Como Conquistar Um Magnata. escrita por Catiele Oliveira


Capítulo 6
Capítulo seis - Esnobe-o.




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Capítulo seis – Esnobe-o.

Mais uma manhã se iniciava, enquanto nós mulheres da casa nos preparávamos para mais um dia de trabalho, Charlie, o chefe durão estava arrumando seu material de pesca, no seu dia de folga iria até Forks rever os velhos amigos que se reuniriam numa excursão de pesca, estava radiante, poucas vezes e por poucos motivos eu o via tão feliz, morar em Seattle havia o deixado pensativo, preocupado e até um pouco deprimido.

— Não se esqueça de mandar recomendações a Sue e Leah, diga que estou morrendo de saudades! – murmurou Renée mais uma vez enquanto Charlie arrastava pela sala um monte de bolsas e materiais de pesca.

— E diga a Ang que assim que eu tiver umas folgas irei visita-la! – Rose e Ângela eram muito amigas e a mudança para Seattle a deixaram um tanto distantes, não só fisicamente, mas a amizade esfriou também.

— E você Bella, não quer dar um recado a ninguém? – nunca mantive raízes, eu fiz bons amigos em Forks, mas nenhum deles fora tão marcantes na minha vida, enquanto Charlie me questionava eu tentava lembrar-me de alguém, mas nenhum nome viera a minha mente.

— Ora pai, mande um beijo para todos. – cuspi entre dentes, ninguém comentou nada, o silêncio ficou até Renée dizer que precisava ir e assim todos nós saímos do apartamento, foi estranho quando Rose seguiu para um lado e eu para outro, observei enquanto mamãe e papai entravam na viatura e partiram. Charlie a deixaria no trabalho antes de pegar a estrada.

Eu apertei meu passo para não chegar atrasada no trabalho, era apenas meu segundo dia e eu queria realmente causar uma boa impressão.

Ao adentrar o shopping ainda sem movimento caminhei em direção a uma das escadas rolantes mais próximas, algumas pessoas também estavam chegando junto comigo, outras abriam suas lojas, era um pouco mais de oito horas da manhã e a vida em Seattle estava começando.

Quando pisei no segundo andar – meu andar – observei Tyler que tentava empurrar a porta de ferro, a loja deveria estar pronta para receber clientes ás nove.

— Bom dia Tyler. – cumprimentei meu mais novo colega de trabalho, Tyler tinha um bom humor notável, seu sorriso irradiava nossa loja e era um dos melhores vendedores, tanto que em poucos meses de trabalho recebeu o cargo de gerente, era um exemplo a se seguir.

— Oi Bells! Ajude-me a empurrar? Acho que emperrou. – disse confuso, o ajudei a empurrar a porta e conseguimos depois de duas tentativas, a porta de ferro enrolou-se até subir e não ser mais vista. — Você chegou cedo gata. – eu não sabia o que acontecia com os homens de Seattle, mas a maioria deles eram gays ou bi.

— Ou você está atrasado. – cochichei e ele riu, foi fácil fazer amizade com Tyler, no meu único dia de trabalho ele me ensinou tudo que eu precisaria para ser a melhor vendedora da loja e logo me apelidou de Bells, era como se fossemos grandes amigos há muito tempo, talvez essa fora a primeira vez que eu estava começando a criar raízes, talvez...

— Acho que você tem razão. Ontem eu fui a uma festa, tinha cada homem... Falando em festas, você não sai muito, né? Você deveria conhecer a cidade Bells, tenho certeza que não estaria mais encalhada. – brincou Tyler, eu ri do seu jeito brincalhão. Tyler começou a organizar alguma coisa no balcão de atendimento enquanto eu varria o chão da loja, isso era função dos funcionários noturnos, mas pelo visto eles não faziam seu trabalho com êxito.

— Desde que vim morar em Seattle não saio muito... Ainda tenho espirito de garota do interior! Apesar de que... Seattle não é bem o tipo de cidade grande. – ralhei e ele riu, Tyler me olhou durante muitos segundos e então bocejou.

— Você devia vir a uma festa comigo na sexta, tem um carinha... Eu não sei o nome dele, mas ele é dj e vai tocar nessa festa, é de uma amiga, Jessica, Jess para os íntimos, mas ela não vai se importar se eu levar um companhia. Aí eu te apresento uns caras legais, bonitos, ricos... – riu maliciosamente. — Que tal?

— Ai Tyler, você não existe! - brinquei. — Como você sabe que estou precisando sair? Eu aceito... Homens bonitos, ricos e disponíveis, por que não? – rimos juntos.

