O Doctor sentiu seu papel psíquico queimar em seu bolso, retirou-o e leu com um meio sorriso, a mensagem como de costume continha um conjunto de coordenadas e algumas palavras que lhe disse tudo o que ele precisava saber, ela estava pulando de um edifício, outra vez. Isto de alguma forma, nos últimos meses, havia se tornado uma rotina.

Ele suspirou desanimado, e correu para o console da TARDIS, não tinha tempo a perder, puxou alavancas e apertou vários botões, para um leigo poderia parecer aleatório, mas estava colocando as coordenadas que ela lhe havia passado, ele deu um ultimo puxão na alavanca e correu para abrir as portas da TARDIS, lá estava ela, cabelos ao vento, de braços abertos vindo em sua direção e como sempre havia um sorriso travesso em seus lábios.

Ele não teve como resistir e abriu um meio sorriso, essa era sua River, ele esticou os braços para fora e a puxou pela mão a abraçando pela cintura fazendo a vir para dentro, porém com o esforço e sem apoio, ambos desabaram no chão.

Ele deu uma olhada rápida em sua esposa para se certificar de que ela não estava gravemente ferida ou se havia alguma fratura ou algo do gênero, mas a única coisa errada com ela que ele conseguia ver era que sua calça jeans estava rasgada na lateral, deixando amostra boa parte de sua coxa esquerda!

Ele tinha um leve sorriso nos lábios que eram refletidos em seus olhos, aquele olhar infantil que ela tanto amava, ela sorriu para ele, aquele sorriso travesso, e ele sem pensar duas vezes, apertou seus lábios contra os delas, no começo ela ficou um pouco confusa e muito surpresa por que ele havia tomado à iniciativa, ele quase nunca tomava a iniciativa, era sempre ela, mas agora ele a estava beijando, depois de alguns instantes ela relaxou e aproveitou o beijo, quando ele tirou os lábios dos dela, ela choramingou com a perda do contato. Ele deu um beijo de leve em sua testa e a ajudou a ficar em pé.

River levantou-se rapidamente ajustando o casaco escuro que usava e disse num tom :

"Olá, Sweetie! Alguma coisa errada?”

“Olá, River! Não, querida, nada de errado!”

Ela caminhou até o console e descansou contra ele, sentindo o leve toque da nave em seus pensamentos, ela tocou o console levemente com os dedos, dando boas vindas aquele sentimento que sempre a inundava quando estava na TARDIS.

Tirou o diário do bolso e levantou uma sobrancelha para o Doctor, analisando-o, abriu seu diário delicadamente o folheando e disse casualmente :

"Deixe-me ver... onde estamos ...".

Enquanto ela estudou seu rosto, ele disse sorrindo:

"Uhn... Talvez nós apenas fizemos Olympians?"- ele sorriu.

"Oh, sim, Olympians. Planeta “adorável” !” - ela disse sarcasticamente.

"O que há de errado com o planeta? Os habitantes são adoráveis!"

"Claro, que sim sweetie... eles são maravilhosos, eles quase nos devoraram vivos!"- ela disse com um leve sorriso lembrando-se daquele dia.

"Uhh ... Bem... não foi assim ... tão simples... deixe-me ver...ahn sim.. talvez foi porque você começou a atirar nele?" - disse ele gritando diretamente para ela indignado.

“Bem ... talvez ... porque ele estava com o seu braço completamente dentro da boca?“ – ela gritou irritada.

"Estava tudo sobre controle!" - ele respondeu ajeitando a gravata.

"Ele te comer?” – ela o olhou indignada –“Eu não poderia ficar ali só olhando!"– sua teimosia em admitir que ele precisasse de sua ajuda a irritava completamente.

"Não, não o faria. A situação estava sob meu total controle!"- o médico disse fazendo beicinho como uma criança de cinco anos que não pode ser contrário. River disse num tom de advertência e sarcasmo:

"Um dia ...Oh.. Um dia ... Doctor ... você vai perceber que eu estou completamente certa sobre isto..."- ela sorriu sedutoramente para o Doctor que estava do outro lado do console da TARDIS.

"Bem, você sabe..."- ele disse, sorrindo maliciosamente para ela durante a verificação do monitor - "Talvez ... um dia ... eu faça...".

River riu: "Sim, você vai!”.

De repente, a TARDIS tremeu violentamente, mudando seu curso, houve uma enorme explosão e um estrondo ensurdecedor.

Ambos foram arremessados ​​ao chão, aterrissando de costas quando a TARDIS continuou a tremer e explodir.

"O que você fez agora?" - ela gritou acima do barulho.

"NADA! Eu só estava voando com ela!"- ele gritou de volta.

"Bem, obviamente você fez algo errado!"- River gritou com raiva.

"Eu não fiz nada errado! ESTA SER A MINHA TARDIS! Eu sei muito bem como voar!"

Antes que River pudesse expor seu ponto de vista sobre a forma como ele pilotava a TARDIS, as portas se abriram com um assobio enorme e algo veio cair dentro.

As portas se fecharam com um estrondo negando o casal a continuar discutindo.

River e o Doctor cautelosamente levantaram-se e olharam em volta, avistaram ali parados contra a porta dois adolescentes, um menino e uma menina. Eles estavam ofegantes, cobertos de sujeira, havia arranhões por toda parte que estava a mostra do corpo e suas roupas estavam rasgadas, pareciam ter saído de uma guerra .

