Um futuro incerto, mas repleto de amor escrita por Beniteiras


Capítulo 92
Capítulo 92


Notas iniciais do capítulo

Além de termos Benita irradiando amor para todos os lados, temos Leonardo deixando os seus sentimentos falarem mais alto, só resta saber se isso vai dá certo.



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Anita chegou ao casarão para almoçar e contou a todos o que havia acontecido. Vera e Ronaldo ficaram orgulhosos dos filhos, e se admiraram por perceber o quanto eles haviam crescido e se tornado adultos capazes de defender seus ideais de forma pacífica.

Á noite, Ben e Anita namoravam no quarto dela, e conversavam sobre a manhã agitada que tiveram.

_ Estou muito orgulhosa de você – disse Anita.

_ De mim? – disse Ben. – O movimento foi uma iniciativa coletiva, estamos todos de parabéns...

_ Estou orgulhosa de você por ser tão maravilhoso, por se permitir afetar por uma causa social como essa e ser capaz de mobilizar as pessoas para lutar contra essa injustiça... Mas não é só esse o motivo do meu orgulho... – Anita, que anteriormente estava aninhada no colo de Ben, sentou-se de frente para ele. – Estou orgulhosa por você ter aceitado trabalhar com o Léo em prol dessa causa. Eu sei que é difícil esquecer tudo o que aconteceu, mas me senti feliz ao ver que você está disposto a tentar...

_ Eu demorei a entender, mas agora vejo que o Leonardo e eu somos bem parecidos – disse Ben. – E apesar de tudo, tenho que admitir que ele é um cara legal... E não me admira que ele tenha agido como agiu, é praticamente impossível não se apaixonar por você...

_ Seu bobo! – disse Anita – Acho que no fundo, ele nunca se apaixonou por mim. Talvez estivesse confuso, mas pra mim é bem óbvio que ele gosta de outra pessoa...

_ Eu também já confundi meus sentimentos algumas vezes, consigo compreender, agora que a raiva passou...

_ Fico feliz que você esteja com o coração tranquilo – disse Anita.

_ Hoje eu consegui ver que o Leonardo foi sincero quando disse que nunca quis nos prejudicar...

_ Eu também consigo ver isso... Só espero que ele consiga ver algumas coisas que estão diante dele há muito tempo...

Ben envolveu o rosto de Anita com as mãos e lhe deu um beijo carinhoso. Depois, ela voltou a aninhar-se no colo de Ben, seu lugar preferido no mundo.

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Alguns meses se passaram. O professor João Paulo Albuquerque assumiu o cargo de reitor, e estava sendo elogiado por todo o corpo docente e discente da UFRJ por seu excelente trabalho. O segundo período de faculdade estava sendo mais tranquilo para Ben e Anita, pois já estavam acostumados ao ritmo de estudo e trabalho. Entretanto, as disciplinas eram mais difíceis, pois saíam do campo introdutório e começavam a se aprofundar nas especialidades de cada curso. Leonardo havia conseguido passar em todas as matérias do 2° período e também na matéria do 1° período que estava devendo, o que possibilitou que ele desse continuidade a essa matéria na mesma turma de Marcela e Anita.

*

No sábado, Ben, Daniel e Bernardo resolveram ir ao Embaixada do gol à noite para mais uma das festas promovidas por Martin. Assim que chegaram, Daniel percebeu que uma das garotas que estava na festa não tirava os olhos de Ben.

_ Cara, aquela gata não tira os olhos de você – disse Daniel.

_ A única gata que eu quero não está aqui, nenhuma outra me interessa – disse Ben. – A Anita teve que ir à Barra entregar umas encomendas... Eu me ofereci pra ir junto, mas ela disse que não precisava e que vinha me encontrar mais tarde...

_ A Meg viajou para os EUA para visitar a mãe... – disse Bernardo. – Acho que estou mesmo apaixonado, não consigo parar de pensar nessa garota!

_ Eu te entendo – disse Ben. – Eu já estou morrendo de saudades da Anita...

_ Eu não consigo entender vocês dois! Como conseguem pensar em uma única garota com todas essas gatas á nossa disposição?

_ São coisas inexplicáveis, cara – disse Ben. – De repente, a sua vida não faz mais sentido sem aquela pessoa. Você pensa nela o tempo todo, quer estar com ela o tempo todo, quer ouvir a voz, sentir o cheiro, abraçar, beijar...