Meia hora depois o restante dos funcionários chegaram, uns me cumprimentaram com um “bom dia” seco, outros nem se deram o trabalho de falar, Tyler revirou as sobrancelhas ao ver a cena, porém nada disse, subiu para o segundo andar quando viu que daríamos conta de tudo sozinho, provavelmente iria dormir, já que ele bocejava todo o momento.

O movimento da manhã era bem calmo e tranquilo, poucas pessoas adentravam o local e muitas delas só observavam, ás vezes pediam ajuda e nos faziam tirar tudo do lugar, mas por fim iam embora sem comprar nada, na maioria das vezes era frustrante.

— Olha, Alice Cullen passando. – Lauren comentou com Irina, as duas chegaram para mais perto da próxima e viram quando Alice passou com uma menininha, parecia ter no máximo dois anos de idade, a ruiva olhou para as fofoqueiras que a observavam e por fim pousou seu olhar em mim, mais do que isso... Alice parecia me odiar, ela travou as pernas somente para me encarar, Lauren e Irina observaram que o olhar fuzilador de Alice era para mim e depois ela se pôs a andar com rapidez.

— Uau, você tem um impasse com Alice Cullen! – exclamou Lauren.

— Não sei do que você está falando. – a última coisa que eu queria era bochichos com meu nome.

— Sim, você tem... E nossa, ela quase te comeu com o olhar. – essa fora a vez de Irina se meter.

— Eu acho que vocês deveriam ir trabalhar fofoqueiras! – a voz melódica de Tyler surgiu, ele me encarou preocupado, mas eu não sustentei seu olhar, nesse momento um cliente entrava e eu me aproximei para atendê-lo.

— Boa tarde, senhor, posso ajuda-lo? – perguntei sorridente.

— Ah claro querida. Eu procuro por equipamentos para esquiar, você sabe do que eu falo? Não sei muito bem como se diz isso, na verdade, não sei nada sobre isso. Eu vou dar de presente para minha filha mais nova, Susan, ela adora esquiar. – o problema com os clientes é que eles não sabiam separar as coisas, na maioria das vezes o vendedor vira psicólogo, ninguém imagina as histórias que as pessoas contam quando vão comprar algum utensilio.

— Não se preocupe, sei exatamente o que sua filha precisa, aqui tem modelos incríveis, ela tem quantos anos? – enquanto puxei um assunto chato fingindo estar interessada em realmente no que a filha queria, ele acabou contando tudo e até chorou em algum momento, visivelmente emocionado, ainda o fiz levar vários itens desnecessário, mas o que me daria uma comissão maior, vendedores são todos iguais em todos os lugares.

(...)

Por fim dia tinha sido incrivelmente monótono, eu não podia mais esperar pela sexta-feira, Tyler havia aguçado minha imaginação ao falar dos seus amigos bonitos, interessantes e ricos, por alguns instantes eu até esqueci-me da possibilidade de um dia conquistar um magnata como Edward Cullen, ainda mais se sua irmã Alice não saísse do meu pé, isso deixaria a situação mais complicada do que nunca, eu não podia negar que o olhar invocado dela me dava calafrios.

O caminho de volta para casa após um dia longo de trabalho estava frio, como todos os outros dias, eu tentava espantar o pensamento de que o vento estava congelando meus lábios, deixando-o roxo e a ponta dos meus dedos incrivelmente congeladas, esqueci completamente de pegar minhas luvas, não podia deixá-las em casa amanhã novamente. Os quarteirões que antecediam a fachada do meu prédio foram rapidamente percorridos, me surpreendi ao ver a minha irmã legalmente loira a todos os sorrisos para um Cullen.

— Ah, ali está ela! Bella venha cá! — seus olhos brilharam a me ver, pareciam estar me aguardando. Eu parei no meio do caminho pensando realmente se deveria me aproximar. Edward Cullen me olhou do seu modo de sempre, inovadoramente, porém cauteloso.

— Boa tarde. — digo ao me aproximar, encaro Rosalie que agora tenta disfarçar o sorriso.

— O Sr. Cullen fora gentil ao me dar uma carona, mas na verdade ele quer nos fazer um convite. — ele me olha observando atentamente minhas reações, primeiro eu abro lentamente meus olhos numa real surpresa, depois me contenho e sigo firme, estou no passo três: esnobação. Preciso ser bem sucedida nisso.