O cabelo da garota era uma massa selvagem de cachos ruivos e estava extremamente confuso e sujo, ela era pequena, olhos de um azul cobalto claro, um rosto pálido e delicado, aparentava ter em torno de 14 anos.

Ela estava com um largo sorriso, os olhos vivos com pura diversão, olhando para o rapaz à sua frente que lhe retribuía o sorriso.

Eles aparentavam ter a mesma idade, porém o menino era o oposto da dela era alto e forte, os olhos de um tom de verde claro, cabelo castanho claro totalmente arrepiado, sua característica facial o fazia parecer totalmente infantil.

Ambos estavam com respirações ofegantes como se tivesse corrido uma maratona.

O Doctor e River se olharam, ambos, pela primeira vez, completamente sem palavras. Os adolescentes perceberam os adultos olhando para eles. Ambos sorriram e disseram em uníssono:

"Oi!” - O garoto completou: “Ahn, acredito que podemos explicar tudo, mas primeiro precisamos sair daqui! E precisa ser agora!"

Ambos os adolescentes correram para o console, apertando botões e puxando alavancas. Eles colocaram o TARDIS em um vôo calmo e mais preciso do que River um diaconseguiu fazer. Enquanto River e Doctor se levantavam, River pensou perplexo:

O quê?Como? Como essas crianças que passaram por aquelas portas a menos de dois minutos, aparentemente de algum ponto vórtice ou não, apenas entraram e voaram a TARDIS, melhor do que eu?Como?Não, pior a TARDIS concordar com a maneira como eles a conduzem?Quem são?

O Doctor ficou perplexo com a boca aberta.Ele trocou um olhar confuso com River. A menina os notou olhando para eles.

"Oh, sim, sim, eu posso explicar!"

O menino brincou com sarcasmo.

"Eu quero só ver como você vai explicar isso!”- Ele apontou para as roupas esfarrapadas, cortes pelo corpo e algumas queimaduras.- “Eles não vão levá-lo muito bem!".

"Oh, Cale a boca, Willian!"- O menino estava prestes a protestar quando ela levantou a mão e continuou a falar.

"Não fale como tudo se tudo isso fosse culpa minha, de alguma forma é sua culpa. Se você não tivesse me levado naquele planeta terrível, não estaríamos nesta confusão!“- Ela começou a vagar pelo console, completamente em casa.

"Minha culpa? Minha culpa?"- ele respondeu com raiva."Como tem coragem... argh ... era você que estava entediada e queria uma aventura em um planeta diferente onde poderíamos cavar e explorar e sei lá mais o que, e agora a culpa é minha?"

A menina fez beicinho.

"Sim, a culpa é sua. Você escolheu o lugar!"

"Mas não fui eu quem roubou um artefato sagrado, e muito menos eu quem começou a atirar naquelas coisas!"- ele estava ofegante e irritado."Tenho certeza de que eles irão concordar comigo!”.

Houve um silêncio atordoado e incomodo onde o Doctor e River não responderam apenas ficaram olhando-os, os adolescentes notaram e a garota colocou um sorriso inocente e disse:

"Eu nunca vi vocês dois nesta calma toda. O que há de errado?"

River olhou para o médico, que lhe deu um pequeno aceno de cabeça, como se dissesse: 'Você pode dizer a eles'

River começou insegura: "Sinto muito."- mas acrescentou com firmeza - "Mas quem são vocês?"

A menina ficou branca como um papel, um olhar confuso, machucado, passou pelo seu rosto e medo se instalou em seus olhos, o menino perguntou num sussurro:

"O quê?"

"Quem são vocês"?O doutor repetiu, com força.

"Você, você não sabe quem somos?"- os adolescentes disseram juntos.

"Não, não tenho a mínima ideia, então acho que você pode me explicar quem é você?" - o médico disse firme.

Os adolescentes se entreolharam com medo. Dana disse gaguejando, medo estampado em sua voz : "E - Eu não entendo. Você está brincando, certo? – o Doctor continuou olhando para ambos, sério. Willian implorou:

“Por favor, por favor, me diga que você está brincando conosco!"

"Não, eu não estou brincando! Eu não tenho a menor ideia de quem você é!"- O médico disse com raiva.

Os adolescentes se entreolharam e disseram juntos num tom apavorado:

"Oh isso é ruim, isso é muito, muito pior que ruim. Vamos ser esfolados vivos!"

Eles desceram correndo as escadas em direção à porta quando ouviram um tiro e River gritando:

"Parem!" - eles pararam com a mão a milímetros da fechadura e Doctor gritou exasperado e agitando os braços:

“River, não precisava atirar neles!”

“Oh querido, veja eu não atirei neles! Atirei próximo a eles, o que é totalmente diferente!”- o Doctor bufou:

“ A TARDIS não iria deixá-los sair!” – River revirou os olhos.

“Como quiser...” – e olhando para eles disse “Bem!” – ainda de costas eles ouviram passos se aproximando:

"Agora, virem-se para mim!” – os adolescentes fizeram o que foi pedido, olhos arregalados e medo, o que não abalou River e ela exigiu:

"Expliquem-se! Quem são vocês!”

Os adolescentes engoliram em seco. Como eles vão explicar quem são sem alterar seu futuro ou até mesmo destruir o universo?