_ Juro que tento entender, mas não faz muito sentido pra mim. – disse Daniel. – Você e a Anita moram na mesma casa, estudam na mesma faculdade, compartilham a mesma família, como conseguem ainda sentir falta um do outro?

_ Isso é amor, cara... é pra sentir, não entender – disse Ben. – Aliás, você agora tem uma namorada, deveria entender exatamente o que eu estou falando!

_ Com vocês eu posso me abrir... Eu adoro a Marcela, ela é uma garota incrível, mas ela merece um cara que a ame de verdade... Ela viajou para visitar a família ontem à noite, e até agora, não senti vontade de dar um telefonema pra ela... Mandei uma mensagem de manhã perguntando se ela chegou bem, e ela me respondeu “Cheguei, bjs”, e pronto. Nenhum “estou com saudades”, muito menos “eu te amo”. Não acho que isso seja comportamento de um casal de namorados...

_ Mas vocês estão namorando há poucos meses, ela é sua primeira namorada... – disse Bernardo.

_ Por isso mesmo, os primeiros meses de namoro são sempre aquele grude, a gente sente vontade de ficar pertinho, pensa na pessoa o tempo todo como vocês disseram... Mas isso não acontece entre mim e a Marcela. Somos ótimos amigos, mas como namorados... – disse Daniel. – Além disso, pra mim é uma tortura ter todas essas gatinhas me dando mole sem poder aproveitar... Eu não quero trair a Marcela, de forma alguma, mas também tenho vontade de ficar com outras garotas...

_ Então conversa com ela. Procure saber se ela está tendo as mesmas impressões sobre o relacionamento de vocês – disse Bernardo.

_ Vocês dois merecem ser felizes, mas só podemos ser felizes se encontramos a pessoa certa – disse Ben.

_ Vocês tem razão, na segunda-feira eu resolvo tudo – disse Daniel. – Vou em busca da minha felicidade e vou deixar a Marcela ser feliz também.

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_ Precisamos conversar – disseram Marcela e Daniel, em uníssono, assim que se encontraram na área comum da UFRJ.

_ Pode falar primeiro – disse Daniel.

_ Tudo bem... Dani, você sabe que eu te amo... – disse Marcela. Daniel pareceu assustado com a declaração de Marcela.

_ Marcela, eu preciso te fal... – disse Daniel, ao ser interrompido.

_ Calma, ainda não terminei. – disse Marcela. – Eu te amo, mas o amor que eu sinto é um amor de amigo, quase um amor fraternal. Eu pude entender mais claramente isso nesse tempinho em que eu fiquei na casa dos meus pais. A única comunicação que tivemos foi por mensagens, e nos tratamos como “brothers”, não como um casal de namorados. Talvez a gente devesse...

_ Terminar – completou Daniel. – Era exatamente sobre isso que eu queria falar com você. Eu te adoro, você é a garota mais especial que eu já conheci. Mas eu não sou a pessoa certa pra você, aquele que vai te amar e te fazer feliz, e nós dois sabemos disso... E cada dia que você passa ao meu lado, é menos uma oportunidade de encontrar esse cara que você merece...

_ Então, não somos mais namorados? – perguntou Marcela.

_ Não – disse Daniel. – Mas fique à vontade para me dar uns beijos a hora que você quiser, estou à disposição.

_ Bobo! – disse Marcela, dando um abraço em Daniel. – Não sei se fico feliz ou triste pelo término do nosso namoro...

_ Ei, fizemos o que tem que ser feito – disse Daniel, tocando o rosto de Marcela. – Foi uma honra ter você como primeira namorada...

_ Eu é que me sinto honrada! – disse Marcela. – Você foi um ótimo namorado!

Enquanto os dois conversavam, Leonardo os observava ao longe. Um milhão de pensamentos passava pela sua cabeça. Desde o incidente com Anita, ele vinha tentando entender pra onde havia ido o sentimento que ele nutria por ela. O que ele pensara ser amor, se transformou em respeito, amizade e admiração. E finalmente entendeu que não adiantava ir contra o destino: Ben e Anita nasceram um pro outro. E Marcela? Ah, Marcela... Tão linda... Não entendia como Marcela se prestava a essas situações. Não suportava ver Marcela e Daniel juntos, tinha vontade de socar a cara dele toda vez que presenciava um beijo ou um gesto de carinho entre os dois. Todo mundo sabe que esse tal de Daniel não leva ninguém a sério, e Marcela não merece se magoar. Ah, se ele fizer alguma coisa para magoá-la... Vai experimentar alguns golpes de Muay Thai.