— Terá reunião em minha casa nessa sexta-feira, é meu aniversário, não será nada demais devido aos últimos acontecimentos, apenas uma confraternização com meus amigos mais íntimos, gostaria muito que vocês estivessem lá... — ele parecia inseguro, sua voz soou normal, mas sua expressão era de uma criança assustada. Eu abri falsamente a boca em tom de surpresa. — Há algo de errado?

— Ah... — murmuro. — Não querendo fazer desfeita, mas temo que não possa estar presente. Mas Rosalie com certeza estará lá! — digo simplesmente, minha voz não tem nenhum tom de lamento. Minha irmã me encara provavelmente não entendendo nada do que eu estou fazendo. O rosto do Cullen muda, vai de medo à decepção. Eu consigo enxergar bem no fundo que ele realmente queria minha presença, então começo a me arrepender por negá-la...

— Eu entendo. — diz duro, praticamente rosna. — Nos vemos, Srta. Swan. Até a próxima, Rosalie. — da maneira mais fria possível ele se despede abrindo a porta do carona do seu lindo carro. Seu motorista arranca para longe de nós. Rosalie está com uma carranca de dar medo para mim.

— O que diabos você fez? Poderia ao menos ter dito que iria, depois eu inventaria uma desculpa! Agora uma desfeita! Eu não imaginei nunca que você me envergonharia dessa forma, Bella! — ela é dura como uma mãe. Rosalie não entende nada sobre conquistar um homem.

— Eu fui sincera! Ninguém merece mentiras, Rosalie... — como sou hipócrita.

Viro-me em direção a entrada do nosso prédio, só penso num banho quente, nas cobertas e numa noite interminável de sono puro. Não quero ouvi-la reclamar sobre minha desfeita, mas os cinco lances de escada ela me lembra de como fui mal educada, insensível, sem coração com um homem que acabou de perder o pai. Em como Renée ficará decepcionada quando ela contar tudo. Que ela achava que eu gostava de Edward, mas na verdade eu só gostava de mim mesma. Todos os degraus foram de acusações diferentes, meu peito até ficou espremido ao ouvir cada uma de suas ofensas, mas me mantive firme. Eu vou me casar com Edward Cullen e ela engolirá cada uma de suas palavras. Uma a uma.

***

Sexta-feira, Rosalie penteava seu cabelo mais vezes que o normal, está com um vestido de cetim perolado. Sua maquiagem é suave, quase imperceptível, sinto inveja de sua beleza impecável. Ela puxará sua mãe em todos os quesitos. Ela não fala comigo desde o do dia em que fiz desfeita com seu chefe, Renée e Charlie me criticaram igualmente, me fiz de ofendida, chorei, mas as lágrimas foram sinceras, mas estava disposta a arcar com o que eu tivesse que arcar para ter uma vida confortável, sem passar qualquer tipo de necessidade. Eu estava sendo uma biscate, mas agora não me importava mais para isso.

O pior de tudo foi quando elas descobriram que eu iria para uma boate com amigos do trabalho, ficaram inconformadas que ignorei uma festa a lá Cullen, por uma noite agitada e barulhenta com os socialites de Seattle. E lá estava eu sendo mais alvejada por criticas, não me abati, não poderia me abater.

— Você tem certeza que não vem junto, Isabella? — pelo meu nome completo na boca de Rosalie eu tinha certeza que ela ficaria com raiva por mais algumas semanas no mínimo, faço que não com a cabeça. Ela suspira fundo, rosna alguma coisa inaudível, pega seu casaco e sua bolsa e saí do quarto. Ainda está cedo para que eu saia de casa, Tyler marcou de me buscar por volta das dez e meia, são apenas sete e quarenta, Rosalie provavelmente jantará na casa dos Cullen, minha curiosidade em conhecer o palácio real me instigou. Mas eu não iria. Não podia. Estava o esnobando.

— Diga a Edward que eu desejei muitas felicidades a ele. — sussurro quando ela passa pela porta, Rose não responde e nem faz menção de quem dará o recado, provavelmente falará mal de mim para todos. Isso pode me prejudicar e muito, mas mal penso sobre isso, pode atrapalhar meu foco. Preciso me manter centrada.

Continuo escovando meus cabelos, essa noite Edward Cullen não existe. Não vai existir. Essa noite eu vou sair e beber champanhe, conhecer caras legais e quem sabe mais interessantes que o próprio Edward, e posso até mudar de alvo, posso até esquecê-lo e me envolver com alguma pessoa mais rica e bonita que ele. Posso verdadeiramente me apaixonar. Essa noite eu vou me permitir a qualquer coisa que possa acontecer de bom para mim.

