando de você... Você não é o cara que apanhou quando tentou invadir o lugar, o nosso lugar de dormir?

—Sou eu sim,e você me ajudou. Foi você não foi? - respondeu Fabinho.

—Sim, mas você não morava na rua?

Giane, Margot e Silvério que não estavam entendendo nada disseram:

—Fabinho, do que vocês estão falando? Vocês se conhecem?

Alguns meses atrás

Fabinho já estava nas ruas há alguns dias, estava cansado, com fome, andou durante horas até que encontrou um barraco. Lá tinha comida, alguns cobertores, uns colchonetes, tudo com aparência velha, devia ter sido tirado do lixo.

Como estava com fome, logo estava comendo uma marmita que encontrou, deitou em um dois colchonetes e adormeceu.

Acordou com alguém chutando sua barriga, uns homens gritando, tentou sair correndo mais não conseguiu, estava no meio de uma rodinha. Até que alguma coisa, chamou a atenção deles e eles saíram atrás de um outro homem, Fabinho aproveitou a deixa para sair correndo. De repente topou com um homem barbudo, que o levou para o lugar que ele dormia, dividiu com ele sua pouca comida:

—Bom, pelo que estou vendo ,você não mora na rua há muito tempo. O que aconteceu com você?

Fabinho engoliu o que estava comendo e respondeu o homem:

—Eu não sou da rua, armaram pra mim e eu tive que fugir. Você ta me ajudando por quê?

—Eu vi você apanhando, você nunca ouviu falar para não invadir o “território” dos outros, ainda mais comer a sua comida?

—Já, mas eu estava com fome.

—Se você quiser dormir aqui, eu tenho um colchonete sobrando.

—Não sei quem você é, mas obrigada!

Fabinho mexeu nas coisas do homem procurando o colchonete, enquanto ele comia encontrou alguns desenhos, perfeitos:

—Cara, você desenha muito bem, você podia investir nisso sabia?

—Investir? Eu? Eu não tenho mais esperanças na vida rapaz ,eu vou acabar a minha vida assim na rua, do jeito que a minha mãe me deixou.

—Sua mãe te deixou na rua?

—Eu tinha quinze anos quando minha mãe matou meu pai, eu assisti a tudo e fugi de casa. Foi uma época muito difícil para mim ,mas eu consegui me acostumar com essa vida - disse engolindo um pedaço de pão dormido- Mas,mudando de assunto, o que aconteceu com você rapaz?

—Eu...vou dormir. Muito obrigada por me deixar aqui- respondeu fugindo do assunto.

Passaram-se alguns dias e o homem que nunca lhe revelou seu nome, ele dividia tudo com Fabinho, era como um grande amigo.

Um dia resolveu ir embora, saiu no meio da noite sem avisar ao homem, passou mais algum tempo na rua, estava fraco, não comia, chegou até a procurar comida no lixo. Até que um dia Fabinho leu uma notícia sobre Amora, foi atrás dela, mas acabou caído no jardim da Casa Verde,e o resto da história vocês já conhecem.

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Estavam todos sentados no sofá, ouvindo Fabinho contar a história:

—Então, vocês se conhecem das ruas?- Indagou Giane.

—Pois é, maloqueira. Eu conheci muita gente na rua, mas ele foi o único que me ajudou. Falando nisso, você nunca me disse seu nome.

—Meu nome é Gabriel - respondeu o homem.

—Bom, vamos jantar?- chamou seu Silvério.

Jantaram todos e Gabriel já ia indo embora quando Fabinho o chamou e disse:

—Você ainda tem aqueles desenhos?

—Tenho sim, eu sempre desenho, é o que eu mais amo fazer, por quê?

—Você vai dormir onde?

—Vou procurar um cantinho qualquer, eu dou um jeito. Tchau.

—Não! Espera- o homem se virou e Fabinho continuou- você não quer passar a noite em casa? Como hóspede, você me ajudou três vezes eu quero retribuir, por favor.

Chegaram na casa de Margot, e ela colocou um colchão para o homem no quarto de Fabinho ,que emprestou algumas roupas para Gabriel:

—Amanhã eu compro algumas roupas para você. Você pode dormir na minha cama, eu vou dar uma fugidinha pra casa da Giane. Tchau!