Leonardo levantou-se e foi em direção à Marcela.

_ Bom dia. Marcela, posso falar com você? – disse Leonardo.

_ Precisa ser agora? – disse Marcela.

_ É importante – disse Léo, impaciente.

_ Se é assim... – disse Marcela. – Até mais, Dani – disse, despedindo-se dele com um beijo demorado na bochecha e indo com Leonardo.

–- Oi Léo, o que você queria falar comigo? Estava com tanta pressa! – perguntou Marcela

–- É ... você viu a Anita e o Ben?

–- Se eu vi a ... pera aí, você pediu para falar comigo em particular para perguntar do paradeiro do Ben e da Anita?

–- Sim acho que estamos começando a nos entender e queria mostrar uma matéria sobre a gente que a faculdade de Comunicação fez durante a reunião que o reitor promoveu -- explicou o garoto

–- Ótimo feliz por vocês estarem se acertando e também pelo reconhecimento, mas não era melhor ter feito esta pergunta na presença do Daniel? Ele é amigo do Ben e talvez tivesse a resposta que você procura

–- Achei melhor não!

–- Por quê?

–- Marcela, eu não me conformo, e não venha me dizer que esta situação é normal porque não é. Então prefiro me manter distante para não ser desagradável ou mal educado

–- O que não é normal, do que você está falando?

–- Deste seu namoro sem sentido! – disse o rapaz

–- Ah não! Mas que implicância ... Alguém por acaso te pediu opinião?

–- Não..., mas também não podem me obrigar a conviver com o que me incomoda

–- Eu achando que você queria falar de algum assunto sério

–- O resgate da minha amizade com a Anita é sério pra mim ... e a sua vida também deveria ser para você

–- Que insistência Leonardo! Deixa que da minha vida cuido eu – ela ordenou

–- Você está desperdiçando seu tempo com algo sem futuro. Ele não te ama, dá para ver nos olhos dele. Você me disse que queria ser amada

–- Nos olhos dele? – ela perguntou irônica

–- É, olhos esses que mais parecem dois radares atraídos por qualquer rabo de saia. É isso que você quer para você?

–- Ai Léo na boa ...

–- Se você não liga Marcela ... quem sou eu então para me importar

–- Léo você não precisa me apontar os defeitos do Daniel, eu os conheço de cor e salteado desde antes de aceitar namorar com ele. Desculpe, mas eu não te dei este direito

–- Bom realmente não está mais aqui quem falou

–- E apesar de tudo eu fui muito feliz enquanto estive com ele. O Daniel me fez um bem imensurável, com ele eu me senti desejada, valorizada e principalmente me senti mulher. Ele foi sincero o tempo todo, não vou me arrepender nunca de ter namorado com ele. Eu posso e mereço ser feliz e vou atrás dessa felicidade sem medo de tropeçar no caminho

–- Pera aí ... você disse ter namorado, no passado? – perguntou Leonardo

–- Sim -- Marcela deu um suspiro -- A gente tinha acabado de terminar quando você nos interrompeu

–- E você está bem? – falou Leonardo preocupado

–- Estou na medida do possível! Terminar um relacionamento nunca é a coisa mais agradável de ser feita, mas como foi de comum acordo não fica tão traumático ... Ainda nutrimos um carinho enorme um pelo outro e voltamos a ser amigos. Agora é levantar a cabeça e seguir em frente ... recomeçar

–- Que bom … você parece serena

–- Estou mesmo e também com a autoestima elevada, algo bom despertou em mim. Reascendeu uma chama que tinha sido apagada muito, mas muito cedo.

–- Despertou? E você vai buscar esta felicidade aonde?

–- Não sei!

–- Então olha a sua volta

–- Olhar o quê?

Nessa hora num gesto de impulso Leonardo puxou Marcela para si e lhe deu um beijo intenso ali no meio do pátio a vista de qualquer um, inclusive na de Daniel que permanecia sentado no mesmo lugar que eles os tinham deixado. Leonardo não entendeu ao certo o que o movia, apenas seguiu seu instinto e se entregou de corpo e alma aquele ato de carinho. Marcela foi surpreendida, mas não se pode dizer que não correspondeu ao beijo na mesma intensidade.

Autoras: Naty e Carol


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Notas finais do capítulo

Obrigada por acompanharem. Como presente de Natal vamos publicar alguns capítulos mais rapidamente, então fiquem de olho. ;)



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