Enquanto as horas passam, eu me enfio dentro do meu vestido carmim de mangas cumpridas, não é agradavelmente quente, mas imagino que pode me proteger de algum possível frio no local, apesar de achar que não terá nenhum clima frio lá com tantos corpos humanos juntos. Meu salto preto destaca meu visual, eu nunca tinha me visto tão poderosa assim. Que Rosalie não descubra que peguei alguma de suas sandálias sem sua permissão, acho que ela teria de me matar.

Minha maquiagem estava tão diferente da de minha irmã, eu estava vulgar e precisava admitir isso para mim mesma, talvez Edward não goste de mulheres vulgares, eu preciso descobrir seus gostos. E então que me surge a ideia, ainda tenho meia hora livre até Tyler me ligar dizendo que já chegou, pego notebook de Rose e abro diretamente no Google. Irei começar minha pesquisa total de sobre Edward Cullen e suas namoradas.

Não há nada sobre relacionamentos sérios. Não há nada sobre Edward Cullen namorando alguém, há muitas fotos dele com diversas mulheres que tem na legenda, “acompanhantes de eventos”; em uma delas ele está sorrindo, vestido polidamente com um terno cinza grafite fino, a mulher ao seu lado se chama Kate Denali, sorri tão grandiosamente como ele. E está vestida a altura. Um vestido preto discreto, um pouco acima do joelho, os cabelos estão presos num coque elegante e sua maquiagem é leve e ressalta um pouco dos seus olhos negros. Ela não está nada parecida comigo, ao me olhar no espelho não posso negar que estou bonita, porém pareço uma vadia. Não sou o tipo de mulher com quem Edward posaria em uma dessas fotos.

Não estou a sua altura.

Esse é o meu primeiro pensamento. Meu estômago embrulha só de pensar nessa possibilidade. Não estar a sua altura, como não pode estar? Por que não? Quem está então, essa Kate que tem cabelos loiros artificiais? De repente me pego cheia de perguntas misteriosas e ódio. Será que Kate estará em sua festa? E se sim? Se por acaso ele nutrir algum tipo de interesse por ela? Volto para a foto, é antiga, de 2009. Tento respirar tranquila, mas algo me diz que há mais de onde veio essa. Procuro por seu nome, digito “Kate Denali” na aba de procura do Google. Logo ela está lá, diferente da foto com Edward, Kate aparece sorrindo, sozinha na maioria delas, com cabelos soltos e volumosos, com cachos perfeitos e maquiagem imperceptível. Ela é uma advogada, ela é alguém. Então Tânia aparece em outra foto ao seu lado, as cores vibrantes de seus cabelos loiros me causam inveja, elas são igualmente lindas e irmãs, na Wikipédia diz que elas vêm de um clã do Sul de Los Angeles e são primas de terceiro grau de Esme Cullen, que antes de casar-se com Carlisle, era uma Denali. A principal renda da família vem da exportação de matérias-primas para países subdesenvolvidos e que ainda vivem numa ditadura interminável, como Cuba. Mas, ainda assim, há estrelas se destacando, como Kate que estudou direito e Tânia, que estuda atualmente administração. Ao todo elas são três irmãs, outra loira aparece, descubro ser Irina. Vive na zona leste dos Estados Unidos, não há muito sobre ela.

Fecho a tela do computador com raiva. Por que malditamente tive que esnobá-lo? Seguir umas dicas, impossivelmente possíveis, ele provavelmente estaria me odiando. Pus-me em seu lugar, se Kate por acaso estivesse lá e disponível, eu daria uns amasso nela e esqueceria de vez de Isabella Swan. Mas, eu não sou Edward Cullen e agora não adiantava raiva alguma, teria que arcar com meu erro. Eu disse não a ele, teria de esperar outra oportunidade, se ela chegasse a existir, é claro.

Ouvi buzinas de longe, provavelmente seriam de Tyler. Nem ousei olhar pela janela. Apanhei meu sobretudo atrás da porta e minha bolsa-carteira, dentro dela havia dinheiro, documentos, batom e meu celular. O suficiente. Já na sala estava minha mãe e um pai carrancudos, eles me olharam com aquela antiga cara de decepção.

— Essa buzina é para você? — Perguntou papai, fiz que sim com a cabeça. — Bom divertimento, Isabella. Ao menos você ligou para desejar feliz aniversário ao pobre rapaz?