—Tchau.

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Fabinho e Giane acordaram no dia seguinte e conversaram sobre Gabriel:

—Sabe, eu estava pensando em conseguir, sei lá, um emprego para ele.

—Será que ele quer trabalhar?

—Claro que sim Giane, ele desenha muito bem, vou falar com o Érico e a Silvia, para ver se a gente arranja um patrocínio para ele ou a Crash Mídia mesmo patrocina.

—Nunca te vi tão empenhado em ajudar alguém.

—Nem eu, mas se não fosse por ele, eu podia ter morrido, não quero que um homem bom como ele passe o resto da vida na rua.

—A cada dia você me surpreende mais sabia?

—A senhorita também, sempre me surpreende, maloqueira.

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Fabinho chegou em casa a tarde, encontrou Margot e Gabriel tomando café e num papo animado:

—Oi filho.

—E aí?- respondeu enquanto entregava algumas sacolas para Gabriel, com roupas, algumas cuecas e etc.

—Valeu Fabinho, pode ficar tranquilo que eu não vou ficar muito tempo aqui não. Eu estava pensando, já que você está me ajudando, eu podia procurar, sei lá, um emprego. Não tenho formação, mas acho que agora com roupas novas,e sem estar fedendo, as pessoas não vão mais me expulsar dos lugares e eu poderia conseguir algum emprego. O que acha?

—Acho que você está certo. Se você quiser eu te ajudo a procurar.

—Mas, mudando de assunto sua mãe me contou que você está noivo? É daquela garota de ontem, né?

Fabinho abriu um sorriso apaixonado e disse:

—É ela mesmo, muita coisa aconteceu depois que eu fui embora sem te avisar.

—Mas parece que deu tudo certo para você, fico muito feliz.

—Valeu. Bom eu vou tomar banho.

No dia seguinte Gabriel saiu para procurar emprego e Fabinho resolveu falar com Érico e Silvia:

—Por que não, Érico?

—Não e ponto Fabinho, a agência não vai patrocinar ninguém.

—Silvia? O que você acha?

—Fabinho olha a agência ta começando a ir bem agora, mas acho que o Érico tem razão, desculpe.

—VOCÊS SE FAZEM DE BONZINHOS, MAS NA HORA DE AJUDAR ALGUÉM QUE PRECISA E TEM TALENTO, VOCÊS PULAM FORA.

Fabinho saiu de lá muito irritado, precisava tomar um ar e pensar em algo que pudesse fazer para ajudá-lo.

[[[[====]]]]

A noite conversou com Giane e ela lhe deu uma ideia:

—Por que você não patrocina ele? Fala com o Plínio, eu duvido que ele negue.

—Caraca, por que eu não pensei nisso antes ?Isso aí pivete. Vamos lá comigo?

—Agora? Por que você não espera até amanhã?

—Eu quero resolver isso hoje. Vamos?

—Tá bom.

Chegaram na casa de Plínio e Fabinho contou toda a história para os pais:

—Que orgulho de você meu filho- Irene disse emocionada.

—E então, vocês podem ajudar ou não?

Plínio pensou um pouco mas topou na hora:

—Claro Fábio, pode falar com ele, amanhã mesmo eu vou conversar com ele.

—Valeu, pai.

Voltou para a Casa Verde com Giane, encontrou Gabriel dormindo ,mas não hesitou em acordá-lo:

—E aí, conseguiu algum trampo hoje?

—Não, emprego hoje ta difícil.

—Eu conversei com o meu pai, não sei se você conhece Plínio Campana.

—Você é filho do Plínio Campana?

—Pois é, mas então eu disse que você desenha muito bem e ele topou te patrocinar.

—Não desenho tão bem assim, acho que não é uma boa ideia.

—Só tenta, amanhã ele vai vir conversar com você, agora pode voltar a dormir aí.

Fabinho foi para a sala assistir televisão e deixou Gabriel dormindo, esperava ter conseguido ajudá-lo de alguma forma.


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Notas finais do capítulo

Não sei se agências investem nesse tipo de coisa ,mas...



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