— De pobre ele não tem nada, só se for de espirito. — Desembuchei, minha mãe arregalou os olhos, mordi os lábios, Charlie ficou sem ação. — Ligo no caminho. Chego antes do amanhecer.

— Eu esperarei você, Bella.

— Ah Papai...

— Ah nada, Bella. Vá. — Mamãe me olhava com dor, eu estava os decepcionando. E não podia fazer aquilo.

Busquei pelo meu celular na bolsa, procurei o número de Tyler e chamei. Tocou apenas uma vez e ouvi sua voz ansiosa: — Bells meu bem, não é educado fazer as pessoas esperarem.

— Me desculpe Ty. Houve um imprevisto e infelizmente não poderei ir com você. Sinto muito, Ty... — Depois o que ouvi fora uma cessão de broncas e palavras feias, não havia compreensão. Meus pais me olhavam abismados, Tyler desligou e eu me senti mais tola. — Satisfeitos? Prontos, deixei de sair com o primeiro amigo que fiz em Seattle por vocês. Agora Rosalie está com seus amigos e eu ficarei em casa, exilada. Esperam que estejam felizes! Grande vida em Seattle, né?

Eles não disseram nada, retornei para o meu quarto e tratei de guardar as sandálias de Rosalie no lugar onde havia achado, em um instante já estava dentro dos meus pijamas tentando usar o removedor de maquiagem, mas tudo se transformou em um borrão preto, meus olhos estavam avermelhados e então percebi que estava chorando, de raiva. Desisti de tirar a maquiagem, fui para a cama, antes chutei o aquecedor, o barulho de um motor de carro velho ecoou indicando que agora estava ligado e esquentado. Desliguei a luz e acendi o abajur, busquei meu celular no criado mudo, na agenda procurei por “Edward Cullen” sua foto brilhou quando cliquei em seu nome. Lá estava seu e-mail e telefone residencial. Chamei seu número privado, a mensagem logo a seguir explodiu do outro lado da linha “o número chamado encontra-se desligado ou fora da área de cobertura, tente novamente mais tarde” apertei o botão para encerrar a ligação rápido demais, com o triplo da raiva. Ouvi batidas leves na minha porta, não respondi; minha mãe a abriu.

— Bells? — Murmurou baixinho e entrou. Contornou a primeira cama de solteiro vazia, a de Rosalie, passou sua mão pela penteadeira que ficava no meio, entre as duas camas, e deu três passos para mim. — Nós não sabíamos que você se sentia assim... — Não respondi — Você sempre foi tão sozinha, Rosalie sempre fora mais comunicativa, apesar de ser...

— Rosalie só é comunicativa com as pessoas lá fora, mãe. Aqui dentro ela é um poço de mau humor. — Renée limpou a garganta e suspirou.

— Não fale assim, ela é sua irmã. — Ficamos quietas — Me desculpe querida, seu pai está tão chateado... Você estava tão bonita e animada. Você não era obrigada a ir aonde não quisesse, só precisa pensar no jeito que fala Bella. Você magoou o rapaz. Sua irmã disse que ele está interessado em você.

— Mãe, ele mal me conhece!

— E você também estava interessada nele, o que houve? Conheceu outra pessoa? Tudo bem Bella, você pode contar o que quiser a mim. Sou sua mãe. — Ela nem precisava dizer aquilo, eu jamais me esqueceria.

— Tudo bem mãe. Eu vou dormir, ok? Daqui a pouco Rosalie chegará e não quero ouvir indiretas sobre como minha noite foi boa agarrada com meu cobertor e travesseiro. — Renée suspirou, passou a mão pelos meus cabelos e beijou minha testa docemente.

— Sinto muito querida. Eu te amo, boa noite.

— Também te amo mãe... E a proposito, eu liguei sim para Edward, mas parece que ele não está muito disponível.

— Mande uma mensagem de texto, se possível... Apenas, deseje feliz aniversário ao pobre, ele perdeu o pai recentemente... Seja bondosa. — Claro, caridade sempre funciona com os ricos, pensei mentalmente. Não lhe respondi, peguei meu celular e disquei de novo. Caiu na secretária eletrônica.

“Oi, não posso atender no momento. Deixe seu recado, retorno assim que for possível” e bip...

“Hey, Edward! Eu não sei se você tem meu número aí, mas é Isabella Swan quem fala. Só queria desejar um... Feliz aniversário para você e desculpe por... hm, qualquer coisa, ok? Felicidades”.

E então pude dormir tranquila... Ou quase.


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